🔪Capítulo V: A Pior Vilã 🔪

"Eu não ligo se isso machuca
Eu quero ter o controle
Eu quero um corpo perfeito
Eu quero uma alma perfeita" — Creep (Radiohead).

A ganância e a inveja não são somente pecados perante ao Pai, mas fontes de ações e desejos mais obscuros do que Ele realmente gostaria que fossem.

O todo poderoso tinha controle de tudo, menos das atitudes de seus filhos — mortais ou imortais eram e sempre serão movidos pelas vontades atreladas aos mais belos motivos altruístas, assim como pelos desejos cruéis e perversos que beiram a alma de seres humanos e a consciência de anjos.

Senhoras e senhores, apresento-lhe o livre-arbítrio.

Samael sempre soube que os dois pontos que instigavam ações diabólicas ou celestiais formavam a moeda que estava onde um dia se formou seu coração. Os humanos também carregavam consigo essa percepção, mas não conseguiam, às vezes, admitir tal fato. E isso era um problema para Alice, já que ela colocava seus sonhos em pedestais e os transformavam em ganância e inveja em quem ou o que os tivesse antes dela.

Admirou boa parte dos dançarinos a vida toda, sentindo essa sensação mal reinar na alma, apesar de toda a inspiração que sempre admitiu, não conseguia se convencer da verdade: Alice invejava muitas pessoas por serem quem são, fazerem o que fazem e alcançarem o que desejavam.

Contudo, esforçava-se com afinco para obter as qualidades necessárias, os feitos exigidos e, principalmente, o caminho a trilhar para o sucesso. Este, a humana julgava ser o que lhe traria felicidade plena, satisfação e, enfim, paz eterna.

Não poderia uma simples mortal criada por Deus ousar saber que, na verdade, realizar desejos profundos, satisfazer as vontades e alcançar sonhos não traz necessariamente isso.

Talvez para alguns e, com toda certeza, para outros possa aproximá-los de uma euforia sem precedentes; uma alegria intensa ou qualquer outro sentimento perto da auto realização. Por outro lado, não prometiam nada do que ela julgava que um dia lhe entregariam no instante que fosse a melhor bailarina do século XXI.

Estudava o que tinha ao alcance e sem se importar com o calçado, conseguia dançar por horas até sentir as pernas bambas e os músculos tensos devido ao tamanho esforço.

Se tinham características que não poderiam nunca e em nenhuma instância serem dadas à Alice era de que ela era fútil, desleixada e desistente.

Como se fosse a luz em direção oposta à escuridão, a coragem ao oposto do medo, a felicidade à distância da tristeza, o amor em discordância com o ódio, a dedicação de Alice ia totalmente contra, em direção, sentido e vertente ao que podemos chamar de desistência completa.

Era contra a sua essência deixar o que mais desejava de lado e, ao mesmo tempo, contaminava o seu ser a confirmação de que nada e nem ninguém a pararia, a deteria, a impediria de ser a melhor um dia.

O que poderíamos contar para nossa personagem, mas infelizmente não podemos, é de que... desistir, muitas vezes, faz muito bem.

Alice passou uma vida sob uma pressão interna desumana, tratava-se sem delicadeza, humanidade ou gentileza.

Possuída por pensamentos exigentes, como o pior dos pais ou mães que já levaram seus filhos aos extremos do desgaste mental e físico, cobrava-se às vezes do possível com sequelas do impossível com falhas.

Sofria, muito, ao estar cercada por toda a vida por quem mais a tratava com maldade e queria arrancá-la do conjunto de caracteres que a tornavam um ser humano como os outros — seus defeitos, fragilidades e vulnerabilidades.

Esse ser, o vilão da história de Alice, a torturava sempre que errava, a massacrava toda vez que se cansava, a chicoteava sem dó ou piedade com uma arma que tocava sua pele e a fazia sangrar: a perfeição.

Esta vilã é, sem dúvida, a pior de todas, intocável para qualquer um, mundanos ou celestiais, só que conseguia se materializar em lâminas que a garota passava nos pulsos. Alice se sentia aliviada assim que a dor tomava a epiderme, conseguia respirar sem se sentir um fracasso total.

Ela conseguiu, mais do que qualquer um, se condenar e se torturar como se estivesse no inferno — um lugar que ela mesma nunca chegou a ver e até temia que um dia viesse a ver.

Não poderia ter certeza disso, por dentro, entretanto, se achava merecedora do sofrimento infernal.

Alice era como qualquer outro ser humano em falha de Deus: negava para si o amor. Um pesar sem fim e que, para ela, findaria quando a carreira de dançarina despontar sem parar, a transformando naquela que pudesse passar o Éden por meio de movimentos incríveis feitos pela mais sistemática, precisa e certeira linguagem corporal ao dançar.

Mais um dia ela estava dentro da sala bailando com os colegas — que Alice mais enxergava como inimigos e, aquelas que despertavam a inveja devido a enorme ganância que tomava sua alma, arqui-inimigos.

Não era como se a dança a libertasse, ela a aprisionava em cada falha de passo, a cada correção da professora, a cada vez que se olhava no espelho e se questionava se poderia estar melhor. Para a bailarina, sempre poderia ser.

Aquele dia, em especial, os pensamentos estavam mil vezes mais diabólicos e a faziam desejar sentir o sangue saindo da pele mais do que tudo.

Tomava certo cuidado com essa pulsação para a automutilação, uma vez que não desejava necessariamente morrer sempre — só as vezes quando a mente lhe pedia para pôr fim naquele sofrimento que nem mesmo Alice sabia como parar. Outro ponto que a deixava atenta para não sangrar demais era de que, morta, não poderia realizar sua ambição.

A mente turbinava de ódio, inveja e automutilação da alma, já que soube ao encarar os cartazes quando colocou os pés dentro da La Danse que Celine Mindnigthsun foi a escolhida para se apresentar na magnífica recepção do novo sócio-diretor.

Aquilo era um ultraje para a jovem, onde já se viu uma caloura poder se mostrar para tantas pessoas importantes? Para Alice, ela nem era tão boa assim, não era merecedora, assim como ela pensava de si mesma, mesmo estando no segundo ano.

Contudo, Celine foi chamada e pior: fazia uma aula avançada com Alice justamente toda insuportável maldita quarta-feira. Foi ao olhar às vezes a colega de aula, ora por meio dos infinitos espelhos que percorriam as paredes, outra diretamente, que a tortura mental da dançaria piorou mil vezes mais.

No meio da aula, não se aguentou, não conseguia reprimir a vontade, o vício e o desejo profundo de se punir ao ser tomada por pensamentos como: por que você não foi chamada? Não se esforçou o bastante? Por que não treinou mais? Por que não estudou mais? Por que não se dedicou mais? Porque você é fraca! Porque você é péssima! Você não merece!

Alice saiu correndo em passos rápidos assim que a professora consentiu com o pedido de ir ao banheiro.

A garota tinha o coração acelerado e, por precaução por dias catastróficos como aquele, ela mantinha uma lâmina pequena embrulhada com papelão em um saquinho em sua mochila.

Foi para os armários imaginando que o peso sairia de suas costas assim que fosse punida. Não deu outra. Como já sabia o que iria acontecer, Alice não ficou surpresa por ver a calmaria e justiça que sentia ao se punir com tanto afinco.

Conteve-se, contudo, não permitindo que saísse sangue em gotas, mas somente o sútil corte raso. Foram vários e muitos — nunca um acima do outro, isso poderia trazer problemas, como um sangramento inesperado no meio de uma aula ao girar várias vezes as mãos ou se apoiar no chão para uma pose que precisasse.

Devido à quantidade e ao cuidado para deixá-los bem ao lado um do outro, conseguiu fazer vários e o pulso já aguardava com as cicatrizes de outras ocasiões, ele também não estava nada surpreso.

Conseguiu sentir o alívio tomar o corpo, a sensação de angústia, raiva e ódio internos foram derretendo conforme sentia a pele arder e abrir, podia supor até que o sangue corria mais lento, já que a sua anestesia por meio do ato contra si mesmo conseguia fazer Alice sentir cada uma das veias, músculos e batimentos acalmarem aos poucos.

Olhou-se no espelho e viu os cabelos longos, extremamente lisos e castanhos presos num rabo de cavalo, a franga grande descendo a testa larga e caindo até chegar ao queixo pontudo, mas, acima de tudo, encarou o êxtase e boca semiaberta de uma pessoa perto da mais pura alegria e felicidade.

Os olhos finos, feito as lâminas que seguravam, revelavam a sua descendência asiática, seu rosto amarelo e extremamente liso e brilhante também, além das mãos e estatura diminutas para uma mulher com mais de vinte anos. Achava-se bela, mas não digna de tão beleza; acreditava ser boa, mas não o suficiente para o apogeu; imaginava que poderia sorrir um dia vendo a idealização de si mesma bem diante de si em um espelho como aquele: pequeno, estreito mas muito claro e objetivo.

Ao terminar seu ritual, enfaixou os pulsos como sempre e saiu do banheiro para guardar a lâmina. Dentro de uma sensação parecida com uma droga pesada, em que o corpo entrava em um frenesi de paz que beirava ao prazer de sentir os pensamentos cessarem, ela foi andando pelo corredor com chão de madeira clara e paredes verdes como o orvalho.

O corredor era imenso e repleto de salas para dança. Claro, com luzes brancas e paredes beges. Apesar das cores amenas, da luz do sol entrando por todas as janelas e até esquentando corpos ainda frios, Alice se sentia profundamente abalada e claustrofóbica quando via aquele lugar, era o lembre em sua mente de que precisava melhorar, deveria melhorar, se não... quem seria a melhor do mundo? E, se não ela, quem poderia tomar seu lugar?

Era preciso ser cúmplice e comparsa da maior vilã de todas, a perfeição, e aceitar a cobrança como uma velha e boa amiga que a recordava de que, sem esforço árduo, contínuo e devastador, não chegaria a lugar nenhum. O pequeno detalhe que ela não sabia era que, se a perfeição existisse, seria somente no mundo das ideias e, se um dia ela o alcançasse, não seria mais humana. E, se um dia não mais fosse, o esforço de tal tamanho não seria necessário.

Fracassar era fácil, era como cair em um breu, não era preciso esforço. Ser incomparável era diferente, era como escalar uma montanha ruidosa e vertical, com uma mão após a outra, com somente os músculos fracos dos braços para a sustentar perante ao abismo que era o mundo com seus julgamentos, críticas e manipulações; era como nadar contra a maré de um mar bravo e titânico; era como mergulhar em águas profundas, sentir a pressão da gravidade e se evitar o afogamento como se tivesse réguas para isso.

Era como ser sobrenatural e, ao mesmo tempo, ordinária.

Algumas das salas da La Danse não era exclusivamente para o ballet, pelo contrário, equipadas com acessórios e suspensórios de paredes que se prendiam na cintura, costas e ombros dos alunos, os espaços eram feitos para experimentação de apresentações e treinos de danças contemporâneas; hiphop; valsa; tango; entre outros.

Olhando distraidamente para as janelinhas de vidro que cada uma das saletas tinham, Alice se perdia ao ver os jovens pularem com facilidade, serem erguidos em uma velocidade menor que a habitual e, assim, repousarem com leveza no chão. Aquela tecnologia era, de fato, impressionante — mas Alice nunca usuária. O ballet não tinha aquilo e era o que a mulher mais gostava: a tradição.

Perdida em seus pensamentos ao ver os alunos ali, andando devagar pelo corredor, trocava o olhar de uma porta para a outra, descobrindo assim qual dança era feita ali.

Não percebeu quando um homem alto esbarrou de frente com ela, somente levou um grande susto e sentiu a cabeça encostar em um pano macio e cheiroso. Quando pôde olhar para frente encarando o peito dele, Alice reparou que era um terno preto com uma gravata e camisa social branca por baixo. Levantando os olhos devagar, a jovem bailarina ouviu:

— Perdoe-me! — falou nervoso e estarrecido.

A voz grossa soou como um trovão de tão grossa e potente e deu até medo na bailarina, ela estremeceu. Mas, ao mesmo tempo, chamava os desejos mais profundos de Alice para a face dele. Sabia que a vida não era santa, que foi feita para ser explorada, quando não praticada, e o ardor dos desejos era a mais bela dança que podia dançar sem se sentir julgada.

Lançava-se contra as vontades carnais como se estivesse saltando de paraquedas, aproveitava a queda, desfrutava do vento forte na face, sorria para o cair como se estivesse voando e, então, sentia-se perdidamente livre como nunca antes.

Ao conseguir ver os olhos e cabelos pretos, quase azuis de tão negros sobre à luz brava, ela arregalou os olhos e deixou a boca semiaberta. Só conseguia pensar: que homem! Não poderia existir outro comparável no mundo e, entre todas as coisas que a jovem mais admirava, era o incomparável, o magnífico, o que estava fora de ser normal e comum aos olhos de todos.

Pessoas comuns deveriam se estarrecer com o bailar de Alice assim como ela se derreteu por completo ao olhar para a figura mais bela, jovem, máscula e potente que um dia já ousou ver, admirar e ficar encarando como se fosse uma adolescente beste vendo seu ídolo pop star pela primeira vez em um show frenético de luzes, música e gritos apaixonados.

O cheiro de madeira e mato molhado exalavam dele para ela e quando Lúcifer viu que ela estava com a boca a poucos centímetros de seu queixo, então se afastou dois passos para trás; pensou por alguns segundos e notou como aquela criatura patética mal o tinha escutado na primeira vez que falou.

— Perdoe-me — ele falou mais calmo e devagar.

Quando Samael percebeu que a mulher permaneceria parada e chocada com sua presença — como acontecia com a maioria — somente fez um aceno com a cabeça e voltou a andar apressado pelo corredor. Odiava passar muito tempo diante de um mortal insignificante que só lhe acarretaria em mais conversas monótonas, previsíveis e insuportavelmente entediantes.

Alice não conseguiu nem piscar e ficou ali por cinco minutos tentando entender o que tinha acontecido ou, melhor dizendo, em quem tinha esbarrado. Não conseguia acreditar no papel de tola que havia feito, entretanto, perante tal presença que lhe tirou o ar, também pensou que sua reação era até que aceitável.

Aquele homem deveria já ter passado por vários olhares parecidos.

Algo dentro dela queria pular para fora, sua ganância e inveja latejavam e queriam se expor para a criatura que estava com o peito colado em seu rosto instantes atrás. Era como se tudo que tinha ficado soterrado por conta da automutilação viesse a tona e tomasse por completo, se viu perdida e com uma vontade imensa de correr até ele e contar seus pensamentos mais cruéis e perversos como se fosse uma confissão a um padre; um lamento a um pasto; uma súplica a um reverendo generoso.

Não conseguia entender, e de fato não teria capacidades mentais e físicas para tal feito, como alguém que não conhecia pode quase fazê-la desatar a falar o quanto odiava Celine; o quanto tinha inveja dela pelo convite e, mais, como queria acabar com aquela ruiva de alguma forma. Queria dizer que imaginou um acidente trágico para a colega, que fantasiou como ela ficaria incapacitada de dançar, que ousou suspirar para Deus que aquelas faixas de curativos que Celine usava apenas aumentasse com o passar dos minutos.

Percebendo o absurdo de seus pensamentos ao querer se vingar de Celine somente por ela aceitar uma oportunidade que qualquer um da La Danse faria sem pensar duas vezes, Alice balançou a cabeça rapidamente saindo do transe e voltou para a aula o mais rápido possível.

Ainda estava aturdida com o homem de terno, o olhar dele percorria a mente da bailarina, a intensidade dele preenchia o coração dela, os cabelos negros brilhavam e a pele perfeita, esticada e quase sem marcas faziam parecer que ele tinha dezessete anos, somente a barba mal feita e o ar de sério em sua expressão o envelheciam uns dez anos.

Tudo bem, Alice poderia aceitar que ele tinha pelo menos 27, mas... mesmo assim, não parecia certa aquela idade.

Durante a dança, errou mais passos que o normal e até foi repreendida por estar com a cabeça no mundo da lua pela professora. Foi um dos piores dias dentro daquela escola de dança, sentia como se tudo que tinha feito a vida inteira não fosse para ela; como se o esforço desde criança não valesse de nada e estivesse, agora, novamente à estaca zero quando o quesito era dançar.

Apesar de ter se aliviado a pouco tempo, esses fatores entraram nos ouvidos de Alice como água efervescente e a afogava aos poucos no calor interno de desejar se cortar. Tentou com muita força esquecer isso, sabia que não poderia e, em casa, tudo pioraria muito mais do que agora.

Quando a aula e consequente tortura acabaram, ela foi falar com Celine — já que antes da aula não pode e a colega supunha que elas eram amigas ocasionais por dançarem juntas e às vezes comentarem sobre alguma coreografia nova que viram em um vídeo no TikTok.

— Ei, quando iria me contar? — Alice disse se aproximando de Celine que guardava as sapatilhas na mochila dentro do vestiário com as mãos enfaixadas e as fitas percorrendo até os cotovelos para esconder as feridas de sua pele fina de borboleta.

— O que?

— Quando iria me contar sobre o convite para a apresentação? — Alice persistiu ao começar a calçar os sapatos, já tinha colocado as sapatilhas na bolsa. Celine parecia mais perdida mentalmente do que o normal.

— Ah... isso — a garota disse terminando de amarrar os cadarços e se levantar do banco. — Bom, achei melhor todos saberem pela própria instituição.

— Entendi — Alice disse desconfiada. A realidade era que Celine não confiava na colega e desconfiava que ela não gostava dela de verdade.

As duas saíram juntas do vestiário feminino, tinham tomado banho após as aulas, como de costume e foram andando devagar pelo corredor.

Iam passar pela porta fechada do elevador e adentrarem no hall do prédio quando Lúcifer Samael Morningstar saiu de dentro do cubículo de metal que havia aberto as portas do lado da porta delas.

Como estava de costas para as duas, não as viu e foi andando para fora do prédio através da porta da catraca, passou a digital para abrir a porta de vidro e foi-se apressado para a rua movimentada.

Apenas o vendo de costas, Alice sentiu o poder dele e suspirou ao sussurra para si mesma:

— Que lindo...

— Ele é mesmo — Celine respondeu, fazendo Alice tomar um leve susto que passou despercebido pela amiga.

— O conhece? — ela perguntou para a colega e passou pela catraca com ela logo atrás.

— De certa forma, sim. — Celine falou ao depositar o dedo ali na placa vermelha que ficou verde, abrindo a porta.

— E quem ele é? —Alice perguntou quase em um tom de desespero. Celine sorriu quando sentiu os raios de sol em seu rosto. Virou-se para a colega:

— É o novo sócio-diretor que vai receber a recepção na próxima semana.

— Sério? Mas ele parece tão... novo. Achei que fosse um homem bem mais velho.

— Também achei, mas parece que somente a voz dele coincide com a suposição de idade que eu tinha antes de vê-lo.

— Falou com ele? — Celine juntou as sobrancelhas.

— Bom... sim, vou me apresentar no evento dele — Celine desejava criar a ideia na cabeça de Alice de que eles acertaram detalhes do evento e não se conheceram em um acaso extremamente estranho.

— Ah... claro — com essa resposta, o plano de Celine parece que tinha funcionado.

Alice e ela andaram até a luz do estacionamento do colégio, que ficava ao lado do prédio da instituição e viram o homem de terno que esbarrou na vida das duas saindo do recinto com um Porsche preto.

— E ele se chama mesmo Lúcifer? — Alice enfim perguntou, após se recusar muito.

— Sim... Lúcifer Samael Morningstar.

Alice sorriu pensando no homem porque aquilo, de uma forma estranha, misteriosa e sobrenatural, explicava muitas coisas para ela, já que o homem parecia ser mesmo um anjo caído que poderia aguiar para o quinto dos infernos sem a menor cerimônia, uma vez que a bailaria aceitaria o convite de bom grado.

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