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CAPÍTULO QUARENTA E CINCO:
꧁ Realize seus desejos ꧂
Acho que para início de conversa eu deveria estar grata por eles não terem sido presos, no final das contas. Meus amáveis e irresponsáveis guardiões finalmente sossegaram — se é que dá para dizer que isso é uma coisa boa. É, eu penso todos os dias quando ninguém aparece no meio da aula chamando por George ou Pamela, está tudo certo.
Com a proximidade do natal, vinha minha ansiedade aumentando de um jeito quase que agoniante, me tirando o sono noite sim, noite não. É amanhã, estou com muito, muito medo do que pode acontecer, confesso. Eu avisei meus pais que George estaria indo comigo passar o Natal lá em casa, e no entanto, nenhuma resposta veio de casa. Meu pai deve estar se remoendo demais para aceitar que eu finalmente arranjei um namorado, mas estou pronta para refutar qualquer argumento seu contra meu namoro considerando que ele começou o dele com minha mãe quando ambos tinham apenas catorze anos. Ele me ama, deve superar logo que eu não sou mais sua garotinha e que vou começar a próxima fase da minha vida muito bem acompanhada.
Eu estou tão feliz. Como mais eu poderia descrever a alegria que ando sentindo se não culpar meu amor por isso?
George Fabian Weasley está deitado de frente para mim, sem camisa, os cabelos ruivos bagunçados, o rosto sereno mostrando que ele está degustando de um sono pesado. Sorrio ao admirá-lo enquanto dorme. Já é dia, a luz da manhã entra pela janela atrás de mim e toca parte do rosto do meu ruivo. Eu já acordei tem tempos, tomei um banho e poderia estar tomando o café da manhã agora, mas ele está tão lindo que eu tive que parar tudo que estava fazendo para admirar a vista. Deitei-me novamente e relutei em tocá-lo com medo de acordá-lo, ele tem um maldito sono leve de quem vive devendo para os outros. Ergo a mão lentamente e toco sua pele quente com a ponta dos dedos, ele tem que ser tão irresistível? Inferno, como eu amo esse garoto.
Coloco a palma da mão contra seu coração sentindo-o martelando ritmadamente, eu penso que poderia ficar aqui para sempre, mesmo que ambos imersos neste silêncio sepulcral. Subo a mão pelo seu peito para ajeitar sua correntinha de prata em seu pescoço e vou passar a mão nos seus cabelos vermelhos terrível e insuportavelmente atraentes, mesmo bagunçados desse jeito. Os olhos de George se remexem sob as pálpebras e meu sorriso se alarga.
— Bom dia, ruivinho.— murmuro. Ele solta um gemido gostoso e se espreguiça jogando os braços para cima.
— Sonhei com você.— ele disse, ainda de olhos fechados e vindo me agarrar, puxando-me para seu peito quente antes que eu pudesse escapar.
— Sonhou, é?
— Uhum.— ele resmungou, rouco, afundando o rosto nos meus cabelos— E se eu não estivesse morrendo de preguiça, pode ter certeza que iria tentar reproduzir aquelas posições. Você iria adorar como adorou nos meus pensamentos, querida?
— Ah, que garoto podre.— censuro soltando uma risada baixa e o abraçando de volta, encaixando-me no que foi feito para mim— Se você for tomar um banho agora, não perderemos o café.
— Só mais cinco minutinhos, vida.— ele murmura, ainda sonolento.
— Vamos levantar— eu seguro sua cintura definida e o sacudo— Pegaremos o trem, em breve.
— Não.— ele choraminga, preguiçoso. George rola e me puxa para cima de si, apertando-me como se eu fosse um bicho de pelúcia. Lhe faço cócegas e ele deixa escapar uma risada, largando-me para fechar os braços— ei, ei, mocinha.— ele censura cobrindo os olhos com o antebraço, recusando-se a despertar. Ajeitei-me sobre ele, montando-o como na noite anterior e franzindo a testa ao sentir algo rijo entre minhas pernas. Olho para o rosto de George e encaro seu sorriso malicioso de canto.— Eu não estou armado.— ele diz de um jeito terrivelmente sexy e eu reviro os olhos. Como dormimos juntos há um tempo eu sei que algumas partes dele sempre... acordam antes dele mesmo, e ele sempre faz uma piadinha diferente quando percebe que eu reparei— Vai me dar uma ajudinha, linda?— ele tira o braço do rosto e finalmente me encara com seus olhos verdes, um estando mais claro que o outro por conta da luz do sol batendo no seu rosto. Será que algum dia me acostumarei com sua beleza?
Seguro seu rosto e sorrio, inclinando-me para ele.
— Não, meu amor. Vamos, levanta-te e anda-te.— eu ordeno e saio de cima dele. George agarra minha mão e nós brincamos de cabo de guerra, mas para ser bem franca, ele estava apenas me segurando porque se quisesse mesmo me puxar eu não conseguiria resistir à sua força.
Como o ruivinho é muito pesado e eu estava me esforçando muito, ele ficou com pena e me ajudou, levantando-se depois de muito protesto, vestindo apenas uma cueca que ele sentiu a necessidade de ameaçar tirar na minha frente. Safadinho. Empurrei-o para o banheiro no exato momento que Fred Weasley rompeu pela porta, altamente excitado — bem, de um jeito diferente do seu irmão. Ele cravou os olhos em mim com um sorriso lindo e largo no rosto, contaminei-me mesmo sem saber porquê ele parece tão feliz.
— Oi, Freddie, bom dia!— cumprimento, ele e Lino não estavam no dormitório ontem a noite, deve ter passado esta em claro, considerando as olheiras sob seus olhos. Fred correu para cima de mim e me apertou em um abraço de urso, me tirando do chão e pulando comigo.
— Kia, Kia! Minha linda cunhadinha, a mais perfeita de todas!— ele está tão feliz, eu fiquei tão feliz, mesmo que sem fôlego. Ri com dificuldade e o ruivo me rodou, todo alegrinho. Quando ele me devolveu para o chão, estalou um beijo na minha bochecha e eu fiquei uns segundos com a mão na costela do jeito mais discreto que pude.
— O que foi que houve, homem?— franzo a testa, curiosa.
— Eu estava fazendo a contabilidade com o Lino esta noite e nós conseguimos, Kia! Nós atingimos a meta, porra!— ele exclamou, agarrando meus ombros e me sacudindo— Nós conseguimos!
— Espera aí, espera aí, Fred!— eu seguro seus braços e arregalo os olhos sentindo meu coração acelerar. Deu certo! Os olhos do ruivo brilham, ele está absolutamente radiante— Vocês... vocês vão conseguir montar a loja!?
— NÓS VAMOS CONSEGUIR MONTAR A LOJA, PORRA!— ele berrou e nós demos as mãos gritando e saltitando como garotinhas felizes. A porta do banheiro se abriu e George colocou a cabeleira ruiva molhada e ensaboada para fora, o cenho franzido.
— Mas que algazarra é essa?— ele reclamou.
— Amor, vocês vão conseguir montar a loja de vocês!— eu gritei, esbaforida, George congelou por completo um segundo e eu corri para abraçá-lo, ele segurava a toalha na cintura e estava todo molhado, mas o agarrei mesmo assim. É o sonho dos rapazes desde sempre, eles me disseram, como não ficar feliz pelo amor da minha vida estar realizando o sonho da vida dele? Se eu mesma estou quase subindo pelas paredes, imagine meus garotos!
— É sério?— ele pergunta para seu irmão por cima do meu ombro, soa chocado, totalmente descrente. Fred deve ter apenas sacudido a cabeça em confirmação porque logo George começa a rir e me abraça de volta com um só braço e com a mesma força que seu irmão usou antes.
Eles ainda arregaçam minhas costelas, pelo amor de Rowena. Eles não se tocam que tem a força de uns trasgos!
Fred veio por trás de mim e os dois me espremeram entre si. Eu posso estar ouvindo coisas, mas seus corações reverberaram pelo cômodo e eu não consegui parar de sorrir. Eu sei que eles só estão ganhando o que merecem.
[...]
Mal avistamos Pamela e Nikolas se aproximando vindo da direção oposta, Fred correu para cima de minha melhor amiga, abraçando-a da mesma forma como fizera comigo mais cedo. George saltita tanto que eu seguro sua mão mais para impedir que ele não bata no teto. Procuro por Lino para lhe contar as novas já que ele saiu pouco antes de Fred terminar as contas, sempre priorizando a comida a qualquer novidade. Saco vazio não para em pé, ele diz. Ninguém sairá daqui hoje sem saber que Geminialidades Weasley está a caminho.
Aproximamo-nos do trio e Nikolas olha para mim, confuso.
— Mas o que é isso, Weasley?— Pamela pergunta quando Fred a devolve para o chão, ela franze a testa, ao contrário de mim, o sorriso dos rapazes não a contamina tão fácil— Me bagunçou toda!— ela reclama ajeitando a saia, mas antes que qualquer um de nós pense qualquer coisa, Fred agarra o rosto de Pamela e a puxa para um beijo fogoso. Nunca em todos esses anos vi o rosto de minha destemida amiga tão vermelho. Ela está purpura! Eu e Nikolas arregalamos os olhos um para o outro quando Pamela retribui enquanto todo o corredor para para admirar o casal. Os outros começam a bater palmas, influenciados por George que assobiou e ovacionou o seu gêmeo, espalhafatoso.
Nikolas vem para o meu lado, batendo palmas com um sorriso divertido nos lábios.
— O que está pegando, Thomas?— ele pergunta, mas antes que eu responda vejo que ele perdeu o interesse em minha resposta, nós dois notamos Luna Lovegood se aproximando, ela se colocou do lado de Nik assobiando muito alto embora nem olhasse para nossos amigos.
— Bom dia— ela diz, educadamente— O que estamos comemorando?— a loira pisca inocentemente e eu dou risada.
— EI!— grita uma voz rouca vinda pelas minhas costas e todos nós nos voltamos para o zelador, extremamente ranzinza— As regras, vocês estão quebrando as regras, seus malditos Weasley!— ele vocifera sacudindo o esfregão em nossa direção. Nota-se como ele ama os Weasley.
— Merda, corre!— George alerta o irmão e eu olho para minha melhor amiga que segue vermelha e parece até um pouco tonta com um sorriso torto nos lábios.
— Vamos, linda.— Fred agarra a mão dela e a puxa consigo, Pamela o segue, parecendo um pouco bêbada.
— Tá bem, tá bem— ela responde com a voz fina e os dois começam a correr agitando suas capas atrás de si. Filch passa por nós mancando e quando vejo meu namorado já está sacando a varinha e agarrando a minha mão.
— Ah, porra!— resmungo, despreparada para correr com meus tênis apertados.
— Hoje é o melhor dia da minha vida!— George beija as costas da minha mão e joga uma azaração nas costas do zelador— Corre, Dakaria!— ele me arrasta consigo e que escolha eu teria se não segui-lo?
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