Epílogo
CAPÍTULO QUARENTA E NOVE:
꧁ Sim, diga apenas sim ꧂
Como resumir os meses mais agitados de nossas vidas?
George e Fred estavam apanhando de todos os lados, acredito que nunca os vi tão cansados por tanto tempo. Eles estavam sendo obrigados por Pamela e eu a terminar os estudos, mas esta era sua última preocupação, qualquer que seja o projeto que Regulus Black tenha lhes pedido — coisa que para minha surpresa George se recusou a me contar do que se tratava, maldito traidor — estava lhe ocupando todo o tempo. Eles tentavam se equilibrar com os jogos de quadribol, treinos, a divulgação de sua loja que estava marcada para inaugurar em abril, no dia de seu aniversário, e o novo projeto, mas simplesmente não estava dando. Por dias seguidos eu não via George ou Fred, até mesmo Lino que sempre apoiou muito os rapazes mesmo que não fosse participar do acordo.
Quando nós nos víamos, os garotos estavam cansados demais e desmaiavam sempre que se encostavam em alguma coisa eu e Pamela ficávamos cada vez mais preocupadas. Eles perderam aulas demais e só em janeiro suas faltas acumuladas em todas as matérias já os fariam repetir de ano. Nossos quatro últimos meses foram uma loucura estressante, para Pamela e eu nem tanto já que nós duas tínhamos tempo para estudar e fomos bem nas provas finais, evento este no qual os roncos de Lino ecoaram pela sala e ele foi expulso. É, em Hogwarts eles já não se encaixavam mais, saíram do time, focaram-se só nos negócios e não importava o quanto tentassem ficar livres, sua preocupação e ideias imparáveis vinham e os colocavam em movimento outra vez.
Em quatro meses, eles só se permitiram aproveitar a festa de ano novo porque ela fora programada antes, depois nunca mais saíram de onde quer que tenham se enfiado para ir a outras festas que aconteceram, nem mesmo quando Harry Potter ganhou a taça para sua casa pelo terceiro ano seguido.
A festa de Ano Novo... ah, ela certamente gerou muitas histórias.
Os gêmeos Weasley sempre foram grandes animadores, mas nesta festa eles estavam terríveis! Derrubariam o castelo se desse, pularam, beberam, aproveitaram e fizeram com que todos ao seu redor se contaminassem com sua alegria. O castelo cantou junto e o chão tremeu com nossos pulos, muitos alunos haviam ficado com a promessa de que essa festa seria inesquecível e realmente foi.
George estava absolutamente radiante, completamente fora de si, ainda mais quando conseguiu ficar bêbado, e quando parava de dançar e cantar, me cantava como se nem me conhecesse com a voz rouca depois de tanto gritar. Houve até um momento em que eu e Luna Lovegood tocamos nossos violinos como se estivesse rolando uma festa bem antiga, as pessoas batiam as mãos e eu ria sem perder o ritmo, de pé encima da mesa, vendo-os dançar uma quadrilha animada.
Foi a melhor noite da minha vida, e quando acordei no quarto de George foi como se eu tivesse sido espancada. Como não tinha levado nenhuma roupa extra e meu namorado parecia ter sido induzido ao coma alcóolico, eu saí arrastando os pés para a minha torre para tomar um banho e depois voltar para cuidar de George.
O engraçado é que assim que eu chego na porta de meu quarto, ela se abre antes que minha mão alcance a maçaneta. Levantei os olhos cambaleante e me deparei com um ruivo sem camisa e descabelado. Ele parecia tão péssimo quanto eu. Sorri de canto, pensei em fazer uma piadinha, mas aí ele me interrompe antes que eu abra a boca.
— Não pergunte.— ele ordenou rispidamente e saiu. Fiquei confusa, mas nada me deixou mais perdida do que ver Lino logo atrás dele, subindo a calça e com a gravata da Corvinal amarrada no pulso e a blusa abotoada errada. Meus olhos cresceram tanto que eu pensei que fossem saltar das órbitas, o Jordan sorriu torto para mim, pulando em um pé só para vestir a meia.
— Bom dia!— ele cumprimentou, saindo atrás de Fred com os tênis pendurados nos dedos. Espiei para dentro do quarto para ver se minha amiga ainda estava viva e quando chequei ela estava dormindo tranquilamente. No primeiro dia ela nem conseguiu sair da cama.
Eu não comentei nada com George, mas as coisas entre os três ficaram tão confusas que meio que todo mundo deixou de tentar entender, eu até tentei estudar um pouco sobre poligamia, mas decidi que além de o assunto não ser da minha conta, eu não queria saber.
Os rapazes não se formaram e no entanto isso não os deixou nada frustrados quando largaram a escola para inaugurar a Gemialidades Weasley. A abertura da loja foi um sucesso absoluto, uma explosão de cores e vida, pura diversão. Se ouvia as vozes dos gêmeos em cada canto da loja, sem nunca sermos capazes de encontrá-los porque eles nunca ficaram parados.
George me agarrou no dia da inauguração e me apertou com tanta força que eu pensei que iria quebrar no meio.
— Entendi, entendi!— eu esperneei rindo com dificuldade ao ser apertada. Ele me devolveu para o chão, somos tão jovens, eu pensei, e agora eu o vejo como um homem. Um grande homem— Você está feliz, mas por favor, não quebre minhas costelas, eu preciso delas!— me abracei e respirei fundo quando tive a liberdade. George sorria tanto que eu pensei que seu rosto iria se rasgar.
— Sabe porquê eu estou mais feliz? Porque você está aqui comigo!— ele disse e eu me derreti toda porque George sempre sabe o que dizer para me deixar sem jeito, totalmente na palma de sua mão. Eu o abracei e o beijei, orgulhosa do quão longe ele estava chegando e o quão longe ele iria ainda.
— Eu te amo, Georgie.— eu murmurei, afagando seus cabelos ruivos.
— Não mais do que eu amo você.— ele rebateu, mas eu sei que ganho nessa brincadeira.
E então chegamos a este momento, o dia da mudança dos rapazes para suas novas casas porque eles conseguiram encantar os aurores com o projeto pedido e alguns extras que fizeram com o material que sobrou.
O imóvel de George é simplesmente lindo, três andares, muitas janelas, piso de laminado, vários quartos e banheiros. George me chamou para ver a casa com ele e admito que posso ter soado ainda mais satisfeita que o dono dela enquanto corria de um lado para o outro, apontando que mobilia poderia ficar onde e enchendo os ouvidos do meu namorado com dicas do que ele poderia e deveria fazer, porque se tem uma coisa que eu gosto de discutir é desinhg.
— Parece muita coisa.— ele comentou parando de andar no meio do quarto de hóspedes. Eu cruzei os braços olhando para a parede, pensando que cor ele poderia pintá-la.— Posso precisar de ajuda para lidar com tudo isso.
— Ah, mas não se preocupe com isso!— eu giro nos calcanhares e saltito para perto dele— Eu vou te ajudar com tudinho e...
— Mas eu não estou preocupado com você, querida.— ele me interrompe. É final de tarde e nós acabamos de deixar a loja, George já bagunçou os cabelos e afrouxou a gravata, alegou estar louco para tirar o terno, mas nem o deixei fazer suas propostas maliciosas já que eu não vou fazer amor no chão, temos coisas mais importantes para pensar aqui! Encarei-o com curiosidade e esperei até ele completar— Afinal, vai ser obrigação sua decorar a sua casa, não é?
Eu congelei por completo por longos cinco segundos. Depois, pisquei e respirei fundo.
— Perdão, o que?!— minha voz se elevou sozinha e George sorriu, olhando ao redor.
— Eu amei essa casa.— ele suspirou, parecia realmente satisfeito— Ela é linda, grande... é perfeita, sério. Mas eu também pensei...— ele passou os dedos no lábio inferior e meu coração errou as batidas— eu pensei... eu não quero dormir aqui sem você.
Ele disse.
Lentamente ergui as mãos e comecei a me abanar. George sorriu de canto e inclinou a cabeça, prevendo o que ia acontecer.
— Não chora, amor.— ele pede carinhosamente e se aproxima para me segurar pela cintura, mas é tarde demais, as lágrimas já estão me escapando— Ah, e lá vai ela.— ele sopra uma risada e eu começo a chorar bastante.
— Você me ama— eu falo com a voz esganiçada me abanando sem a menor necessidade. George ria gostosamente de mim.
— É claro que eu amo, você sabe disso.
— Você me ama e quer morar c-comigo!?— soluço.
— Eu quero.— disse George e eu chorei mais quando ele me abraçou— Mas só se você quiser também, é claro.
— Eu também quero morar com você, Georgie!— e eu chorei alto e ele riu mais alto ainda me abraçando com força.
— Tudo bem, tudo bem, passou, passou— ele acariciou meus cabelos e eu lutei para me acalmar, mas é que eu fiquei muito feliz e nunca quis aprender a segurar minhas lágrimas de alegria— Ah, e antes que eu esqueça, tome aqui— George continuou quando eu me acalmei pelo menos um pouco. Funguei e o observei enfiar a mão no bolso. Deixei escapar uma risada quando ele puxou um molho de chaves de dentro do bolso e o estendeu para mim. Sequei o rosto com as gostas da mão e peguei as chaves.
— E para que é tudo isso? Vai me dar a cópia da chave de cada porta?— eu vou brincando com as chaves frias até que meus dedos param em algo que não devia estar ali. Outra vez, meu coração para e eu olho para George como se fosse lhe perguntar se ele estava vendo a mesma coisa que eu porque ele está muito calmo e eu não sei como.
Me forcei a respirar e puxei a fina aliança de prata para vê-la melhor. Tinha uma linda pedra de diamente no meio e quando o George começou a se ajoelhar a minha crise de choro quis voltar como uma pancada. Coloquei a mão na boca e ele sorriu quando me ajoelhei de frente para ele.
— Fica em pé, querida.— ele pediu como se quisesse seguir o roteiro.
— Se eu ficar em pé eu desmaio.— admito. George ri mais e balança a cabeça.
— Eu não tenho discurso, e para ser bem franco, eu estou muito cansado do trabalho agora, mas... se eu tenho certeza de qualquer coisa na minha vida, Dakaria, é a certeza de que eu quero você.— ele segurou minhas mãos e as puxou contra seu peito— Então, por favor, querida, minha linda Dakaria, doce amora... você poderia fazer a gentileza de se tornar minha noiva e me fazer o homem mais feliz e apaixonado da face da terra? Por favor, diga que sim, querida. Diga que quer se casar comigo.
E eu mordi o lábio e sacodi a cabeça. Eu poderia chorar por dias, porque eu o amo tanto e é lógico que eu quero passar o resto da minha vida com ele.
Eu disse sim, e nós fizemos amor no chão do quarto hóspedes mesmo tendo mil e uma coisas mais importantes para discutir.
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NOTAS FINAIS DA FANFIC:
OLÁ, vadia, tudo certo com você? Eu espero que sim!
E aqui chegamos ao fim de mais uma obra minha! Eu espero que vocês tenham gostado e que tenham se divertido no caminho até aqui tanto quanto eu!
E aí, esperava outro final?
Dakaria é a personagem mais fora da caixinha que eu já escrevi. Quem me conhece sabe que as minhas protagonistas tem uma pegada mais agressiva como a de Pamela McCartney, então escrever Dakaria foi como nadar contra a maré, lutando para que ela fosse o oposto de tudo o que eu já apresentei pra vocês em outros cenários e espero mesmo não ter sido a única a notar a diferença!
Georgie e Karia tem um lugar especial no meu coração e espero que tenham ganhado um no seu também, obrigada se você veio até o fim, principalmente se participou da história comentando e surtando junto com os personagens.
Só alegria, muitos beijos de unicórnio para vocês e até mais, te vejo nas minhas próximas fanfics?
OBRA INICIADA: 13/08/2022
OBRA CONCLUÍDA: 26/11/2022
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