thirty three᠉
A noite passou rápido para Jimin, mas para Jungkook nem tanto.
Ele tentou fechar os olhos várias vezes, desejando que as horas voassem, mas as imagens de como seria a surpresa continuavam a dançar por trás de suas pálpebras. Em sua mente, Jungkook fantasiava os detalhes da decoração, ensaiava as palavras que diria a Jimin caso ele ficasse nervoso e, sobretudo, imaginava as expressões do garoto.
Por mais que tentasse evitar, não podia controlar a ansiedade que, rapidamente, dominou seus pensamentos. Não era a certeza de que eles teriam uma relação íntima que o deixava apreensivo, mas sim a responsabilidade de tornar aquele momento especial e inesquecível.
Quando olhou para o lado e avistou os primeiros raios solares penetrando pela cortina, Jungkook percebeu que a manhã havia chegado. Com um suspiro, afastou o cobertor e sentou-se na cama. Seus olhos caíram sobre Jimin, que dormia ao seu lado, de bruços, escondendo parte do rosto entre os braços.
Por alguns instantes, o detetive ficou ali, contemplando-o. A visão do garoto adormecido permitia-lhe admirar os pequenos detalhes que o tornava mais encantador e que faziam seu coração palpitar mais forte.
E, mais uma vez, seus pensamentos trouxeram, como uma avalanche, imagens do que aconteceria mais tarde. Jungkook não podia negar que a expectativa daquele momento o deixava mais ansioso — e mais vivo — do que qualquer outra coisa nos últimos tempos.
No entanto, Jungkook sabia que não poderia se perder em seus devaneios. Para que tudo saísse como planejado, precisava agir. Ele sabia que era hora de deixar a ansiedade de lado e focar nos próximos passos, pois, embora tivesse uma ideia clara em mente, ainda havia muito a ser feito.
Com movimentos cautelosos, o detetive levantou-se, esforçando-se para não acordar Jimin, pegou a camisa pendurada no cabide e a vestiu rapidamente. Ele agarrou o celular que descansava na cabeceira da cama e caminhou em direção à porta. Ao sair, fechou a porta atrás de si com todo o cuidado, evitando qualquer barulho que pudesse perturbar o sono do garoto.
Ele desceu as escadas e alcançou a sala, fazendo uma breve inspeção no ambiente. O moinho de travesseiros que ele havia montado para deitar com Jimin na noite anterior ainda estava lá, embora agora estivesse desorganizado. Jungkook suspirou, sabendo que teria que arrumar aquela bagunça depois, e pegou o celular para fazer uma ligação.
— Alô? — atendeu a voz do outro lado da linha.
— Layla, você está sozinha? — Jungkook perguntou em um tom baixo, quase beirando um sussurro.
— Estou. Kaius está terminando de se arrumar, ele vai me dar uma carona até a agência. — Layla fez uma breve pausa antes de continuar. — Descobriu alguma coisa?
Jungkook olhou discretamente para a escada, certificando-se de que Jimin ainda estava no quarto. Ele dirigiu-se até a cozinha com passos leves, tentando não ranger o assoalho. Até pensou em desistir daquela ideia, mas Layla era a única pessoa naquele momento que poderia ajudá-lo com a surpresa.
— Preciso alugar uma ilha privada. — Sua voz era firme, sem rodeios. — Você é a única pessoa que pode me ajudar com isso. Não conheço mais ninguém que tenha uma lancha e contatos com esse tipo de lugar.
— Por que quer alugar uma ilha? — perguntou, confusa. — O que você está tramando?
— É algo pessoal. — Seu tom indicava que ele não queria entrar em detalhes.
Do outro lado da linha, Layla ficou em silêncio por alguns segundos, absorvendo a informação.
— Bem… — começou, com uma certa relutância. — Eu conheço uma amiga que aluga espaços por temporada em uma ilha, mas já aviso que o preço é alto.
— Quero uso exclusivo. É importante.
Layla suspirou, um misto de surpresa e curiosidade.
— Tudo bem, vou ver o que consigo e te aviso em breve, mas não posso garantir que estará disponível com tão pouca antecedência.
— Diga a ela que eu pago o quanto for preciso — ele reafirmou com uma determinação inabalável.
— Estou impressionada com o poder que o Jimin tem sobre você — comentou ela, entre risos.
Jungkook agradeceu mentalmente por estar no telefone, assim Layla não podia ver a expressão de constrangimento que tomou conta de seu rosto.
— Não comente com ninguém sobre isso — ele pediu, ouvindo um murmúrio positivo em resposta. — Aliás, preciso da sua lancha para chegar até a ilha. Prometo que devolvo amanhã.
— É, sem uma lancha você não vai chegar lá — observou. — Me encontre em uma hora na cafeteria em frente ao prédio do FBI.
— Combinado.
Com isso, Jungkook encerrou a chamada e retornou à sala. Assim que chegou, viu Jimin descendo a escada. Ele esfregava os olhos, ainda lutando contra o sono, enquanto descia os degraus com passos lentos.
Assim que avistou Jungkook, os olhos do garoto brilharam levemente e um pequeno sorriso surgiu em seu rosto. O detetive retribuiu o gesto, permanecendo imóvel, com o receio de que Jimin tivesse escutado a conversa.
— Você não estava na cama, então resolvi levantar — Jimin declarou.
— Eu já estava voltando — respondeu, tentando soar despreocupado. — Como foi a sua noite? Conseguiu dormir bem?
— Acho que eu teria dormido melhor se você não parecesse preocupado com alguma coisa. — Jungkook travou quase imperceptivelmente após a observação do garoto. — O que aconteceu, gatinho? Te vi levantando várias vezes para ir ao banheiro.
Por um momento, o detetive se perguntou como Jimin havia notado suas saídas no meio da noite, já que ele tinha tomado cuidado para não acordá-lo. De qualquer forma, não encontrou motivos para esconder a verdade do garoto.
— Estou ansioso para hoje. Passei a noite inteira pensando nisso — confessou.
Um calor de felicidade preencheu o peito de Jimin e um sorriso genuíno iluminou seu rosto. Ele desceu os últimos degraus, apressando-se para alcançar o namorado. Jungkook abriu os braços para recebê-lo e, naquele instante, notou que a ansiedade não era só sua, era mútua.
— Posso saber onde vai ser? — Jimin perguntou com um tom curioso e levemente sapeca.
Jungkook riu, divertindo-se com a curiosidade do namorado.
— Estou cuidando de tudo, meu bem. Tenho certeza de que você vai adorar o lugar.
Jimin bufou, fazendo uma expressão fingidamente frustrada, embora o brilho em seus olhos entregasse sua empolgação.
— Olha — disse Jungkook, segurando o rosto de Jimin com as duas mãos enquanto olhava fixamente nos olhos dele. — Preciso sair para buscar uma coisa que está com a Layla e quero que você fique aqui.
— O que é?
— Ainda não posso contar — Jungkook respondeu com um sorriso misterioso e levemente entusiasmado. — Faz parte da surpresa, mas prometo que não vou demorar.
— Tudo bem se eu chamar o Taehyung para ficar comigo enquanto você não volta?
— Por mim, tudo bem — respondeu. — Vou pedir ao Yoongi para buscá-lo.
Jimin já estava nervoso, mas a simples ideia de como Taehyung reagiria àquela notícia fez seu nervosismo triplicar. Embora não quisesse ficar sozinho enquanto Jungkook estivesse fora, uma parte sua ansiava pela presença do amigo. Queria, mais do que tudo, compartilhar sua felicidade com ele.
Além disso, desde a invasão na casa de Seokjin, Jimin não o via. Tudo o que ele sabia era que o amigo estava morando com Yoongi, mas passava a maior parte do tempo sozinho, já que Yoongi precisava sair para trabalhar no caso.
Com esse pensamento na cabeça, Jimin aguardou ansioso enquanto Jungkook pegava o celular para fazer a ligação.
— Bom dia, Flor de Margarida! — disse Jungkook, arrancando uma risada baixa de Jimin. — Por onde você anda?
Embora não conseguisse ouvir a resposta de Yoongi, Jimin supôs que ele ainda estivesse dormindo.
— Taehyung está com você? — Jungkook perguntou após um instante, fazendo uma pequena pausa. — Ótimo. Jimin quer vê-lo, você pode trazê-lo aqui? — Houve outra pausa. — Não, tem que ser agora. Preciso sair e não quero deixá-lo sozinho. — Jimin ouviu um murmúrio do outro lado. — Estou na minha casa. Não demore.
Com isso, Jungkook encerrou a chamada e deparou-se com um sorriso deslumbrante iluminando o rosto do garoto. Ele parecia tão feliz que nem fazia questão de esconder.
— Bom, agora só nos resta esperar — Jungkook disse, envolvendo os braços ao redor da cintura dele. — Enquanto isso, que tal comermos algo?
— Eu estou faminto! — respondeu Jimin.
— Eu também. — concordou Jungkook, rindo suavemente enquanto o puxava pela mão. — Vamos resolver isso agora.
Eles caminharam até a cozinha. Enquanto Jungkook lavava as mãos na pia, Jimin começou a pegar os ingredientes no armário e na geladeira. Com tudo em mãos, ele os colocou sobre a mesa e foi buscar os talheres.
O detetive suspendeu as mangas da blusa até os cotovelos e pegou os pães para preparar as torradas com geleia de frutas. Enquanto ele se mantinha concentrado nessa tarefa, Jimin decidiu fazer ovos mexidos com bacon para completar o café da manhã.
Depois de prepararem tudo, eles organizaram a mesa e se sentaram. Jungkook se serviu primeiro e fez questão de servir o namorado também, gesto que foi recebido com um sorriso genuíno de agradecimento. Embora comessem em silêncio, um grupo de borboletas dançavam sincronicamente em seus corações, enchendo-os de um entusiasmo contido, mas inconfundível.
— Que dia o meu pai vai sair do hospital? — Jimin perguntou de repente, na tentativa de mitigar a agitação que sentia no peito.
— Acho que ele sai hoje.
— Será que as pessoas que invadiram conseguiram roubar alguma coisa? — Jimin continuou, o tom levemente preocupado.
— A perícia disse que tentaram arrombar o cofre, mas não conseguiram — explicou o detetive calmamente.
Jimin enrugou as sobrancelhas em sinal de confusão. Pelo que sabia, tudo o que Seokjin guardava no cofre eram dinheiro e armas. No entanto, os invasores não pareciam interessados em roubar nada, apenas em executar seu objetivo: matar.
— Acho que eles estavam atrás de alguma coisa que pertence ao Seokjin — Jungkook opinou, atraindo os olhos de Jimin de encontro aos seus. — Não vai demorar muito para descobrirmos o que era.
— O que isso quer dizer?
— Seu pai deve estar com sangue nos olhos — respondeu Jungkook, com uma nota de seriedade. — Ele vai vasculhar cada canto daquele lugar até descobrir o que estavam procurando.
— Eu pensei que eles só quisessem nos matar. — Jimin observou, a voz carregada de inquietação.
— Isso fazia parte do plano também. — respondeu Jungkook enquanto Jimin engolia o pedaço de pão com dificuldade, parecendo impactado pela resposta. — Você quer ver o Seokjin quando ele sair do hospital?
— Sim, claro. — ele não hesitou em responder.
— Vou providenciar esse encontro.
Jimin assentiu e voltou a comer, mesmo com a mente distante. Ele sabia que Seokjin não voltaria a morar na mesma casa depois da invasão e que as coisas seriam diferentes na vida do homem de agora em diante.
O garoto conhecia Seokjin bem o bastante para saber que ele não ficaria de braços cruzados enquanto a máfia russa dominava as ruas de Washington. Pensando nisso, percebeu que seu pai tinha algo em comum com Jungkook: ambos compartilhavam uma determinação inabalável diante de situações extremas.
Eles ficaram ali, comendo em silêncio, enquanto trocavam olhares ocasionais, carregados de sentimentos que dispensavam palavras. Mais uma vez, como uma avalanche, Jimin sentiu seu coração acelerar e as mãos começarem a suar. Ele se perguntou, quase desesperado, por que se sentia ansioso, já que, aparentemente, não havia motivos para isso.
O silêncio foi subitamente cortado pelo som da campainha. Jimin lançou um olhar na direção da porta e, em seguida, para Jungkook, que já se levantava para atender.
— Deve ser Yoongi e Taehyung. — Jungkook comentou enquanto caminhava em direção à porta.
Jimin não respondeu, mas algo dentro dele reagiu negativamente àquela informação. Ele não sabia ao certo quantos minutos Yoongi gastava para ir de sua casa até a de Jungkook, mas tinha quase certeza de que não era um trajeto rápido. Por isso, desconfiou que talvez não fossem eles do outro lado da porta.
No entanto, sua desconfiança foi arremessada para longe no momento em que o detetive abriu a porta, permitindo que as vozes familiares de Yoongi e Taehyung ecoassem pelo cômodo. Jimin levantou-se do assento, agora mais tranquilo, e caminhou em direção aos dois.
— Onde está o meu ursinho? — Taehyung perguntou assim que entrou na casa e avistou o amigo se aproximando com um sorriso no rosto.
Jimin não perdeu tempo e o envolveu em um abraço apertado. Ele sentiu tanta falta daquele toque, por mais que não tivessem passado tanto tempo afastados. O medo de perder Taehyung no dia da invasão ainda pesava em seu coração, tornando o simples fato de poder abraçá-lo novamente algo quase inacreditável.
— Como você está? — Jimin perguntou quando se afastou do abraço.
— Estou bem. Yoongi está cuidando de mim — respondeu, lançando um olhar rápido na direção do companheiro antes de voltar sua atenção para o amigo à sua frente. — E você? Como está depois do que aconteceu?
Jimin respirou fundo, tentando ignorar a onda de lembranças que aquele dia trazia à tona. As memórias que se abrigavam na sua mente não pareciam adequadas para serem compartilhadas, mas, ao mesmo tempo, eram impossíveis de ignorar.
— Já estou me acostumando com dias assim — Jimin respondeu, abrindo um sorriso fraco que não alcançou os olhos.
Yoongi, pescando a tensão crescente, tentou mudar de assunto para melhorar o clima:
— Fiquei sabendo que Seokjin vai sair do hospital hoje. Vamos buscá-lo?
— Não podemos — O detetive respondeu às pressas, causando pequenos vincos na testa de Yoongi. — Eu e Jimin já temos um compromisso, mas prometo que amanhã vamos visitá-lo.
— Onde ele vai ficar? Na mesma casa que foi invadida? — Taehyung perguntou, curioso, enquanto cruzava os braços. — Eu não confiaria em dormir naquele lugar.
— A casa já está segura de novo — Yoongi assegurou com firmeza.
— Quem garante que está segura mesmo? — Taehyung insistiu, olhando para Jimin em seguida. — Eu aconselho seu pai a ficar longe de lá, não sabemos se aqueles caras só queriam nos matar. Eles podem ter implantado alguma coisa, sei lá.
— Bom, Seokjin vai decidir isso assim que sair do hospital — Jungkook disse, dando uma olhada rápida no relógio de pulso. — Marquei uma reunião com a Layla para pegar as cópias que ela levou para o hacker. Não posso me atrasar.
— Vocês já conversaram com o ex-namorado dela? — Yoongi perguntou.
— Sim, ele vai preparar o disfarce nos próximos dias e marcar um encontro com o Yixing. A Layla ficou encarregada de passar todas as informações necessárias do caso para ele.
— Ótimo! — respondeu Yoongi, assentindo com aprovação.
Jungkook sabia que não podia dar muitos detalhes sobre seu encontro com Layla, pois estava ciente de que Yoongi jamais aprovaria sua decisão de alugar uma ilha para passar a noite com Jimin, especialmente com uma máfia russa no seu encalço. Por isso, planejava acertar com Layla que a conversa entre eles ficaria em sigilo.
— Vocês vão nos deixar sozinhos? — Taehyung perguntou, as sobrancelhas franzidas em sinal de confusão. — Não sei se vocês se lembram, mas da última vez que ficamos sozinhos, um monte de homens estranhos tentou nos matar!
— Não vou demorar, Taehyung. — Jungkook garantiu com um tom firme.
— Ah, ótimo, agora estou mais tranquilo — debochou. — Eles só demoraram vinte minutos para entrar na casa do Seokjin. Se você chegar em dezenove, estaremos salvos.
Jimin riu suavemente e tocou os ombros do amigo, um gesto que transmitia calma.
— Relaxa, Tae, estamos seguros aqui. — assegurou com um sorriso reconfortante.
— Eu até ficaria com vocês, mas o pessoal está precisando de mim na agência. Depois disso, tenho que passar no galpão do Caleb. — Yoongi explicou, lançando um olhar carregado de pesar para Taehyung.
— Não se preocupe, seu garoto só está sendo dramático. — Jungkook disse com um tom travesso, tentando aliviar o clima.
Taehyung arregalou os olhos e entreabriu a boca em completo choque com o comentário de Jungkook.
— Preciso ir. Anjo, qualquer coisa me ligue, está bem? — Jungkook acrescentou, voltando sua atenção para Jimin.
— Pode deixar. — respondeu ele com um sorriso adorável.
O detetive aproximou-se de Jimin e selou seus lábios suavemente. Taehyung olhou para Yoongi e esperou que ele tomasse a mesma iniciativa, no entanto o homem permaneceu imovél, as bochechas levemente ruborizadas. Aquela hesitação foi o suficiente para que ambos percebessem que compartilhavam o mesmo pensamento.
Antes de afastar-se do garoto, o detetive sussurrou em seu ouvido:
— Esteja pronto em quarenta minutos.
Com isso, Jungkook pegou a chave do carro e fez um gesto com a cabeça para que Yoongi o seguisse. Após os dois saírem, Jimin caminhou até a porta e a trancou com uma senha digital. Ele virou-se para Taehyung com um enorme sorriso no rosto, um reflexo claro da felicidade que transbordava dele.
Taehyung devolveu o sorriso com a mesma intensidade, embora não conseguisse entender o motivo por trás daquela alegria contagiante do amigo.
— Esse sorriso aí só pode significar uma coisa… — provocou Taehyung com um tom sugestivo.
— É hoje! — contou-lhe, visivelmente animado. — Estou tão nervoso, Tae!
— Vocês vão transar hoje? — Taehyung disparou, havia uma mistura de entusiasmo e curiosidade na sua pergunta. — Espera… vocês planejaram tudo? A data, o lugar, como vai ser?
— Sim!
— Isso é tão romântico! Que bonitinho! — Taehyung comentou com um sorriso divertido, mas logo franziu a testa, pensativo. — Agora, me tira uma dúvida: como é que vocês conseguem pensar em sexo quando tem gente querendo as cabeças de vocês numa estaca?
Jimin riu.
— Essa gente quer nos matar porque namoramos dois detetives, ou seja, isso nunca vai mudar — Jimin comentou com um tom descontraído, apesar da gravidade do assunto. — Não vou deixar de aproveitar esses momentos com o Jungkook por causa desses assassinos.
— Bom, se você morrer, pelo menos vai ter transado com o seu namorado gostoso. — Taehyung brincou, arrancando uma gargalhada sincera de Jimin.
— É por isso que você está aqui, seu bobo. Preciso da sua ajuda. — Jimin disse enquanto caminhava até o sofá. Taehyung o seguiu rapidamente.
— Que tipo de ajuda eu posso te oferecer? Só aviso que não vou transar com vocês. — ele disse atrás de Jimin, ouvindo-o rir novamente.
— Preciso dos seus conselhos, Tae. — explicou, afastando as almofadas do sofá para que ambos pudessem se acomodar.
— Conselhos? — Jimin confirmou com um aceno sincero. — Você está pedindo o conselho de alguém que gosta de selvageria? Você não é como eu, ursinho.
— Eu sei disso, mas preciso de uma direção. — respondeu. — Não tenho experiências com essas coisas, e tudo o que sei sobre o assunto é algo que preferia não saber.
Taehyung suspirou, reconhecendo as limitações do amigo, e permaneceu em silêncio por um momento. Ele sabia que as experiências de Jimin não eram boas, e isso tornava as suas próximas palavras ainda mais importantes. Precisava escolher com cuidado, não apenas para orientá-lo, mas para acalmá-lo um pouco.
— Olha, se você chegou à conclusão de que quer fazer isso com o Jungkook, significa que uma parte sua está segura dessa escolha. — Taehyung disse, percebendo o quanto Jimin prestava atenção em suas palavras. — O Jungkook tem sido uma peça crucial na sua vida e agora não vai ser diferente. Se ele prometeu que esse momento será especial, é porque será.
— Não tenho dúvidas disso, mas ainda me sinto nervoso e com medo.
— E está tudo bem se sentir assim. Nervosismo e medo não significam que é algo ruim. — Taehyung garantiu com um sorriso reconfortante. Jimin absorveu suas palavras com atenção. — Tenho certeza de que o Jungkook também está ansioso, talvez até mais do que você.
Por um instante, Jimin parou para pensar sobre a fala de Taehyung, lembrando-se de como Jungkook mal havia conseguido dormir na noite anterior. Esse pensamento arrancou um sorriso espontâneo do seu rosto. Ele sabia que Jungkook já tinha tido outras experiências fora do relacionamento, o que parecia contradizer aquela situação.
— Agora me conta: você já sabe o que deve fazer, não é? — Taehyung perguntou de repente, interrompendo os pensamentos de Jimin.
— O que eu devo fazer? Como assim?
— Sim, como você deve se preparar para esse momento… — ele fez uma pausa, percebendo que Jimin ainda parecia confuso. — Você não pode ter a sua primeira vez sem preparar o seu corpo antes.
Jimin engoliu em seco, começando a entender a intenção de Taehyung.
— Você tem alguma sugestão? — Jimin perguntou com uma mistura de vergonha e curiosidade.
— Claro que tenho! — ele respondeu com empolgação e virou-se de frente para o amigo. — Olha só, eu uso um óleo corporal pra deixar a pele macia e cheirosa. E sempre ando com um pacote de balas no bolso, por motivos óbvios: preliminares são indispensáveis e uma balinha pode salvar vidas.
— E a minha roupa? O que eu devo vestir?
— Vista algo que deixe o Jungkook sem fôlego. Você o conhece como ninguém, então deve saber do que ele gosta.
Jimin refletiu por um instante e pesquisou mentalmente suas opções. Apesar de se esforçar, ele não conseguia decidir o que usar. Então, de repente, uma palavra inesperada tomou forma em sua mente:
Saia.
Por algum motivo, Jimin tinha a sensação de que Jungkook jamais esperava vê-lo usando uma saia.
— Ah, mais uma coisa… — Taehyung prosseguiu, avaliando-o de cima a baixo com um olhar perspicaz. — Você não pode esquecer de cuidar da preciosidade. Sabe, aquele procedimento chato que vem antes de… bom, você sabe, relação anal.
As bochechas de Jimin esquentaram rapidamente. Ele sabia do que Taehyung estava falando, mas ouvir aquilo dito em voz alta o deixou extremamente envergonhado.
— Isso é tão constrangedor... — Jimin comentou, rindo de nervoso. — Quem diria que eu falaria sobre isso com você?
— Relaxa, uma hora você se acostuma com o assunto — ele respondeu com um sorriso despreocupado. — Siga as minhas dicas e tudo vai dar certo.
— O que mais eu posso fazer para impressioná-lo? — Jimin perguntou, a insegurança evidente em sua voz.
— Olha, ursinho, acho que o mais importante é ser sincero com seus sentimentos. — Taehyung aconselhou em um tom empático. — Se estiver bom, mostre que está gostando. Mas, se algo não estiver legal, não tenha medo de dizer a verdade.
As palavras de Taehyung fizeram Jimin reconhecer que ele estava sendo pessimista sem um motivo real. No fundo, sabia que sua mente estava tentando pregar peças indesejadas e que não havia motivos para se sentir daquele jeito.
— Posso te contar um segredo? — Taehyung perguntou de repente.
O tom dele parecia frio e hesitante, carregado de uma inquietação que fez Jimin deduzir que o tal segredo não era fácil de compartilhar.
— Claro. — Jimin respondeu.
— Minha primeira vez foi com um cara… desagradável — revelou, desviando o olhar. — Ele era possessivo, controlador e extremamente ciumento. Eu era jovem demais pra entender que aquilo era errado. Na minha cabeça, ele agia assim porque me desejava, porque tinha medo de me perder. Mas, com o tempo, percebi que, na verdade, ele era louco.
— Você nunca contou isso a ninguém? — Jimin parecia surpreso com a confissão.
— Não, você é o primeiro a saber — admitiu. — Eu fiquei fodido da cabeça quando terminei com ele. Não porque o amava, mas porque tinha medo de ficar sozinho, sem ninguém. Ele dizia que era o único homem que realmente gostava de mim, que os outros só queriam me usar. E, bom, acreditei nessas palavras por muito tempo, pelo menos até reconhecer que eu estava preso em um relacionamento abusivo.
— É por isso que você tem tanto medo de se envolver em um relacionamento sério?
Taehyung relutou por um instante, mas acabou acenando a cabeça, os olhos carregados de um pesar.
— Yoongi não é como ele — confessou em voz baixa. — Mas, na minha cabeça, se eu o aceitasse como meu namorado, tudo poderia se repetir. Por mais que o Yoongi prove todos os dias que é diferente, algo dentro de mim ainda me paralisa. Acho que é por isso que eu me envolvia com vários caras diferentes, apenas para me sentir validado. Era o prazer de ouvir que eu era bom em alguma coisa, de sentir que prestava e que tinha algum valor.
Taehyung riu baixinho, mas estava longe de ser um riso genuíno, seu gesto carregava um som vulnerável e apreensivo. Jimin sabia que o amigo só estava tentando camuflar as emoções conflitantes que tumultuavam seu peito, afinal Taehyung costumava usar o humor como uma armadura contra a própria fragilidade.
— Sempre me perguntei porque os policiais me atraiam tanto — Taehyung disse com um tom descontraído, mas havia um traço de nervosismo em sua voz. — Agora tudo faz sentido… É como se eu buscasse neles a sensação de proteção que nunca tive. Bizarro, não?
— Agora que você sabe, o que pretende fazer com isso?
— Esperar, talvez. — deu de ombros. — Não vou me curar da noite pro dia, então a minha única alternativa é ter paciência e torcer para que o Yoongi também tenha.
— Por que não conta a verdade? Ele tem o direito de saber o que aconteceu com você. — Taehyung ficou pensativo por um instante. — Além disso, tenho certeza de que ele cuidaria dessa situação.
— Cuidar no sentido de ir atrás do cara e dar uma surra nele?
— Exatamente.
Taehyung riu.
— Isso seria divertido. — comentou, ainda rindo.
O clima, antes tenso e melancólico, subitamente se suavizou. Era óbvio que aquele assunto ainda incomodava Taehyung, mas a estratégia de usar o humor para driblar o desconforto parecia funcionar para ele, pelo menos por ora.
— Vamos deixar esse assunto de lado e focar em você — disse Taehyung, a empolgação ressurgindo em sua expressão como uma fênix renascendo das cinzas. — Quando vocês vão sair? Já pensou no que vai vestir?
— Jungkook está fazendo mistério sobre o lugar. — Jimin abriu um sorriso travesso, como se estivesse tendo uma ideia mirabolante. — Mas eu vou descobrir o que ele está tramando.
— Não faça isso, deixe que ele prepare tudo. — Taehyung aconselhou. — Aposto que ele vai se sentir realizado quando te fizer a surpresa.
Jimin refletiu por um momento e percebeu que o amigo tinha razão. Não era justo desvendar os planos de Jungkook depois de todo o esforço dele. Então, decidiu encarar a situação de outra forma e se permitir sentir a expectativa da surpresa, mesmo que a curiosidade insistisse em querer saber de tudo.
De repente, Jimin lembrou-se que deveria estar pronto em quarenta minutos e ele nem havia trocado de roupa ainda.
— Caramba, tenho que me arrumar! — Jimin disse às pressas, levantando-se do sofá e deixando Taehyung confuso. — Jungkook pediu para que eu estivesse pronto em quarenta minutos.
Apesar de não saber exatamente para onde Jungkook o levaria, Jimin considerou seu desejo de passar a primeira noite de núpcias em uma cabana e por isso supôs que Jungkook escolheria um lugar afastado da civilização.
Diante desse pensamento, decidiu levar alguns itens indispensáveis.
— Vamos lá, eu te ajudo. — Taehyung se ofereceu, fazendo menção de se levantar, mas antes que pudesse sair do lugar, Jimin ergueu a mão em um gesto de ‘pare’.
— Não precisa, eu cuido disso sozinho. — sua voz carregava um nervosismo sutil.
Jimin não queria dar muitos detalhes caso Taehyung perguntasse o porquê, por isso adiantou os passos em direção à escada, torcendo para que o amigo não o chamasse. E para a sua sorte, Taehyung ficou em silêncio enquanto o observava subir os degraus às pressas.
Tudo o que Taehyung fez foi se jogar no sofá, esticar as pernas e exibir um sorriso sapeca no rosto, divertindo-se com a expectativa do amigo do que estava por vir.
✮✮✮
Depois de horas de preparação, Jimin estava pronto para descobrir a surpresa de Jungkook. O que deveria levar apenas quarenta minutos acabou se estendendo um pouco mais, mas não o bastante para atrapalhar os planos do casal.
Agora, eles seguiam pela estrada, o destino ainda era um mistério para Jimin. Ele tentou decifrar o caminho pelas ruas por onde passavam, mas nada lhe parecia familiar. Dentro do carro, uma melodia romântica ecoava pelos alto falantes.
Jungkook cantarolava baixinho, parecendo imerso na música, enquanto Jimin observava o horizonte à sua frente com uma pequena faísca de nervosismo no peito.
A cada quilômetro percorrido, a antecipação aumentava, e seu coração batia mais forte, deixando-o ciente de que estava mais próximo do seu destino. Suas mãos começaram a suar e os seus pensamentos a acelerar, um reflexo claro da ansiedade que sentia.
Jimin lançou um olhar discreto para Jungkook e percebeu o brilho de empolgação nos olhos dele. Por um instante, sentiu uma pontada de inveja. Ele gostaria de poder compartilhar daquela tranquilidade, mas a expectativa do que estava por vir o consumia por completo.
No momento em que virou o olhar para a estrada, Jimin sentiu a mão de Jungkook pousar sobre a sua. Ele observou o gesto com uma mistura de surpresa e curiosidade.
— Estamos perto, meu bem — Jungkook informou, lançando-lhe um olhar tranquilizador e um sorriso confortável. — Não fique com medo, eu estou aqui.
Jimin retribuiu o sorriso, um gesto suave de agradecimento. Seu coração aquecia toda vez que Jungkook reconhecia seus medos. Por mais que Jimin tentasse não dar sinais, era difícil esconder seus sentimentos dos olhos atentos de Jungkook.
— Você não está nem um pouquinho nervoso? — Jimin perguntou após um momento de observação.
Jungkook sorriu.
— Eu estou suando de tão nervoso que estou — respondeu. — Não apenas pelo fato de ser a nossa primeira vez, mas porque é com você.
Jimin não escondeu o sorrisinho de satisfação. Naquele momento, sentiu-se aliviado por Jungkook compartilhar os mesmos sentimentos que ele. Era difícil explicar em palavras o que ambos estavam sentindo, mas os olhares que eles trocavam durante o trajeto eram suficientes para evidenciar essas emoções.
Eles permaneceram de mãos dadas pelo resto do caminho. À distância, Jimin avistou uma marina bem estruturada abrigando embarcações de luxo e diversas lanchas ao longo dos cais. O cheiro característico da praia penetrou nas narinas do garoto, fazendo-o se lembrar daquele lugar.
Embora o tenha visitado apenas uma vez, Jimin se recordou das pequenas cabanas espalhadas em torno da orla, que serviam de escritórios para aluguel de lanchas e passeios de barcos. Vários turistas circulavam pelo local com suas bolsas de viagem e roupas de banho.
Jungkook estacionou em uma área exclusiva para clientes, o que intrigou Jimin, visto que, na última vez em que estiveram ali, o detetive escolheu um local mais afastado da movimentação turística.
Após o carro estacionar, Jimin tirou o cinto de segurança e saltou para fora, sentindo a brisa suave soprar os seus cabelos. Ele apreciou o som relaxante das ondas se quebrando na areia e o grasnar das gaivotas à distância, uma melodia que, em uníssono, transmitia tranquilidade.
Jimin parou de prestar atenção nos sons tranquilizantes do mar para observar Jungkook retirando as bolsas do bagageiro. Ele se apressou para ajudar o namorado, mas Jungkook já havia pegado tudo. Jimin sorriu, sentindo-se um pouco envergonhado pela pressa, e se aproximou dele com as bochechas rosadas.
Enquanto fechava o bagageiro, Jungkook lançou um olhar carinhoso para Jimin e sorriu, achando adorável o jeito apressado com que o namorado se moveu para ajudá-lo. Com isso, ele entregou duas bolsas medianas ao garoto e selou sua testa com um beijo suave, um gesto que fez Jimin sorrir.
De mãos dadas, eles caminharam em direção a uma lancha ancorada, que flutuava levemente com o movimento das águas calmas. À medida que se aproximava da embarcação, as lembranças do dia em que passou a noite com Jungkook em alto-mar invadiram a cabeça de Jimin.
Ele se lembrava, com clareza, de quando o viu sem roupa pela primeira vez naquela mesma lancha.
O coração de Jimin acelerou com a lembrança e, antes que pudesse mergulhar mais fundo em seus pensamentos, Jungkook estendeu a mão para ajudá-lo a subir na lancha. Jimin aceitou a ajuda do namorado com um sorriso tímido no rosto e, em poucos instantes, ambos se acomodaram dentro da cabine.
Jungkook pegou as bolsas do ombro de Jimin e as colocou sobre uma das poltronas no interior da cabine. O lugar era revestido com acabamentos de madeira e possuía uma iluminação suave, o que tornava o ambiente acolhedor e aconchegante.
Assim que os olhos de Jimin caíram sobre a cama à sua frente — aquela cama — uma avalanche de lembranças invadiu a sua mente. Lembrou-se de quando trouxe o seu caderno, com o intuito de desenhar Jungkook, e se certificou de que desta vez não seria diferente. Por isso, fez questão de guardá-lo na bolsa antes de partir.
Ele desejava não apenas desenhar as paisagens que encontraria pelo caminho, mas, acima de tudo, registrar os detalhes do corpo despido de Jungkook em traços vívidos e precisos.
Jungkook dirigiu-se até o painel de controle que ficava à frente do assento do piloto enquanto Jimin se acomodava em um dos estofados para apreciar a paisagem.
Após se certificar com o guarda marítimo de que a lancha estava completamente desancorada, Jungkook ligou o motor e, com um movimento preciso, conduziu a lancha mar adentro.
Por um momento, Jimin pensou que Jungkook o havia levado apenas para um passeio em alto-mar e que, em algum momento do percurso, finalmente cederiam ao que tanto desejavam. Esse pensamento operou em sua cabeça pelos próximos minutos, deixando-o imerso em uma fantasia intensa e quase palpável.
Em sua imaginação, ele se via deitado na parte externa da lancha, sentindo a brisa fresca acariciar seu rosto e bagunçar seus cabelos. O som das ondas se misturava ao eco suave dos passos de Jungkook se aproximando.
Lentamente, ele se agachava ao seu lado e atraía seus olhos castanhos. Com um gesto envolvente, Jungkook deslizava uma mão até a sua nuca e inclinava-se para selar seus lábios.
— Anjo?
A voz de Jungkook cortou as imaginações de Jimin como uma navalha, fazendo-o piscar um par de vezes para afastar a névoa de seus devaneios. Seu olhar encontrou o do namorado à distância, observando-o acenar para que se aproximasse. Sem hesitar, o garoto levantou-se e seguiu até ele.
— Acho que agora posso te contar para onde estamos indo — Jungkook disse assim que o garoto o alcançou.
Jimin olhou para ele com uma mistura de curiosidade e expectativa enquanto prendia a pergunta na garganta.
— Aluguei uma ilha privada para passarmos o dia… — Jungkook fez uma breve pausa, saboreando a reação de Jimin.
Os olhos de Jimin se arregalaram e seu queixo despencou.
— E também a noite… — completou Jungkook, um sorriso cheio de segundas intenções brincando em seus lábios.
— Você alugou uma ilha?! Como assim?! — ele parecia perplexo.
— Foi o único lugar que me veio à cabeça — Jungkook deu de ombros e riu, como se a sua ideia não fosse tão inusitada assim. — Vi as fotos e tenho certeza de que você vai se apaixonar.
Jimin piscou, ainda assimilando a informação.
— Eu nunca estive em uma ilha antes — o garoto confessou com um tom curioso.
— Você vai adorar, assim como eu adorei.
Jimin voltou a olhar para a imensidão azul à sua frente e imaginou como seria aquele lugar. Apesar de já ter visitado praias paradisíacas antes, nada se comparava à ideia de estar sozinho em uma ilha com Jungkook. O sentimento de antecipação começou a crescer em seu peito tal qual uma flor desabrochando.
E assim ele permaneceu pelos próximos minutos: apreciando a vista enquanto Jungkook conduzia a lancha em direção ao seu destino. À distância, outras embarcações flutuavam sobre as águas, transportando vários turistas.
Os timoneiros usavam trajes náuticos específicos e pareciam mais velhos e experientes, um detalhe que capturou a atenção de Jimin por alguns segundos.
Ele não soube dizer por quanto tempo ficou ali, perdido na paisagem, até o barulho suave do motor da lancha puxá-lo de volta à realidade. Jimin apoiou-se no corrimão da lancha e sentou-se ao lado de Jungkook enquanto esperava ansiosamente o que realmente importava: a ilha que os aguardavam.
Ao longe, a miragem de um verdadeiro refúgio paradisíaco revelou-se diante de seus olhos. O lugar era cercado por palmeiras e várias faixas de areia branca, havia uma construção elegante de madeira e vidro, misturando-se perfeitamente com a natureza ao redor.
O coração de Jimin acelerou e seus olhos brilharam de encanto. Ele tinha de admitir que aquele lugar parecia muito mais encantador do que nas suas imaginações.
Esse pensamento se concretizou no momento em que a lancha reduziu a velocidade e encostou no cais de madeira que se estendia sobre a água cristalina. Ali, Jimin teve certeza de que estava diante de um paraíso mágico.
Jungkook saltou primeiro e, enquanto amarrava a embarcação, Jimin recolhia as bagagens na cabine. Assim que o garoto surgiu com as malas, o detetive o ajudou a carregá-las até a propriedade, contemplando, por vezes, os olhares encantados que Jimin lançava ao redor. Ele parecia verdadeiramente hipnotizado com os detalhes.
Uma porta de vidro deslizante conectava o cenário paradisíaco com o interior requintado da propriedade. Mesmo depois de fechá-la, eles podiam sentir a brisa do mar circular livremente pela casa. Os tons neutros da residência contrastavam com a beleza espetacular da natureza do lado de fora. O teto era adornado por pendentes de madeira rústica, enquanto um tapete de fibra natural trazia aconchego ao espaço.
Jungkook seguiu em direção a uma escada esculpida em pedra, que ficava posicionada perto de uma janela panorâmica, e dirigiu-se até uma porta específica. Por um momento, Jimin perguntou se Jungkook tinha visitado a ilha antes de levá-lo até lá, já que ele parecia familiarizado com o ambiente.
Esse pensamento escorregou para longe no momento em que Jungkook abriu a porta e revelou o quarto principal. A cama, forrada com linho branco, ocupava o centro do cômodo e as portas de vidro que davam acesso direto à varanda revelavam o verdadeiro espetáculo: uma piscina de borda infinita que se estendia diante do mar.
— Que lugar lindo! — Jimin comentou, os olhos vidrados para além das portas de vidro. — Vamos dormir aqui?
— Sim, anjo.
— Sério?! — Seu tom animado arrancou uma risadinha de Jungkook, que apenas assentiu. — Esse lugar parece um paraíso!
Ainda sorrindo, o detetive colocou todas as bagagens sobre a cama, inclusive as que estavam nos ombros de Jimin. Ele voltou-se para o garoto e surpreendeu-o quando pousou as mãos em seu rosto, obrigando-o a encará-lo.
— Ainda não te mostrei o nosso paraíso particular. — murmurou Jungkook, seu tom carregado de uma promessa sutil.
O coração de Jimin, mais uma vez, disparou.
— Venha comigo, anjo.
Jungkook entrelaçou a mão de Jimin e o conduziu para o lado de fora da propriedade. Trilhas de madeira os levavam para pequenos recantos escondidos entre as árvores, ideais para casais que buscavam privacidade absoluta. No entanto, Jimin percebeu que eles não precisavam recorrer aos recantos, visto que não havia mais ninguém na ilha além deles.
Ele removeu os chinelos dos pés para ficar em contato direto com a areia enquanto Jungkook o guiava por uma trilha secreta no meio da vegetação. Jimin olhou ao redor e apreciou as inúmeras vigas de bambu com lâmpadas penduradas, espalhadas em pontos estratégicos para criar um caminho iluminado quando a noite caísse.
Poucos metros adiante, o garoto avistou, escondida entre as árvores, uma tenda envolta por cortinas de linho branco que esvoaçavam suavemente com o vento. No chão, havia uma confortável cama inflável adornada com almofadas macias e luzes amareladas que, durante o dia, não revelavam a sua beleza. Naquele momento, Jimin percebeu que lugar era aquele.
— É aqui. — Jungkook disse, atraindo os olhos do garoto de encontro aos seus.
— Foi você que preparou tudo? — Ele parecia impressionado com os detalhes.
— Sim.
Jimin não conseguiu esconder a surpresa. Ele tinha pensado nos detalhes mais importantes da ambientação, mas não imaginou que eles pudessem se materializar tão perfeitamente. A impressão que tinha era que Jungkook havia conseguido acessar seus pensamentos mais íntimos.
— Pensei em te mostrar esse lugar só à noite, mas eu estava tão ansioso para ver sua reação... — disse Jungkook, quebrando o silêncio.
Jimin sorriu.
— Ficou exatamente como eu imaginei. — Seus olhos brilharam de fascínio. — Você é tão incrível, gatinho.
— Quero ser incrível com você quando chegar a hora… — Sua voz ficou séria de repente, uma seriedade que Jimin sabia que estava atrelada ao calor da expectativa.
— Não tenho dúvidas disso — respondeu.
— Anjo… — Ele deu um passo à frente, reduzindo o espaço entre eles até que seus rostos estivessem a poucos centímetros de distância. — Podemos fazer agora, neste momento, se você quiser.
— A-agora? — Jimin gaguejou.
— Você precisa de mais tempo?
Jimin ficou em silêncio por um instante, refletindo sobre que resposta dar. Ele sentia uma vontade imensa de se jogar de cabeça, mas algo em seu interior ansiava pela magia da noite, pelas luzes que seriam sua principal aliada.
— Eu gostaria que fosse à noite — Jimin confessou. — Por causa das luzes.
Jungkook sorriu gentilmente e acariciou a bochecha do garoto.
— Tudo bem, anjo. — seu olhar tinha um brilho de compreensão.
— Podemos aproveitar para conhecer esse lugar. Eu ainda não vi tudo.
— Acho que você vai adorar conhecer o recanto mais bonito desse lugar. Foi construído à beira de um rio cristalino e, pelo que me falaram, é o lugar perfeito para quem quer privacidade.
Jimin sorriu amplamente, aprovando a ideia do namorado. Ele queria conhecer cada espaço daquela ilha e talvez desenhar os detalhes mais chamativos nas páginas em branco de seu caderno enquanto a noite não caísse.
E quando anoitecesse, seu corpo e sua mente estariam entregues à Jungkook.
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Em poucas horas, o sol começou a se esconder no horizonte e o céu, antes desenhado pelas nuvens, deu espaço para que as estrelas brilhassem. Naquele lugar, o silêncio era quebrado apenas pelo som dos grilos e pelo farfalhar das folhas ao vento.
Jungkook estava do lado de fora da cabana à espera de Jimin. As trilhas entre as árvores estavam sendo banhadas por luzes amareladas, que davam ao ambiente um toque intimista e acolhedor. Os galhos balançavam ao ritmo da brisa marítima enquanto uma fogueira irradiava o seu calor a poucos metros de distância.
Jungkook havia preparado o ambiente para a chegada do garoto. Ele espalhou algumas velas perfumadas no interior da cabana, colocou um pouco de óleo essencial no cobertor e pendurou duas cortinas transparentes na entrada, tornando o ambiente um refúgio romântico.
Enquanto isso, Jimin se preparava para esse encontro especial de maneira peculiar. Ele seguiu as orientações de Taehyung e espalhou óleo corporal por toda a sua pele, além de usar um perfume marcante para aquela noite.
Jimin desejava que seu cheiro, seu sabor e seu toque ficassem marcados na memória do namorado, embora soubesse que não era necessário tanto esforço para surpreendê-lo, afinal Jungkook se encantava com os mais singelos detalhes.
No entanto, sentiu-se instigado a proporcionar boas lembranças ao detetive, assim como também ansiava para que esta noite fosse marcante para si. E Jimin sabia que seria memorável, como em todas as outras vezes em que Jungkook o surpreendeu com algo diferente.
Agora, portanto, as imagens desta noite começaram a se construir.
À distância, Jungkook avistou uma figura familiar se aproximando com passos cautelosos. As lanternas refletiram suas luzes dançantes em Jimin, chamando a atenção de Jungkook para a peça que o namorado usava: uma minissaia.
Não era qualquer minissaia. O estilo da peça realçava as curvas do garoto e valorizava a sua silhueta, enquanto o recorte da fenda lateral acrescentava um toque extra de sensualidade a cada movimento.
Jungkook ficou imóvel, parecendo hipnotizado, os olhos fixos na peça que o deixou fascinado. Em poucos instantes, Jimin finalmente o alcançou, fazendo Jungkook erguer o olhar de encontro ao dele.
— Você está tão lindo… — Jungkook murmurou enquanto seus olhos o admiravam da cabeça aos pés. — Gostei da minissaia. Ela ficou perfeita em você, meu bem.
— Eu sabia que você ia gostar — Jimin respondeu, a confiança em suas palavras arrancou um sorriso irresistível de Jungkook.
— Tudo fica lindo em você — disse o detetive, pesquisando as próximas palavras. — Eu quero que essa noite seja muito especial para nós, quero te fazer o cara mais feliz desse mundo.
— Você faz eu me sentir amado o tempo todo, por isso não tenho dúvidas de que será especial.
Jungkook sorriu com as palavras de Jimin e deu alguns passos à frente, reduzindo a distância entre eles. O coração de Jimin disparou quando percebeu a mudança sutil no olhar do namorado, revelando os seus desejos mais reprimidos. Ali, ficou claro o quão sedento Jungkook estava para vê-lo sem roupa.
Jimin sentiu um pequeno arrepio subir pela espinha no momento em que Jungkook segurou a sua cintura e o puxou para perto, fazendo seus troncos se tocarem suavemente. O olhar do detetive cintilava com um misto de desejo e encantamento, semelhante ao de Jimin.
Sem aviso, o garoto foi surpreendido com um beijo. Ele retribuiu o gesto rapidamente e envolveu os braços ao redor do pescoço de Jungkook, desfrutando das sensações arrepiantes que só o beijo do detetive provocava em seu corpo.
Não importava quantas vezes se beijassem, cada beijo despertava algo novo.
Aos poucos, Jungkook começou a se afastar, deixando um pequeno rastro de calor nos lábios do outro. Os olhos de Jimin se abriram a tempo de ver o namorado sorrir, um gesto que guardava várias promessas silenciosas. No momento seguinte, sentiu os dedos de Jungkook segurarem os seus e o conduzir até o interior da cabana.
Jimin foi envolvido por um aroma suave de óleo essencial e velas aromáticas ao entrar na tenda, que, com seu teto alto, permitia que ele caminhasse livremente sem precisar se curvar. O lugar, apesar de estar localizado entre as árvores e exposto ao vento do oceano, estava aquecido por causa do calor da fogueira, que enviava sua temperatura à tenda.
Enquanto contemplava os detalhes internos da cabana, Jimin sentiu a presença de Jungkook se aproximando por trás. As mãos sutis do detetive tocaram seus ombros, enviando um toque quente pelo seu corpo.
Jimin fechou os olhos quando sentiu os dedos de Jungkook deslizarem sobre o tecido de sua blusa, puxando-o lentamente para baixo, expondo parte de sua pele. O toque era suave, mas carregado de intenções. A respiração de Jungkook acariciou o pescoço do garoto, fazendo-o suspirar, e seus lábios beijaram a pele desnuda de seu ombro.
Os beijos trilharam suave e lentamente até a orelha de Jimin em um movimento provocador. Jungkook respirou o perfume do garoto, permitindo que as memórias de quando o conheceu pela primeira vez o invadissem.
Enquanto isso, Jimin recapitulou a lembrança do primeiro beijo que compartilharam. Naquela noite, ele ficou tão nervoso que mal conseguia pensar. Agora, as mesmas emoções tomaram conta de seu corpo como uma avalanche.
Seus pensamentos foram varridos para longe no momento em que ele viu Jungkook contornar seu corpo e parar na sua frente. Ele segurou as mãos do garoto com cautela e disse:
— Se você não quiser fazer algo, por mais que eu peça, é só me avisar — Jungkook murmurou, recebendo um aceno positivo em resposta.
Sem dizer mais uma palavra, o detetive tomou a mão dele e o guiou até a cama improvisada no chão. O coração de Jimin começou a bater em um ritmo descontrolado.
Ele ajoelhou-se sobre o colchão antes de se sentar, enquanto Jungkook permanecia de pé diante dele, suas pernas alinhadas com o rosto de Jimin. O garoto olhou para cima, não contendo o movimento dos olhos quando se deparou com o volume exposto na calça de Jungkook.
Jimin não tinha certeza se a postura de Jungkook era um convite silencioso para que assumisse o controle e desabotoasse suas calças ali mesmo. No entanto, a ideia que se desenhava em sua mente fez seu corpo aquecer e sua boca salivar, especialmente quando seus olhos pousaram sobre o tecido avantajado entre as coxas firmes do namorado.
Em instantes, Jungkook removeu a camisa de seu corpo, fazendo os olhos de Jimin percorrerem por cada detalhe de seu abdômen. O brilho amarelado das lanternas projetava sombras sutis sobre a pele de Jungkook, destacando cada contorno proeminente de seu torso.
Jimin o admirou da cabeça aos pés, algo que sempre fazia quando tinha oportunidade. No entanto, sua atenção foi atraída para o movimento das mãos de Jungkook em seu cinto. Ele começou a desatar a fivela lentamente, como se quisesse saborear cada reação do garoto enquanto o fazia.
Após desprender o cinto, Jungkook o lançou para o lado e deslizou o zíper para baixo com calma, revelando uma parte da cueca. Os olhos de Jimin estavam fixos em seus movimentos, acompanhando cada etapa com atenção. Isso arrancou um sorriso provocador do detetive.
Tomado pelo desejo, Jimin dirigiu a mão até a coxa de Jungkook e ergueu o olhar, os olhos brilhando em um pedido silencioso. Naquele momento, Jungkook compreendeu qual era o desejo de seu garoto: ele queria chupá-lo.
Atendendo a súplica de Jimin, o detetive desceu a calça até a metade das pernas, deixando clara a intenção por trás do gesto, e convidou o garoto para que concluísse o restante. Com as mãos suadas, Jimin segurou a barra da cueca e a deslizou pelas coxas do namorado, deixando-o completamente despido.
Com a expectativa à flor da pele, Jimin umedeceu os lábios antes de colocar o pau de Jungkook na boca. Ele sentiu a garganta se contrair quando se atreveu a engoli-lo por inteiro, mas rapidamente encontrou o jeito certo.
Jungkook segurou seus cabelos com firmeza enquanto Jimin deslizava a boca lenta e profundamente ao longo de sua extensão. Um gemido rouco escapou da garganta do detetive no momento em que Jimin chupou sua glande com mais intensidade, levando seus dedos a espremerem os fios macios do garoto e guiarem seus movimentos.
Jimin ergueu os olhos para Jungkook enquanto mantinha a constância dos movimentos, observando-o com os lábios entreabertos, seus suspiros pesados preenchendo cada espaço daquela cabana. Ele não conseguia desviar o olhar do garoto ajoelhado à sua frente, tão dedicado a satisfazê-lo.
Jimin revezou entre sucções profundas e lambidas suaves, explorando cada centímetro com destreza. Ele não podia negar que gostaria de arrancar mais gemidos de Jungkook; a sensação de ouvi-lo gemer era viciante.
Com esse pensamento em mente, Jimin apertou os dedos em torno do pau do namorado e o tomou ainda mais fundo, fazendo-o murmurar um palavrão. Jungkook conseguia sentir as paredes bucais de Jimin espremendo seu membro à medida que ele o sugava.
Cada vez que os movimentos de Jimin ganhavam profundidade e força, mais apertado o pau de Jungkook entrava. Ele podia senti-lo pulsando contra a língua do garoto, implorando para ser aliviado.
Jimin o encarou com um olhar apetitoso enquanto sentia o quadril dele mover-se em sentido contrário às suas sucções. Naquele momento, o garoto percebeu que o orgasmo do namorado se aproximava como uma maré arrebatadora.
No entanto, Jungkook puxou a cabeça de Jimin para trás suavemente, deixando um fiapo de saliva pender do canto da boca dele. O garoto sorriu de canto quando o viu soltar um suspiro trêmulo, ciente de que os seus esforços tinham surtido algum efeito.
— Se continuar desse jeito, não vou aguentar por muito tempo — Jungkook murmurou, arfando.
— Esse não é o objetivo, gatinho?
Jungkook sorriu, seus olhos brilhando de desejo. Ele se agachou na frente de Jimin, forçando-o a encará-lo mais de perto, e roubou um beijo lento e suave.
— Ainda não — respondeu através de um sussurro. — Agora é a minha vez, príncipe.
Jungkook empurrou o corpo de Jimin para trás delicadamente até as costas dele tocarem o colchão. O garoto sentiu o coração pular no peito quando observou o detetive se afastar ligeiramente e começar a se despir por inteiro.
Após livrar-se da calça e a arremessar para longe, Jungkook engatinhou sobre Jimin lentamente, reduzindo a distância entre seus corpos, e começou a beijá-lo de um jeito profundo e explorador, um ritmo propositalmente calculado para saborear cada segundo.
Um arrepio penetrante percorreu a pele do garoto por baixo das roupas, um sinal claro de que o seu corpo já estava respondendo às provocações do namorado.
Enquanto o beijo se aprofundava, Jungkook deslizou a mão pela lateral do tronco de Jimin, subindo até alcançar a barra da blusa dele. Com um movimento calmo, ergueu o tecido, revelando a pele macia do garoto, até finalmente tirar a peça de seu corpo.
Jimin estremeceu no momento em que suas peles se tocaram. Ele já havia sentido o corpo nu de Jungkook outras vezes, mas agora tudo parecia mais íntimo, mais intenso. A sensação que tinha era que o seu sentido tátil estava mais aguçado do que nas outras vezes.
E, agora, Jimin sabia qual seria o próximo passo de Jungkook: ele removeria a sua saia. Ele sentiu os dedos quentes do namorado passearem pelas suas coxas desnudas em um movimento tênue, mapeando cada centímetro com gentileza, como se quisessem se familiarizar com a textura de sua pele.
Quando os dedos de Jungkook subiram alguns centímetros, ele percebeu que o garoto não estava usando cueca, e essa descoberta o deixou impressionado. Ele recuou a cabeça um pouquinho, o suficiente para encontrar os olhos de Jimin, e o observou com as bochechas coradas.
— Espero que tenha gostado da surpresa — Jimin murmurou, um sorriso tímido brincando em seus lábios.
Jungkook retribuiu o sorriso, seu gesto era um indicativo claro de que ele havia gostado da surpresa, muito mais do que Jimin imaginou.
— É claro que eu gostei! — O detetive afirmou com a voz aveludada enquanto acariciava a bochecha dele. — Quero muito te ver sem roupa… Posso continuar?
Jimin não respondeu com palavras, um simples aceno de cabeça foi o bastante para transmitir sua certeza. Ele não hesitou em nenhum momento, deixando claro que, apesar do nervosismo, ele queria aquilo tanto quanto Jungkook.
Com uma expressão satisfeita, Jungkook se afastou ligeiramente e sentou-se sobre os calcanhares. Suas mãos percorreram as pernas macias de Jimin até alcançarem a saia. Com um movimento suave, desceu o zíper e guiou o tecido pelas coxas do garoto, até se livrar da peça.
Jungkook passou os próximos segundos contemplando a beleza de seu garoto, como se estivesse hipnotizado com aquela visão. Ele deslizou os dedos pelas coxas de Jimin em um movimento que ia além da atração e subiu lentamente até o quadril, explorando cada território com carinho.
— Você é tão lindo… — Jungkook murmurou, admirado.
Jimin estremeceu sob o toque do namorado, sentindo a respiração falhar no momento em que Jungkook inclinou-se para beijar a sua barriga. Aquilo o fez fechar os olhos brevemente e suspirar, seu corpo ansiando por mais.
Os lábios de Jungkook roçaram a pele do garoto, deixando vários rastros de beijos ao longo de seu abdômen. Assim que os beijos pararam, Jimin abriu os olhos e desceu o olhar para o rosto apaixonado que o fitava. Ele estava a poucos centímetros de distância do pau de Jimin, o que serviu para aumentar o desejo do garoto.
— Me diga o que você quer, anjo… — Sua voz saiu como um sussurro.
As bochechas de Jimin ficaram vermelhas, tanto pelo desejo que sentia quanto pela vulnerabilidade do momento. Apesar do nervosismo, ele não teve vergonha de deixar claro qual era a sua vontade:
— Quero sentir você, Jungkook.
Com um sorriso radiante, o detetive segurou o pênis de Jimin com precisão e envolveu os lábios em torno do órgão, fazendo-o enroscar os dedos no lençol ao sentir a língua do namorado explorando cada centímetro.
Jimin cogitou fechar os olhos e se entregar ao momento, mas não queria interromper a visão dos lábios de Jungkook deslizando por toda a sua circunferência. Quando os olhos do detetive subiram para encontrar os seus, uma sensação eletrizante o preencheu.
Os movimentos da mão de Jungkook eram suaves, porém firmes. Seus dedos trabalhavam de forma habilidosa, demonstrando toda a sua experiência. Jimin agarrou o lençol com força, contorcendo as costas quando sentiu a língua do namorado explorar seu pênis com sucções precisas.
Um gemido fraco escapou involuntariamente dos lábios do garoto, um som que agradou os ouvidos do detetive. Jimin se surpreendeu com a sua própria reação, e então percebeu que, naquele momento, já não tinha mais controle sobre as respostas do próprio corpo.
As mãos de Jimin caminharam em direção aos cabelos do namorado, segurando-os entre os dedos com força. Ele usou o tato para externar seus prazeres. Toda vez que Jungkook atingia um ponto sensível, seus dedos respondiam na mesma proporção.
Jimin inclinou a cabeça para trás quando os movimentos começaram a acelerar gradativamente, provocando-lhe sensações que ele nunca experimentou antes. Após acessar esse lugar, Jungkook tentou arrancar mais suspiros e gemidos de seu garoto, obtendo sucesso em suas tentativas muito rapidamente.
Um calor intenso subiu pelo corpo de Jimin como ondas crescentes, fazendo-o sentir como se estivesse queimando sob o toque de Jungkook. Seus dedos, emaranhados nos cabelos do namorado, apertaram os fios com mais intensidade, levando-o a um estado de pura rendição.
Em toda a sua vida, ninguém tinha se dedicado tanto a satisfazê-lo como Jungkook. Os toques não eram vulgares ou selvagens, e sim especiais e carinhosos. Por mais que o sentido do sexo ainda soasse pornográfico para Jimin, ele tinha de admitir que agora conseguia se permitir sem ter a impressão de que estava sendo usado.
As inseguranças ainda existiam dentro de Jimin, mas estavam submersas em uma camada profunda de consciência, na qual ele desenvolveu para que pudesse se entregar ao prazer daquele momento.
Antes que Jimin tivesse a chance de gozar, Jungkook recuou a cabeça e cessou os movimentos repentinamente. Confuso, o garoto o encarou, ofegante, e o encontrou sorrindo, um gesto que dizia que aquela atitude tinha sido premeditada. Estava claro que o detetive pretendia concedê-lo o alívio, que tanto almejava, de outro jeito.
— Vire-se para mim, meu bem — Jungkook pediu gentilmente enquanto acariciava a pele quente de Jimin.
O garoto apertou as sobrancelhas, ainda tentando recuperar o fôlego, mas sua expectativa aumentou no momento em que viu Jungkook afastar-se para que pudesse virar-se de costas. Entendendo o que ele queria, Jimin rolou sobre o colchão e deitou-se de bruços, virando a cabeça sobre o ombro para assistir ao namorado guiá-lo para a próxima etapa.
Com calma, Jungkook pegou um travesseiro macio e o posicionou sob o quadril de Jimin, deixando-o com a bunda empinada. Daquele ângulo, Jungkook pôde observar todas as marcas que serpenteavam as costas do garoto.
Aquela posição fez um rubor intenso arder no rosto de Jimin, mas, em vez de hesitação, ele sentiu as expectativas crescerem, especialmente quando o detetive contemplou sua intimidade com um olhar faminto e, ao mesmo tempo, hipnotizante.
Ele localizou um pequeno frasco e uma embalagem lacrada entre os pertences espalhados pelo chão, fazendo Jimin interpretar suas formas: um lubrificante e uma camisinha.
Antes de usá-los, Jungkook inclinou-se sobre Jimin, seus lábios encontrando a pele das suas costas. Com beijos quentes e molhados, ele traçou um caminho lento até o ouvido do garoto. Jimin se arrepiou involuntariamente quando sentiu o hálito do namorado roçar contra a sua pele.
— Anjo, eu posso continuar? — ele perguntou para se certificar, a voz carregada de ternura.
Jimin apenas assentiu.
— Se sentir algum incômodo, é só me avisar, tá bem?
— Pode deixar.
Com um sorriso satisfeito, Jungkook deixou um beijo suave no ombro dele, apenas para transmitir segurança e conforto, em seguida afastou-se. Com um movimento ágil, rasgou a embalagem de preservativo com os dentes e o vestiu com calma, enquanto Jimin o assistia com os olhos atentos. Seu coração batia tão forte que ele tinha a impressão de que a qualquer momento poderia sair pela boca.
Jungkook despejou uma quantidade considerável de lubrificante sobre os dedos e espalhou ao longo de sua extensão. Com o quadril alinhado à curva perfeita da bunda de Jimin, o detetive se aproximou sem pressa, deslizando as mãos sobre as nádegas dele antes de apertá-las com vontade.
O corpo de Jimin esquentou no momento em que sentiu o membro de Jungkook deslizar entre suas nádegas, mas sem avançar. Seus músculos se contraíram em antecipação, algo que não passou despercebido pelo detetive.
— Relaxe, meu bem… — ele murmurou com a voz aveludada e acariciou a pele sensível de Jimin, buscando acalmá-lo com seu toque. — Você só precisa relaxar o corpo.
O garoto respirou fundo e se esforçou para aliviar a tensão que havia se instalado em seu corpo. Ele já esperava que fosse ficar nervoso quando chegasse a hora e Jungkook também sabia disso, por isso manteve-se paciente, respeitando o tempo de Jimin sem pressa.
Quando seu corpo cedeu à calma, Jimin fez um sinal positivo para Jungkook, que acariciou a sua cintura em um gesto protetivo. Atento a cada reação do garoto, Jungkook começou a penetração de forma lenta e cuidadosa, garantindo que não o machucaria.
Jimin sentiu uma ardência que, à princípio, pareceu insuportável, mas logo começou a se dissipar. À medida que Jungkook movimentava o quadril devagar, assumindo um ritmo confortável para o garoto, o corpo de Jimin foi se ajustando, permitindo que novas sensações tomassem seu lugar.
Jungkook sabia que Jimin estava lutando contra suas inseguranças e se encorajando a realizar um desejo latente, porém traumatizante, para acessar esse lugar com Jungkook. Ele queria provar para si mesmo que já estava pronto para enxergar o sexo com outros olhos, mas, para isso, precisava vivenciar a experiência.
Percebendo que o garoto havia relaxado, Jungkook passou o braço ao redor da cintura dele, mantendo seus corpos colados enquanto sustentava um ritmo gentil e constante. Os dedos de Jimin se agarraram aos lençóis com força, enquanto uma corrente crescente de prazer se espalhava pelo seu corpo.
Ele fechou os olhos e se deixou levar pela sensação arrepiante das penetrações. O ritmo era profundo, cada movimento se encaixava perfeitamente. O toque do detetive era firme, porém carinhoso. Jimin mordeu o lábio, sentindo o rosto esquentar quando Jungkook segurou uma de suas nádegas.
O detetive se inclinou para frente e deixou um beijo suave na nuca do garoto antes de intensificar os movimentos do quadril. Jimin ofegou, sentindo seu corpo reagir naturalmente às investidas do namorado.
O som de seus corpos se encontrando preencheu a cabana, misturando-se aos suspiros entrecortados de Jungkook. O garoto apreciou os sons sussurrantes que saíam da boca do namorado, sentindo-se satisfeito ao perceber que o prazer do seu amado se intensificava a cada estocada.
No momento em que Jungkook tocou o seu ponto sensível, Jimin não segurou o gemido. Ele espremeu o lençol entre os dedos e enterrou a cabeça no travesseiro, lutando para não sucumbir à medida que o pênis do detetive encontrava sua próstata repetidas vezes.
Atento às reações do namorado, o detetive sorriu contra sua pele enquanto mantinha o ritmo controlado e cuidadoso, satisfeito por vê-lo se entregando por inteiro às sensações do sexo. Com isso, ele segurou a cintura do garoto com um pouco mais de firmeza, sendo recompensado com um gemido abafado de Jimin.
A perspectiva que Jimin tinha sobre sexo antes daquela noite nem se comparava ao que ele estava vivenciando agora. Em questão de instantes, Jungkook lhe mostrou que o ato sexual poderia ser não apenas prazeroso e agradável, mas também significativo, desde que houvesse conexão, respeito e, acima de tudo, consentimento.
O medo que Jimin sentiu no início se dissipou assim que ele se permitiu aventurar as maravilhas do desconhecido. Naquele momento, compreendeu que era hora de se despir das inseguranças e se entregar completamente aos desejos que habitavam em seu íntimo.
Com esse pensamento, Jimin empinou a bunda em busca de mais conexão, arrancando um gemido rouco do detetive, que reagiu àquela ação apertando sua bunda com firmeza. Jungkook sentia seu pau sendo esmagado deliciosamente a cada contração do corpo de Jimin ao seu redor.
Jungkook murmurou um xingamento quando sentiu o quadril de Jimin se elevando outra vez contra o seu pau, um convite silencioso para que ele se aprofundasse ainda mais. Sem hesitar, o detetive atendeu ao pedido, estocando com mais intensidade, fazendo com que o garoto gemesse alto.
O detetive pensou em verbalizar o quanto Jimin era gostoso, o quanto seu pau estava amando senti-lo tão apertado ao seu redor, mas ele não sabia como o garoto reagiria àquelas palavras. Por via das dúvidas, considerou guardar os comentários consigo.
Sentindo que estava perto se alcançar o ápice, Jungkook cessou os movimentos repentinamente e, com a voz ofegante e a respiração pesada, disse:
— Vire-se de frente para mim, anjo.
Jimin estremeceu ao ouvir o pedido, mas não hesitou. Assim que Jungkook se afastou ligeiramente para lhe dar espaço, ele se virou, seus olhos logo encontrando os do namorado. Ali o garoto entendeu que Jungkook queria estar olhando-o nos olhos quando ambos gozassem.
Delicadamente, o detetive se posicionou entre as pernas de Jimin, mostrando-lhe um sorriso afetuoso ao notar um rubor nas bochechas do garoto. Ele sabia que aquela posição o deixava um pouco envergonhado, por isso não havia pressa em seus gestos, apenas a intenção de fazê-lo se sentir seguro.
Jungkook queria mostrar para Jimin que ele não precisava se moldar nem buscar atitudes forçadas que não condiziam com sua personalidade para se entregar ao sexo. Tudo o que importava para o detetive era que ele estivesse confortável e entregue ao momento do jeito que desejasse.
Após vê-lo se ajustar na posição que queria, Jungkook deslizou sobre ele e alinhou seus corpos, encaixando seu membro com cuidado. A respiração do garoto vacilou no instante em que o pau do detetive o preencheu lentamente.
Toda a pele de Jimin se arrepiou, especialmente quando percebeu os olhos de Jungkook fixos nos seus, acompanhando cada instante com um sorriso suave no rosto, enquanto seus movimentos ganhavam velocidade gradativamente.
No momento em que Jimin arqueou as costas e inclinou a cabeça para trás, Jungkook soube que havia atingido sua próstata outra vez. Ciente disso, aprofundou os estocadas com precisão, admirando a forma como o garoto reagia às suas investidas.
Um sorriso de satisfação desenhou os lábios do detetive.
Após localizar o ponto exato de prazer do seu garoto, Jungkook prosseguiu com os movimentos, tornando-os mais intensos e certeiros. Jimin se contorceu sob ele, sentindo o corpo estremecer e um gemido involuntário escapar de sua garganta, o que serviu para arrancar outro sorriso do detetive.
Sem diminuir o ritmo, Jungkook deslizou uma das mãos até a ereção de Jimin, envolvendo-o em um toque ritmado que o fez arfar alto. Ele começou a masturbá-lo na mesma proporção que o penetrava. Em meio ao êxtase, Jimin levou as mãos até o pescoço do namorado, fincando as unhas em sua pele enquanto o torpor do prazer consumia seu corpo.
— Jungkook… — ele gemeu, arranhando o pescoço do namorado com ainda mais força.
— Olhe para mim, anjo.
Com um esforço trêmulo, Jimin abriu as pálpebras, sentindo o coração derreter quando encontrou os olhos encantadores de Jungkook. Havia algo reconfortante naquele olhar, um lembrete silencioso de que ele estava seguro.
Foi então que Jimin compreendeu: Jungkook queria que ele soubesse que era amado e com quem estava naquele momento, afastando qualquer pensamento traiçoeiro que sua mente tentasse impor.
Lentamente, Jungkook beijou os lábios entreabertos do garoto, sentindo o leve sabor salgado de sua pele. O tempo pareceu desacelerar naquele instante, como se o mundo ao redor se transformasse em uma espiral de intimidade.
Jungkook sentiu o pau de Jimin enrijecer ainda mais, um sinal claro de que ele estava perto do ápice. Com isso, afastou-se para poder encará-lo e aumentou a intensidade dos movimentos, fazendo-o arquear as costas e estremecer sob o toque habilidoso de Jungkook antes de espirrar sêmen por toda mão do namorado.
O detetive continuou se movendo por mais alguns instantes, sentindo a proximidade do orgasmo a cada penetração, até que, com um suspiro profundo e um gemido rouco, gozou dentro dele. Jungkook enterrou-se fundo no garoto antes de finalmente parar, sentindo os joelhos tremerem devido a força do orgasmo.
Enquanto Jimin recuperava o fôlego, Jungkook começou a lamber a barriga dele, varrendo todos os respingos visíveis de sêmen. Distribuiu uma sequência de beijos ternos na pele suada do garoto antes de deitar-se sobre ele.
O silêncio que se seguiu foi preenchido apenas pelo som de suas respirações aceleradas. Jimin envolveu os braços em torno de Jungkook, deixando-o descansar em seu peito enquanto sentia o coração dele pulsar contra o seu.
— Você foi incrível, anjo… — o detetive murmurou, afastando uma mecha de cabelo dos olhos de Jimin. — E, além de incrível, também é o cara mais lindo que eu já vi.
Jimin sorriu, um gesto tímido que coloriu sua feição.
— Você acha mesmo?
— Tenho certeza — afirmou com convicção, selando seus lábios em um beijo carinhoso. — Eu poderia passar o resto da minha vida te admirando, dizendo o quanto você é lindo, o quanto seu corpo me fascina… Porra! Você é tão, tão gostoso…
Jimin sentiu o rosto esquentar e o coração disparar com as palavras de Jungkook. Por mais que o detetive o elogiasse com frequência, Jimin ainda não estava acostumado a ser adorado daquela forma, embora soubesse que as palavras ditas pelo namorado eram sinceras.
— Eu tenho uma coisa para você — Jungkook disse de repente, desfazendo os pensamentos de Jimin.
Ele se afastou momentaneamente e dirigiu-se até os pertences espalhados pelo chão. Antes de pegar o que queria, retirou o preservativo e o descartou no lixo. Em seguida, agarrou duas barras de chocolate, uma camisa larga e um pacote de lenços umedecidos.
Jimin acompanhou seus passos com olhos atentos e um sorriso adorável. Ele sentou-se assim que Jungkook voltou para a cama, recebendo primeiro o lenço umedecido para se limpar e, logo depois, a camisa, que serviu para cobrir seu corpo ainda desnudo.
Aquele gesto, por mais simples e acolhedor, aqueceu o coração do garoto.
— Obrigado, gatinho — Jimin agradeceu-lhe, recebendo um beijo afetuoso em resposta.
Jungkook deitou ao lado do seu amado, envolvendo-o em um abraço aconchegante enquanto o garoto saboreava o chocolate. Entre beijos preguiçosos, carícias suaves e risadas contagiantes, eles permaneceram ali, entregando-se ao conforto um do outro por longas horas.
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VEIO AÍ O PRIMEIRO HOT DESSE CASAL!
Eu não tenho palavras pra descrever o quanto eu me dediquei pra construir uma cena que combinasse com a essência de dangerous e espero que tenha funcionado pra vocês da mesma forma que funcionou pra mim.
Além disso, esse hot é dedicado à minha revisora incrível e maravilhosa: LARISSA SENA. Obrigada por dedicar uns minutinhos do seu tempo pra revisar os capítulos com tanta paciência. EU AMO VOCÊ! <3
Agora, comentem aqui qual foi a cena que vocês mais gostaram desse capítulo.
Espero que tenham gostado, aguardem pelo próximo ansiosamente (também teremos mimos jikook).
Fiquem bem! Beijinhos <3
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