☪ 02 | Presságio
Olá, amores, aqui estou eu com mais um capítulo de DARK PARADISE. Era pra ser terça-feira, mas eu sou LOUCA e simplesmente me deu um branco grotesco e eu não conseguia mais me lembrar que dia que eu precisava atualizar, KKKKKKKKKKKKKK, vou voltar a fazer o cronograma pra isso não acontecer mais. Mil desculpas. ♡
Preciso dizer que eu estou muuuuuito feliz com o fato dessa história estar recebendo mais atenção do que a primeira vez que eu postei. Nunca escondi de ninguém que DP é, sem dúvidas, uma das minhas fanfics favoritas de escrever, mais do que as minhas mais famosas (HINP, Em minhas veias), então ver vocês dando uma chance realmente me deixa toda besta. Obrigada, de todo o meu coração. ♡
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BOA LEITURA. ♡
A fragilidade excessiva era uma característica desprezada dentro do mundo dos vampiros. A incapacidade de um ser de cuidar de si mesmo, significava o mesmo que fraqueza. E essa era uma palavra que não deveria existir no dicionário da espécie que precisava ser temida e respeitada.
A sociedade dos vampiros era tão cruel ou pior quanto a sociedade dos humanos. Os ideais da minoria eram desprezados e eles eram oprimidos pela supremacia dos mais poderosos. Com um modo de viver basicamente patriarcal, as vampiras que faziam parte de clãs nobres ou apenas de famílias tradicionais, não tinham voz — não era muito diferente do modelo humano —, então o que restava era respeitar e obedecer às ordens dos vampiros homens e mais velhos.
Havia todo um discurso ensaiado do porquê as coisas serem daquela maneira, algo tão longo e monótono que nem valia a pena ouvir. Os vampiros livres não ligavam muito para o que a nobreza dizia, eles já estavam acostumados a viver da sua própria maneira e nenhuma dessas imposições faziam diferença no modo que viviam.
E mesmo em um mundo onde os fracos eram subjugados, o líder do Clã Hyuuga teve seu frio coração tocado o suficiente para que não entregasse sua pequena filha aos leões.
Hyuuga Hanabi tinha nascido uma coisinha frágil, que mal poderia ter sido considerada um ser. Ele nem sabia como ela não tinha morrido no parto. Nascera com os olhos leitosos do clã Hyuuga, o que não deixava nenhuma dúvida de que ela realmente fazia parte de uma das linhagens mais poderosas da espécie. O que, ironicamente, não condizia em nada com sua condição.
Hanabi era uma fraqueza que não deveria existir. Uma fraqueza que Hiashi fazia questão de esconder da sociedade. Amor e honra deveriam andar juntos, mas isso não se aplicava a ele.
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Os passos dela eram praticamente imperceptíveis ao longo do corredor escuro. Até vampiros rastreadores, com os sentidos altamente apurados, teriam dificuldades em detectá-la. Hanabi continuou atravessando o corredor escuro, até parar em frente a porta que dava para o quarto da irmã, Hinata.
A mão pequena foi de encontro a maçaneta gelada da porta e girou-a em silêncio até que abrisse. Fechou assim que entrou no cômodo. O ambiente totalmente abraçado pela escuridão não era um problema para si, ela conseguia enxergar com perfeição tudo em sua volta.
Cruzou o caminho até a cama de Hinata; ela estava completamente adormecida. Pelo modo como suas bochechas ainda estavam vermelhas e úmidas, havia chorado até dormir. Era um milagre que Neji não estivesse ali com ela, Hanabi perguntou-se o motivo, entretanto, não ficou muito tempo com isso na cabeça. Com demasiado cuidado, subiu na cama e ajeitou-se ao lado da irmã.
Elas nunca podiam passar muito tempo juntas. Como filha mais velha, era cheia de obrigações e quase não havia um momento em que não estava ocupada. Entendia bem que não tinha jeito de evitar nenhuma dessas coisas, mas ao mesmo tempo, queria que Hinata tivesse um pouco mais de tempo para dedicar a ela. O laço entre as duas que uma vez fora estreito, a cada segundo que passava, se tornava mais folgado... Distante.
Tudo que Hanabi queria era alguém com quem pudesse compartilhar suas coisas. Mas por um acaso, ou o destino, não saberia dizer, ela estava completamente sozinha.
Aproximou-se ainda mais, até que seus pequenos braços estivessem em volta da cintura da mais velha — que não acordou ou se mexeu por nenhum instante — e com uma das mãos, acariciou o rosto tão perfeito quanto a de uma boneca de porcelana. Fez aquilo por alguns segundos e acrescentou em um sussurro severo:
— Nee-chan, você vai morrer.
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Todos os dias, no mesmo horário, Neji ia conferir a situação das barreiras junto a outro grupo de vampiros e outras criaturas — como bruxas, metamorfos e lobisomens. As barreiras eram essenciais para que o segredo sobre eles continuasse dessa forma — secreto —, assim como para garantir a segurança.
Não era tão incomum que grandes clãs fossem atacados por outros grupos de criaturas, a fim de pilhar os diversos tipos de riquezas, ou até mesmo atos mais vulgares e brutais, como sequestrar suas fêmeas e violá-las e matá-las. A barreira mágica tinha um princípio muito simples: os que possuíam a marca, também feita com magia, poderiam passar pelas áreas cercadas sem problema algum; enquanto os que não possuíam e tentassem ultrapassar, eram automaticamente considerados intrusos e, na maioria das vezes, exterminados.
O Hyuuga iria apreciar muito mais a tarefa de manter sua família segura, se não fosse por um detalhe, ou melhor, uma pessoa: Yamanako Ino. Apesar de ser uma bruxa poderosa, tinha o defeito horrível de não parar de falar por um minuto sequer. E se tinha uma coisa que Neji odiava, era falatórios insignificantes, ainda mais sobre coisas que não lhe interessavam.
— Você quer, por favor, fazer o favor de calar a boca? — ele sibilou, sério, enquanto andava. — Eu não aguento mais ouvir sua voz.
— Você quer, por favor, fazer o favor de parar de ser tão chato? — Ino replicou no mesmo tom, um sorriso desdenhoso dançava por seus lábios pintados de vermelho. Neji revirou os olhos e continuou o seu caminho, tentando ignorá-la. — É sério. Todos os dias nós fazemos isso, você deveria relaxar.
— E você deveria levar seu trabalho mais a sério — replicou, mal-humorado. — A responsável pela magia da barreira é você, se algo acontecer, a culpa será s...
— Minha? — interrompeu e deu uma risada. — Em cinquenta anos isso nunca aconteceu, então não é agora que devo me preocupar. Para dizer a verdade, faz mais ou menos isso que você fica com essa carranca. Por acaso você congelou assim? — provocou.
O vampiro bufou. Aquela mulher o tirava dos nervos completamente! Se ela não fosse tão importante para a segurança de todos eles, já teria pego a maldita pelo pescoço e depois quebrado em três partes diferentes.
— Me deixe em paz — murmurou, impaciente.
A floresta era densa e úmida. O tempo de chuva fazia com que as nuvens espessas cobrissem ainda mais aquela área, deixando-a com um aspecto muito mais sombrio do que já era. Os animais escondiam-se assustados, assim que viam o grupo, apenas alguns pássaros continuavam parados, observando-os de modo atento. Um corvo pousou em um galho alto de uma das árvores e crocitou.
— Neji-nii-san — Ino começou, apenas para irritá-lo —, como está Hinata?
— Por que você quer saber? — perguntou de volta, olhando-a pelo canto dos olhos. Não houve resposta. No começo achou que ela estava o ignorando, apenas para irritá-lo ainda mais, só que a expressão repentina de seriedade, fez com que tivesse certeza do contrário. Voltou a repetir com mais ênfase: — Por que você quer saber?
— Não posso? — limitou-se a responder, sem olhá-lo nos olhos. Deu de ombros; a alça do vestido negro escorregou por ali e ela pôs no lugar novamente. — Faz tempo que não a vejo, estava me perguntando como estaria.
A resposta não o convenceu. O Hyuuga observou se os outros realmente estavam alheios aos dois como pareciam, e quando confirmou, segurou Ino pelo cotovelo e a fez parar.
— O que você sabe sobre a Hinata-sama, bruxa?
Os olhos azuis se voltaram para ele, revoltados. Ela empinou o queixo de forma desafiadora e sibilou entredentes:
— Você está louco. Não é como se eu fosse roubá-la, você deveria se preocupar mais com Uchiha Itachi, do que comigo. — Ele franziu as sobrancelhas. — É melhor você se apressar, se não quiser perder sua querida prima para sempre.
— O que você sabe? — Ainda a segurava pelo cotovelo e apertou ainda mais o local. Ino trincou o maxilar, mas se recusou a soltar qualquer barulho.
— O que você quer dizer? — Arqueou as sobrancelhas perfeitas. — As notícias correm. Todos já sabem que a herdeira Hyuuga precisa escolher entre você e o grande Uchiha Itachi. Quem será que ela vai escolher? Estou apostando no Uchiha.
— Como você já sabe disso? — Acontecera na noite anterior!
— Me larga! — Ino puxou o cotovelo, desvencilhando-se dele. Distanciou-se alguns passos, Neji manteve os olhos incisivos nela, esperando por uma resposta; a qual teve dúvidas se viria. — Tenho meus meios. De qualquer modo, meu conselho é que você preste mais atenção no que está embaixo do seu nariz.
— Você não vai dizer sobre o que exatamente está falando, não é, bruxa? — perguntou. — Isso não se trata mais sobre quem Hinata-sama vai escolher. Você sabe alguma coisa.
— Está certo, vampiro. Não vou dizer. Há certas coisas que precisam continuar enterradas, é uma pena que nem todos ligam para isso.
O vampiro não teve tempo de exigir que ela explicasse com detalhes, porque assim que terminou, a bruxa se enfiou, rapidamente, entre os outros vampiros e feiticeiros, puxando conversa. Ele ainda ficou parado por alguns segundos ali, pensando sobre o que ela tinha falado.
Certas coisas precisam continuar enterradas? Que tipo de coisas?
Ao longe, o corvo crocitou novamente.
☪
— Você deveria descansar, imouto — Hinata disse baixinho.
— Descansei o dia inteiro. Estou bem — Hanabi respondeu, sem parar de pentear o cabelo da irmã. — Não se preocupe comigo.
Hinata balançou a cabeça, de forma relutante, concordando. Quando acordara, surpreendeu-se com a presença de Hanabi em sua cama, fazia tempo que a irmã não fazia esse tipo de coisa. Apesar da aparência, a pequena Hyuuga não era mais uma criança; os outros não pareciam saber disso. E foi exatamente por esse motivo, que ficara surpresa. Perguntou-se o que teria acontecido com ela, talvez sentisse sua falta?
— Tudo bem. Se você diz, acredito em você, imouto. — Sentiu-a deslizar a escova pelo seu cabelo outra vez, desembaraçando o restante dos nós que haviam se formado enquanto dormia. — Você não vai me perguntar sobre o casamento? — perguntou, já que a irmã ficou em completo silêncio.
— Deveria? — Hinata mordeu o lábio inferior. — Imagino que deva ser difícil para você, nee-chan.
— Sim — concordou, mirando um ponto qualquer no quarto. — Para dizer a verdade... — hesitou. Não era o tipo de coisa que deveria dizer em voz alta.
— Para dizer a verdade...? — incentivou.
— Eu... Eu não queria me casar — finalmente admitiu e virou-se na cadeira, para poder encarar Hanabi. — Gosto do Itachi-sama, e também do Neji-nii-san, mas...
— Você não ama nenhum deles — Hanabi interrompeu, direta como sempre.
Outra vez, a Hyuuga balançou a cabeça, envergonhada. Atentou-se a sua volta, para ver se não havia nenhum empregado por perto, para que ninguém ouvisse o que diria a seguir. Só quando teve certeza, voltou a dizer:
— Ontem, eu pude ver livros bem de perto. O cheiro deles todos juntos, é muito melhor do que apenas de um! — Uma pausa. Hanabi não pareceu tão surpresa, incentivou-a a continuar com um gesto. — É incrível, imouto! O mundo lá fora... Eu queria ver. Deve ser muito diferente daqui.
A Hyuuga mais nova fixou os olhos leitosos na irmã, seriamente, e em um tom conciso, murmurou:
— Então vá. Se você quer tanto isso, nee-chan, então fuja.
— Hanabi! — Hinata exclamou, sobressaltada. Chegou a levantar do pequeno assento, surpresa. — Cuidado com o que você diz! Se papai escutar...
— Ele não está em casa e não há ninguém. Não seja medrosa, nee-chan — resmungou, fazendo um biquinho. — Se você não quer casar, simplesmente não case.
— Não é tão fácil assim — reclamou baixinho, os dedos apertando nervosamente a manga do vestido que usava naquela noite. — Não é como se eu pudesse decidir.
— Fuja, então — sugeriu com muita simplicidade.
— Como eu poderia...? — Balançou a cabeça negativamente ao se pegar imaginando a hipótese. — Não fale besteiras!
— Covarde. — Hanabi largou a escova em cima da cama e andou na direção da saída do quarto em passos pesados, o que era anormal para ela. Antes de realmente sair, acrescentou: — Se você quer mudanças, nee-chan, precisa correr atrás delas. Não fica esperando que alguém vá te ajudar, isso não vai acontecer. Quem precisa fazer algo é você.
Atônita, Hinata não pôde se mexer. Apenas observou a irmã partir, aparentemente irritada. O que havia de errado com ela? Não saberia dizer. Neji abriu a porta segundos depois, um olhar curioso dominava sua face.
— O que houve com a Hanabi-sama? Está tudo bem?
— S-sim! Ela só se irritou — explicou e deixou dessa maneira. Não era muito boa em mentir, além disso, todos pareciam enxergar através dela. Ao notar a expressão no rosto dele, perguntou: — Está tudo bem? Parece preocupado.
Ele sorriu só um pouco, os lábios se curvando discretamente, sem mostrar os dentes.
— Desculpe preocupá-la. Não é nada. Apenas mais um dia de trabalho. — Andou até ela em passos rápidos e segurou as mãos delicadas entre as suas, apertando-as brevemente. — Perdão pela demora, não foi a minha intenção.
— Está tudo bem, o senhor não demorou tanto assim. Também pude aproveitar um tempo com minha irmã. — Neji assentiu, sabendo exatamente sobre o que ela falava. — Otou-san não está em casa, sabe aonde ele foi?
— Não sei dizer, Hinata-sama. Ele não disse nada para mim, ao menos... — Deixou no ar. — Não se preocupe com isso, tenho certeza que ele estará de volta mais rápido do que imagina — tentou tranquilizá-la.
Ela assentiu e sorriu, apesar de ainda estar um pouco preocupada, não podia deixar que isso afetasse o resto do seu dia. Desde que havia recebido um ultimato sobre com quem deveria se casar, não conseguia parar de pensar em uma forma de adiar ainda mais a decisão, mesmo sabendo que seria inútil.
— Neji-nii-san — chamou e abaixou o olhar para os pés. — O senhor dançaria comigo?
— Mas é claro, Hinata-sama. — Sorriu, os olhos fixos na figura aparentemente frágil que sua prima era. Andou até a antiga vitrola e colocou uma das músicas de Chopin e aproximou-se dela novamente, apenas para tomar uma das mãos delicadas entre as suas. — A senhorita gosta dessa música, não é?
— Sim — ela assentiu, posicionando-se como fora ensinada. Deixando a mão descansar no ombro dele, enquanto Neji a segurava no meio das costas, uma distância razoável entre eles. — É a minha favorita, me traz um sentimento de... Calma — confessou.
Depois disso, ficaram em silêncio. Moveram-se no ritmo da música pelo quarto dela, deliciando-se com as notas calmas e a melodia suave. A Hyuuga já tinha dançado aquilo tantas vezes, que seria impossível se esquecer do mínimo detalhe que fosse. Neji observou seu rosto sereno, notando que a música fazia com que ela se acalmasse. Poderia não saber tudo que rondava na cabeça dela, mas conhecia-a o suficiente para notar que estava perturbada.
Lembrou-se do que Ino dissera horas atrás, aquilo ainda martelava dentro de sua mente, insistindo. O seu bom senso dizia que deveria deixar para lá, poderia ser mais uma provocação daquela bruxa louca, porém, seu forte desejo de proteger Hinata fazia com que pensasse naquilo mais seriamente. Ela estaria se referindo ao Uchiha? Ou poderia ser alguém de dentro, como Hiashi? O vampiro andava muito esquisito de uns dias para cá.
Não fazia ideia sobre o que ela falava, e se algumas coisas deveriam ficar enterradas, isso não significava que ele não deveria procurar sobre o assunto? Mas e se isso colocasse a vida de Hinata em risco? Afinal, ela era a herdeira do clã Hyuuga.
Apesar da confusão que o invadia, não deixou que a preocupação que o assolava transparecesse em sua face, continuou inexpressivo, guiando-a pelo quarto. Tentou se focar no contato entre suas mãos, os dedos finos e delicados entrelaçados nos seus, a respiração calma e as batidas lentas do coração dela.
Hinata parou de repente, e se não fosse por seus reflexos, teria trombado nela. Ela passou os braços em torno dele, abraçando-o e afundando o rosto em seu peito. Neji conseguia sentir os dedos dela apertarem com força sua camisa à medida que os braços finos se estreitavam mais ao seu redor.
Ele retribuiu o contato, abraçando-a de volta. Afagou sua cabeça, deslizando os dedos pelo cabelo índigo, e descansou o queixo no topo da sua cabeça.
— Hinata-sama? — sussurrou. Não tinha certeza se ela estava chorando ou apenas murmurando alguma coisa que não conseguia distinguir.
— Neji-nii-san — murmurou de volta e levantou os olhos para ele, encarando-o de forma embaraçada. — Eu...
O vampiro arqueou as sobrancelhas, esperando com paciência que ela terminasse, mas isso não aconteceu. Hinata continuou na mesma posição. A respiração dela se alterou, e o coração começou a bater rápido. Ele conseguiu ouvir o barulho dela engolindo a saliva e soube sobre o que se tratava.
Ela estava com sede. O assunto a embaraçava, porque se alimentar consistia em um ritual que trazia os instintos mais profundos e animalescos; e ela odiava se transformar em um animal. Ainda que fosse de sua natureza. Hinata era como um organismo dependente fora da colônia.
Ele também ainda não tinha se alimentado, sempre fora prevenido quanto a isso, porque sabe-se lá o que poderia acontecer se perdesse o controle. Já era difícil o suficiente aguentar o desejo que o invadia quando ela se alimentava dele quando estava saciado, imaginava o que aconteceria se estivesse com sede.
Todavia, não poderia negar aquilo a ela.
Para tranquilizar Hinata e fazê-la esquecer do embaraço, traçou o contorno de sua bochecha com os dedos da mão direita. A vampira fechou os olhos, entendendo o que ele queria fazer. Neji era calmo e possuía o toque gentil e, ao mesmo tempo, estonteante. Os dedos dele desceram, alcançando o pescoço pálido.
Ele a trouxe para si, fazendo com que ela ficasse na ponta dos pés, e cheirou-lhe o pescoço, tragando sua essência viciante. Hinata sentiu-o apertá-la mais contra si e ofegou. A longa trança que prendia o longo cabelo castanho de Neji, se desfez quando ela enrolou os dedos ali, sentindo a língua dele tocar-lhe a pele sensível.
Os lábios dele voltaram todo o caminho para beijá-la, desejoso. Ela sugou o seu lábio, e deixou que a língua brincasse com a dele, em um ritmo envolvente e sensual. A mente dela já estava tomada pela luxúria quando a mão deslizou por dentro da fina camisa de linho branca que ele vestia, e acariciou os músculos de sua barriga com a ponta dos dedos.
Ele gemeu contra os lábios dela, sentindo o último resquício de sanidade escapar de si. Empurrou-a na direção da cama e ela tombou de uma vez. Neji cobriu o corpo dela com o seu, e inclinou o pescoço para que ela pudesse saciar a sede. Hinata buscou a veia no pescoço dele, ansiosa, e quando encontrou, fincou as presas ali.
Extasiada, girou o corpo, ficando por cima dele. O vestido deslizou para os lados, naquela posição, sentia com perfeição a ereção dele contra a sua intimidade. Hinata soltou um longo gemido, tanto pelo sabor do sangue puro dele, quanto pela queimação que começou a sentir na parte interna das suas coxas. Continuou bebendo o líquido rubro, ao mesmo tempo em que, mexia os quadris contra os dele.
Neji grunhiu, não tinha como recuperar o controle quando ela se mexia sobre ele e conseguia sentir seu sexo úmido, através da calcinha. O cheiro dela o atingiu com força e mesmo quando a vampira estava saciada de sua sede, o desejo fez com que ela continuasse a remexer os quadris em cima dele, impaciente. Precisava alcançar o ápice. Ele era duro e quente.
Foi jogada para baixo novamente, ele também precisava se alimentar. Mas faria de uma forma diferente dessa vez. A boca dela se entreabriu em um suspiro frustrado, mas não protestou quando ele beijou sua clavícula e apalpou seu seio por cima da roupa. Ao invés disso, fechou os olhos com força.
O vampiro desceu até alcançar as pernas longas e torneadas. Subiu o vestido até a cintura e começou a beijar os pés pequenos, fazendo uma trilha deles até o joelho, aproximou-se do interior de sua coxa e lambeu ali. A Hyuuga se arqueou quando sentiu a língua dele e no segundo seguinte, Neji a mordeu, segurando a perna dela contra a boca, com força. Ela gemeu alto.
Enquanto se alimentava, deslizou a mão livre até o tecido que cobria sua intimidade. Ela estava úmida. Inconscientemente, sorriu, as presas ainda fincadas na pele macia de sua coxa. Lambeu os dois buraquinhos para que curassem e continuou subindo os lábios até alcançar a virilha dela.
Ela agarrou o lençol com força quando ele a lambeu. Tocando-a com a ponta da língua em seu lugar mais íntimo. Acariciando-a e mordiscando seu clitóris. Teve que segurar um grito quando alcançou o ápice.
Hinata puxou-o para si, com as bochechas vermelhas de êxtase, e o beijou demoradamente. Eles não podiam consumar o ato, porque apesar de tudo, ela deveria continuar virgem até se casar. Era a primeira vez que Neji a acariciava de uma forma tão intensa. Geralmente apenas deixava que ela se alimentasse dele, e só uma vez ou outra, ele também bebia do seu sangue, e quando isso acontecia, era em uma quantidade muito pequena.
Ele ainda estava duro, então ajudou-o a se aliviar. Ainda entre o beijo, enfiou a mão por dentro da calça dele e segurou seu membro ereto entre os dedos e começou a massageá-lo em um ritmo constante. O cabelo dele caiu se espalhou em volta do seu rosto e ele se separou dela, apenas para encostar a cabeça em seu ombro e grunhir.
— Hinata-sama — arquejou, quase gozando.
Com a outra mão, ela segurou o seu ombro, ofegante. Aumentou o ritmo do vai-e-vem.
— Nii-san — sussurrou, com a respiração entrecortada.
O líquido viscoso preencheu os dedos dela e ela parou. Eles ficaram parados naquela posição: Hinata embaixo dele, com uma mão ainda dentro das calças dele, e outra no ombro, Neji com a testa encostada no ombro dela, recuperando-se.
Ele tinha perdido todo o controle. De certa forma, sentia-se envergonhado por isso. Fez a menção de se levantar, mas Hinata o segurou ali. Ainda não podia encará-lo, não agora que a luxúria tinha se esvaído. Voltara a ser a mesma Hinata de sempre, tímida e recatada. E ao mesmo tempo, também queria que ele ficasse.
O vampiro entendeu seu pedido e também a abraçou.
☪
A lua cheia cobria o céu, iluminando a densa floresta negra. O silêncio predominava completamente o local, com exceção dos passos esmagando as folhas que haviam se soltado da árvore, nada podia ser ouvido.
A figura encapuzada continuou caminhando até alcançar a entrada da caverna. Espiou brevemente antes de entrar, garantindo que quem a esperava estava realmente ali.
— Você veio — a outra pessoa murmurou.
— Sim, desde que foi logo você que me chamou, imaginei que seria importante. — A criatura balançou a cabeça, concordando e suspirou. — Do que você precisa?
— Você é a única pessoa em quem confio e a única que pode me ajudar a fazer isso — continuou sussurrando, atentando-se aos barulhos em volta. — Mas antes, tem certeza que ninguém te seguiu?
— Tenho — garantiu. — Deixei trilhas falsas pelo caminho. Se alguém tentou me seguir, provavelmente se perdeu no meio da floresta. Mesmo com a lua cheia, esse lugar tem seus truques.
— Irei direto ao assunto. Você sentiu o presságio, certo?
— Hum — concordou. — A hora está se aproximando. Temo que seja tarde demais para interferir.
— Temos tempo, é curto, mas ele ainda existe. Por isso precisamos nos apressar.
— O que pretende? — perguntou com o tom de voz controlado, ainda que o nervosismo corresse por todo o seu corpo.
— Vamos fazer com que a herdeira dos Hyuuga vá para o mundo humano.
— Isso é perigoso demais. — Não foi um protesto, apenas uma constatação. — Ela não sabe de nada sobre o mundo deles. Acha que isso é possível? Ela ainda vive como no século retrasado.
— É a nossa única opção. E ela precisa saber da verdade. Eu já pensei em como protegê-la, pelo menos por um tempo. Se não fizermos isso, tudo...
— Entendi — interrompeu. — Me diga o que preciso fazer.
Os dentes brancos cintilaram na escuridão, junto com os olhos brilhantes, injetados de sangue, revelando um sorriso de satisfação.
Esse foi o capítulo da Hinata passar o rodo no Neji, rs. Seria meu sonho?
Preciso dizer que eu amo a interação Neji x Ino, porque eles são completamente opostos e eu amo esse tipo de dinâmica (por mais que na maioria das vezes só dê certo na ficção). Ela adora zoar ele, enquanto ele fica AAAAAAAAAAAAAAAAAH, se eu pudesse TE MATAVA, mas não mataria não, hahahaha.
Hanabi deu as caras e não é mistério pra ninguém que eu AMO ELA. Mesmo aqui, continua tendo uma personalidade afiada e fortíssima.
É uma fanfic de vários mistérios, a grande parte será revelada até o final. ♡
Obrigada por lerem, me digam o que acharam, beijosss e até semana que vem!
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