O Início
Pela terceira noite seguida eu tinha um sonho relembrando o passado e isso realmente era irritante. Fazia 3 anos que eu tinha deixado a residência dos Ichinose em Aichi e voltado a morar com meu pai. Como eu fui dada como curada precisava voltar pra aprender os deveres e obrigações da futura cabeça da família.
Os sonhos são de aproximadamente 10 anos atrás, hoje com dezesseis anos eu começaria na primeira Escola de Shibuya, o céu estava tingido de rosa por conta das flores de cerejeira, estávamos na primavera.
Meu cabelo comprido dançava as minhas costas acompanhando o movimento do meu quadril, não consegui conter um bocejo, a cada noite parecia que eu dormia menos e as olheiras já faziam parte da minha identidade, virei a esquina e vi a escola pra quem via do lado de fora parecia uma escola normal mas na verdade era cercada de feitiçaria. E a maioria dos seus estudantes eram seguidores da Ordem dos Demônios Imperial (Mikado no Oni).
Também era onde a elite dos seguidores se encontravam, então se você deseja ser o melhor todos estudantes ali são seus rivais. Imagino quanto tempo vai demorar pra eu encontrar alguém da casa principal, os Hiragis vem sendo a casa regente do Mikado no Oni desde que a organização foi fundada a mais de 1200 anos atrás. No começo os Hirais até eram considerados Hiragis, mas a 500 anos eles se separaram pra seguir a casa Ichinose e Ordem Imperial da Lua (Mikado no Tsuki) desde então nunca nos demos muito bem.
Mas tínhamos nossa fama soldados perfeitos bons com qualquer tipo de armamento, estrategistas e assassinos frios, mas não nos deixamos enganar somos inimigos. Suspirei e atravessei o portão passei a mão por debaixo do meu cabelo apertando a de leve a minha nuca e joguei meus fios pro lado fazendo um feito de chicote.
"O brasão no uniforme dela, não é do Mikado no Oni..."
"Parece que esse ano teremos a companhia daqueles bastardos da casa Ichinose"
"Mas os olhos dela são dourados... Será que é uma Hirai?"
Os comentários começaram até que leves os Hirai realmente eram famosos pelos olhos cor de âmbar assim como a família Jugo era famosa pelos cabelos cor de fogo.
Primeiro ano classe 9, ainda estava vazia então eu apenas entrei e me sentei na penúltima carteira da fileira da janela e o sono da noite mal dormida começava a se fazer presente cruzei meus braços na carteira e descansei a minha testa nela.
-Que exemplo, a aula nem começou e você já está dormindo. Tsc, tsc, você já foi melhor que isso [Nome] – o agora "jovem" demônio se apresentou na minha frente. De um tempo pra cá ele decidiu que mudaria a aparência pra acompanhar a minha idade.
-Não é como se eu fosse realmente aprender alguma coisa – respondi – Estou aqui porque Sakae-kun pediu, e pra dar um pouco de alegria pro meu pai.
-Mas Guren deve estar com aqueles 2 projetos de guarda costas não? Agora admita pra você mesmo o real motivo de você estar aqui. – Shura abriu o sorriso de coringa dele e aproximou o rosto do meu.
-Mahiru Hiragi está aqui – falei.
Shura gargalhou – Você nunca para de me surpreender por isso gosto de você – ele pegou uma mexa do meu cabelo e torceu no dedo dele, ele aproximou o rosto do meu – a propósito, hora de acordar.
Levantei a minha cabeça apenas para ver que a classe já estava cheia, e tinham cerca de umas 40 pessoas e pelo que pareceu tinham casas poderosas ali. Juujou, Goshi, Sanguu... Nomes famosos no mundo da feitiçaria.
A professora regente da sala entrou e desatou a falar.
-Agora que todos se tornaram membros da Primeira Escola Ginasial de Shibuya eu espero que todos aqui tenham uma proveitosa vida escolar com o orgulho e confiança correspondente de um estudando da melhor escola de feitiçaria do Japão – nesse momento ela virou a cabeça na minha direção, mas eu não sabia se ela estava realmente olhando pra mim – Bem, mesmo que alguns ratos tenham conseguido entrar não deixem que isso os preocupe. Como elites vocês estão destinados a terem os melhores resultados e os estudantes desta classe tem o dever de mostrar a dignidade da escola para os ratos.
Ratos? No plural?
Olhei pra trás e dei de cara com conhecidos olhos ametistas, imaginei que não demoraria para encontrá-lo mas nunca passou pela minha cabeça que seria tão rápido assim. Porém não falei nada, sabia que ele viria até mim mais tarde e pela fachada de tolo que ele vestia ele estava com alguma coisa em mente.
Voltei a minha cabeça pra frente reparando numa cadeira vazia no local mais longe possível da minha cadeira e do Guren, a sim... Tínhamos uma celebridade em nosso meio aquele te tinha o sobrenome dos reis... Shinya Hiragi.
A professora começou com um discurso de como todos ali deveriam se sentir honrados por estar na presença do Shinya-sama deixei a minha mente divagar afinal nada daquilo me interessava mesmo a única coisa que chamou a minha atenção foi quando o abrir da porta interrompeu o monólogo irritante da professora.
-Ne porque tão quietos? – era um rapaz. Cabelos brancos, uniforme com a gola alta e carregava um sorriso nos lábios e um brilho afiado no olhar cheio de confiança.
-Shinya-sama, bem vindo a classe... Sua carteira – ela indicou a carteira da frente mas o garoto a interrompeu.
-Eh, eu não quero um assento tão na frente – e continuou – Eu gostaria daquele assento, posso trocar?
De canto de olho vi que Guren tinha o rosto sério, algo tinha acontecido naqueles dois e Shinya certamente parecia estar interessado no Guren. Ele se aproximou da garota que estava sentada ao lado do Guren na outra fileira e pediu que ela trocasse de lugar.
-Ah, sim! Claro, por favor, é todo seu. – a menina tinha as bochechas tingidas de vermelho.
A professora pareceu tomar conta da situação – M-mas, se sentar ao lado desses ratos...
Shinya a interrompeu com os olhos semicerrados. – Professora, é aceitável que uma professora chame seus alunos de ratos?
Ela agora parecia envergonhada e travou na hora de responder dando a brecha para Shinya continuar. – Estamos na mesma classe. Temos que nos dar bem.
Shinya lançou um sorriso charmoso pra mim e se voltou a professora – Ah, todos, me desculpe interromper. Por favor continuem com a lição.
A professora ainda nervosa com a cena anterior começou a explicar sobre a cerimônia de abertura da escola, sobre a duração escolar e as aulas que teríamos. Por um momento Shinya ficou quieto mas não demorou até que ele chamasse Guren. Encostei minhas costas na carteira a fim de ouvir melhor a conversa dos dois.
-Oye – ele chamou, não obtendo uma resposta direta do Ichinose ele continuou – Erhm, Ichinose Guren-kun, certo? Posso te chamar de Guren?
Oya, oya, já querendo tratar pelo primeiro nome? Esse Shinya realmente está tramando algo.
-Vossa senhoria por acaso está falando comigo? – Guren respondeu educadamente.
-E essa linguagem tão educada?
-Me ensinaram desde cedo que eu não devia desafiar a Casa Hiragi – Shinya reclamou e Guren se desculpou mas logo continuou a falar.
-Mas então, esta manha você recebeu meu ataque de propósito, certo?
Ataque? Parece que Guren bateu o meu recorde Shura a aula nem tinha começado e ele já tinha estado numa briga, que rebelde, mas receber um ataque propositalmente? Isso me intrigou, será que ele estava desafiando o garoto Hiragi?
-Sobre isso... Sinto muito.
-Oh, admite de bom grado, eh? – Shinya comentou.
-No entanto, não estava admitindo a parte da ambição. É só que em casa me ensinaram que não devo desafiar ninguém, e não chamar a ira das pessoas da Casa Hiragi, e como resultado, é verdade que recebi o ataque, mas não era para buscar problema. E não é como se eu quisesse esconder meu verdadeiro poder – Guren respondeu.
Agora sim eu entendi, era exatamente isso que Guren estava fazendo, tentando fazer com que todos na escola achassem que ele era um fraco patético e desprezível. Mas essa pose de bobão obediente não enganava ninguém com um pouco de QI.
A casa Ichinose era a primeira na linha se servir os Hiragis isso a 500 anos nunca que produziria um herdeiro fraco como o que ele estava tentando interpretar. E Shinya percebeu.
-Pare de contar mentiras chatas.
-Não estou ment...
Mas Shinya o cortou – Bem não importa. Mas é que estive esperando todo esse tempo para que pudéssemos virar companheiros sabe? Já que você e eu odiamos a casa Hiragi, eu estava pensando que poderíamos nos unir e fazer muitas coisas interessantes, em segredo. – eu não sabia Guren mas eu com certeza estava chocada mas felizmente pra sanar a minha curiosidade ele continuou – A propósito, o sangue Hiragi não flui em mim. Sou um filho adotivo. Desde muito pequeno eu fui criado de uma forma que me permitisse encaixar na casa Hiragi. É por isso que eu os odeio. Ou seja, somos camaradas.
Eu já tinha ouvido algo assim antes a fim de combinar e reforçar as magias nos descendentes a casa Hiragi procurava crianças capazes e os criava em seguida os adotavam, então no futuro eles se casariam com alguém da linhagem e dariam a luz a outras crianças. Mas não podíamos tomar isso como verdade, afinal porque ele estaria contando isso justamente pro Guren?
-A propósito a minha parceira é Mahiru. Mahiru Hiragi. Desde que nasci fui criado para me tornar seu parceiro.
'Isso realmente merece um comentário, qual a probabilidade? O prometido da garota por quem o seu noivo se apaixonou a 10 anos atrás aparece propondo uma rebelião. Achei que a escola seria um saco mas está se saindo muito bem pra um primeiro dia'
Shura, calado.
-Bem, é a hora para a cerimônia de boas vindas a escola. Todos, vamos indo?
Com isso todos os estudantes de levantaram e Shinya os acompanhou e disse – Bem, vamos? Vamos ouvir o discurso da nossa deusa.
Shinya estendeu a mão pra Guren e o mesmo recusou franzindo a testa – Não se aproxime de mim.
Realmente as coisas estão ficando interessantes...
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