☪ 09 | Koi no Yokan

Bom dia, amados. Demorei, mas cheguei. Vamos voltar com as atualizações semanais até a fic ser finalizada. Eu tô de féeeeeeeeeeeriassssssss, amém porrraaar, hahahahaha.

Agradeço de coração por todo o feedback: votos, comentários, adições a listas de leituras. Vocês são incríveis, amo vocês. Eu já estou respondendo alguns comentários, então não se preocupem, logo eu chego no seu! Paciência com a lerda, que tem 30 fics em andamento, sakjsakjajskjkas.

Esse capítulo tá um pouco diferente da versão que eu escrevi a primeira vez, eu adicionei mais ou menos + 2 mil palavras. Não mudei nada em relação ao enredo, só acrescentei detalhes que pensei que deixariam a leitura mais agradável. 

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*KOI NO YOKAN é uma expressão japonesa, que basicamente significa você sentir uma forte conexão com alguém a ponto de saber que amá-la vai ser inevitável.

BOA LEITURA! ♥

Sasuke não era do tipo de cara burro, impulsivo que fazia o que dava na telha. Muito pelo contrário, ele sempre foi o tipo de pessoa que pensava bem antes de agir e que dificilmente tomava riscos. Toda sua criação tinha girado em torno de como ser alguém cuidadoso e precavido, e talvez fosse por isso que ele sempre estava em alerta sobre tudo que acontecia ao seu redor.

Então, ele não sabia que porra estava fazendo levando uma vampira para uma merda de parque de diversões. E só piorava quando ele não conseguia se arrepender ao ver o brilho alegre no rosto dela, que tinha afastado a aura depressiva que estava grudada nela desde o dia anterior. Não sabia e nem queria se preocupar em saber a razão de isso o satisfazer de alguma forma.

Parou de pensar nisso quando estacionou o carro a umas quadras antes do parque e desceu, esperando que Hinata fizesse o mesmo. Ele a analisou brevemente, achando graça das suas roupas grandes demais no corpo pequeno dela. Tinha enfiado um boné na cabeça dela para fazer com que Hinata parecesse o mais normal possível no meio de pessoas comuns — embora algo lhe dissesse que aquele look maloqueira iria manter as pessoas longe de qualquer forma.

De onde estavam, dava para ver o topo da enorme roda gigante e Hinata se pegou totalmente hipnotizada por tantas luzes e cores, empolgada com a ideia de entrar no trambolho e experimentar estar nas alturas. Ela teve paciência em aguardar Sasuke andar ao seu lado na direção do parque — lento demais —, e pagar a entrada para que pudessem andar à vontade pelos brinquedos. Assim que entraram, ela perdeu o fôlego.

Nunca tinha visto tanta gente junta em um lugar só! Nem mesmo na boate! Eram tantos cheiros diferentes que era difícil assimilar tudo de uma vez só e sentiu-se tonta por alguns segundos. Crianças gritavam e corriam de um lado e para outro, casais flertavam e riam e mais pessoas se aglomeravam em filas nas barracas de comida e brincadeiras. Olhou para tudo aquilo totalmente fascinada.

— Sasuke! Isso aqui é muito lindo! — exclamou, verdadeiramente feliz.

Ele precisou se conter para não revirar os olhos.

— É, vamos lá, onde você quer ir primeiro? — quis saber, tentando ignorar a barulheira ao redor deles.

A vampira pareceu pensar por alguns segundos, os olhos perolados rondando o lugar com curiosidade e empolgação. Até que ela apontou para a montanha russa e Sasuke torceu os lábios. Tinha que ser logo aquele? Não era o maior fã de altura, pra ser sincero, não que fosse admitir isso em voz alta.

— Aquele! Parece divertido! — E como se fosse para completar o que ela tinha dito, uma onda de gritos e risadas veio do brinquedo. — Vamos! — Ela o segurou pela mão e saiu correndo, arrastando-o.

Sasuke foi pego totalmente de surpresa pela força dela, mas não reclamou pelo contato repentino e nem por ela estar o arrastando por aí. Deixou-se ser levado por ela e entraram na fila para esperar a vez deles.

— Então você gosta de lugares altos? — Sasuke perguntou com uma sobrancelha arqueada.

— Acho que sim — Hinata respondeu, as mãos entrelaçadas nas costas assim que o soltou. — Eu não tenho muita certeza, mas eu acho que gosto.

— Acha? — O sarcasmo na voz dele era notável.

— É que, bem... — hesitou e desviou o olhar para os próprios pés. — Eu não tinha muita liberdade na minha casa, eu não podia sair andando por aí, explorando o mundo. Eu passei a minha vida inteira presa dentro daquela mansão. — Calou-se de repente.

Ele a observou por alguns instantes, o olhar dela ainda estava perdido no chão, enquanto ele não sabia bem o que deveria dizer. Isso não era o tipo de coisa que ele tinha imaginado. Quando pensava na vida de clãs grandes de vampiros — que eram poucas as vezes —, não podia nem sequer imaginar que seria algo parecido com estar preso para sempre dentro de uma mansão escura e fria. Não iria negar que sua imaginação era moldada a partir dos filmes sobre vampiros, em que eles apareciam no maior auê, trepando a rodo e a solto, bebendo sangue de tudo e todas as coisas e fazendo banquetes exagerados apenas para se divertirem.

Pelo jeito estava errado.

— Não devia ser a vida dos sonhos — Sasuke comentou por fim.

Hinata assentiu de leve e não falaram mais nada. A fila andou e não demorou para que chegasse a vez dos dois em subir na montanha russa. Ele suspirou ao entrar no "carro" e Hinata se juntou a ele, faltando dar pulos de animação ao seu lado. Depois de ajeitarem todo o equipamento e todas as pessoas entrarem, Sasuke segurou bem na barra e respirou fundo. Quando o brinquedo começou a andar, ele se esforçou para pensar em se acalmar.

"Calma, Sasuke, é só um brinquedo, não é muito alto, não é muito alto...", pensou, metodicamente.

A vampira também segurava na barra, mas diferente dele que estava tenso demais, a excitação nela era evidente e maior do que qualquer outra coisa. Os olhos perolados se mantinham atentos as coisas ao seu redor e ela riu ao sentir o frio na barriga à medida que o carrinho subia e ganhava altura. Quando chegou no topo, olhou para baixo apenas por alguns segundos, antes do brinquedo descer com tudo. Ela gritou, extasiada, uma mistura de medo com felicidade, e começou a rir euforicamente.

Talvez, nunca tivesse aproveitado tanto algo dessa forma em toda sua vida. Quando tudo acabou e desceu do brinquedo, Sasuke veio ao seu lado, parecendo meio tonto.

— Você está bem? — Hinata quis saber, um misto de preocupação e felicidade em seu rosto.

— Sim, não é nada — respondeu, escondendo a vontade de vomitar.

Puta que pariu, como odiava esses malditos brinquedos de altura! Mas era claro que nunca falaria isso em voz alta, não quando a sanguessuga parecia tão contente em fazer toda essa merda.

— Vamos naquele? — pediu ao apontar para outra geringonça, mas que dessa vez girava lá na puta que pariu das alturas e voltava. Os olhos brilhantes, feitos os de um cachorrinho, fizeram com que o pedido fosse impossível de negar.

— Claro, por que não? — Engoliu em seco, antes de ser arrastado, mais uma vez, pelas mãos macias dela.

O ressoar da correnteza do rio trazia certa tranquilidade para a mulher, ela gostava de se aproximar do leito, e enfiar os pés descalços ali, enquanto fechava os olhos e apreciava a solidão, abraçando-a com força. Nesses breves momentos em que conseguia estar sozinha e ter um pouco de paz, refletia sobre o rumo da própria vida e o que seria dali para a frente por conta dos planos da Akatsuki. Ela não estava muito feliz com sua atual condição e não planejava se manter por tanto tempo dessa forma.

— Eu queria muito entender o que você tanto gosta de fazer aqui. — A voz masculina fez com que ela abrisse os olhos, embora ela estivesse consciente da presença dele muito antes que ele falasse. — Konan.

Ela estava nua, o sol atravessava as copas das árvores e banhava seu corpo, fazendo com que parecesse uma entidade. Ela se virou para ele, realmente não se importando com sua nudez.

— É bom estar sozinha às vezes, Yahiko — explicou e olhou para o céu azul e claro, tão claro quanto seus olhos âmbar. — Está na hora?

— Sim, está — Yahiko respondeu e juntou as roupas dela no chão, enquanto a esperava sair da água. — Vamos.

A mulher assentiu e saiu do rio, indo na direção dele. Apreciou a ajuda dele em se vestir, mesmo que não fosse necessário, e achou graça quando ele secou seus cabelos com o próprio manto da Akatsuki, para em seguida colocar a flor de papel ali, tão característico dela.

— Onde está o Nagato? — Konan perguntou, seguindo-o de perto pelas trilhas da floresta densa.

— Não veio — Yahiko limitou-se a responder sem parar de andar. — Ele anda esquisito, diria que até suspeito de uns tempos para cá. Mas não pretendo confrontá-lo sobre isso. Não ainda pelo menos.

— Vamos deixá-lo em paz. Ele ainda deve estar irritado com Deidara, é melhor evitar conflitos, ainda mais agora que sabemos que a herdeira dos Hyuuga deve estar no mundo dos humanos.

— É — concordou ele e pararam em frente a uma enorme construção de pedra.

Yahiko colocou a mão na porta e a empurrou com facilidade, para em seguida dar espaço para que Konan passasse na sua frente. Seguiram pelo corredor estreito e escuro que os levavam para um caminho subterrâneo, e logo alcançaram uma outra porta, que dava em uma sala redonda e mal iluminada.

— Achei que vocês nunca mais viriam! — Deidara reclamou assim que os dois colocaram os pés no cômodo.

— Estão atrasados, porra — Kakuzu fez questão de mencionar.

— Já estamos aqui, não há necessidade de fazer mais comentários sobre isso — Yahiko deu por fim nas reclamações e sentou-se na maior cadeira da mesa redonda, Konan sentou próxima e ele e encarou a cadeira vazia do outro lado, que pertencia a Nagato. — Vamos começar.

— Onde está o Nagato? — Zetsu perguntou em um tom ácido. — Só eu tive que vir da puta que pariu pra essa merda, enquanto ele, que é líder e deveria estar aqui, fica zanzando por aí?

— Também queria saber porque esse merdinha não tá aqui — Deidara sibilou com um sorriso zombeteiro.

— Devo lembrar aos senhores, que não estamos aqui para brincar — Konan tomou a palavra, seus olhos âmbar se transformaram em fogo e brilhavam. O seu cabelo, que estava longo demais, voava ao seu redor em um aviso muito pertinente do que aconteceria se alguém desse mais alguma palavra. Ela lambeu os beiços e abriu a boca.

— Ah, de novo não, não grite, já entendemos. — Zetsu se apressou em dizer. O grito de uma banshee era estridente, e da última vez que tinham a irritado, ficou sem escutar direito por mais de duas semanas por conta dos seus tímpanos estourados.

Sakura, que estivera em silêncio até aquele momento, foi a primeira a falar depois de todos se calarem.

— Eu andei dando uma olhada em entradas nos hospitais próximos, para saber se Hinata foi achada por alguém, mas não há nada. Pelo visto, ela não foi idiota o suficiente para se meter em acidentes.

— A vampirinha ainda deve estar por perto, não pode ter ido tão longe — Sasori murmurou e revirou os olhos. — Você não pode fazer só um desses seus feitiços de localização e descobrir onde ela está? Nos pouparia trabalho e tempo.

— Não posso — a Haruno respondeu e emendou em seguida: — A não ser que algum de vocês tenha um objeto pessoal, aí a história muda.

— Como Kakuzu disse, ela não deve estar muito longe — Yahiko tomou a palavra. — Podemos achá-la rápido, soube que Kisame e Hidan foram convocados para um trabalho, tenho certeza que foi para Hyuuga Hiashi. Podemos seguir o rastro deles e logo conseguiremos encontrá-la.

Sakura fez uma careta, que foi acompanhada de uma gargalhada estrondosa de Sasori.

— Parece que você vai ter que mexer nos restos de Hidan, meu amor — debochou.

— Sakura, você pode fazer o feitiço para acharmos Hidan ainda hoje? É importante começar tudo isso o mais rápido possível — Yahiko perguntou, os olhos castanhos presos na feiticeira.

— Claro, só vai levar um tempo, algumas horas — informou com desagrado, mexer com os restos mortais de Hidan não era uma das suas coisas favoritas de se fazer. Mas não era como se tivesse escolha.

— Vamos nos separar em duplas assim que o feitiço estiver pronto — Konan determinou, séria. — É para sermos discretos, não quero bagunça no mundo humano. Me entenderam? — Diante do silêncio, ela insistiu, sendo mais incisiva com duas pessoas em específico: — Entenderam Deidara e Kakuzu?

— Que merda! Por que você pega tanto no meu pé, droga! — Deidara resmungou e cruzou os braços sobre o peito magro. — Eu entendi essa porra.

Kakuzu apenas deu de ombros, não poderia prometer nada, já que poucas coisas o divertiam mais do que brincar com humanos e torturá-los.

— Nos reunimos daqui umas horas quando o feitiço estiver pronto. — Yahiko levantou da cadeira, dando a reunião por encerrada.

Os passos leves de Hanabi e o seu curioso dom de esconder sua presença, faziam com que fosse muito fácil para ela vagar por aí sem que fosse notada. Com Neji fora e seu pai distante e preocupado demais com o paradeiro de Hinata, não havia mais do que poucos criados para tentarem mantê-la presa a cama na falha tentativa de que ela descansasse.

Tolos, ela não precisava mais descansar. Já tinha ficado muitas décadas repousando, se rendendo a imagem febril e frágil de algo que ela nunca deveria ser. Ainda era uma vampira Hyuuga, com um dos sangues mais poderosos de toda a história dos vampiros.

Não foi problema para ela deixar a mansão fria que era sua casa e rumar pela floresta calmamente. O sol em sua pele trazia uma sensação reconfortante, algo que tinha se tornado difícil ao longo dos anos em que tinha ficado presa a cama, enferma demais para aproveitar dos seus dons. Chegou à caverna escondida, onde tinha o costume de se encontrar com Ino, minutos depois.

Ela manteve os olhos perolados na entrada depois de se esconder nas sombras do lugar escuro, enquanto aguardava. Demorou um tempo até que um corvo voasse para dentro e pousasse em uma pedra ao seu lado.

— Você veio no final das contas — Hanabi murmurou, sentada no chão.

— Eu disse que viria. — A voz esganiçada saiu do corvo, que tinha os olhos brilhando em âmbar. — Temos um acordo, pretendo cumpri-lo.

— Claro. O que você tem de interessante para mim? — a vampira quis saber, enquanto observava cuidadosamente o animal próximo a si.

— Eles fizeram o primeiro movimento, vão pegar o rastro dos irmãos rastreadores. Não vai demorar até que achem Hinata — informou.

— Droga! Tão rápido? — Levantou-se da pedra e começou a andar de um lado para o outro, enquanto a mente trabalhava.

— Fiz o que pude, Hanabi, duas semanas foi tudo que eu consegui, não há mais como adiar o inevitável. Todos estão cada vez mais ansiosos com a ideia de finalmente poder trazer Uchiha Madara de volta. — Silêncio. — Já esperamos tempo demais, não há mais o que fazer. Se você não der um jeito de apagar o rastro de Hinata completamente, eventualmente eles vão achá-la.

— Merda! — praguejou. — Merda, merda, merda! Tenho que avisar Ino!

— Faça isso, eu tenho que ir, não vai demorar para que sintam minha falta. Sakura já está fazendo o feitiço de rastreamento, deve ficar pronto em algumas horas.

— Muito obrigada, Konan — Hanabi agradeceu de forma sincera. — Você está sendo de grande ajuda. Não se preocupe, irei recompensar por todos os riscos que você está correndo.

— Sei que vai — afirmou. — Adeus, Hanabi.

— Adeus, Konan.

A vampira observou o corvo voar para longe e pensou. O tempo estava contra ela, precisava avisar Ino o quanto antes. Enquanto a feiticeira conseguisse despistar os irmãos rastreadores, Hinata continuaria segura. Mas precisava fazer com que sua irmã fosse para mais longe, dar um jeito de apagar o seu rastro completamente. Só que como poderia fazer isso? Precisava pensar.

Foi com isso em mente, que rumou em direção a mansão da Yamanaka.

Depois de uma noite agitada ao lado de Hinata em um parque de diversões, ao chegar em casa, Sasuke apenas capotou como um saco de batatas sendo atirado em um caminhão. Ele nunca admitira em voz alta, talvez nem para si mesmo, que apesar da fixação da sanguessuga com trambolhos altos, tinha se divertido um pouco.

Durante quase sua vida inteira tinha sido focado em estudar, depois em trabalhar, ele não era do tipo que saia muito, sempre preferiu ficar em casa. Quando sua mãe estava viva, ele gostava de passar o tempo com ela e eles assistiam filmes antigos e conversavam sobre o que acontecia nos livros que liam. Tinham um clube de livro só dos dois, era divertido e ele realmente gostava. Amava sua mãe mais do que qualquer coisa, a ponto de sempre respeitar suas vontades e ouvir seus conselhos sábios.

Só teve uma vez em que ele quis saber mais sobre suas origens e perguntou sobre o pai — desconhecido — e Mikoto pediu para que não falassem disso, dando o assunto como encerrado ao dizer que ele estava morto. Sasuke nunca soube se isso era de forma literal ou morto para ela, e também nunca mais perguntou. Nunca tinha precisado de uma figura paterna e também não sentiu falta disso.

Ele conheceu Naruto, porque Jiraya era um grande amigo da sua mãe, então, ele constantemente recebia a visita do velho em sua casa, e em muitas dessas ocasiões, Naruto vinha junto, o que acabou fazendo com que eles se tornassem amigos eventualmente. Junto com o pacote, veio Karin, a irmã dele, que Sasuke bem sabia que ela gostava de si. Eles saíram algumas vezes antes, mas ele não era insensível o suficiente para alimentar algo que soube logo que não teria futuro.

Era difícil para ele se conectar com as pessoas, principalmente romanticamente. E não era por falta de tentativa, o Uchiha teve uma das suas épocas de "farra" — incentivado por Mikoto —, em que tentou conhecer garotas e rapazes e ver qual era essa de se apaixonar por alguém. No que ele falhou miseravelmente, já que as pessoas queriam dele mais do que ele podia ou conseguia dar.

Então, ele não podia deixar de achar estranho e ao mesmo tempo engraçado, como se dava tão bem com a sanguessuga. Hinata não tentava invadir o seu espaço pessoal e costumava respeitar suas decisões, e ele admitia que admirava a curiosidade nos olhos perolados, a ânsia de saber mais do mundo. Gostava do seu bom humor e como ela não tinha medo de brincar com ele sobre suas próprias desgraças, e ele se sentia à vontade para fazer o mesmo.

Os dias foram passando e ele se via cada vez mais próximo dela de um jeito estranho e que ele não sentia vontade de voltar atrás. Parecia tão certo. Ela era sua amiga e ele gostava de estar com ela. De sentar no sofá depois de um dia de trabalho e conversar sobre o dia tedioso dela ou de ficar em silêncio enquanto assistiam desenho animado infantil, do qual ela gostava tanto. Hinata morria de rir assistindo Tom&Jerry, tão clichê, e ele se juntava a ela.

Também tinha vezes que eles cozinhavam juntos, e ele não podia deixar de ficar impressionado de como ela aprendia as coisas tão rápido. Sasuke não podia se chamar de um mestre-cuca ou algo do gênero, mas por conta de Mikoto, ele não era medíocre cozinhando. Não faltava mantimentos na sua casa, só que com a chegada de Hinata e todo o seu processo de aprendizagem, as compras tinham mais do que dobrado e ela já estava muito melhor do que ele cozinhando. O Uchiha apreciava bastante esses pequenos momentos, porque fazia com que sentisse que sua casa era um lar novamente, e não só uma construção de cimento e pedra. A sanguessuga tinha trago tantas coisas novas pra sua vida, um brilho, que era até engraçado quando se lembrava que tudo havia começado porque ele a atropelou em um dia chuvoso.

Apesar de inúmeras coisas boas, tinha um detalhe em específico que realmente o preocupava: de vez em quando Hinata tinha pesadelos. E a cada dia que passava, eles pareciam só piorar. Ainda não tinha amanhecido quando os gritos dela começaram, Sasuke acordou meio desnorteado e andou até a porta da frente, que era onde ficava o quarto que Hinata estava dormindo. Sem muito cuidado, apenas entrou e encontrou a Hyuuga se contorcendo na cama de casal como se estivesse em profunda agonia.

— Hinata, acorda, é só um pesadelo. — Apoiou uma mão no ombro dela e a sacudiu de leve para que despertasse, como costumava fazer.

— Dói... Dói — ela balbuciou ofegante, ainda no meio do pesadelo. — Chega, chega.

Quando as lágrimas começaram a escorrer de leve pelo seu rosto, o Uchiha soube que era o momento para acordá-la a qualquer custo. Em vez de sacudi-la com mais força, optou por segurar o rosto dela entre suas mãos e acariciar as bochechas úmidas com os polegares, da forma mais gentil que conseguia. Ele já tinha subido na cama e o rosto estava próximo dela também, conseguia sentir um odor diferente nela, que nada tinha a ver com o cheiro adocicado que ela possuía naturalmente.

— Hinata — Sasuke chamou mais alto e ela acordou no mesmo instante, os olhos nublados de lágrimas e confusão. A vampira se agarrou a ele, fungando.

Suspirando, ele se levantou da cama, trazendo-a junto consigo em seu colo e a carregou até o próprio quarto. Deixou Hinata na cama e espiou a hora no relógio digital, que marcava 4h. A vampira tremia e balbuciava algo que ele não conseguia compreender, e Sasuke tentou não se atentar muito a isso, porque o mais importante no momento era acalmá-la e fazê-la se sentir segura outra vez.

Sasuke sabia do perigo que era deixar Hinata se infiltrar tão profundamente na sua vida, entretanto, parecia ser algo que ele não tinha mais nenhum controle. Levá-la ali, para a sua cama, era somente mais uma consequência do relacionamento que eles tinham construído.

Deitou-se ao lado dela e a cobriu com o edredom, ela poderia até não sentir tanto frio quanto um humano, mas ainda ventava muito lá fora e o aquecedor não estava no máximo. Chegou até sentir-se tolo por ter essas preocupações tão mundanas, quando era óbvio que os tremores dela não eram de frio.

Foi estranho como ele parecia saber exatamente o que fazer. A forma que entrelaçou os dedos aos dela com uma mão, e com a outra, tirou os fios soltos do rosto dela e acariciou a bochecha rechonchuda e corada.

— Você está bem, está segura, está comigo — Sasuke disse, em voz baixa, só porque sabia que Hinata conseguiria ouvi-lo de qualquer forma.

Hinata balançou a cabeça em concordância, fungando, e fechou os olhos. Respirou fundo várias vezes, a calma voltando para o seu corpo ao sentir o toque tão gentil de Sasuke em sua pele. A forma que o polegar dele fazia círculos em sua bochecha e na sua mão, enquanto repetia "estou aqui, você está segura, estamos seguros". Apesar de não acreditar em nada disso, a voz dele era o suficiente para que esquecesse por um momento de outra realidade que os aguardava.

— Tem algo errado comigo, Sasuke — Hinata falou depois de mais alguns minutos em silêncio. Os tremores tinham ido embora e ele terminou de enxugar o último resquício de lágrimas em seu rosto. — Esses pesadelos... Não são normais. Eu sinto como se fossem um aviso.

— Antes disso tudo, você também tinha esses pesadelos? — ele quis saber, principalmente porque acreditava que ela não falava isso só por estar assustada.

— Pra ser sincera, não — respondeu. — Quase sempre meu sono era acompanhado do desejo de liberdade. E os sonhos passaram a se tornar... Outra coisa só um pouco antes de eu fugir de casa.

— Outra coisa? — quis saber, curioso.

— Sim, quero dizer — Hinata hesitou, mas logo se sentiu tola por isso, porque era apenas Sasuke, não tinha nada a temer ao se abrir com ele —, eu sonhava com estar aqui fora, e à medida que essa vontade foi crescendo e fui acrescentando mais detalhes por conta dos livros que eu lia escondido, a forma desses sonhos mudaram. As cores sumiram e eu sempre acabava em um lugar totalmente escuro, em que meus sentidos não funcionavam do jeito que deveriam. E... Essa voz — Engoliu em seco — apareceu do nada também. Essa pessoa começou a me incentivar a fugir, a dizer que eu iria morrer se eu ficasse.

— Você acha que esses pesadelos são, na verdade, alguém tentando te avisar de algo? — Hinata assentiu de leve com a cabeça, os olhos claros fixos em Sasuke. — Mas você não se lembra do que acontece neles.

— É como se algo estivesse... — Tentou encontrar as palavras certas. — Me bloqueando. Algo muito ruim acontece, só consigo lembrar do sangue, e do cheiro. Parece que eu estou em outro lugar.

— Entendi — ele falou, por fim.

A verdade era que ele entendia pouquíssimo do mundo dela para dar qualquer palpite sobre o que tudo isso poderia significar. Por isso, no fim das contas, quando o silêncio voltou a cair sobre eles, Sasuke não disse nada quando Hinata se aproximou um pouco mais e procurou conforto nos seus braços, aconchegando-se no calor tão humano do seu corpo. Em vez disso ele a recebeu de boa vontade, abraçando-a e sentindo o coração menos inquieto ao vê-la adormecer outra vez.

Alguns dias mais tarde, notou como já não tinha nojo quando ela tomava as bolsas de sangue aquecidas com tanto gosto e felicidade. Hinata tinha chegado a comentar com ele, que odiava se sentir um animal. Ele bem sabia que isso deveria ter a ver com aqueles rituais esquisitos que davam tesão. Perguntava-se se ela sentia falta desse tipo de coisa.

— Me alimentar assim é diferente do que eu estou acostumada, mas eu gosto — Hinata confessara. Diante do olhar inquisitório dele, tinha continuado: — É bom sentir que eu estou no controle de algo pela primeira vez na minha vida. Que não vou simplesmente deixar o instinto tomar conta de mim e eu esquecer que posso simplesmente matar alguém.

Ele se lembrou da primeira — e última — vez em que ela se alimentara dele. Naquela ocasião, Hinata era uma verdadeira predadora, até a energia ao redor dela tinha mudado; ainda conseguia se lembrar disso com perfeição, quase como se tivesse acontecido um dia atrás, e não há um mês e meio.

— Não sente falta de ser uma predadora?

As bochechas dela ficaram vermelhas e Sasuke se perguntou se o tom da sua pergunta saíra errado e, por acaso, ela ter pensado algo diferente do que ele estava realmente perguntando.

— Nã-não — gaguejou, envergonhada. — A sensação... Sei que é boa pra pessoa também, mas não quero mais forçar ninguém a servir de alimento pra mim.

Hinata também contou sobre seu primo e sua irmã, chamados Neji e Hanabi. Ele podia ver o carinho e amor que ela tinha por eles toda vez que abria a boca para comentar "tenho certeza que Hanabi ia adorar isso aqui" ou "Neji-nii-san me mataria se soubesse que estou fazendo isso aqui".

— Minha irmã mais nova ela nasceu diferente. Desde pequena ela é meio frágil, fica doente com frequência. — contara. —Nós, vampiros, não costumamos ficar doentes.

— Vai me dizer que não há nada como IST entre vocês, considerando que vocês são máquinas de hemodiálise vivas?

A vampira tinha lido e sabia o que IST significava — Infecções Sexualmente Transmissíveis —, e ela ignorou a acidez na voz dele antes de responder com calma:

— Nosso organismo combate as doenças que vocês humanos costumam ter. Mas temos algumas doenças específicas da nossa espécie, só é muito difícil contrai-las.

— E sua irmã mais nova...

— Hanabi — Hinata completou. — Não sabemos o que ela tem, mas ela fica fraca com frequência, com febre e precisa ficar na cama.

— Achava que a medicina de vocês seria avançada pra tratar esse tipo de coisa. Esses sintomas que você disse pode ser muitas coisas diferentes, existe algo como anemia falciforme na lista de doenças de vocês?

Ela mordeu o lábio inferior, pensativa. Sasuke possuía muitos livros de Medicina em casa, e em algum ponto, ela tinha lido pelo menos metade deles também. Isso significava que tinha obtido conhecimento o suficiente para entender sobre o que ele falava.

— No caso do meu clã, que vive totalmente separado da civilização humana, a nossa medicina funciona de um jeito diferente — a vampira explicou. — Você pode ser o melhor médico do mundo dos humanos, mas não conseguiria tratar uma ferida que foi feita através de feitiçaria. Não é a mesma coisa. Massss.... — Um sorriso apareceu nos lábios dela e alcançou os seus olhos bonitos. Sasuke também teve vontade de sorrir. — Se um dos nossos médicos tratasse um humano, a recuperação seria mais eficiente e rápida, por conta do acesso a magia que vocês, humanos, não possuem.

— Então agora você está se gabando? — ele brincou, fingindo um tom ofendido.

— Você que começou — ela sussurrou no mesmo tom, rindo baixo. Parou de rir de repente ao se lembrar de Hanabi. — Eu espero que Hanabi esteja bem, ela estava no meio de uma de suas crises quando eu fugi. Mas sabe, ela sempre foi muito teimosa, diferente de mim que só aceitava tudo que era exigido da minha parte. — Deu uma pausa e encarou Sasuke, o sorriso tinha voltado, embora fosse um pouco triste. — Hana se recusava a aceitar as regras do nosso clã. Constantemente ela brigava com o nosso pai. Mas acho que pra ele, ela sempre foi o seu ponto mais vulnerável, porque era a única pessoa que conseguia retrucar sem sofrer consequências.

— Você é teimosa também, você está aqui — Sasuke disse, na tentativa de afastar a tristeza dos olhos dela. — Também se recusou a aceitar as regras estúpidas do seu clã idiota.

— Ainda me pergunto se isso foi o certo — Hinata confessou, mordiscando a parte interior da bochecha.

— Se arrependeu? — ele perguntou e atraiu a atenção dela, completamente para si. Antes que a vampira respondesse, ele acrescentou: — Se sim, não deveria. Quem merece aquele destino de merda que estava te esperando? É melhor morrer livre do que viver aprisionado. Se você tivesse ficado lá, jamais teria andado em uma montanha-russa, feito maratona de Tom&Jerry, As meninas super-poderosas, e outros desses desenhos que você gosta de assistir. Ido à uma boate mística e esquisita. O que mais de diferente que você fez?

— Fui atropelada — ela acrescentou.

Uau — ele resmungou, debochado. — Uma experiência única na vida.

— Sim, com certeza. Também tive uma arma apontada pra mim pela primeira vez — ela brincou em voz baixa e viu Sasuke semicerrar os olhos.

— Não me faça dar a volta nessa bancada e ir até você! — Sasuke ameaçou, largando seu jantar pela metade em cima da bancada.

Culpada. — Hinata levantou as duas mãos e o viu revirar os olhos dramaticamente. O que arrancou uma risada mais alta dela e o fez bufar e voltar a comer. — Acho que você está certo no final das contas.

Era muito assustador perceber que ele se importava com a sanguessuga muito mais do que deveria.

Parou de pensar nisso tudo ao estacionar o carro na garagem de casa. Com certeza Hinata já estaria o esperando, ele tinha prometido que iam assistir um filme de vampiros naquela noite, e ela estava tão empolgada para ver como eles eram retratados no mundo humano. Ele até chegou a rir da sua animação, mas não a culpava.

Ele pegou a mochila no banco de trás do carro, pronto para sair, até que se lembrou de algo.

— Puta que pariu, eu esqueci as bolsas de sangue em cima do caralho da minha mesa! — praguejou com raiva.

O Uchiha ponderou suas opções, ele podia voltar para buscar, mas isso demoraria mais de uma hora e ele estava tão cansado, não queria pegar a estrada novamente. Só que Hinata estava bem perto do limite, com certeza ela estava faminta, sabia disso, porque toda vez que ela sentia muita sede, começava a manter uma distância segura dele — o que Sasuke até acharia engraçado, se não se lembrasse do primeiro e único incidente assim que se conheceram. Ele poderia chamar Naruto, a bolsa de sangue humana — quem raios tinha tesão em servir de alimento pra alguém? Por Deus! —, só que aí ele se lembrou de como encontrou os dois no dia da boate. A ideia não o agradava muito, pensar que os dois se agarrariam em sua casa dava um sentimento de repulsa desconhecido.

"Que merda!", pensou, com raiva, pegando suas coisas e indo em passos pesados até a casa.

Abriu a porta com mais força do que deveria, o que chamou a atenção de Hinata que estava sentada no sofá, e levantou os olhos para ele.

— Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou, a cabeça tombada para o lado a deixava adorável, quase inocente até.

Ele pensou o que responder: olha, eu esqueci seu lanchinho, então pra você não ficar com fome, eu vou ser o seu lanchinho essa noite, ok?

— Não é nada. Você está com fome?

A vampira desviou os olhos para o próprio colo e fez um biquinho, o sangue subiu para suas bochechas antes que ela admitisse em voz baixa:

— Sim.

— Eu esqueci da sua comida — informou, impaciente, embora seus olhos se desculpassem só um pouquinho.

— Ah... — Hinata suspirou, parecendo decepcionada. — Tudo bem, eu...

— Não — Sasuke interrompeu. — Nós vamos dar um jeito... — Engoliu em seco. — Você pode tomar o meu sangue.

Ela abriu a boca em um "o" de surpresa e não soube o que dizer. A primeira coisa que pensou é que isso não era uma boa ideia, já que sabia da aversão de Sasuke a esse tipo de prática. E embora ela estivesse se saindo bem em se controlar, desde que começou a se alimentar de bolsas de sangue, ainda não tinha feito isso com uma pessoa. Não sabia se conseguiria se alimentar sem partir pros "hábitos inapropriados".

— Eu não sei se isso é uma boa ideia — colocou os seus pensamentos em voz alta. — Sasuke, eu...

— Vamos só fazer isso rápido. — Largou as coisas no chão e se aproximou do sofá. — Ainda temos que assistir o filme hoje, então... Vamos acabar com isso.

Hinata mordeu o lábio inferior, incerta. Mas acabou assentindo no final das contas. Observou Sasuke, cuidadosamente, enquanto ele terminava com a distância entre eles e sentava no sofá, ao seu lado. Ele parecia tão tenso quanto ela; desapertou a gravata e tirou-a, para depois abrir os botões da camisa social e tirá-la também. Não sabia se era para tanto, mas não queria arriscar sujar de sangue uma das suas blusas favoritas. Ele ficou ali, parado, os lábios apertados em uma linha reta, e respirou fundo.

— Isso é estranho — Hinata murmurou, as pernas estavam cruzadas em forma de borboleta em cima do sofá, e ela estava com as mãos presas entre as coxas, mirando-o com receio.

— É melhor você só vir antes que eu desista, sanguessuga — ele devolveu, os olhos fechados.

Ela riu um pouco por causa do apelido, o que serviu para dispersar um pouco a tensão, e então assentiu e se aproximou ainda mais dele. Agradeceu por ele estar com os olhos fechados, quem sabe assim a situação não ficaria vergonhosa. Ficou perto o suficiente para sentir a respiração quente e acelerada de Sasuke e se inclinou para o pescoço dele, passando um braço pelos ombros largos e encostando parte dos seios em seu braço. Inclinou-se na direção de Sasuke e fechou os olhos ao sentir o cheiro do sangue dele pulsando em suas veias.

Teve que se conter para não soltar o som parecido a de um ronronado e lambeu a veia dele no pescoço, antes de enfiar as presas com cuidado e começar a sugar o sangue. Seus olhos perolados se transformaram em vermelho do mais puro rubro, o líquido quente preencheu seus lábios e ela gemeu. Nada se comparava àquilo; a sensação de sangue fresco e quente descendo por sua garganta era totalmente diferente de bolsas aquecidas.

Sasuke teve um vislumbre do motivo por qual aquilo era uma má ideia. A sensação de ser enfeitiçado o atingiu com força e ele sentiu o corpo dormente e o calor se espalhar até a ponta dos dedos, e depois se concentrar em seu membro, que já começava a ficar rígido só por ela estar o sugando. Não doía, era gostoso a sensação dos lábios dela no seu pescoço.

Não demorou muito para que Hinata também fosse tomada por todas as sensações que se alimentar implicava. Logo, ela estava debruçada sobre ele, lambendo o pescoço e sugando, com cuidado. Sasuke a trouxe para cima do seu colo e prendeu as mãos nos quadris redondos, enquanto ela forçava-se contra ele, sentindo a ereção pressionar sua intimidade através da bermuda fina.

Ele soltou uma espécie de grunhido, à medida que ela rebolava, excitada, sem parar de beber o saboroso sangue de Sasuke. Os seios fartos estavam pressionados sua pele nua, os braços ao seu redor de forma faminta, eles se separaram por um instante, os lábios vermelhos da vampira estavam separados, os olhos ainda brilhavam, rubros, quando Sasuke puxou o rosto dela para um beijo desejoso.

O controle tinha desaparecido e ele não pretendia recuperá-lo.

Chegamos aos finalmentes, depois de tanta enrolação. (ou quase isso).

São 04:28 da manhã e eu tô MORTA de sono, vamos debater alguma teoria aí nos comentários? ♥ Beijo, amo vocês, té semana que vem! ^3^

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