Fachada
No caminho pro auditório Guren discretamente me alcançou e me segurou pelo cotovelo de jeito que ficássemos no fim da fila.
-O que está fazendo aqui? – ele perguntou, não parecia estar bravo apesar das palavras escolhidas. Faziam 3 anos que não nos víamos e nesse tempo com certeza ele tinha se transformado num homem encantador.
-Realizando o sonho do meu pai de estudar na mesma escola em que ele e minha mãe se conheceram – respondi, não era 100% mentira – A propósito é um ótimo jeito de cumprimentar alguém que você não vê a três anos, aproveitando, não vou considerar uma frase resposta o suficiente para 2 páginas de carta.
Um pequeno sorriso brotou nos lábios dele – Se você tivesse me contado que viria pra cá talvez eu te respondesse com um parágrafo.
Revirei meus olhos mas deixei a minha voz séria – Precisamos arrumar o baralho depois, não quero arruinar seu jogo – podia não fazer muito sentido pra quem ouvisse mas era um código pra falar que eu sabia que ele estava planejando algo e que ele precisavam me falar o que era antes que eu estragasse algo.
Enquanto me dirigia ao auditório devia ter mais de 1000 alunos ali, Guren andava do meu lado.
-Você também fez o teste de admissão? – ele perguntou com as mãos nos bolsos.
-Sim, embora eu acredito que eles tenham sido menos rigorosos em relação ao seu – respondi, no palco a extensa saudação do diretor estava acabando.
-Vocês são estudantes que foram escolhidos. São sementes de luz que no futuro poderão se tornar candidatos para estar no alto mando do Mikado no Oni. Mantenham esse orgulho em seu coração e tenham uma vida estudantil divertida.
-Oye, Guren Ichinose – uma voz chamou de um lado – Me responda uma pergunta.
Virei minha cabeça na direção da voz já que estava perto devia ser da nossa classe os olhos tinham forma de amêndoas e parecia ter um gênio forte, seu cabelo era vermelho e a sua pele clara.
-Está falando comigo?
-Por acaso tem mais alguém que pertence a suja casa Ichinose?
-Suja, eh? – eu falei – Você deve ser de uma terra grande e poderosa pra falar assim.
Ela desviou o olhar pra mim, eu era mais alta que ela então ela teve que levantar o olhar pra me encarar e assim que encarou os meus olhos sua expressão mudou – Como eu pensava, além de rudes o tipo de vocês são ignorantes. E pensar que vocês não sabem quem eu sou a ver esse cabelo.
Eu já sabia quem ela era e apostava que Guren também. Alguém da casa Juujo, segundo os livros de história Tohito Juujo exorcizou um demônio lendário por conta própria e o preço pago por isso foi uma maldição. Desde então, seus descendentes nasceram com o cabelo vermelho.
-Oh você é uma idol famosa? – eu perguntei juntando as minhas mãos.
-Tsc, é surpreendente que alguém com este nível de conhecimento possa vir a está escola, não?
-Com certeza a sorte estava do nosso lado – Guren disso sorrindo e eu concordei acenando veementemente.
-Obviamente, não estávamos usando folhas marcadas nos nossos exames. Bem, de qualquer maneira, vocês só foram aceitos sob um método incondicional para que assim os candidatos a suceder as casas Ichinose e Hirai pudessem estudar aqui.
Ela nos olhava com um olhar de deboche foi então que Guren perguntou – Eh? O que uma possível candidata a idol com excesso de confiança em si mesma deseja?
-Quem é uma aspirante a idol?! – Seus olhos arregalaram mas seu rosto não cedeu, não podia negar que ela era bonita.
-Poxa você é realmente barulhenta. – comentei – Quem diabos é você?
Uma expressão orgulhosa tomou o rosto dela – Meu nome é Mito Juujo. Da grande casa Juujo.
Minha expressão provavelmente estava paralisada – O que foi o medo os consumiu? Podem se prostrar e pedir desculpas, sabe? Bem, mesmo se vocês ignorantes de prostrarem diante de mim, não é algo me deixaria realmente feliz.
-Ne Guren – chamei e ele olhou pra mim – Ainda não sei nada sobre os Juujo.
A menina completamente alheia a nossa conversa começou – Ah sim, então você está feliz, eh? Bem eu perdoo sua ignorância de antes... eu vou... oi, espera um minuto. O que você disse?
-Não sabemos nada sobre os Juujo – Guren falou.
-Vocês estão brincando comigo?! É Juujo sabe?! Descendente daquele Juujo que selou o "Shiki no Kaede", sabe?
-Nop – estalei o "p" na boca – Não faço ideia.
Seu rosto parecia tentar gritar algo mas as palavras com certeza não saíram, em seguida ela sacudiu a cabeça e começou a falar sozinha. – Não, Mito, não se irrite. São simplesmente dois ratos inferiores... Você já deveria saber que eles não possuem nenhuma forma de inteligência humana certo? Se você se irritar com algo tão pequeno você vai estragar o sobrenome da sua família. Então acalme-se.
Qual é o problema dela – pensei enquanto ela bateu em seu peito e respirou devagar, esse lugar com certeza está cheio de pessoas que se acham superiores, igual a ela. Desviei o meu olhar pra encontrar um par de olhos me encarando, eles estavam a algumas fileiras de distância, o garoto tinha o uniforme desalinhado e parecia um delinquente, mas para andar daquele jeito e não ser repreendido só podia ser um Hiragi.
Eu não queria arrumar problemas, mas também não ia me fazer de inferior sustentei o olhar dele até minha atenção desviar, foi quando a tal Mito gritou tão alto que fez o diretor se interromper, nesse ponto o rosto dela assumiu uma cor tão escarlate quanto seus cabelos.
-A-ah, peço desculpas. Por favor, continue – ela murmurou. E com isso o diretor continuou seu discurso. Guren continuou a conversar com a garota Juujo e eu já estava prestando atenção no diretor. Afinal tinham alguns olhos que não deixavam de me encarar de tempos em tempos.
Foi quando o diretor passou a palavra para a representante do primeiro ano que minha visão começou a ficar vermelha, coloquei a mão na minha nuca e apertei ali respirando fundo – Preciso me concentrar pra não fazer nenhuma besteira.
Ela subiu ao palco e olhou intensamente os estudantes, ela os cumprimentou ligeiramente sorriu.
-Obrigada pela apresentação. Meu nome Mahiru Hiragi. Hoje, me foi dada a tarefa de saudar a todos como a representante do primeiro ano. Prazer em conhecê-los – ela disse.
Dispenso – pensei olhei para Guren ele tinha um rosto enfeitiçado assim como a cabelos cor de fogo e o restante dos alunos. Impossível que ninguém mais consiga enxergas as trevas que habitam por baixo daquela fachada.
Pisquei meus olhos e com o poder de Shura ele me permitiu ver a dimensão das sombras, alguns alunos aqui já tinham presenciado a morte, mas ninguém se comparava a ela. A massa negra as suas costas se estendiam a alguns bons metros do chão, pisquei meu olhos de novo fazendo a minha visão voltar ao normal.
Seria um longo ano escolar.
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