26

CAPÍTULO VINTE E SEIS:

꧁ Controle ꧂

Eu respiro fundo e olho para os lados mais uma vez, ficando ansiosa. Nem sinal dele. George é de se atrasar e talvez eu nunca me acostume com isso. Mordo o lábio esquecendo-me momentaneamente do meu gloss e logo me arrependo.

É dia vinte e dois de outubro, são três da tarde e supostamente eu vou ter o encontro da minha vida, mas o meu ruivo está atrasado tem dez minutos e eu estou quase cogitando ter levado um bolo. Espero na entrada do jardim como fora programado e no entanto não tenho nenhum vislumbre de seus cabelos ruivos em qualquer canto. Aqueles que estão sentados no banco de pedra perto de mim não param de olhar em minha direção e sussurrar entre si, coisa que está me incomodando deveras. Me encosto na pilastra e cruzo os braços olhando para cima. O céu possui nuvens brancas e fofinhas aqui e ali, lindo como sempre. O clima é ameno e eu, assim como muitas outras garotas, estamos aproveitando para usar saias enquanto podemos, dobrando-as na cintura e as ajeitando para baixo sempre que passa um monitor chato ou um professor.

A temperatura está tão gostosa que eu pude até deixar meu casaquinho na cama e até agora não me arrependi... e eu tento, e tento pensar em outras coisas, mas não consigo parar de me perguntar onde está George. Olho para os lados mais uma vez, estico o pescoço para o corredor atrás de mim e tudo o que eu vejo são um casal de alunos da Sonserina caminhando tranquilamente de braços dados. Mordo o lábio mais uma vez e volto para a posição que estava. Não é a primeira vez que George se atrasa, mas ele nunca tinha deixado passar mais que quinze minutos e eu não vou ficar plantada aqui como uma idiota.

Estou pensando em ir embora quando uma movimentação do grupinho que estava me encarando até agora atrai minha atenção. Eu só olho porque acho estranho um garoto andando em uma linha reta até mim. Pensei que ele fosse querer passar, mas ele parou na minha frente e sorriu para mim. Sorrio de volta porque sou educada, mas estou receosa. É um garoto negro de durag e piercing, praticamente da minha altura, e, uau, é um cara muito bonito. Ele passa a língua nos lábios e esfrega as mãos, acho engraçado seu jeitinho particularmente similar a de um norte americano.

— Posso ajudar?— pergunto, franzindo a testa de curiosidade.

— Você por acaso é a Dakaria Thomas?— ele pergunta exibindo um lindo sorriso branco que quase compete com o de George. Eu digo quase.

— Sim, sou eu. Quem gostaria de saber?

— Ah, sim, me desculpe a falta de senso— ele estica a mão para mim com a palma virada para cima. Intrigada, lhe dou a mão— Sou John Sinclair, senhorita Thomas.— ele crava os olhos castanho-escuros nos meus e se curva para beijar as costas de minha mão. Ui.— Ouvi muito a respeito da senhorita recentemente.

Eu recolho minha mão o mais educadamente possível.

— Hm, eu devo levar como elogio, senhor Sinclair?— inclino a cabeça para o lado. Eu sei, muita gente tem me olhado desde que comecei a andar com os gêmeos Weasley e Lino Jordan. As vezes eu penso em como eu era um fantasma irrelevante para a maioria antes, e é simplesmente estranho demais que os outros comecem a dar a mínima para mim só por causa de um garoto.

Eu tenho tantas críticas a fazer, mas prefiro me poupar do estresse.

— Só ouvi coisas boas, não se preocupe. Mas devo dizer...— ele me mede de cima a baixo puxando fôlego como se estivesse ganhando inspiração, não é desrespeitoso, sua malícia é... praticamente moderada, se é que dá para medir isso— A senhorita é ainda mais bonita de perto.— ele se inclina na minha direção me dando uma pequena amostra do seu perfume amadeirado. Levanto as sobrancelhas e solto uma risada fraca.

— Muito obrigada.

— Então, senhorita Thomas, eu vi que está aí em pé tem um tempinho, aposto que está um pouco cansada.— ele começa como quem não quer nada. Ele tem o olhar de George, aquele que ele usou na noite que nos conhecemos, o olhar de um caçador.— Por que não se junta a mim e aos meus amigos?— ele aponta para o grupo de amigos sentados em um espaçoso banco de pedra colado na parede viva, um bando de rapazes que esticam as mãos e acenam em minha direção e sorriem simpáticos, quase arteiros. Sem jeito, aceno de volta e volto a encarar o garoto na minha frente.

— Olha, senhor Sinclair...

— Pode me chamar só de John, se eu puder te chamar só de Dakaria.— ele me interrompe e eu sorrio em meio a uma careta sem graça, ele não me incomoda então não quero ser rude.

— Pra você é senhorita Thomas.— uma voz vinda de trás de mim atrai a atenção de nós dois. Eu vejo então o desaparecido Weasley, usando um suéter cor creme por cima de uma camisa social branca. Seus cabelos cor de fogo estão bagunçados de um jeito sexy, seu semblante sério de um jeito que eu nunca vi. Ele vem para o meu lado tirando a mão do bolso da calça jeans para jogar o braço por cima do meu ombro quase que de forma possessiva. O ruivo mede o Sinclair de cima a baixo com dureza como se estivesse julgando até os antepassados do garoto que recua um passo. George inclina a cabeça para o lado e um sorriso ladino desmancha sua carranca nada amigável— Perdeu alguma coisa aqui, irmão?— ele pergunta de um jeito bem humorado apontando o queixo para mim. Arregalo os olhos mesmo que ele não esteja olhando para mim.

Olho para o Sinclair sem nem saber o que dizer ou fazer. Ele olha para mim e encolhe os ombros enfiando as mãos nos bolsos do casaco acolchoado que usa.

— Não, irmão, perdi nada. A gente se vê por aí, Dakaria.— diz o Sinclair lançando um ultimo olhar para George e voltando para os seus amigos. George passa a língua nos lábios e um sorriso estranho nasce ali. Ele com os olhos cravados nas costas do garoto que eu acabei de conhecer.

.— ele solta, mas não há o menor sinal de que tenha achado a afronta discreta do garoto engraçada.

Tiro seu braço do meu ombro e me viro para ele colocando as mãos na cintura.

— O que foi isso, Weasley?— pergunto em voz baixa. Ok, a situação toda me deixou bem instigada, essa bolha cheia de testosterona e possessividade e tal, mas ainda não há justificativa para que ele aja assim sem que haja qualquer aliança no meu dedo. George levanta a sobrancelha para mim e me fita com seus lindos olhos verdes enquanto gira nos calcanhares para que a gente fique frente a frente, ele sorri de canto de um jeito muito mais perverso e me devora com o olhar, estremeço de dentro para fora.

— Estou cuidando do que é meu, querida.— ele diz e eu sinto meu rosto queimar ao passo que meu coração dispara.

— Bem, e-eu...

— Agora...— ele me interrompe colocando as mãos nos bolsos do jeans preto e se inclina para mim, fazendo com que sua correntinha de prata balance um pouco no seu pescoço— você me beija, linda.

— George, estamos a vista de todos!— resmungo olhando para os lados a procura de qualquer um que pudesse nos colocar de castigo se nós fizéssemos tal demonstração de afeto em público.

— E daí? Isso não me incomoda, Dakaria, incomoda você?— ele pergunta atraindo meu olhar para seu rosto novamente. Sorrio de canto e cerro os olhos para o ruivo, sei exatamente o que ele quer com isso.

— Você está me zoando?— sacudo a cabeça, cruzando os braços.

— Dakaria. Me beija. Agora.— ele me olha de um jeito arrogante, de alguém que sabe que está no controle.

Uh, esse garoto ainda acaba comigo.

Respiro fundo e seguro seu rosto, o puxando para mais perto ainda. Lentamente aproximo nossos lábios, porém, no ultimo instante, eu desvio o curso e beijo o canto de sua boca, o canto do seu sorriso que dizia "eu sabia que você ia fazer isso". Me afasto e admiro aquele lindo rostinho convencido por uns segundos.

— Você está atrasado.— digo dando dois tapinhas no seu rosto e saindo de perto, caminhando em direção a minha torre. Ouço os passos dele atrás de mim e balanço a cabeça negativamente.

— Lino comeu uma bala que não devia e a língua dele cresceu para um caralho, eu e Fred estávamos tentando consertar até agora pouco.— ele explica, andando do meu lado e voltando a colocar o braço sobre os meus ombros, gosto muito do seu toque, mas viro a cara para que ele não veja meu sorriso.— Quem era aquele impertinente?— ele pergunta.

— Pensei que seu ciúme já tivesse passado quando o botou para correr com apenas uma encarada.

— Então concorda que ele era um impertinente?

— Não.— eu ergo o queixo para o encarar, George me encara de rabo de olho— Ele foi perfeitamente educado, na verdade. Me lembrou você na primeira vez que conversamos.— provoco com um sorrisinho.

— Pff, eu sou muito mais eu.— ele revira os olhos, meu sorriso cresce e eu fico boba porque é óbvio que ele está com ciúmes de mim. Me coloco contra ele e envolvo sua cintura em um abraço de lado.

— Eu também sou.— digo para que só ele possa ouvir e o ruivo recolhe os lábios, reprimindo o sorriso. Me passa pela mente testar uma coisa. Eu ergo a mão para ele, sem ser a que o Sinclair educadamente beijou, colocando as costas da mesma sob seu nariz. George olha para minha mão deixando escapar uma risadinha, segura meus dedos aproxima os lábios da minha pele e então me lambe. Um arrepio sobe pelo meu braço e eu me recolho, rindo, e secando a mão no seu suéter.— Que inferno, George Weasley!

— Que gostosa, Dakaria Thomas.— ele elogia de um jeito que me faz perder as estribeiras e eu tenho que me segurar muito para não surtar, meu rosto queima novamente, mas não mais do que meu coração. Garoto idiota.

Nota da autora:

Gente, juro! Sem condições com esse garoto, espero que vocês tenham surtado visualizando do mesmo jeito que eu pq pequepe

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top