Passei o final de semana pensando naquilo, a reação de Ah Nee não foi injustificável, a algum tempo atrás fizemos a promessa de sempre contarmos para nossos amigos tudo e que se por ventura algum de nós nos apaixonássemos ou estivéssemos de rolo, contaríamos logo... Confesso que fui egoísta e queria manter segredo sobre minha relação com ela já fazia mais de duas semanas que estávamos juntos e nem meus pais sabiam, enquanto ela já tinha contado para quase todo mundo.

Até Jimin já sabia por conta dela, e eu não me dei ao trabalho de falar nada, engraçado que eu queria tanto aquilo e agora estava escondendo, não escondendo, mas adiando para contar para meus amigos... Tae ficou um pouco chateado, segundo ele eu tinha que ter cumprido o acordo e dividido aquilo com os amigos, afinal eles zoariam, mas depois dariam total apoio.

Eu e Nee nunca brigamos, mas sempre tivemos desentendimentos, eu devia classificar aquilo como?

- Ela já entrou em contado? – Jimin perguntou enchendo a boca

- Não!

- Você já entrou em contato? – Tae roubou um pedaço de Jimin

- Só mandei uma mensagem

- Namoral você é burro?

- Gente eu estou perdido, sei que pisei na bola, mas o que fazer...

- Aquilo que sempre fazemos – Tae disse como se fosse a coisa mais normal do mundo – sentar e conversar, amadurece menino!

- Eu vou fazer isso hoje!

- Assim que se fala! – meus dois amigos falaram juntos

(...)

Falar que vai fazer é uma coisa, agora fazer era outra totalmente diferente, eu a encarava enquanto a mesma conversava animada com as colegas de serviço, sim o mundo dela não girava somente em torno da gente ela tinha algumas amizades com meninas dentro do estabelecimento o que me deixava feliz já que na época da escola ela se sentia um pouco sozinha.

Em fim, eu queria ir falar com ela, mas me faltava coragem, notei que em breves momentos ela me encarava e aquilo foi o ponto crucial para eu ir atrás dela, seria a hora ideal para falar com ela:

- Ainda está brava comigo? – andei ao seu lado enquanto ela analisava sua agenda.

- Não estou brava – ela me encarou brevemente – só chateada!

- Em minha defesa eu...

- Esqueceu, é – ela respirou fundo – esqueceu-se de algo tão obvio!

- Me perdoa vai!

- Jungkook-ah estou atrasada, depois conversamos.

- Isso não vai ficar assim!

- Já está né! - Às vezes eu odiava Jimin por tê-la ensinado a ser debochada.

(...)

Enquanto ensaiávamos era nítido a forma como estávamos distantes, mesmo com nossos passos estando exatamente iguais, espelhados e sincronizados, era nítido que estávamos fazendo aquilo de modo mecânico e frio, e uma coisa que eu detestava era dançar sem paixão.

Irritado já com toda aquela situação eu pausei a musica a forçando a desacelerar e me olhar com duvida.

- Chega, precisamos conversar.

- Hmm?

Um fato sobre essa garota, quando ela estava brava ou então com a razão ela se tornava insuportável.

- Eu errei tá bom? – despejei as palavras – e poxa você não precisa fazer disso um pecado grave, você sabe como eu sou, poderia me dar um desconto por favor?

- Ui, ele se estressou – ela disse chegando próximo

- Ah Nee estou falando serio!

- Okay! – ela sorriu e soltou ar – me desculpe também, você sabe como eu sou...

- Quer tudo para ontem! – a completei

- Eu simplesmente me empolguei e esqueci que você também tem seus limites e sua timidez, também peço desculpas Kookie.

- Não gosto de ficar desentendido com você, sabe que nunca gostei! – a puxei para um abraço afagando seu cabelo, ela em reciprocidade abraçou minha cintura bem apertada.

- É incrível como agora pequenos gestos tem tantos significados – notei ela se acomodar em meu peito e sorrir.

- Sempre tiveram, mas éramos cegos demais para entender...

- Verdade!

Depois de tudo resolvido as coisas pareceram fluir, a dança se tornou mais solta, o ambiente ficou mais tranquilo, nós ficamos mais leves, todo aquele gelo e distancia sumiram, realmente uma conversa pode mudar muita coisa, fiz uma anotação mental no meu bloquinho de vacilos de tentar evitar me envolver em outros desentendimentos com Ah Nee, aquilo só prejudicaria a gente e o que eu menos queria era me afastar da razão do meu sorriso!