19
CAPÍTULO DEZENOVE:
꧁ Intrigante ꧂
George Weasley
Arranco o lápis de sua mão e sacudo a cabeça.
— Você está desenhando tudo errado, olha essa linha torta, seu animal.— reclamo e Lino me olha torto.
— Não tá gostando, parceiro? Faz você.— Lino se revolta empurrando o pergaminho para a frente e se afunda na cadeira— Cadê o Fred que é nosso desenhista?
— Ocupado com a língua na boca de alguém por aí.— respondo, curvando-me sobre a mesa e apagando a linha toda torta que Lino desenhara. Esta vai ser a planta de nossa loja, não quero que fique de qualquer jeito.
— Cara, eu estou precisando me ocupar desse jeito. Eu sou o único sobrando de nós três, e você sabe que eu odeio ficar para trás.
— Não é uma competição, cara.
— Você levaria como uma competição se estivesse no meu lugar.— ele rebate e eu seguro o sorriso. Esse filho da puta me conhece bem demais.
— Pensei que fosse tentar alguma coisa com Pamela McCartney.
— Ela é uma graça, mas sei lá, Fred falou certo, ela é um pouquinho assustadora. Vejo como ela dispensa com facilidade qualquer pessoa que tente falar com ela. Tenho medo de ir tentar chamá-la para sair e acabar chorando em posição fetal.— ele dramatiza. Eu solto a borracha no seu colo e vou me sentar no puff vermelho ao lado da escrivaninha.
— Não seja um frouxo.
— Eu não sou.— ele me olha torto e eu sei que toquei na ferida. Eu amo como nós somos tão influenciáveis com coisas simples. Todo grifinório deveria tatuar na testa: não diga que duvida de mim, se não serei obrigado a cometer uma grande estupidez só para provar que está errado.
— Se você diz.— levanto as mãos em rendição e me encolho quando ele joga a borracha na minha direção errando de um jeito absurdo. Lino nunca se deu muito bem com o quadribol.
Ou qualquer outra atividade que exija uma mira modesta.
— Santo Merlin, você é péssimo.— arregalo os olhos e Lino vem para cima de mim quando começo a rir, me derrubando do puff para o chão onde não consegui amortecer a queda.— Ai, seu puto!— reclamo ao bater a cabeça.
— Seu cuzão, repete que eu sou péssimo! Repete!— ele começa a me bater e eu não demoro em me defender, rindo.
— Péssimo! Você é péssimo, por isso garotas como Pamela nunca olhariam para você!— uso do humor ácido e Lino para de me atacar com tapas para arfar de choque. Ele me dá uma brecha e logo eu começo a rastejar de costas para fugir.
— Eu vou te matar!— ele vocifera e nós rolamos no chão como gatos raivosos. Eu não consigo parar de rir, Lino bate como uma criança.
— Jesus, algum dia eu posso chegar sem que vocês estejam em uma posição gay?— a voz do meu irmão rouba nossa atenção para a porta da frente e eu saio de cima de Lino, rindo e ajeitando os cabelos.
— Vai se foder. E onde é que você estava, alecrim dourado?— pergunto ironicamente, Fred tira a mochila do ombro e a joga no chão. Ah, ele estava na biblioteca. Sempre volta de lá deprimido como se suas energias tivessem sido completamente sugadas. Fred tira os tênis, a camisa e parece desnorteado.
— Ocupado.— responde com simplicidade, indo em direção ao banheiro. Uno as sobrancelhas e troco olhares com Lino como se ele fosse saber me responder o que tem de errado com Freddie.
— O que foi que rolou, irmão?— me levanto e seguro seu braço antes que ele entre no banheiro.
— Pamela McCartney desenha melhor do que eu.— ele me fala com uma careta zangada.
— Hein?— Lino se senta no chão e um vinco se forma em sua testa— O que você estava fazendo com Pamela McCartney?
— Ele é a dupla dela na aula do ranhoso.— eu respondo, olhando brevemente meu amigo por cima do ombro.
— Pamela McCartney. desenha. melhor. do que eu.— Fred fala pausadamente como se estivesse em choque. Uma coisa que deveria ser só seu hobbie favorito vai se tornar um objeto a ser competido? É provável que sim.
— E daí, está triste por isso?— eu cruzo os braços e sorrio, intrigado, sempre que volta de duas horas de estudo parece ter algo novo para falar sobre a melhor amiga de Dakaria. Na última semana fora obrigado a trabalhar com ela e até que tem sido comprometido. Nunca o vi andar na linha tanto tempo, me surpreende que ele não tenha tocado fogo no cabelo dela ou que ela mesma não tenha o feito vomitar lesmas de novo.
O segundo dia em que eles tiveram que trabalhar juntos? Digamos que não foi um cenário bonito. Por isso não os deixamos sozinhos, claro, é perigoso, mas até que eles pararam de se atacar como antes quando Dakaria ameaçou lhes trancar por dias em um calabouço caso eles não parassem de agir feito duas crianças. Nossos turnos de vigilância foram divididos entre Nikolas Black, Dakaria e eu. Hoje era a vez de.... espera, hoje era minha vez de vigiá-los?! Dakaria e Nikolas estão com Luna Lovegood caçando umas assinaturas pela escola para que o diretor permita que tenhamos aula de música.
Espera aí... Cerro os olhos para Fred. Ele ficou sozinho com Pamela e está inteiro? Uh, que intrigante. Ele mesmo parece nem se dar conta, o que só me deixa mais curioso.
— Sim, George, sim, eu estou. E profunda, profundamente ofendido.— Fred balança a cabeça e faz careta— Agora, se me permite, eu vou encher a banheira e tentar me afogar nela. Com licença.— ele tenta bater a porta na minha cara, no entanto, eu a seguro antes que o faça.
— Só uma perguntinha, irmão— levo a mão ao queixo, fazendo-me de pensativo— Você não deu falta de nada hoje não?— indago, jogo verde com ele.
— Falta de quê?— Fred franze a testa, genuinamente confuso. Eu sorrio e dou de ombros.
— Não sei...
— Ah, cara, dá licença.— ele fecha a porta na minha cara e eu coloco as mãos na cintura, me perguntando e imaginando o que isso poderia significar.
— Sobre o que foi isso?— Lino me perguntou, tirando-me de meus devaneios.
— Eu ainda não sei.— eu respondo, sorrindo. Mas acho que vou descobrir em breve.
Coloco seus cabelos para trás e beijo seu ombro. Dakaria recolhe os lábios e inclina a cabeça para o lado, instintivamente me dando mais liberdade para continuar.
— Nós temos que terminar o trabalho, George.
— Ah, é?— eu sussurro contra sua pele querendo deitá-la na cama e tirar logo esse tomara que caia do seu corpo.
— Sim, é para sexta feira, e quanto antes fizermos nossa parte, melhor.— ela responde e eu abraço sua cintura não querendo me focar em chatices.
— Então quer dizer dizer que temos mais cinco dias?— pergunto, manhoso, subindo os beijos pelo seu pescoço, mordiscando suavemente sua pele sensível e a fazendo se encolher.
— Sim, é o que temos...— ela murmura virando o rosto para mim, me afasto para encarar aqueles lindos olhos castanhos. Sorrio de canto e fecho o livro de Poções no seu colo, o atirando no chão, e tomando seus lábios carnudos tão logo quanto ansiava. Dakaria não deixa de sorrir no meio do beijo— Você é terrível.— ela sussurra emaranhando os dedos nos meus cabelos de um jeito que eu fico louco.
— Posso ficar bem pior se você quiser.— a alerto e vou para cima dela, chegando muito perto de deitá-la comigo. E tudo daria certo, se não fosse pela maldita porta destrancada que não impede que nenhuma residente deste quarto entre quando bem entender.
Dakaria e eu rapidamente ajeitamos a postura. É domingo a noite, o jantar começará em breve, muitas garotas querem se desmontar antes de irem para o Grande Salão para poderem ir direto para cama depois de encher a barriga, outras querem retocar a maquiagem. Pamela McCartney faz parte do segundo grupo. É a segunda vez que ela nos interrompe em um momento crucial. Bufo e encaro minha pouco amada e mais nova amiga.
Ok, estamos longe de sermos amigos. Essa garota odeia o meu rostinho lindo e isso me faz ter um pouco de ranço dela também, mas na frente de Dakaria trocamos algumas palavras bem mais educadas do que as que ela troca com Fred. Quando passamos um pelo outro no corredor fingimos que não nos conhecemos, mas pelo menos ela não está descontando o ódio que sente pelo meu irmão em mim de alguma forma insuportável. O Nikolas Black é bem mais legal que ela embora ainda esteja tímido na minha presença.
— Jesus, arrumem um quarto.— a garota dos cabelos curtos fala, tirando a capa da Corvinal dos ombros e a atirando em sua cama.
— O quarto nós já temos, o que falta é a privacidade, fofinha.— eu respondo e Pamela me olha torto. Dakaria põe a mão no meu peito com o intuito de apenas me tirar da frente, e eu me jogo na sua cama, levemente frustrado.
— Ignore-o como eu faço.— Dakaria fala e eu a olho torto. Ela sorri para a amiga.
— Não terei problemas com isso. Você vem comigo para jantar?— ela convida e eu olho para o teto.
— Eu tenho uma ideia melhor do que você pode fazer agora.— ergo o tronco e me apoio nos cotovelos para encarar minha amiga colorida. Dakaria me lança um olhar de censura e eu sorrio de canto, maquiavélico.
— É, eu acho que estou com um pouco de fome.— Dakaria fala. Eu me sento, seguro em sua nuca e aproximo os lábios do seu ouvido.
— Eu posso te deixar faminta, mas prometo te dar o que quiser mais tarde, minha doce amora.— sussurro, zombeteiro. A senhorita Thomas ri e bate na minha testa.
— Garoto.— ela olha nos meus olhos e eu me perco nos dela. A desgraçada sabe que é linda.
— Eu ainda estou aqui!— Pamela bate palmas e eu a olho com pouco interesse.
— Infelizmente.— resmungo, alto o suficiente para que ela me escute.
— George. Para.— Dakaria censura.
— Vamos. Fica comigo.— eu faço beiço e carinha de cachorro que caiu da mudança. Ultimamente, cada dia mais, quero passar mais tempo com ela. É uma emoção um tanto quanto viciante. Nós conversamos muito e nos beijamos mais ainda como se houvessem imãs em nossas línguas nos obrigando a juntá-las. O foda é que ela é tão gostosa. E ela está tão na minha quanto eu estou na dela, disso eu tenho certeza.
Pamela bufa audivelmente atraindo nossa atenção para si.
— Eu vou te esperar por dez minutos na comunal, se não aparecer, nós nos vemos mais tarde, Karia.— ela anuncia e se retira sem se despedir polidamente.
— Eu posso te deixar feliz em cinco.— comento quebrando o silêncio que havia se instalado quando sua melhor amiga bateu a porta nos devolvendo ao isolamento.
— Para de ser podre, garoto.
— Você está pedindo demais de mim, minha querida.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top