⍟ nine

— Sua mãe? — Yoongi perguntou e Jungkook fez que sim. — Isso não deveria ser uma boa notícia?

— Não quando se tem um milhão de motivos para odiá-la.

Eles estavam sentados em uma lanchonete próxima ao prédio do FBI. O departamento tinha um refeitório, mas eles preferiram conversar fora do ambiente de trabalho para manter a privacidade.

— Por que acha que ela voltou? — depois de um tempo em silêncio, Yoongi questionou.

— Prefiro não saber.

Jungkook gastou um tempo para associar as coisas, mas ele estava muito focado na viagem para o Canadá para pensar em problemas. Seokjin havia dito que iria providenciar as identidades falsas, assim como todo processo para a jornada deles, mas até o momento não havia dado sinal.

O celular de Yoongi ecoou dentro do bolso dele, indicando que uma nova mensagem havia chegado. Jungkook o observou em silêncio, percebendo que a mensagem o afetou. Antes que pudesse dizer alguma coisa, a garçonete retornou com duas xícaras de cappuccinos e dois pratos com torradas.

— Namoro virtual? — indagou Jungkook, provocando-o.

Yoongi ergueu o olhar para ele e encontrou aquele par de olhos amendoados o encarando por cima da xícara.

— Não é a minha praia. — ele colocou o aparelho de volta no bolso da calça.

— Kim Taehyung é a sua praia, eu suponho.

Yoongi olhou em volta da lanchonete, quase convencido de que alguém ouvira aquela parte da conversa. Em seguida, ele voltou-se para o seu parceiro.

— Do que está falando?

— Estou apenas mencionando o clima que percebi na minha sala naquele dia. Você nem disfarçou, Yoongi. — sua tentativa de provocá-lo estava começando a surtir efeito, pois o seu parceiro respirou fundo antes de dar mais um gole em seu café. — Ele te deixou nervoso, não foi?

— Esse joguinho psicológico não funciona comigo.

— Você deve saber que é um ótimo detetive, não há motivos para ficar tão nervoso perto de um garoto. — atiçou, dedilhando a torrada no prato. — Mas eu sou melhor ainda para perceber que você falhou miseravelmente nessa tentativa.

— Está bem, você venceu. — ele ergueu as mãos em rendição e então aproximou-se. — Está afim de saber se eu deixei o caso por causa dele, não é? — Jungkook não disse nada, mas sua expressão afirmava que sim. — Errado. Me afastei porque queria ver você prender a respiração quando a Rose se aproximasse.

Jungkook hesitou por um curto momento, até ouvir o seu parceiro soltar uma risadinha traiçoeira. Os olhos de Jungkook foram atraídos para o rosto dele, como se desejasse dar um belo soco na sua cara.

— Você não é nada profissional. — Jungkook disse.

— A sua cara foi a melhor. Você ficou perplexo, cara! Isso tudo é por causa da Rose?

Jungkook não soube dizer se aquela pergunta foi um insulto ou outra investida de suas brincadeiras.

— Céus, você fala tanta merda...

— Não me diga que não gostou de tê-la como parceira.

— Ela é estratégica, devo admitir.

— E também muito bonita.

Jungkook desviou-se dos olhos do outro, mas seu gesto não significava que ele havia ficado afetado com a menção daquela característica peculiar.

— Talvez seja por isso que o Seokjin me colocou com você nessa missão. Confesso que a melhor parte de viajar é aproveitar sem eles saberem. — Yoongi salientou enquanto abocanhava sua torrada.

— Acha mesmo que vamos aproveitar alguma coisa quando estamos indo a trabalho?

— Não seja tão careta. — ele chupou a ponta do polegar para limpar a geleia. — Nós não vivemos só de trabalho, precisamos curtir também.

— Só se você parar de comer feito um leão.

Antes que Yoongi pudesse responder, o seu celular apitou novamente e uma nova mensagem apareceu na tela. Yoongi teve dificuldade de engolir a torrada quando visualizou a sequência de recados que chegou em seu aparelho em pouco menos de três segundos.

— A torrada te fez mal? — Jungkook o provocou, especialmente quando o viu com os olhos vidrados.

Deu para perceber como a pele de seu pescoço tinha ficado escaldada. Jungkook ficou em silêncio enquanto observava Yoongi desligar o celular. Com um suspiro, ele disse:

— Ele não para de me mandar mensagens. — Yoongi desabafou. — E nem me pergunte como ele conseguiu o meu número.

— Desde quando?

— Tempo suficiente para me afastar do caso.

— E por que não amedrontou ele? Podia ter agido como um homem da lei. — Jungkook sugeriu.

— Não quero colocá-lo em encrenca. Por isso pedi para que o Seokjin me trocasse de caso, pelo menos por agora.

Era apenas uma informação adicional, Jungkook sabia, mas ele entendia a posição de Yoongi em não conduzir o garoto a uma confusão. Apesar de ainda achar errado a atitude de Taehyung em insistir em algo através de mensagens.

O problema era que, nesse caso, Yoongi não estava apenas evitando uma encrenca para o menino, mas o mantendo mais próximo dele. Jungkook absorveu todos os traços no rosto de Yoongi quando ele recebeu a primeira mensagem. Talvez estivesse errado sobre isso, mas aquela circunstância indicava que seu parceiro estava interessado em manter contato com o garoto.

— Troque de número. É a coisa mais inteligente a se fazer. — Jungkook propôs. — A não ser que ainda queira manter contato com ele.

— O FBI me mataria. — ele justificou. — Não posso me comunicar com um garoto que estamos investigando. Além do mais, não há motivos para manter contato. É só mais um adolescente atrevido.

— Mas você o achou bonito, certo?

— Até você o achou bonito. Isso não quer dizer nada.

Jungkook sorriu.

— Não é para mim que ele está mandando as mensagens. — Jungkook rebateu para a surpresa de seu parceiro. — Ele gostou de você.

— Ou só está louco para transar comigo.

— Então transe com ele. — Yoongi tentou, mas falhou, em não demonstrar surpresa. — Sexo não é compromisso.

Yoongi afagou distraidamente o seu pescoço, sentindo o acúmulo de suor naquela região. Ele estava sem palavras para o conselho de Jungkook, ou apenas interessado demais naquela conversa para pensar direito. Afinal, não era comum se deparar com garotos cativantes e insuportavelmente atraentes. Quando ele viu Taehyung naquela sala, surpreendeu-se com o seu jeito desinibido e muito audacioso, ao ponto de jogar na cara do detetive de que ele estava flertando-o.

O que não deixava de ser verdade.

— Pela sua cara, posso dizer que está pensando na minha sugestão. — Jungkook interrompeu seus pensamentos.

— E o que você faria?

— Não sou um homem de compromisso, então já deve imaginar minha resposta.

— Você vive de sexo, é isso?

Jungkook não conteve um sorrisinho cafajeste. A conversa estava se desenrolando moderadamente, sem muitas perguntas que pudessem invadir a privacidade do outro. Ambos pareciam se ajudar muito, mesmo que seus conselhos fossem, na maior parte, uma brincadeira.

— Parece que temos visita. — Jungkook apontou para a porta da lanchonete.

Yoongi virou-se bruscamente quando encontrou a figura de Taehyung. Ele fez uma ligeira inspeção pelo ambiente, até que de repente seus olhos caíram sobre a imagem do detetive. Por um momento, não o reconheceu, mas logo sua dúvida se foi.

— Ele está vindo, melhor se preparar. — Jungkook o alertou, havia uma espécie de sarcasmo por trás de suas palavras.

— Você é quem deveria se preparar quando sairmos daqui. Eu vou te encher de socos. — ele o ameaçou baixinho, ficando ainda mais irritado quando seu parceiro sorriu. — Pare de rir, seu cretino!

— Boa noite, detetives. — uma voz familiar preencheu a audição deles. Yoongi desejou enfiar a cara em um buraco quando Jungkook não disfarçou o olhar curioso para eles.

— O que faz tão longe de casa, garoto? — Jungkook perguntou para ele, ganhando seus olhos cor de mel.

— Ah, eu estou com alguns amigos. Nós estávamos em um clube aqui perto. — o menino olhou para eles, especialmente para Yoongi, que estava quieto e calado em sua cadeira, como se quisesse pedir alguma coisa. — Posso me sentar com vocês?

— Não, já estamos de saída. — Yoongi respondeu mais depressa, levantando-se em seguida.

Ele fez um gesto brusco com a cabeça, indicando a saída para Jungkook , que apenas levantou uma faixa de sobrancelha. Seu pulso estava fervendo para se distanciar de Taehyung, apesar de ele não ter noção alguma do motivo por trás da fuga de Yoongi.

Um arrepio percorreu suas costas quando ele identificou a voz de Taehyung vindo em sua direção.

— Não precisa correr de mim, detetive. Eu não sou o caçador aqui.

— Então por que está mandando aquelas mensagens? — ele virou-se de frente para o menino, ficando cara a cara.

— Oh, isso significa que você leu.

— Sim. E cheguei à conclusão de que você não passa de um garotinho atrevido.

Para o desagrado de Jungkook, seu celular tocou. Ele viu uma mensagem de Seokjin na tela e assobiou.

— A festa acabou. Seokjin tem novidades. — ele disse diretamente para Yoongi, que suspirou em alívio.

Uma corrente transitou ansiosamente pelo seu corpo, o fazendo suavizar os ombros.

Jungkook deslocou-se para longe da cadeira e agarrou o seu terno no encosto. Yoongi atravessou ao lado do garoto sem dizer uma palavra, fazendo Jungkook suspeitar que ele estava indignado, talvez pensando em uma forma de evitar a presença de Taehyung naquele lugar.

O rapaz apenas continuou parado, como se estivesse petrificado. A julgar pela sua respiração, ele não tinha gostado nada de ser tratado daquele jeito.

✮✮✮

Uma movimentação estranha atrás da porta do banheiro fez com que Jimin colasse o ouvido na madeira para ouvir melhor o ruído. Vozes familiares soaram através dela, o deixando brevemente intrigado.

Ele abriu-a subitamente quando escutou a grave voz de Derek perguntando por ele. No mesmo instante, o observou direcionar o olhar para si com uma certa rigidez. O seu semblante impetuoso reduziu, dando lugar a uma expressão amena. Jimin ficou confuso, especialmente por perceber que o homem ficou aliviado por encontrá-lo.

— Onde você estava? — indagou, aproximando-se do garoto.

— No banheiro.

— Espero que avise ao Eric da próxima vez.

Por um momento, Jimin se deu conta de que havia demorado demais no banheiro quando não viu mais a mesma movimentação de antes. O ensaio já não estava mais acontecendo e o lugar se encontrava vazio, exceto pelas três garotas novas conversando entre si em um sofá distante. Alguns funcionários estavam arrumando as coisas que foram utilizadas para o ensaio em vários caixotes de papelão.

— Quem são elas? — Jimin quis saber, imaginando não ser uma boa pergunta.

— Vieram dos Estados Unidos. — ele contou. — As outras já foram levadas.

— Elas vão...

— Sim, as outras vão experimentar a boate hoje. — Jimin se assustou ligeiramente.

Então as garotas que estavam naquela sala momentos atrás foram levadas para a boate, provavelmente para darem início à primeira noite. Jimin sentiu dó, seu coração ficou apertado por imaginar a reação das garotas ao descobrirem em qual armadilha caíram.

Derek fez um gesto para os seus capangas e muito ligeiramente dois grandalhões se aproximaram. Jimin se encolheu quando o ouviu dizer com uma voz neutra:

— Levem-nas para o porão.

Após ele dar a ordem, seus capangas foram para longe e agarraram os braços das meninas com brutalidade, levando-as para fora do salão. Jimin ficou boquiaberto, realmente sentindo na pele o que elas estavam sentindo agora. Infelizmente, aquelas meninas não faziam ideia de onde se meteram. Enquanto elas se entreolhavam assustadas à medida que eram levadas, Jimin encarou Derek.

— O que vai fazer com elas?

— Digamos que para experimentar a boate é necessário que elas sejam provadas por nós primeiro. — seu sorriso malevolente apavorou o garoto.

Ele não podia acreditar que Derek voltou ainda mais impiedoso. As linhas em volta de seus olhos castanhos mencionaram o quão extasiado ele estava para molestar alguém. Naquele momento, a única alternativa do asqueroso braço direito do chefe eram as garotas que trouxera.

Uma onda de repulsa atravessou cada fibra de Jimin, o paralisando subitamente como se algo dentro de si o alertasse sobre um possível perigo. Derek parecia ainda mais desalmado, por isso tinha medo do que ele era capaz de fazer com as garotas recém-chegadas.

Jimin olhou para Derek, desejando ler suas intenções por trás daquele olhar. E foi então que o menino percebeu que os olhos dele estavam igualmente fixos nos seus. Intensos, quase como se ele ansiasse deixá-lo em transe.

Imprevistamente, o homem aproximou-se do garoto, unindo os seus lábios nos dele. A forma súbita como se aproximara fez com que Jimin recuasse um passo, porém as palmas de Derek ainda estavam presas em sua cintura, mantendo-o por perto.

Jimin quis vomitar com o toque de seus lábios, mas evitou dar mais um passo para trás para não causar problemas. Por mais que em seus pensamentos ele estivesse gritando todos os xingamentos existentes, ainda se manteve inerte, sem mover um músculo.

— Senti saudade de sua boca. — Derek disse logo que se afastou do garoto. Ele o olhou de cima à baixo. — Interessante a roupa que está vestindo.

Jimin estremeceu com a observação que ele fizera. Os pelos de sua nuca ficaram eriçados de repente, o fazendo engolir em seco.

— Me acompanha? — ele esticou o braço para o menino, que encarou seu gesto em silêncio. — Vamos assistir a um espetáculo.

Jimin sentiu a insensibilidade de Derek por trás daquele convite. Um sorriso ousado habitou os seus lábios como se estivesse pronto para um ataque. O garoto não pretendia protestar contra ele, então segurou seu braço, sendo arrastado um segundo depois para um lugar até então desconhecido.

✮✮✮

Descendo a escada com hesitação, Jimin não sabia ao certo em que lugar estava. Ele não conseguia enxergar muita coisa, pois o escuro estava em oposição à sua tentativa de visualizar o ambiente.

Ele sentiu um cheiro forte de poeira e rapidamente sua garganta respondeu com um pigarro. Derek o equilibrou com firmeza, segurando seu braço para descer os degraus. Quando finalmente alcançaram o chão, Jimin suspeitou de um depósito ou de um porão. No silêncio que se seguiu, ele ouviu suspiros pesados e lástimas insaciáveis.

Derek acendeu a luz e posteriormente se distanciou do menino, começando a andar lentamente pelo cômodo. Os olhos do garoto ficaram arregalados quando identificou as paredes do porão. As meninas estavam paradas em fila, ombro a ombro, sem ao menos desconfiar do que tudo aquilo significava.

As reféns encararam Derek assim que ele parou diante delas.

— Onde estamos? — uma delas perguntou.

Com apenas um olhar, Derek riu de sua pergunta estúpida. Em seguida, ele disparou um tapa quente em sua cara, tão forte que a fez levar a mão para a região agredida.

— Saiba que eu detesto ouvir perguntas, mocinha. — ele disse severamente. — Imagino que estejam se perguntando o porquê de estarem neste porão. Mas não se preocupem, eu vou explicar tudo.

Jimin deu alguns passos para trás na tentativa de afastar o que estava por vir. Ele notou um ruído na parte posterior às suas costas e virou a cabeça, dando de cara com um grandalhão que ficou centralizado na passagem da escada, que também dava acesso a porta de saída, com o objetivo de impedir que alguém saísse daquele lugar.

— Vocês não vão ter uma carreira de modelo. Tudo isso foi uma farsa. Vocês foram traficadas. — Derek disse em divertimento, fazendo as meninas arregalarem os olhos. — Papai e mamãe não ensinaram que não se deve acreditar em falsas propostas feitas por estranhos? Eu trouxe vocês até aqui porque quero que trabalhem para mim. Se não conseguirem cem mil dólares até amanhã, eu mesmo vou cuidar de advertir vocês.

Um sorriso cafajeste brotou em seus lábios. Ele olhou de relance para Jimin, que apenas engoliu a saliva.

— Não acharam mesmo que eu ia dar uma carreira de bandeja para vocês, acharam? — ele andou lentamente diante das três. — Vão se vestir do jeito que eu quiser e trabalhar para mim até baterem a meta do nosso negócio. Então, que fique claro, eu não serei um bom moço.

A tensão ocupava todo o ar. Jimin percebeu uma delas colocar a mão no rosto e chorar compulsivamente. Ele ficou comovido com o sofrimento da garota, mas não podia fazer muita coisa a não ser assistir. Naquela altura do campeonato, o medo castigava tanto a sua mente que o impedia de agir e, principalmente, de desafiar Derek.

— Não precisa chorar, querida. Sabe que pode melhorar a sua imagem agradando a minha clientela. — Derek disse, aproximando-se da menina para passar a mão ao longo de seu rosto, fingindo remorso. — Eles adoram garotinhas da sua idade, principalmente quando dançam para eles. O tesão fica à flor da pele.

— E se não conseguirmos esse dinheiro? — uma delas perguntou com a voz oscilante.

— Dane-se. Quero esse dinheiro na minha mão até amanhã. Se virem! — Jimin sentiu um arrepio transitar todo o seu corpo após aquela ameaça.

— Você mentiu para nós. — uma delas protestou, atraindo a atenção de Derek.

— Esse é o meu trabalho, idiota. E já que está aqui, é melhor ir se acostumando com sua nova vida. — ele disse por fim, virando-se de frente para os seus capangas. — Venham brincar com elas, rapazes. Eu sei que estão famintos.

Uma expressão selvagem alterou momentaneamente os traços de Derek.

Após deixar o recado, Derek caminhou para perto de Jimin, que acabou se assustando com a iniciativa dos marmanjos, principalmente quando um deles deu um tapa em uma das garotas, fazendo-a cair desastradamente no chão. Por ela usar vestido, o capanga se aproveitou disso para suspender a roupa dela na tentativa de tirar a peça íntima.

Gritos de terror era tudo o que ocupava o ambiente. Jimin sentiu sua respiração se descontrolar com a cena que estava vendo. Os homens agrediram as garotas bruscamente, fazendo com que o sangue gotejasse de suas narinas.

Jimin não conseguiu observar aquilo por muito tempo, seus olhos se fecharam subitamente, apenas os seus ouvidos escutavam os gritos de socorro das meninas. Ele estava pasmo, principalmente por saber que aquilo estava acontecendo por causa de Derek.

— Abra seus olhos, Jimin. — ele escutou a voz de Derek atrás de sua orelha. — Quero que assista.

Ele não conseguiu abrir. Estava com todos os músculos imobilizados. Não queria ter de presenciar aquele episódio com seus próprios olhos, pois sabia que teria pesadelos quando fosse dormir.

Jimin sentiu as palmas de Derek em cada lado de seu quadril. O nariz dele roçou a pele de seu pescoço, inalando o seu cheiro doce antes de trilhar a boca para a sua orelha e morder o lóbulo em provocação.

— Abra os olhos, meu amor. Quero que assista comigo. — ele sussurrou.

Aquilo estava incomodando Jimin como um inferno.

Não queria ter que presenciar tal cena, aquilo o constrangia violentamente. Era desumano tudo o que estava acontecendo naquele lugar, embora não estivesse surpreso por saber que havia sido uma ordem de Derek.

Hannah sempre esteve certa.

— Não quero ter que te forçar a fazer isso, Park. — Derek o alertou.

Jimin quis morrer com a sensação angustiante que estava sentindo. Sabia bem como a dor delas também era a sua, afinal já esteve na mesma situação. Nada podia ser mais doloroso do que a humilhação de ser forçado a cometer atos repelentes e de tamanha asquerosidade.

O garoto, finalmente, abriu as pálpebras contra sua vontade e desejou correr para longe, tão longe que nem o raio seria capaz de o pegar.

— Esse é o meu garoto. — Derek o elogiou com um beijo na orelha, completamente satisfeito por Jimin o obedecer.

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