Nova Casa


Depois da longa série de discursos tivemos que realizar uma série de testes relacionados a feitiçaria só depois do final de todos os testes é que seriamos liberados. Meu pai tinha alugado uma habitação a menos de 10 minutos da escola entretanto Sakae-kun insistiu que eu me mudasse pra onde Guren estava, mas as minhas coisas ainda não tinham sido levadas pra lá.

Por isso precisei ir a minha antiga habitação primeiro, chegando lá um parente já estava tomando conta de tudo.

-[Nome]-sama – ele me cumprimentou – Estamos carregando a última caixa.

-Oh Takeda-san sem problemas, estou feliz que eu fui preguiçosa o suficiente para não desempacotar tudo antes, com certeza poupou um certo trabalho – ele riu e passou os olhos dourados escuros pela sala – Era uma boa moradia, como acha que vai se sair perto do garoto Ichinose?

-Bem pelo que meu pai me disse eles alugaram praticamente 3 andares de habitação, acredito que nem vamos nos encontrar – respondi dando passagem para um outro ajudante – Como vai Keiji? A última vez que eu vi o pequeno ele estava obcecado com aprender a manusear o arco e flecha.

-Ele está bem, graças aos treinos constantes ele consegue acertar alvos em movimentos sem problemas, seria uma honra tê-la em nossa casa pra uma visita – ele curvou a cabeça.

-Com certeza assim que tiver um tempo vou visitá-los – coloquei a mão no ombro do homem e o acompanhei no embarque das últimas caixas, em pouco tempo já estávamos no prédio, Takeda entrou e apresentou um comunicado com o selo do brasão Mikado no Tsuki em 2 minutos minhas coisas já estavam sendo levadas para uma das residências. Não demorou para que alguém aparecesse e foi Shigure que veio verificar primeiro o que estava acontecendo.

-[Nome]-sama – ela me cumprimentou. – Não sabia que ficaria hospedada aqui.

-Muito menos eu – respondi – Estava numa habitação não muito longe daqui, mas Sakae-kun insistiu que eu me mudasse. Onde estão todos?

-Sayuri está preparando o jantar e Guren-sama está no andar superior.

-Entendo – falei – Bem eu vou terminar de organizar as minhas coisas pra poder dispensar o Takeda-san, não se preocupe comigo. Apenas avise Guren que eu estou aqui por favor.

A garota acenou com a cabeça e tomou o elevador, entrei na habitação e com certeza os Ichinose tinham muito bom gosto.

-Bem parece que já está tudo aqui – Takeda disse colocando um caixa perto do sofá – Precisa de mais alguma coisa [Nome]-sama?

-Não – balancei a cabeça – Pode ir ainda tem um bom caminho até chegar em casa.

Ele se despediu e virou pra sair fechando a porta em seguida me sentei no sofá e levei a minha mão até a minha nuca, tirei o pequeno selo que eu tinha ali e suspirei.

-Finalmente – Shura disse se materializando no sofá a minha frente – Esse selo é um saco.

-Mas é necessário, não podemos correr o risco de alguém te ver, mesmo que eu me descontrole – o selo era bem simples era um limitador de poder digamos que ele cortava o fluxo de poder do Shura em cerca de 70% dessa forma ele não podia se materializar quando quisesse.

Depois de tantos anos treinando materialização ainda não conseguimos aperfeiçoar com maestria, Shura podia interagir com objetos e outras pessoas sem perder o seu poder, ele também podia escolher pra quem ele se mostrava ou não. Só não podia se afastar muito de mim o máximo que chegamos sem eu desmaiar foram 50 metros.

As sombras dançavam em espirais envolta do corpo dele e jogado ali no meu sofá ele até parecia humano.

-Que foi? – ele perguntou direcionando as orbes carmesim na minha direção.

-Nada – respondi virando o meu olhar para as caixas que ocupavam uma boa parte do cômodo – Se não fosse pelos chifres você até poderia se passar por humano.

-Como se eu quisesse, vocês são... – ele se interrompeu e num segundo estava do meu lado com as mãos nos meus ombros – Tem algo aqui [Nome] – ele disse voltando o olhar pra cima, provavelmente tinha alguma coisa acontecendo no andar se cima.

-Consegue viajar pelas sombras? – perguntei ao mesmo tempo que uma foice de duas pontas aparecia na minha mão. Até onde eu sabia todos os demônios possuíam uma arma e essa arma servia como um contrato.

Ele acenou e sumiu enquanto eu me colocava em alerta, me concentrei pra ver se conseguia captar alguma coisa e a única coisa que consegui foram duas presenças no andar de cima onde Shura estava passado alguns minutos meu demônio reapareceu com uma expressão séria que eu raramente via.

-Precisamos conversar – ele falou.

-Façamos isso depois ainda não temos selos de sigilo – respondi baixo fazendo a arma desaparecer – Se concentre em não deixar eles te verem.

Com um aceno de cabeça ele desapareceu, girei o meu pescoço sempre que ele voltava a minha energia ficava um pouco mais baixa, suspirei e comecei a tirar alguns livros de feitiços da caixa. Não demorou até que alguém batesse na minha porta.

Me levantei e abri dando de cara com o Guren.

-Shigure deu o meu recado? – perguntei ainda com a mão na porta.

-Também, meu pai me avisou – ele respondeu sem animação – Não vai me convidar pra entrar?

Abri a porta e me coloquei de lado indicando pra ele entrar, ele estava tenso a postura dele não negava. O que quer que tenha acontecido tinha o deixado um pouco perturbado. Ele se sentou no sofá e pegou um dos meus livros na mão começando a folhear.

Com alguns sinais de mão eu pude colocar alguns selos de sigilo pela sala, Guren apenas me observou em silencio, colei um papel num local que eu julguei como bem escondido e selei o feitiço com sangue, nada demais, uma mordida no meu dedo e aquela sala estava mais segura do que um cofre de banco.

-Você ficou boa com feitiços – ele disse.

-Tive um bom professor – virei meu corpo para ele e sentei do outro lado da mesa na frente dele – Então? O que está planejando Guren.

Ele grunhiu me mexeu no cabelo – Pretendo passar pelos 3 anos da escola sem mostrar o verdadeiro poder dos Ichinose, por isso vou me esforçar pra ser o "pior" aluno possível. Sei que você é forte e teve os mesmos ensinamentos que eu, então vou ter que pedir para que você me acompanhe nesta farsa – ele respondeu – Não podemos mostrar para os Hiragi a evolução da feitiçaria da casa Ichinose.

-Isso porque você pretende derrubar a casa Hiragi e resgatar a sua princesa – das trevas, completei na minha mente. Ele ficou em silêncio.

Franzi a minha sobrancelha e estreitei meus olhos na direção dele – Você não consegue me enganar Guren, não sou uma das suas subordinadas tão pouco alguém que não te conhece – falei – Se você pensar em mentir pra você mesmo eu vou saber.

Ele sorriu irônico – Não vou negar, mas foi apenas uma atração sem sentido de uns pirralhos de 5 anos de idade sabe? Parece que eu ainda tenho algum afeto por ela? – e continuou a falar dessa vez olhando nos meus olhos e ele se inclinou pra frente – Além disso, de todas as pessoas você era a que menos devia tocar nesse assunto, afinal seu pai prometeu a sua mão pra mim... A propósito, cadê o seu anel?

Ele arqueou uma sobrancelha pra mim, puxei a corrente do meu pescoço revelando um anel brilhante com uma pedra do mesmo tom da íris do garoto na minha frente – Ao contrário de você eu já sabia que você viria pra essa escola, imaginei que quisesse manter em segredo, e pelo jeito foi uma boa escolha já que parece que você quer passar por esses anos como se fosse um fantasma.

-Embora eu ache que isso vai ser impossível – continuei falando voltando o colar pra dentro da minha camisa – aquele garoto Hiragi parece estar bem interessado em você.

-Ele realmente vai ser um problema, ao contrário daquela Juujo ele é bem mais inteligente e perceptivo. Precisaremos ter cuidado ao entrar no radar de qualquer um dos Hiragis.

Concordei ao mesmo tempo que ouvimos batidas na porta, me levantei pra me encontrar com a Shigure – O jantar vai estar pronto em breve, creio que [Nome]-sama vai nos acompanhar na refeição? – ela perguntou sem um pingo de emoção na voz.

Apaguei as luzes e fechei a porta assim que ele saiu, acompanhei ele de volta e o cheiro do jantar atiçou meu paladar. Me dirigi até a cozinha.

-O cheiro está maravilhoso Sayuri – eu disse atrás dela, fazendo com que ela pulasse de susto.

-[Nome]-sama – ela disse – Não sabia que estava aqui!

-Não sabia que ficaria aqui até algumas horas atrás – respondi – Precisa de ajuda? Posso por a mesa se quiser.

-Não precisa por favor... Eu – interrompi ela no meio da fala.

-Faço questão – organizei os pratos e talheres do mesmo modo que se fazia em restaurantes, embora tenha levado algum tempo para encontrar tudo. Felizmente foi o tempo suficiente pra que Sayuri terminasse o jantar.

Depois de conversar casualidades eu voltei pro meu apartamento sob a desculpa que precisaria arrumar as minhas coisas. Shigure até se ofereceu pra me auxiliar mas eu recusei falando que podia dar conta de tudo sozinha.

Girei as chaves e joguei na mesa de centro, assim que me virei Shura já estava no sofá.

-Então o que descobriu?

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