⍟ seven
Rose desatou o coque e agitou os cabelos de um lado para o outro, deixando os fios parcialmente desorganizados. Ela se aproximou do espelho, espalhando o batom pelos lábios macios, em seguida massageou-os um contra o outro. Ela encarou os dois detetives através do reflexo e sorriu antes de girar a cadeira de frente para eles.
— O que acharam? — perguntou.
Ela se pôs de pé e apontou para o seu figurino.
— Não está parecendo uma adolescente. — Jungkook comentou.
— Claro que estou parecendo. Só falta uma coisinha... — ela pegou uma presilha de pérola sobre um suporte de madeira e colocou na lateral do cabelo. — Seokjin, o que acha disso?
— Tem certeza de que isso vai convencer eles? Você é muito corpulenta para uma adolescente de dezessete anos.
— Ah, por favor! Vocês são tão dramáticos. Eu já fiz isso antes e deu certo. Dessa vez não será diferente. — ela agarrou a sua pequena bolsa e atravessou entre os dois homens, que se entreolharam de relance.
— Você sabe ao menos o que está procurando? Não adianta ir até lá, enrolar eles com um discurso fajuto e não descobrir nada que seja do nosso interesse. — Jungkook perguntou para ela, só para ter certeza se a sua parceira tinha consciência do que fazer.
Rose parou na metade do caminho e o encarou de volta.
— Querido, você não faz ideia do que eu posso descobrir. — o canto de sua boca se elevou. — Precisamos saber o que há nesse lugar. E querem saber? Ficar de braços cruzados aqui não vai adiantar nada.
— Vale lembrar que é um lugar protegido. Apenas quem recebeu o cartão pode entrar. — Seokjin disse em forma de aviso. — Está usando a escuta? Eu e o detetive Jungkook vamos com você. Quero garantir que vai estar segura durante a infiltração. Se realmente forem eles, eu quero o máximo de proteção.
— Não se preocupe, senhor. Vocês podem ficar no carro enquanto eu faço todo o serviço. Você sabe que sou ótima nisso. — Jungkook viu algo próximo de intimidade atravessando os olhos dela.
— Jungkook — Seokjin o chamou. — Pegue a chave do carro e chame dois policiais reservas para irem conosco. Não conte para os demais o que estamos prestes a fazer, quanto menos pessoas se envolverem nisso, melhor será.
— Discordo. — ele rebateu. — A sua equipe precisa saber com quem estamos lidando. É uma organização criminosa, senhor. Não há uma ou duas pessoas por trás disso, são dezenas. Para ser honesto, não duvido que tenha alguém aqui de dentro que está trabalhando para eles.
— Está insinuando que há um infiltrado na minha equipe?
— Sim, senhor. Como também não duvido que alguém de sua equipe tenha frequentado bares com prostituição infantil. É óbvio que eles não vão abrir o bico sobre isso, mas nós dois sabemos que isso é frequente até mesmo no campo da justiça.
— Tenho total convicção de que os meus homens não passam a noite em casas de prostitutas. — sua voz tinha ficado mais grave, o que sugeria que ele não estava gostando nem um pouco daquela conversa.
— Não estou afirmando nada.
— Mas está especulando e essa hipótese é absurda!
Tudo caiu em um completo silêncio.
Jungkook organizou os seus pensamentos. Ele não queria colocar em risco a sua imagem diante do diretor e, principalmente, a sua carreira que acabara de começar. Óbvio que achava estranho saber que Seokjin confiava cegamente em seus homens, por isso estava certo de que ele nunca consideraria essa hipótese. Tudo era possível, ainda mais se tratando de visitas a lugares impróprios.
Porém, ele estava dentro do FBI. Os agentes foram treinados para defender o seu país com unhas e dentes e, principalmente, manter em sigilo as suas ações. Estava no protocolo o preço para quem traísse o departamento. Por isso, talvez, ele tenha se precipitado ao dizer que podia haver um infiltrado na equipe sem sequer ter uma prova disso em mãos.
Talvez esse equívoco fosse fruto de sua ansiedade para pôr as mãos em uma evidência sólida sobre a máfia. Eles pareciam estar a dois passos à frente do FBI e esse pensamento não confortou Jungkook.
— Me desculpe, senhor. — disse Jungkook após recompor a compostura. — Vou buscar a chave do carro como me pediu e deixá-lo sozinho com a Rose. Sei que está esperando por isso.
Seokjin não teve sequer tempo para se defender, Jungkook ligeiramente se virou para longe e partiu com um bater de portas.
✮✮✮
— Derek! Finalmente chegou! — a voz de um de seus homens o chamou quando ele entrou na seção de ensaios fotográficos.
Derek se aproximou dele com passos lentos e deliberados. Quando o alcançou, segurou sua mão em um gesto de educação. Estar de volta a Washington era como trazer à tona todo o seu passado. Ele gostava do aroma da cidade, embora se atraísse mais pela beleza de Vancouver.
— Espero não ter me atrasado. — ele disse divertidamente, arrancando uma risada de seu companheiro, cujo nome era Jackson.
— Chegou na hora certa. As meninas estão se vestindo na outra sala. — Derek apenas balançou a cabeça em compreensão. — Vai levar alguma delas com você?
— Este é o meu objetivo. A boate está precisando de novas caras, como também de novos garotos. — Jackson franziu as linhas da testa. — O chefe me ligou hoje para dizer que os clientes estão exigindo mais garotos. Parece que eles estão aprimorando seus gostos.
— É difícil encontrar meninos que queiram seguir uma carreira de modelo fora do país. Namjoon está exigindo demais.
Derek olhou para ele friamente.
— Primeiro, não diga o nome dele em voz alta, nosso chefe exige discrição. E segundo, estamos caindo cada vez mais, por isso precisamos mudar a cara da boate se quisermos ganhar mais dinheiro. Não estamos lucrando como antes.
— Isso é sério? Eu pensei que as coisas estavam ocorrendo muito bem...
— Aqui nos Estados Unidos as coisas parecem normais, mas no Canadá o negócio está piorando. — ele olhou para o seu relógio no pulso de repente. — A propósito, cadê essas meninas que não chegam? Eu preciso voltar para Vancouver ainda hoje. Não posso esperar muito tempo.
— Vou verificar se já terminaram.
Antes que Jackson pudesse se mexer, as meninas foram conduzidas para dentro do cenário fotográfico, totalmente eufóricas. Derek as observou em silêncio e acenou para elas com um sorriso fingido nos lábios.
— Chegou minha hora. — disse Derek para Jackson, em seguida caminhou em direção a elas. — Olá meninas, como vocês estão?
Sua voz havia mudado drasticamente para um som suave e ameno, talvez o som que muitos julgariam como a melodia para os seus ouvidos. Ele sabia ser traiçoeiro quando queria, mas também sabia ser adorável. As garotas, em retorno, alargaram um enorme sorriso no rosto.
— Meu Deus! Eu não acredito que estou realizando um sonho. — uma delas falou com a voz trêmula, ela parecia cheia de expectativa.
— Meu pai não iria acreditar se eu dissesse que estou indo para o Canadá. — uma outra garota comentou.
Derek riu de maneira doce.
— Vocês poderão aproveitar cada segundo do Canadá quando estiverem lá. — ele disse. — Infelizmente, isso aqui é uma competição, então nem todas poderão ir. Mas, obviamente, vocês podem retornar outras vezes para um novo ensaio.
Derek se divertia quando contava mentiras para elas. A verdade era que não existia competição alguma, eles sempre levavam todas para o avião. No entanto, dar a elas um pequeno incentivo para que demonstrassem interesse pelo papel de modelo poderia servir como uma prévia de como elas seriam na boate. Sem mencionar que quem pisa na agência para fotografar raramente volta para casa. Regras da casa.
Derek ficou encostado na parede enquanto as garotas se arrumavam entre si para tirarem as fotos. Aquelas que decidiram esperar na fila ficaram sentadas no chão enquanto as outras faziam poses em frente à câmera, cada uma por vez.
O sorriso de Derek cresceu no rosto quando o seu olhar se deparou com uma menina de cabelos castanhos, olhos verdes e um corpo perfeitamente delineado. Daquele ângulo, ela parecia estar na medida certa, aquela que fazia o perfil ideal dos clientes.
Ele anotou o nome e a idade da garota no papel, depois deixou o seu olhar dançar nas curvas dela. Por mais que aparentasse ser maior de idade, ela tinha apenas dezesseis anos e Derek estava consciente disso.
Porém, ele não podia contrariar as ordens de seu chefe. O mercado clandestino sempre buscava investir em garotas novas. Quanto mais jovem fosse, melhor seria a "qualidade". Derek costumava pesquisar todos os itens que pudessem preencher as carências da boate e um deles, em especial, se encontrava no corpo feminino. Os clientes se sentiam atraídos, primeiramente, pelo corpo.
— Sr. Meyer. — uma segunda voz sussurrou às suas costas, fazendo-o virar a cabeça para o lado. — Tem uma garota lá fora. Ela disse que veio para o ensaio.
Subitamente, o pensamento de Derek buscou na memória o número exato de quantas pessoas estavam marcadas para o ensaio atual, mas sua mente estava toda desorganizada. Sua cabeça estava cheia de coisas, e uma delas incluía Jimin. Por mais que fosse loucura, Derek sentia falta de estar com ele.
— Quem é ela? — perguntou.
— Não sei dizer, senhor. Ela tem o cartão da agência e garantiu que está agendada para hoje.
— Certo. Vamos ver o que a vadia tem para me mostrar. — com um gesto, chamou Jackson para acompanhá-lo até a outra direção.
Honestamente, ele não estava muito convencido sobre aquela história. Se a garota for uma impostora, ele certamente irá desconfiar. E mesmo que não esteja na lista de candidatas, ao menos saberia se ela era boa para o mercado.
Após um momento, ele avistou uma figura virada de costas. Seus cabelos eram negros e estavam presos em uma trança. Ela usava um vestido colorido, nem muito colado, nem muito folgado.
— Olá, posso ajudá-la? — Derek perguntou educadamente, observando-a se virar em sua direção.
— Oi! Meu nome é Hailey. — ela esticou a mão de maneira frenética, como se estivesse contente demais.
Derek apenas encarou seu gesto, desconfiado, mas não retribuiu.
— Posso ver o cartão?
A moça — ou melhor dizendo, Rose dirfarçada — recolheu o braço imediatamente, instantes depois ela abriu a sua bolsa e trouxe um pequeno cartão entre os dedos. Ela entregou para Derek quando ele esticou a mão em um pedido silencioso.
— Eu conversei com o senhor através do site da agência. O senhor disse que eu poderia vir hoje. — Rose falou tudo de uma vez, principalmente quando o observou confiscar o cartão de acesso.
— Bem, eu não sou o responsável pelo site. — Rose engoliu em seco. — Minha única função é eleger as modelos.
— Com quem quer que eu tenha conversado, ele me disse para vir hoje. — ela disse de modo risonho, apenas para encobrir seu nervosismo. — Cheguei um pouco atrasada, me desculpe.
— As modelos não podem se atrasar... — ele avisou, soando mais como uma bronca. Rose abaixou a cabeça para parecer triste. — Mas eu abrirei uma exceção para você. Diga-me, quantos anos tem?
— Dezessete.
— Seu corpo me parece como o de uma mulher adulta.
— É genética. Sabe, minha mãe também tinha esse corpo quando era mais nova. — suas palavras soaram divertidas.
— Mostre-me sua identidade.
Rose sentiu os pelos de sua nuca eriçarem após a súbita mudança de assunto.
Ela estava ciente que não poderia afirmar fidedignamente que aquela agência era a responsável pelo tráfico de pessoas. No entanto, algo chamou sua atenção. A exigência deles para com a identidade e a forma de tratar as modelos eram uma prova viva de que eles podiam estar escondendo algo.
Ela queria descobrir as emoções por trás dos olhos de Derek. Naquele momento, no entanto, o seu semblante parecia não lhe mostrar nada. Estava inexpressivo. Se ele sentisse medo ou qualquer outro sentimento, provavelmente ela não saberia identificar.
Após um momento de análise, Rose abriu a bolsa e retirou uma carteira com sua foto. Ela o entregou com uma pontada de receio, pois ele poderia descobrir alguma falha transparente, a qual a equipe técnica do FBI possa ter passado despercebida. Porém, aparentemente isso não ocorreu.
— Completa 18 anos no próximo mês? Isso é bom. — Derek observou. — Para se tornar uma modelo, você precisa passar no teste.
Rose sentiu-se aliviada quando ele lhe devolveu a identidade. Agora era hora de entrar em seu jogo.
— E como funciona? Digo, meus pais não gostam muito dessa ideia, sabe? Viajar para fora dos Estados Unidos parece loucura para eles, por isso não pretendo contar nada até estar lá.
Derek sorriu.
— É melhor que não conte. Não costumamos exigir a assinatura dos pais. — ele acariciou o braço dela, seu gesto não pareceu amigável. — Você é a cara da modelo que estamos procurando. Mas hoje está lotado.
— Caramba, eu me preparei tanto para as fotos e não vai acontecer...
— Não se preocupe. São cinco garotas por semana, então você poderá voltar semana que vem. — ele sorriu para ela, em seguida cochichou. — Não conte para ninguém. Vou deixar o seu lugar reservado.
— Eu agradeço. O meu maior sonho é desfilar ao redor do mundo. — Rose sorriu, apesar de estar incomodada com as palavras dele. — Eu gostaria de saber como vai funcionar. Digo, eu vou morar no exterior ou apenas desfilar por um dia?
Rose queria avançar nas perguntas, queria mostrar a Jungkook de que ela também era capaz de obter informações importantes sobre o caso.
— Se passar no teste, você viaja conosco no dia seguinte. Lá, terá de fazer um ensaio fotográfico para o dono.
Rose sentiu que estava perto de conseguir alguma coisa útil, então prosseguiu com suas investidas.
— Ele precisa gostar de mim?
— Sim.
— Meu Deus, isso é incrível! Onde vou desfilar?
— As vagas serão fechadas semana que vem, então aquelas que forem aprovadas até lá poderão participar do desfile no sábado. Haverá empresários famosos, pessoas populares e bem requisitadas no desfile. Você receberá muito dinheiro. — Derek explicou, sem muitos detalhes.
Rose estava começando a raciocinar tudo, ela só precisava saber o lugar exato desse desfile.
— E onde exatamente vai acontecer esse desfile? — ela tentou outra abordagem, percebendo que os olhos de Derek escureceram momentaneamente.
— Me desculpe, mas agora preciso voltar ao trabalho. Tenho que viajar daqui a pouco para o Canadá. Caso queira concorrer, volte semana que vem. — ele parecia mais esquivo do que antes. — Aliás, antes que eu me esqueça, preciso que preencha uma ficha para garantirmos sua vaga.
— Claro.
Por dentro, ela vacilou. Rose se condenou amargamente por não ter conseguido nenhuma informação a respeito do lugar. Provavelmente, Jungkook estaria rindo de sua cara agora.
Ela acabou seguindo o segurança até uma mesa, onde recebeu um papel que solicitava várias informações pessoais. Ela colocou todos os dados falsos, em seguida acompanhou o mesmo segurança para fora do local. Enquanto se afastava às pressas do prédio, sua cabeça implorava para voltar lá e fazer tudo de novo, só que dessa vez corretamente.
Não havia conseguido uma informação valiosa, apenas aquilo que todos já sabiam: as modelos se inscreviam, passavam no teste, viajavam para outro país e se tornavam modelos internacionalmente conhecidas. Todavia, algo ainda estava martelando em sua cabeça: eles não exigiam a assinatura dos pais, mesmo que os adolescentes fossem menores de idade.
Era válido pensar que eles ficariam responsáveis pelos passaportes desses adolescentes, mas nada justificava tomar essa decisão na ausência dos pais. Havia algo por trás disso tudo que estava deixando Rose perturbada. Por isso, ela teria que voltar na próxima semana para recolher as respostas que ficaram ocultas debaixo do tapete.
Rose virou a esquina e olhou para trás uma última vez, apenas para se certificar de que não estava sendo seguida.
— Parece que a nossa Mestra não conseguiu nada. — Jungkook provocou quando Rose entrou no carro com certa hostilidade.
— Eu estava quase conseguindo, mas ele me pediu para sair. — ela retirou o batom dos lábios com as costas da mão e arfou em impaciência.
— Nós nem percebemos. — ele debochou, fazendo com que ela finalmente o encarasse. — Na verdade, senhor, teria sido muito melhor eu ter ido no lugar dela.
— Maldita hora que pensamos nesta agência. — Seokjin reclamou baixinho.
— Como assim? — Rose protestou. — Você não ouviu o que eles disseram? Eles não exigem a assinatura dos pais. Isso não parece suspeito para você?
— Precisamos de provas concretas contra esta agência, detetive. Nada de precipitação.
— Seokjin, eles só contratam meninas menores de idade. Você mesmo ouviu isso. — ela rebateu, não parecendo aborrecida. Na verdade, seu tom de voz estava suave demais.
— Eu sou o seu diretor, Rose. Não me chame pelo nome de novo.
Jungkook optou por se desconcentrar daquela conversa e ficar em silêncio. Ele não tinha muita certeza do que dizer, então escolheu ficar quieto enquanto o seu cérebro processava, em retrospectiva, toda a conversa que escutou. Talvez a empresa não tivesse nada a esconder, de fato, mas era estranho pensar que eles não exigiam a assinatura dos responsáveis. Isso era suspeito.
Aquele par de olhos negros estava vidrado para além do para-brisa do carro, hipnotizados pelo silêncio de sua mente. Ele estava procurando estudar perfeitamente as palavras por trás da conversa que ouviu. Em momentos específicos, a voz de Derek soou debochada e ao mesmo tempo resistente, como se ele quisesse intimidá-la de algo.
Quando foi perguntado sobre o lugar onde ocorreria o desfile principal, ele se esquivou e usou uma desculpa esfarrapada para fugir da resposta. Viajar à trabalho não era muito convincente ultimamente. De repente, ele se recordou de uma coisa...
"Tenho que viajar daqui a pouco para o Canadá".
Canadá. Bingo.
A lembrança da voz de Derek flutuou como um flash na cabeça de Jungkook. Ele foi invadido por uma sensação de dúvida. A ideia o confundia, mas no fundo existia um pouco de coerência.
Ele tentou recolher as informações que subiam à superfície de sua cabeça e formulou uma resposta coerente. Talvez estivesse certo sobre a máfia estar localizada no Canadá, ou talvez estivesse sendo precipitado o suficiente ao ponto de tomar aquilo como uma verdade absoluta.
Jungkook sentiu como se várias peças do quebra-cabeça de repente se conectarem. A resposta ainda era incerta, ainda faltavam algumas peças, mas, estranhamente, tudo começava a fazer sentido.
Com base nas informações que tinha agora, considerou a hipótese de investigar a tal agência e colocar um ponto final. Por mais que não houvesse provas suficientes, ainda era estranho pensar que aqueles homens agiam despreocupadamente com suas modelos.
Havia algo na voz de Derek e Jungkook concebeu nitidamente isso. Ele sabia que o mesmo ocultava qualquer vestígio no tom de sua voz. Tentava parecer sereno, mas no fundo a impaciência e austeridade predominava.
— Está me ouvindo? Cheque os arquivos que lhe enviei. — a voz se Seokjin falando ao telefone o despertou. — Isso. Eu já estou voltando. Deixe no meu escritório.
— Canadá. — Jungkook disse.
— O que disse? — Seokjin questionou diretamente para Jungkook. Rose o encarou em indecisão.
— Eles estão no Canadá.
— Como pode ter tanta certeza disso, bonitão? — Rose perguntou.
— Derek, o homem com quem você conversou, disse que precisava voltar para o Canadá. Com certeza ele deve estar levando as garotas para lá.
Isso não era exatamente uma adivinhação, mas ele podia formular algumas teorias bastante prováveis. Alguma coisa em sua mente, no entanto, o alertava que ele poderia estar certo diante daquela declaração.
— O que sugere? — Seokjin perguntou, desligando o telefone na mesma hora.
— Deixe-me cuidar disso. Eu vou para o Canadá. Vou investigar esta agência e procurar por provas sobre ela.
— Jungkook, nós não temos certeza disso. — Rose protestou, usando uma voz amena.
— Bem, só vamos ter certeza se investigarmos. — ele rebateu com um ar superior. — O que me diz, senhor?
O diretor suspirou. Por mais que Jungkook estivesse sob a vigilância do FBI, um órgão governamental potencialmente inteligente, Seokjin se sentia na obrigação de cuidar da segurança dele. Ele sabia que Jungkook era prestativo e cuidadoso o bastante para saber cuidar das estratégias por conta própria. No entanto, ele deveria repensar sobre isso.
Cuidar da segurança do país e, principalmente, investigar ações de perigo iminente dentro da esfera social que possam vir a ameaçar a proteção de todos, era o que Seokjin mais exigia em seu trabalho. Jungkook poderia viajar para o Canadá e recolher informações sobre as casas de prostituição que havia no país, e, por sorte, reconhecer os rostos das vítimas.
— Nossa identidade é secreta. Ninguém saberá sobre esse serviço além dos órgãos governamentais. — Jungkook falou, cortando o seu raciocínio. — Me deixe cuidar disso. Eu prometo trazer respostas.
— E o que pretende fazer quando chegar lá?
— Eu vou para o desfile. Posso reconhecer as vítimas e chamar reforço se eu estiver certo de que eles estão por trás de tudo.
— Então teremos certeza de que Derek Meyer é o chefe da máfia. — Rose adicionou.
— Não sabemos se ele é o chefe de tudo, mas acredito que esse Derek também está envolvido. Devemos considerar todas as hipóteses. — Jungkook retrucou.
— Você acha mesmo que eles vão deixar que os rostos das vítimas circulem por aí? — Seokjin ainda estava firme em sua decisão.
— Eles estão fora do país. Ninguém acha que elas estão sendo forçadas, muito menos acreditam que tráfico de pessoas existe. — Jungkook tinha uma amenidade que rodeava sua voz, o fazendo ganhar uma postura diferenciada. — Eu preciso ir nesse desfile.
Seokjin pareceu absorto por alguns instantes. Ele deveria considerar a ideia de Jungkook, era o seu dever investigar todos os recursos suspeitos. Teria que deixá-lo ir para o Canadá disfarçado. Ele sabia que Jungkook era o agente ideal para desvendar esse mistério.
— Certo. Vou autorizar a sua viagem para o Canadá, contanto que não viaje sozinho. — Jungkook não disse nada, apenas deixou que ele prosseguisse. — É uma máfia. Se estiver certo, eles agem em conjunto por vários lugares. Precisamos estar por dentro de tudo o tempo inteiro, não quero falhar na sua segurança. Amanhã eu vou providenciar a sua identidade e o passaporte.
— Certo. — ele disse.
— Eu vou com ele? — Rose perguntou.
— Não, o Yoongi vai com o Jungkook para o Canadá. — Jungkook não pôde conter a surpresa no olhar. — Ele é técnico em TI, vai orientá-lo em muitas situações. Não se preocupem com nada, vocês ficarão hospedados no nosso hotel, sob segurança 24 horas por dia. Qualquer coisa me comunique.
Foram necessários alguns instantes para as linhas ao redor dos olhos de Jungkook se destacarem sob o brilho da manhã. Ele sorriu para aquela notícia, sentindo-se estranhamente satisfeito consigo mesmo.
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