Invasão


-Certo, vamos falar sobre a nossa missão. Não tem muito a dizer. Afinal, não existe muito informação. O alvo é o Zoológico de Ueno, a Igreja Hyakuya está escondendo alguma coisa por lá. Nosso trabalho é ir e investigar, o Mikado no Oni enviou 17 tropas, mas elas foram eliminadas. Em outras palavras, o zoológico é território inimigo. Mas se todas as tropas foram inúteis, então talvez eles não soubessem que estavam sendo infectados e envenenados, se esse for o caso talvez não tenham inimigos por lá.

Shinya riu.

-Ah mas isso não faz sentido. Com ou sem veneno, eles teriam finalizado as investigações.

-Você também está correto, aparentemente tem inimigos ali, pessoas que morreriam por esse segredo, isso também significa que teremos que nos infiltrar.

Eu estava encostada numa das cadeiras e por um segundo eu fechei meus olhos, em instantes já me encontrava num ambiente todo branco, estava de joelhos no chão enquanto Shura estava com as pernas cruzadas e o rosto apoiado na mão.

-Você acha que vai funcionar? Shinya já vimos que dá pro gasto, agora aqueles outros dois elites não sei se são fortes o suficiente.

-Se Kureto os colocou nesse time pelo menos alguma coisa eles devem ter – respondi – Mas alguma coisa está me dizendo que não é apenas a Igreja Hyakuya. Desde que encontramos com o vampiro, tem estado na minha mente. Não é coincidência eles começarem a se movimentar justamente nesse momento.

O demônio resmungou – Pode ser, se eles estiverem com algum acordo com a Igreja Hyakuya a casa Hiragi não vai aguentar nem um ataque. Afinal você é a única com a arma que mata vampiros.

-Não estou com um bom sentimento sobre toda essa situação...

-Independente disso, não tem como escapar princesa.

Num estalo eu abri meus olhos apenas para encontrar Guren na minha frente.

-Você não estava dormindo enquanto eu explicava, estava? – ele perguntou.

Revirei os olhos – Não senhor, capitão. Estava falando com Shura.

-Prove – ele me olhou nos olhos e eu sustentei.

-Vamos até o zoológico em dois carros, saímos da escola em cinco minutos. Chegaremos no local da missão quinze minutos antes dela começar. Iremos com roupas casuais mas eventualmente teremos que trocar pelos uniformes que Aoi forneceu. – E continuei - Está bom pra você?

Inesperadamente Guren se aproximou e colocou a testa na minha, sem desviar dos meus olhos – Sei que você é forte mas independente do que encontremos, quero que você tenha cuidado [Nome].

Encarando de volta os olhos ametistas dele eu sorri minimamente e me afastei – Você não precisa se preocupar com isso.

Tirei o uniforme do braço dele e sai da sala, cada dia estava mais difícil descobrir qual era a intenção dele, se ele realmente me enxerga com o mínimo de romance ou se apenas sou uma substituta pra Mahiru.

Como planejado logo chegamos ao local e tivemos que nos trocar, eu acabei indo parar atrás de algumas árvores junto com Shigure, Mito e Sayuri. Não podia me demorar então enquanto elas ainda estavam na metade da troca eu já estava terminando.

Afinal era uma missão, não tinha espaço pra vergonha ali. Meu colar com o anel de compromisso balançava enquanto eu vestia a blusa e pelo canto de olho vi que Mito estava me encarando, bom encarando o meu busto mais precisamente.

-Precisa de algo Mito-san – falei enquanto abotoava o restante.

Ela então se virou com o rosto vermelho – Hum... É um anel bem bonito, que você tem...

-Uma pessoa importante que me deu – respondi sem querer dar muita satisfação, não tinha que ficar explicando.

Enquanto elas terminavam de se vestir eu me encontrei com os garotos, o uniforme era de um tecido preto que lembrava os uniformes do exército japonês, a única coisa que não me agradava era o fato de ser uma saia na parte de baixo.

Guren saiu pra rever o local mais uma vez enquanto isso eu permaneci com Goshi e Shinya, ambos lançaram olhares pras minhas pernas, fala sério.

-Gostando do que veem? – perguntei e eles desviaram os olhares pro meu rosto – Vão ser capazes de se concentrar na missão com 4 pares de pernas a mostra ou devemos arrumar algumas calças?

Ambos arregalaram os olhos pra mim – Essa sim é uma mudança de personalidade.

Balancei a mão e ignorando – Pois é, digamos que eu não quero morrer porque os jovens garotos não conseguem lidar com seus hormônios.

Ficamos em silêncio e quando o líder retornou o restante das garotas ainda não tinham terminado.

-Se eu soubesse que as outras demorariam assim, nós iriamos em roupas casuais mesmo...

Guren não tinha finalizado a fala quando Mito interrompeu - Já acabamos! Para de reclamar por alguns minutos. Por isso nenhuma garota se interessa em você.

Cerrei meus olhos, mesmo que ela falasse isso o rosto estava rubro passei a mão pelo meu pescoço. Como eles conseguiam se comportar de maneira tão idiota no meio de uma invasão, sem contar os gritos. Eles realmente querem entrar nessa missão com baixa probabilidade de saírem vivos?

-De acordo com a inteligência, a primeira tropa que foi morta entrou por essa área - Ouvindo o que Guren disse Mito se calou e colocou uma feição séria observando seus arredores.

Então Shinya começou - Eu me lembro que pelas imagens aéreas tinha uma cratera no centro da explosão.

-Vamos seguir sentido nordeste. Deve ter múltiplas camadas de proteção próximas. Se pisarmos em alguma delas, os inimigos serão alertados.

-Mas se nós usarmos nossas habilidades não devemos ser capazes de detectar as barreiras? - Sayuri perguntou.

Goshi então pegou o que parecia um cachimbo com um feitiço - Sem falar nos feitiços de ilusão eu sou bom detectando maldições-

Guren então levantou a mão para impedir que ele continuasse falando - Não será necessário. De qualquer maneira assim que nós entrarmos, estaremos expostos. Mas agora antes de poder dizer com certeza o que a Igreja Hyakuya está escondendo, não podemos voltar. Então só temos que invadir todos juntos.

-Não temos um plano? - Shinya parecia surpreso.

-Eu acho que quando mais planejado isso for, mais provável que o inimigo será capaz de nos capturar. Antes que sejamos detectados pelos inimigos, nós precisamos encontrar o local da missão e avançar de uma vez.

Ouvindo isso Mito disse – Isso soa como uma estratégia estúpida.

-É mesmo? - eu perguntei.

-Sim.

-Então o que você propõe? - perguntei, já estava me irritando toda essa enrolação, se até Kureto tinha de certa forma aprovado que Guren liderasse essa missão porque ficar questionando? Esse era o mal das elites não suportar seguir ordens. O garoto interrompeu.

– Numa situação onde nós temos zero informações e estamos no escuro. Ao invés de pensar o que o deveria ser o plano, a estratégia deveria ser, ou investir num plano estúpido de guerra usando ideais de estratégias ou apenas cortar qualquer inimigo que aparecer na nossa frente.

-De modo que enquanto não morrermos vamos ter uma porcentagem de chance de escapar.

-Você já fez esse tipo de missão antes? Você parece muito acostumado com isso...

Desde o dia que entramos na escola a morte nos acompanha, nunca sabemos quando teríamos que lutar a fim de defender nossas vidas. Guren não respondeu apenas segurou a espada na cintura e com a outra mão tirou uma série de maldições do bolso.

40 segundos.

-Está na hora. As tropas da casa Hiiragi iram lançar seu ataque. Ao mesmo tempo nós vamos invadir. - A maioria estava visivelmente nervoso e garoto continuou – Como líder do time, eu tenho apenas uma ordem. Escutem bem. Esse é o único ponto para se manter em mente, não pensem em mais nada.

15 segundos.

-Minha ordem é, não morra.

Então uma explosão foi ouvida, parecia que o helicóptero foi destruído.

A voz de Guren soou baixa, mas com clareza.

-Missão iniciada. 

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