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CAPÍTULO DOZE:
꧁ Manos antes das minas ꧂
George Weasley
Faço mais flexões do que o programado já que estou precisando gastar um pouco mais da minha energia. É tarde da noite e eu não estou com um pingo de sono. Os meus colegas de quarto estão se preparando para dormir, Fred está aproveitando sua vez no banheiro e eu não estou me importando de ser o último.
— E aí, você vai mesmo sair com a senhorita Thomas de novo?— Lino pergunta, sempre querendo se atualizar de uma fofoca alheia. Ele está sentado na sua cama que fica ao lado da minha, está me assistindo já tem uns minutos.
Um sorriso nasce no meu rosto pela mera menção ao seu nome.
— Vou.— respondo, ofegante— Enquanto ela quiser, eu estou em campo, jogando para ganhar.
Ah, e esse eu quero ir bem fundo. Apesar de ser uma garota um tanto confusa, Dakaria ainda é um doce que eu estou doido para provar. Eu estaria bem disposto a abrir mão dela se ela quisesse acreditar no que quer que tenha ouvido sobre mim por aí, mas como ela acabou por me dar esperanças que não é simples assim, e eu fico feliz de não ter que me afastar tão cedo.
Gosto fácil das pessoas, mas para me desapegar é mais rápido ainda. Fico contente que ela não tenha que ser um desses casos que eu ignoro até que meu cérebro a esqueça. Ela é uma boa garota e, inferno, como é bonita. Eu estou doido para beijar aqueles lábios carnudos.
— Se ela não quiser, eu quero, irmão!— Lino se aproxima me arrancando de meus devaneios e vem se sentar nas minhas costas, esse fodido pesado dos infernos.
— Que porra você está fazendo?— pergunto parando de me mexer e usando toda a força para permanecer firme.
— Só tirando umas dúvidas...— ele comenta, eu não consigo nem fulminá-lo com o olhar por cima do ombro. Ele dá um tapinha na minha cabeça— Continua aí, meu filho.
Eu me sinto desafiado. Ele está tirando uma com minha cara achando que eu não consigo carregá-lo? Volto a fazer as flexões, meu corpo está quente, honestamente, meus braços estão meio doloridos, mas eu não vou parar.
— A amiga da sua namoradinha...Pamela McCartney, né? O Freddie está gostando dela?
Eu deixo escapar uma risada seca.
— Nem fodendo, o Fred odeia ela.— sacudo a cabeça, muito perto de desmoronar no chão de fadiga. Ele é pesado!— Por que? Interessado, senhor Jordan?
— Talvez.— Lino suspira como se estivesse divagando sentado em um banco de praça, e não nas minhas costas.
— Ela é um pouco difícil.— bufo, alertando-o.
— Ninguém gosta de alguém fácil demais.
— Não, mano, eu estou falando sério. Ela é muito difícil.
— Quem é difícil?— a voz de Fred anuncia sua presença antes que eu o repare. Ergo a cabeça e vejo minha cópia destruída e mastigada se aproximar de nós com uma calça moletom preta, sem camisa e secando o cabelo com uma toalha ridícula de oncinha que ele deve ter roubado da dona Molly.
— Sua namorada.— sorrio malicioso e ele revira os olhos indo para a sua cama, volto a encarar o chão— Lino quer furar teu olho.
— O que? Não— Lino inventa de se deitar nas minhas costas— Eu só queria saber se sua namorada está solteira, Freddie.
— Ai, deu, seu filho da puta, sai, sai!— eu desisto de bancar o machão e viro de uma vez derrubando Lino no chão. Me levanto cambaleante e pego a toalha de minha cama jogando-a no ombro— E aí, Fred, vai deixar ele dar em cima da sua mulher?— caçoo.
— Se joga, cara. Contanto que me livre desse fardo.— ele dá de ombros, não poderia estar menos interessado.
— Deixa eu perguntar...— eu hesito antes de ir para o banheiro, apoiando-me no batente.
— Não.— Fred responde e eu ignoro o ignorante.
— O que vocês começaram a discutir na sala do Morcegão?— fico curioso.
— Ah, nem me lembra.— Fred bufa esfregando o rosto com força como que para se manter desperto— Só em resumo, quando sugeri que ela se sentasse com você pensando que era eu, ela disse, e eu repito com todas as palavras: prefiro cortar os pulsos e me jogar em um mar cheio de tubarões famintos.— ele afina a voz como se estivesse imitando uma garota muito nojenta.— É uma desgraçada, mas é gostosa, puta merda.— Eu começo a rir.
— Fantástico.— sacudo a cabeça e coço a ponte do nariz.
— Eu achei ela muito meiga.— Lino jogou as mãos para cima. É bem óbvio que ele gostou dela— E o que foi que você respondeu?— ele continua, mas eu não me importo tanto assim e bato a porta do banheiro tirando a camisa suada e abrindo as torneiras para encher a banheira.
Desabotoo a calça e a chuto para o lado. Ah, era disso que eu estava precisando.
Eu nunca poderia ir me deitar sem comer alguma coisinha. O dia se passou tão calmamente que a preguiça é avassaladora no fim de tarde e é óbvio que Fred preferia estar dormindo, mas eu odeio entrar no Grande Salão atrasado e sozinho, por isso o arrasto pelo colarinho, mesmo que sob protesto.
E também, além da comida, eu meio que gostaria de ver alguém. Estão para se passar vinte e quatro horas desde que eu falei com Dakaria Saint Thomas pela última vez, e minha ansiedade está me perturbando para matar a curiosidade em saber quando ela estará disponível para repetirmos a dose de nosso encontro. Ou não-encontro, como ela quiser chamar. Tenho tanto ainda para descobrir sobre ela. É engraçado, fazia algum tempinho desde que eu ficava empolgado assim para falar com alguém.
— Calma, cabaço!— Fred bate na minha mão para que eu o solte e ajeita a própria roupa, irritado. Nós paramos bem na porta— Que fogo no cu, que bicho te mordeu?
— O bicho do amor.— zombo e gesticulo como se estivesse jogando gliter para cima. Fred levanta a sobrancelha para mim e passa a mão no cabelo, jogando os fios ruivos para trás.
— Caralho. Você está gostando mesmo da senhorita Thomas.— ele conclui depois de examinar meu rosto minuciosamente. Sopro uma risada fraca.
— Eu estava brincando.— faço careta por ele me levar a sério. Fred sempre entende quando eu sou sarcástico. Dou um passo para frente para abrir as portas, porém, Fred bate no meu peito e me faz dar um passo para trás. Ele tem um sorriso maroto nos lábios e o olhar cintila de malícia. Nós conversamos sem abrir a boca e esse idiota me tira de todos os jeitos possíveis— Eu estava brincando!— reclamo.
— Não, não— ele aponta para o meu rosto desenhando um círculo no ar— Eu vi agora. Seus olhinhos brilharam como os de um gollum achando o anel precioso. Isso aí está um pouco além de interesse, Georgie. Você realmente gostou dela de cara.
Reviro os olhos. Não vou aceitar isso agora.
Poderia começar uma discussão tentando refutar seu argumento, mas permaneci com os lábios selados. Fred riu e balançou a cabeça. Abro as portas e, como de costume, alguns olharam na direção do som. A curiosidade no modo automático.
Pouco discretamente, meus olhos correm pela mesa cheia da Corvinal em busca de um único rosto, ela costuma ficar com os amigos o mais perto possível da mesa dos professores enquanto eu sento o mais perto possível da saída. Que lindo, vivemos em polos diferentes.
— Ei, mas não esqueça.— Fred vem jogar o braço por cima do meu ombro e me puxa para si, possessivo— Se tu for arranjar uma namoradinha aí, você é meu antes de ser dela.
— Que papo é esse, irmão?— eu sorrio sem conseguir conter.
— Tu é meu!— ele dá dois tapas na minha cara e depois me empurra. Fred não é de ficar abraçado— Manos antes das minas, a gente prometeu!— ele me recorda.
Eu dou risada.
— Quando tínhamos sete anos.— destaco.
— Quero nem saber! Ai de você se me largar por causa de boceta, George!
— Cala a boca, porra!— eu gargalho e bato no seu ombro voltando a procurar por Dakaria em sua mesa. Chegamos no nosso lugar e eu hesito antes de me sentar.
Quando a encontro, ela está com seu amiguinho, o Black, de costas para mim. Coloco os dedos nos lábios e assopro atraindo muito mais olhares para mim do que o programado, mas o importante é que ela olhou também. Eu e ela sorrimos um para o outro ao mesmo tempo.
— Daqui a pouco a gente se fala, princesa!— eu grito para ela e dá pra ver que ela tenta se encolher para se esconder da série de cabeças que se voltam em sua direção com curiosidade. Meu sorriso cresce e Fred me puxa bruscamente para que eu me sente do seu lado, estou sorrindo com a certeza de que ela vai se arrepender de ter aceitado sair comigo de novo.
Qual seria a melhor forma de conquistar a garota do que envergonhá-la? Realmente não há meio melhor. Ainda bem que eu sou muito bom nisso.
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