☪ 10 | Conexão
Olá, meus queridos. Boa noite, eu não esqueci de vocês, só me atrasei um pouco, porque meu horário tá uma bela bosta. Basicamente, eu troquei o dia pela noite e é isso aí, hahahaha.
Nesse capítulos temos a continuação da cena final do cap anterior, que sei que vocês devem estar um pouco ansiosos, afinal, até que demorou pro Sasuke e a Hinata darem uns pega, né? E relaxa, que não tem nada pa cortar o barato, igual eu costumo fazer kkkkkkkj
Obrigadíssima por todos os votos e comentários, eu ainda tô no trabalho de responder vocês. Agradeço a paciência e o carinho, amo vocês! Agora bora pro capítulo. A história tá quaaaaaaaase no final, lembrando que é uma shortfic, então tem menos de 20 capítulos.
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BOA LEITURA! ♥
Os lábios dela tinham o gosto metálico por causa do sangue que ainda dançava na boca dela, mas Sasuke realmente não se importava com aquilo naquele momento. Só o fato de ela o beijar com igual desejo, em uma voracidade que não combinava em nada com sua aparência inocente, já o deixava muito perto de perder o resto de sua sanidade.
As mãos delicadas agarravam os ombros masculinos e fortes com força desmedida, sem nunca parar de empurrar o quadril contra ele. Um gemido baixo escapou pelos lábios dela, sentindo a ereção pulsante de Sasuke contra sua intimidade através da roupa. Sasuke puxou a borda da camiseta dela, que era larga demais, para cima, e eles se separaram por apenas alguns segundos para que ele terminasse de tirá-la por cima da cabeça dela com pressa.
Hinata não usava nada por baixo, os seios dela ficaram bem na altura do seu rosto e Sasuke admirou a beleza dos mamilos rosados e enrijecidos, das aréolas claras. Ela olhou para ele com as bochechas vermelhas, os lábios entreabertos, mal dava para ver as pupilas dilatadas em seus olhos claros demais, que estavam nublados de desejo. Ela não entendia porque os toques de Sasuke eram intensos demais, seu corpo reagia com intensidade a tudo que ele fazia. Os dedos se enrolaram no cabelo dele quando o Uchiha levou os lábios para os seus mamilos e os sugou e mordiscou, sua boca se abriu em um "o" ao sentir a língua dele rodear a área e dar leves lambidas. Sentia-se tão sensível e não podia evitar gemer cada vez que ele a tocava.
— Sasuke... — murmurou o seu nome em meio a um gemido.
O Uchiha fez com que ela se deitasse no sofá e cobriu o corpo dela com o seu, beijou-a outra vez, a língua acariciando dela com fervor, sugando os lábios vermelhos e depois desceu por sua garganta, onde chupou e beijou com desejo; continuou com a trilha de beijos até o umbigo. Ajoelhou-se entre as pernas dela e puxou a bermuda preta para baixo, até que estivesse em seus joelhos pálidos. Terminou de tirar toda a roupa dela, deixando-a completamente à sua mercê.
Uma parte da vampira queria muito fechar os olhos e esconder o próprio corpo, envergonhada demais em lidar com o homem entre suas pernas, mas a outra parte não temia nada, a forma que ele a olhava, cheio de desejo, fazia com que seu interior estremecesse e que se sentisse tão poderosa, destemida, linda. Sasuke puxou as pernas dela para cima dos seus ombros, a intimidade rosada ficou próximo aos seus lábios e ele passou a ponta da língua no clitóris inchado, Hinata se contorceu, ansiosa, enquanto ele explorava todo o seu sexo úmido com a boca.
Ele sentia o membro duro como ferro, a ponto de estar dolorido em sua calça já apertada demais. O gosto dela em sua boca era demais para que pudesse suportar, com a ponta do polegar, esfregou o botão inchado e desceu a língua até a entrada melada, onde a penetrou sem ressalvas e sugou e enrolou a língua ali dentro, atento as reações dela; como Hinata gemia e tentava fechar as pernas ao redor do pescoço dele, inebriada demais no meio de tantas sensações intensas.
O primeiro orgasmo dela veio em um gemido languido e ele deixou que ela se desmanchasse em sua boca e sugou tudo, para em seguida soltar as pernas dela, que caíram pelo sofá, ainda ficando entre elas. A respiração de Hinata saía descompassada e o suor se aglomerava em pontinhos em sua testa. Por debaixo dos cílios longos, ela observou Sasuke desabotoar a própria calça junto com a cueca, jogando os dois no chão. O membro dele saltou para fora, duro como pedra, a ponta estava melada com pré-gozo e as veias estavam muito atenuadas, mostrando o quanto ele estava excitado. Ela não conseguia desviar o olhar, surpresa e excitada com o comprimento dele. Inconscientemente, passou a língua pelos beiços, umidificando-os.
O Uchiha não pôde deixar de se sentir encantado com a forma que os cabelos longos e escuros se espalhavam pelo sofá, como ela o encarava de uma forma que só o fazia desejá-la ainda mais. Ele ainda estava de joelhos entre as pernas dela quando ela levantou um pouco o tronco e passou os braços ao redor dele, fazendo com que se deitasse junto com ela. Ele teve o cuidado de não a esmagar com seu peso e capturou os lábios molhados entre os seus, enquanto roçava o membro duro na intimidade escorregadia.
Esfregou seu comprimento no botão inchado e o corpo dela se curvou sob o seu quase como um arco resetado. A vampira sentia-se tão sensível que mal podia suportar a espera, queria que ele acabasse com sua agonia e se colocasse dentro dela.
— Sasuke, por favor — pediu.
— É isso que você quer? — provocou-a, colocando apenas a ponta do seu membro na entrada dela.
— Sim — murmurou no meio de um gemido e enrolou as pernas em volta da cintura dele, apertando-as, o que só serviu para que ele a penetrasse um pouco mais. — Sim — repetiu indo ao delírio.
— Merda, Hinata! Se você apertar assim... — começou sendo logo interrompido quando ela o apertou ainda mais. As paredes da feminilidade melada o apertavam e ele soltou um grunhido animalesco.
Sasuke se enterrou nela no segundo seguinte, indo até o fundo de uma vez só.
— Oh, Deus! — Hinata gritou e o mordeu no ombro a ponto de tirar sangue.
— Puta merda, Hinata — ele respirou fundo, um tanto desnorteado. As mãos dele se afundaram na cintura curvilínea e as unhas dela se cravaram em suas costas. — Ah...
Ele se retirou quase por inteiro, apenas para entrar todo de novo mais uma vez, recebendo um gemido de aprovação em resposta. Começou a se mover sobre ela, dando estocadas fortes e fundas, enquanto Hinata murmurava coisas sem sentido, totalmente mergulhada em um poço de prazer e ele faltava urrar. A visão da vampira abaixo de si, totalmente entregue, os seios fartos balançando toda vez que ele ia até o fundo e voltava, levava-o ao limite. Precisou de todo seu autocontrole para não gozar naquele instante. Também sentia que Hinata estava tão próxima do orgasmo quanto ele.
A forma que a intimidade dela se fechava em torno dele cada vez que ia ao fundo fazia com que Sasuke gemesse profundamente, os gemidos dele, roucos, eram como música para os ouvidos dela. Hinata apertou ainda mais as pernas ao redor de Sasuke e ele foi mais rápido, voltando a ficar de joelhos e segurando os quadris redondos enquanto se enterrava nela sem ressalvas.
— Sasuke, eu vou... Eu — a vampira tentou começar, perdida no próprio prazer.
— Vem, Hinata — grunhiu. — Assim.
Hinata gozou no segundo seguinte, as unhas se afundaram nas costas dele e só precisou de mais algumas estocadas para que Sasuke se derramasse dentro dela em um orgasmo poderoso. Ela ainda gemeu baixinho algumas vezes, gostando da sensação do corpo dele em cima do seu quando ele caiu sobre ela com a respiração pesada. A vampira o abraçou com carinho e afundou o rosto na curva do pescoço dele; era estranho como se sentia tão conectada a ele.
E não tinha absolutamente nada a ver com o que tinham acabado de fazer.
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A feiticeira se pegou surpresa ao receber um chamado de emergência vindo de Hanabi. Ino precisou de muito esforço para poder se livrar de Neji e conseguir se comunicar com a Hyuuga sem que ele desconfiasse que tinha algo errado. Na verdade, ele já estava desconfiado que tinha algo errado há um bom tempo e ela estava lutando para enrolá-lo o quanto podia.
O vampiro era bem cabeça dura e desde o começo ela e Hanabi tinham ficado com receio de contar toda a verdade para ele, com medo da reação que ele poderia ter. Assim como ele poderia se tornar um aliado poderoso, como inimigo seria ainda pior, e era o que elas menos precisavam naquele momento. Já tinham inimigos demais para lidar, um a mais só pioraria a situação que já não estava muito boa.
Embora Neji estivesse colaborando com uma parte do plano em manter os irmãos rastreadores longe, já não sabia por quanto tempo conseguiria continuar mantendo a verdade longe dele. Ele não era idiota, já tinha começado a desconfiar que Ino realmente sabia muito mais do que estava disposta a falar em voz alta, mesmo ela negando com tanto afinco. O que só tinha piorado depois que eles transaram.
Se a Yamanaka dissesse que se arrependia estaria mentindo, porque ele tinha a fodido tão bem que até ficou dolorida e eles repetiram a dose por pelo menos umas três vezes depois daquela manhã. Ela sorriu um pouco ao se lembrar disso e balançou a cabeça, sem tirar a atenção da estrada na sua frente. Tinha aproveitado que o Hyuuga estava completamente adormecido e escapuliu para tentar resolver o problema da Akatsuki estar ainda mais próxima deles do que poderia ser considerado seguro.
Agradeceu por seu destino ser a apenas algumas horas do hotel em que ela estava com Neji, daria tempo de ir e voltar sem que ele percebesse. Tinha esperança que com a ajuda do seu outro aliado, conseguiria tirar Hinata do país o mais rápido possível e apagar o seu rastro completamente junto com o de Sasuke.
Foi com isso em mente que ela pisou mais fundo no acelerador.
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Ao amanhecer, Sasuke se viu em um completo dilema. Hinata estava dormindo ao seu lado calmamente, muito diferente das outras noites que eram lotadas de pesadelos e gritos. Ele não queria acordá-la, mas precisava se levantar para ir ao banheiro. Tentou puxar o braço com cuidado de debaixo da cabeça dela e afastou-se devagar até a borda da cama, parou quando ela se remexeu um pouco, parecendo que iria acordar, mas Hinata apenas se virou para o lado oposto e continuou dormindo.
O Uchiha puxou o lençol para a cobrir até os ombros nus. O pescoço dela estava todo marcado pelos chupões e mordidas que tinha dado quando fizeram amor mais algumas vezes ao longo da noite. Sorriu um pouco e assim que teve certeza que ela não acordaria mesmo, levantou da cama de vez e foi para o banheiro e fechou a porta.
Fez suas necessidades e depois ficou de pé em frente ao espelho perto do box do chuveiro. Ficou de costas e analisou o estrago que Hinata tinha feito nelas e em seus ombros, que estavam completamente marcados com as unhas dela. Ele era tão pálido que parecia que tinha lutado com um bicho selvagem e não feito sexo com uma vampira. Também havia as marcas das presas dela pelo seu pescoço, em mais de um lugar. Talvez ela tivesse se empolgado um pouquinho e o mordido mais de uma vez. Sasuke só a culparia se isso não tivesse deixado a transa mais gostosa.
Depois disso, entrou debaixo do chuveiro e segurou um gemido quando a água quente caiu em seu corpo. Sentiu as costas arderem por um tempo e demorou apenas um minuto para que o incômodo fosse embora. Seus pensamentos foram para longe em questão de alguns segundos. Agora que sua relação com Hinata tinha ido para outro nível, duvidava que poderia voltar atrás.
Hinata não era como as outras mulheres com quem tinha ficado ao longo da sua vida. Só para começar, ela não era humana e isso já a tornava diferente de todo o resto. Ele tinha acabado de tirar toda a pureza dela e não se arrependia, se pudesse, faria de novo. E de novo. E de novo. Eles tinham a maldita conexão que ele tinha procurado a vida inteira, e ele já sentia isso bem antes de eles terem transado. O sexo só serviu para concretizar isso ainda mais.
Só que as coisas não eram tão simples assim, o Uchiha bem sabia disso. Não podia se esquecer que ela não estava completamente segura, que tinham outros vampiros atrás dela e que seria questão de tempo até que encontrassem Hinata. Ainda não tinha decidido o que faria sobre isso, porque parecia tão errado deixar que ela partisse sozinha.
Precisava conversar com o velho.
Depois de tomar banho, vestiu-se da forma mais silenciosa possível, estranhamente Hinata ainda dormia. Hesitou um pouco ao ter que deixá-la, porém, deixou o pensamento de lado sabendo que ela sabia se virar e que não entenderia errado o fato de ele não estar na cama quando despertasse.
Sasuke juntou as chaves e a carteira na mesa de canto perto da porta e saiu de carro até a Hypnotize. Se tivesse sorte, Jiraya estaria lá, como sempre, e ele não precisaria ficar esperando por aí. Não passava das sete e meia da manhã e nesse horário a boate teria acabado de fechar. Dirigiu com cuidado, prestando bem atenção na estrada.
Certo tempo depois, estacionou perto da boate, amaldiçoando um infeliz que tinha deixado o carro todo torto bem ao seu lado, ocupando duas vagas ao mesmo tempo. Mas também agradeceu por ter uma vaga ali, odiava ter que procurar uma nos cafundós quando aquele lugar horrível estava lotado demais.
Suspirou e desceu a pequena escada, empurrando a porta em seguida.
— Nós estamos... — Jiraya começou a dizer, mas parou assim que viu de quem se tratava. O olhar dele era surpreso, mesmo que aparentemente não tivesse um motivo para isso. — Ah, Sasuke, é você.
O Uchiha arqueou uma sobrancelha, intrigado e olhou para a mulher parada de frente para o velho. Ela era loira, tinha o cabelo bem longo, dava para perceber isso, já que o rabo de cavalo que prendia seus fios, mesmo sendo alto, ainda alcançava sua cintura. Os olhos eram de um azul intenso, lembrava-o de Naruto de certa forma. As feições dela eram bem femininas, o queixo fino, o nariz pequeno e arrebitado. Ela o encarava como se tivesse visto um fantasma.
— O que você está fazendo aqui? — Jiraya perguntou, ainda parado no mesmo lugar.
— Preciso conversar com você, é sobre Hinata — anunciou sem demoras, não tinha tempo para ficar enrolando.
— Sasuke, não é? — A voz feminina preencheu seus ouvidos, capturando a atenção dele outra vez.
— Nós nos conhecemos? — ele perguntou ao mesmo tempo que tentava fazer um mapeamento mental e se lembrar se já a tinha visto em algum lugar, embora duvidasse. Ele era muito bom em gravar rostos e com certeza se lembraria dela, era uma mulher bonita.
— Não — ela negou com um sorriso. — Digo, você não me conhece, mas já ouvi falar do seu trabalho como médico.
— Ah, entendi — murmurou sem muito interesse. — Podemos conversar em particular, velho? — voltou-se para Jiraya outra vez.
— Sim, claro — concordou. — Espere no meu apartamento, Ino, chego lá em um minuto, aqui a chave. — Deu um molho de chaves para ela e depois se afastou, indo na direção de Sasuke. — O que foi?
Ino observou atentamente Jiraya e Sasuke sumirem em uma porta que levava ao subsolo da boate. Ela teve vontade de rir, porque era a primeira vez que encontrava Sasuke. Sempre soube da sua existência, mas nunca tinha o visto e jamais imaginaria que ele era tão parecido com Itachi. Mikoto tinha feito um ótimo trabalho em o esconder tão bem, porque seria impossível negar a semelhança e de onde ele tinha vindo. Imaginou o quanto Hinata ficou confusa ao encontrá-lo pela primeira vez.
Se ela, que sabia, ficou surpresa, imagina a vampira, que não fazia ideia do que estava acontecendo ao seu redor e do perigo que estava correndo. Parou de pensar nisso e fez o que Jiraya pediu, saindo da boate e indo para o apartamento dele, que não era muito longe dali.
Sasuke seguiu o velho até o lugar empoeirado que ele chamava de escritório, quando chegaram lá, Jiraya sentou em uma cadeira atrás da mesa e esperou.
— E então? — A expressão no rosto dele era amigável, como sempre. Mas de vez em quando Sasuke tinha vontade de dar um socão na cara dele, por conta daquele sorrisinho que sempre parecia zombar dele. — Desembucha, garoto.
— Os documentos de Hinata estão prontos? — perguntou.
— Ainda não, quase. Está com tanta pressa de se livrar dela assim? — Sasuke não respondeu. — Foi o que eu imaginei.
— O que você quer dizer com isso? — Apertou os olhos, desconfiado.
— Eu sabia que vocês se dariam bem — esclareceu com um sorriso malicioso. O Uchiha olhou para a gola da sua blusa de frio que tinha cedido, o que deixava as marcas no seu pescoço bem visíveis. — E pelo jeito, você não precisa mais pegar bolsas de sangue do hospital.
O Uchiha respirou fundo e puxou a gola para cima sem muita paciência. Agora que queria dar um socão em Jiraya mesmo, dava para entender de onde Naruto tinha puxado sua falta de discrição. Convivendo com aquele velho, seria um milagre se o amigo fosse um santo.
— Já faz um tempo que Hinata está tendo pesadelos — mudou de assunto — e eu tenho o pressentimento que não são apenas sonhos ruins. Ela sempre acorda gritando ou chorando muito. Isso não é normal, não é?
— Não é — concordou em um suspiro. Jiraya sabia bem o que isso queria dizer, significava que a Akatsuki estava se aproximando. O feitiço que estava em Hinata deveria estar se ativando para alertá-la do perigo. — Isso quer dizer que ela não está segura. Alguém além de mim e Naruto sabe que ela está com você?
— Olhe pra minha cara de idiota, que sai por aí dizendo "hey, tem uma vampira hospedada na minha casa, hehehe" — fez uma imitação de alguém idiota bem precária. — Claro que não, velho!
— Não precisa ficar irritado, você é muito jovem para ter esse mau humor todo — zombou, Sasuke sentiu como se tivesse perdido a piada. — É só pra ter certeza. Olha, essa semana mesmo os documentos ficam prontos e ela poderá sair daqui e você ficará livre. Não se preocupe.
Sasuke estava com as mãos enfiadas no bolso da calça jeans e ficou parado ali na frente da mesa. Desviou os olhos escuros para o chão, hesitou antes de dizer, ainda sem olhar o outro no rosto:
— Há uma coisa estranha entre mim e Hinata. Eu sinto como se já a conhecesse — confessou.
— E...? — Jiraya o incentivou a continuar em voz baixa.
— Eu não sei se eu quero que ela vá embora — finalmente disse em um fôlego só.
Dessa vez havia uma expressão extremamente compreensiva no rosto de Jiraya. Ele sorriu para Sasuke, não de um jeito zombeteiro, mas de uma forma que fez o Uchiha se sentir menos envergonhado por ter dito isso em voz alta.
— Olha, Sasuke — disse ao se levantar da mesa e parar na frente do Uchiha. Ele era um homem grande, alguns centímetros mais alto do que Sasuke. — Eu entendo, mas você precisa escolher. Hinata não pode ficar aqui, ela precisa ir embora. Você tem que escolher entre continuar com sua vida ou deixar tudo que você conhece e partir junto com ela. Pense nisso. — Deu tapinhas no ombro dele em uma tentativa de confortá-lo.
— Você não vai me dizer o que eu preciso saber? — perguntou quando Jiraya passou por ele, já pronto para sair pela porta.
— Ainda não. Prometo que te conto tudo quando você tomar uma decisão, é melhor assim. Se você decidir ficar, eu vou respeitar a decisão da sua mãe, e você vai continuar vivendo sua vida como se nada tivesse acontecido — falou. — Mas se você escolher Hinata, eu te conto tudo, garoto.
Dito isso, ele saiu dali, deixando Sasuke sozinho.
☪
Haruno Sakura era uma bruxa que ficou conhecida por seu talento excepcional em fazer magia. Ainda quando era muito nova, mostrou-se apta a fazer feitiços do mais alto nível, vendo o talento da filha, os pais dela a entregaram para a família Yamanaka, que era o maior e mais poderoso clã de bruxos que existia.
Por muitos anos ela conviveu junto a eles, sendo treinada e utilizando dos recursos da família para aperfeiçoar as técnicas da feitiçaria. O clã Yamanaka possuía um treinamento especial para pessoas como ela, por isso, Sakura tinha passado muitos anos basicamente isolada nos confins do mundo. Quando era mais nova, não conseguia compreender as razões por trás disso, e sentia-se muito solitária. Entretanto, agora conseguia enxergar com perfeição que tudo teve um propósito e não se lamentava sobre esses anos solitários.
Porém, Sakura só ficou junto dos Yamanaka até a guerra chegar. Os grandes clãs de vampiros dizimaram o reino místico em uma batalha sem fim, e ela viu o próprio clã desaparecer em meio ao caos.
Os Haruno eram um clã humilde, não faziam parte da nobreza, a maior parte composta de camponeses e clérigos, criaturas mundanas. Ela tinha sido a exceção e era considerada um prodígio, alguém que traria renome para a família. E embora as criaturas convivessem em sociedade, os grandes clãs de bruxos não costumavam se envolver em guerras, a não ser que fosse extremamente necessário. Por isso, quando os Yamanaka anunciaram que tinham se juntado aos Hyuuga, Sakura não soube ao certo como se sentir sobre isso no começo. Ela não odiava os vampiros, mas odiava a hierarquia dos clãs nobres que insistiam em subjugar quem eles viam como inferior — pessoas como ela.
Para quem era de fora, a guerra que veio foi um acontecimento sem prévio aviso, apenas acontecera em um piscar de olhos. Qual era o motivo? Linhagem? Poder? Terras? Não dava para saber. Mas se lembrava de tentar voltar para casa e não encontrar nada além de cinzas e sangue, o lugar que um dia tinha sido o seu lar totalmente engolido pelas chamas. E o clã Yamanaka, por qual tinha tanta estima, havia ajudado com um dos maiores massacres da história.
Sakura deserdou do seu clã adotivo antes da guerra terminar e encontrou-se completamente sozinha no mundo. Por muito tempo ela se refugiou no mundo humano, onde criou raízes e se empenhou em ter algo que pertencia a ela, algo que ela poderia dizer "isso é meu". Isso até Hidan encontrá-la e a apresentar a Akatsuki. Nessa época, ele ainda fazia parte da organização. Eles tiveram um conturbado relacionamento que não acabou muito bem. Ele se foi junto com o irmão, e ela ficou.
A organização tornou-se parte do que ela era, e a bruxa começou a se dedicar com empenho para mostrar que estava mais do que disposta a fazer qualquer coisa por eles. Não demorou muito para que ela se tornasse um membro essencial. Por ter muita familiaridade com o mundo humano, a maior parte do seu trabalho era servir como uma agente de informações — coisa em que ela tinha se tornado muito boa, por sinal.
Embora seu trabalho fosse praticamente em tempo integral, isso nunca impediu que fosse atrás dos próprios interesses. E era por esse motivo que ela estava dirigindo na direção da casa de Sasuke. Pretendia surpreendê-lo levando uma garrafa de vinho e o jantar pronto que tinha comprado em um dos melhores restaurantes da cidade. Já fazia um tempo que estava interessada nele e sabia que hoje era o seu dia de folga, estava mais do que na hora de começar a dar o primeiro passo.
A bruxa acelerou o carro, sabendo que já estava chegando. O céu já estava preenchido em misturas de alaranjado e azul, anunciando o chegar da noite. Depois de alguns minutos, avistou a casa solitária, perto dos limites da entrada da floresta. Ela sempre se perguntou o motivo de Sasuke ser tão recluso, ele era um homem tão bonito, mas não se lembrava de ter o visto com alguém uma vez sequer.
Sakura sorriu.
Adorava homens misteriosos e estava mais do que disposta a passar por toda a parede que o Uchiha tinha construído em volta de si próprio. Parou o carro atrás do dele e desceu, arrumou o vestido justo no corpo e limpou a garganta. Andou até a porta, na qual bateu três vezes e esperou.
Ouviu uma movimentação estranha dentro da casa, como se alguém tivesse correndo e depois só o completo silêncio. Achou esquisito e tentou espiar pela janela, entretanto, não teve muito tempo para fazer isso, porque a porta foi aberta bruscamente e Sasuke apareceu no seu campo de visão.
— Sakura? — O tom de sua voz demonstrava bem a sua confusão. — O que você está fazendo aqui?
— Boa noite, Sasuke-kun — desejou com um sorriso e focou os olhos cor de esmeralda no rosto sério dele. — Vejo que está surpreso em me ver, não é para menos, né? — Riu baixinho.
— Aconteceu alguma coisa? — ele quis saber, afinal, nem fazia ideia de que sua colega de trabalho sabia onde morava.
— Não, nada assim. Eu vim aqui pra saber se você aceitaria jantar comigo — explicou.
— Ah... — murmurou em resposta. A bruxa olhou por cima dos ombros dele e teve a impressão de ter visto alguém passar. Sasuke fechou a porta mais um pouco e ela estranhou. — Eu não posso, estou ocupado, não posso sair agora.
— Não precisamos sair, podemos comer aqui mesmo, eu tenho vinho e...
— Desculpe, Sakura, realmente não dá hoje. Eu estou ocupado com umas coisas do trabalho e preciso terminar logo — interrompeu-a de uma vez. — Eu te ligo depois.
Ela não teve muito tempo para retrucar, porque Sasuke entrou e fechou a porta em seguida. A bruxa ficou parada ali por alguns segundos e achou a atitude dele meio estranha, encostou o ouvido na porta para tentar escutar algo, mas não havia nenhum som. Fechou os olhos e se concentrou para buscar alguma outra presença pela casa, demorou apenas alguns segundos para detectar outra pessoa além dele, era muito sutil, mas estava lá.
Então ele estava acompanhado? Isso era interessante.
Não se deixou desanimar, apenas deu de ombros e voltou para o carro, ainda curiosa sobre quem poderia ser a companhia de Sasuke.
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— Quem era? — Hinata perguntou ao descer as escadas.
— Era uma colega de trabalho — respondeu. — Ela já foi embora — acrescentou depois de espiar pela janela coberta pela cortina escura e ver que o carro de Sakura não estava mais ali.
— Hmm, entendi. — Sorriu, as bochechas coradas daquele modo adorável. — Podemos voltar a assistir o filme? Eu estava me divertindo.
— Claro — concordou, escondendo um sorriso de canto. Eles estavam assistindo "Anjos da Noite".
Eles voltaram para o sofá e ele se deitou de lado, Hinata deitou também, as costas encostadas no peito dele. Sasuke rodeou o braço em volta dela e segurou a mão pequena com carinho, o cabelo dela fazia cócegas no seu queixo, mas ele ficou naquela mesma posição. Logo, a atenção deles estava voltada para o filme outra vez.
Ela se entregou ao calor do corpo dele, a felicidade de uma eternidade invadindo cada um dos seus poros.
Ele entregou o coração a ela, já sabendo que não tinha como voltar atrás.
A Sakura é vilã? Sim. Obcecada pelo Sasuke? Absolutamente não.
Acho que o hentai dessa fic é a prova que eu sei escrever secsu sem meter um BOCETÃO, PAU, CU no meio HAHAHAHHA, eu até que gosto desse formato, soa até mais romântico, não acham? hehehe.
Espero que tenham gostado, prometo que o mistério vai acabar e a resposta pra maioria das perguntas começaram a ser respondidas nos próximos capítulos. Se preparem! Bjbj, até semana que vem! Me falem o que acharam! :)
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