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CAPÍTULO TRÊS:

꧁ Bom de papo ꧂

Quando a aula acaba não sei bem como reagir, é estranho ver um Weasley quieto, ainda mais prestando atenção na aula.

Busco apenas recolher e abraçar minhas coisas, Nik e Pam logo me cercam como se eu precisasse que cobrissem minha retaguarda. Tenho vontade de rir, se o senhor Weasley estivesse me incomodando, eu mesma poderia me livrar dele. Busco evitar conflitos, mas também não sou um poço de paciência.

— Ei, posso te acompanhar para sua próxima aula?— o ruivo pergunta assim que nos viramos para ele. Impressionante, mas nem tanto. Claro que ele não se sentiria intimidado por nenhum de nós, somos todos baixos perto dele, Nik sendo o mais alto sem passar do 1,75. Eu abro a boca para responder, no entanto, minha melhor amiga toma a frente.

— Acredito que pode ver que ela está bem acompanhada, obrigada.— ela sorri falsamente e enlaça o braço no meu, a belisco discretamente. Os outros alunos estão deixando a estufa, mas aparentemente o reforço de George está chegando. Ah, isso pode ficar divertido. Eu e Nik trocamos olhares. O outro gêmeo ruivo chega com um garoto negro que esboça um sorriso contagiante, e este é Lino Jordan.

— Oh, olá, bom dia.— cumprimenta o Jordan, em minha humilde opinião, o melhor locutor de Hogwarts, eu sempre me divirto com seus comentários ao longo das partidas de quadribol. É meio inevitável, acredito, esse trio tem como lazer fazer os outros rirem.

— Bom dia.— eu sou a única a responder do meu lado. Pamela normalmente é muito grossa e Nikolas é muito tímido. Ela fica quieta, e ele sorri amarelo.

— Qual de vocês é a madame que partiu o coração do meu amigão aqui?— ele pergunta apoiando-se no ombro de George que revira os olhos.

— Eu só chorei um pouquinho no banho, já disse.— ele zomba me olhando fixamente, eu sorrio e desvio o olhar.

— Você estava certo, George, ela é muito bonita.— Fred comenta desinibido. Não pode comer na estufa, ele tem um pirulito na boca. Os alunos estão acabando.

— É, não é?— George sorriu como se fosse algo de que ele se orgulhasse, cerro os olhos para o ruivo. Pam bufa audivelmente atraindo a atenção do trio para si.

— Não se preocupe, você também é uma graça.— Fred diz como consolo.

Como é que é?

— Prazer, eu sou Lino Jordan.— o mesmo estende a mão na minha direção alheio ao climão que nasce entre nossos amigos.

— Eu sou Dakaria St Thomas.— eu aperto sua mão preocupada com o que Pamela poderia fazer com o ruivo. A educação foi mais forte, eu não queria ser grossa com ele.

— Para ele você fala, senhorita Thomas?— George me pergunta, balançando a cabeça e fingindo desapontamento.

— Meu irmão, olha para minha cara, ninguém resiste ao meu charme— gaba-se o rapaz que ri quando leva uma cotovelada nas costelas.

— Dakaria, hein?— George inclina a cabeça para o lado e sorri charmoso.— Um nome tão lindo quanto a dona— Aah, é tudo o que eu tenho para processar.

Ok, eu fico levemente embasbacada, seus olhos ficam um pouco mais claros durante o dia e eu posso ver melhor suas sardas.

— E-eu...

— Se vocês não tem nada melhor para fazer eu lamento, pois nós temos.— Pamela diz agarrando meu braço e me arrastando para fora da estufa, me inclinei para trás e agarrei o pulso de Nik o trazendo junto. Ele não é de falar muito quando se sente intimidado, me pareceu perigoso deixá-lo com os rapazes.

— Quem é o carinha?— ouvimos um deles perguntar, mas Pamela fez com que nós andássemos bem rápido para longe em tempo recorde.

Uma graça?— Pamela sibilou, zangada— Mas que idiota! Eu sou muito mais que uma graça!

— Não foi um elogio?— perguntou Nik recebendo um olhar de censura de nós duas. Ele comprimiu os lábios e nós continuamos a caminhada.

— Bem, talvez não tenha sido a intenção dele ofender.— tento amenizar.

— Quem fala esse tipo de merda?— Pam se revolta com pouco, as vezes. Ela tem uns probleminhas com raiva. E por "probleminhas" digo problemas colossais.

— Amiga.— toco sua mão tendo certa dificuldade já que estou segurando meus materiais debaixo do braço. Pamela me olha— Não importa, ok?

Ela cerra os dentes e volta a olhar fixamente para frente.

— Sim. Tem razão.— ela bufa. Eu olho para trás e vejo os rapazes saindo da estufa sem a mínima pressa de ir para qualquer lugar. Os gêmeos vestem o uniforme então é difícil dizer para qual devo olhar, qual estava flertando comigo.

Os três rapazes acenam na minha direção com uma sincronia impressionante e eu viro o rosto.

Não estou com o melhor pressentimento sobre isso...

— É, aquele ruivo tá afim de você.— Nik comenta.

— Nós só nos falamos duas vezes.— faço careta.— Contando com essa.

— Dakaria, você viu a forma como ele te olhou?— o moreno arregala os olhos azuis para mim— Até eu fiquei sem jeito.

Meu rosto se aqueceu e eu encolhi os ombros.

— Você acha?— faço careta pela forma como eu soo idiota— Não, quer saber? Esquece isso. Não importa.

— Pam?— Black chamou. Odeio quando ele faz isso comigo.

Sempre que ele não entende algo que uma de nós duas diz, pede para a outra traduzir.

— Ela deu um fora nele ontem a noite e está arrependida.— Pam simplifica.

— Ah, sério? Caramba, se eu soubesse que você iria dar um fora em um dos garotos mais populares de Hogwarts, eu teria ido nessa festa.

— Eu poderia ter tirado uma foto.— Pamela sopra uma risada fraca.

— A gente teve uma conversa bem civilizada, na verdade.— me divirto em cortar a onda do meu melhor amigo.

Nunca antes eu tinha reparado demais em qualquer um dos rapazes populares, pode-se dizer que eu só me importo e olho para quem já está na minha vida então nunca criei uma opinião sobre George Weasley para que ela tivesse que ser mudada agora.

Ele é bem atraente, óbvio, bom de papo e confiante. Ele é legal e tal, mas... sei lá, se falar comigo for só um meio de se livrar do tédio, é melhor que ele se afaste porque eu não fui criada para ser brinquedo de ninguém.

— Eu conheço essa cara.— Nik disse me tirando de meus devaneios. Eu nem tinha reparado que tinha me desligado— Você vai querer saber qual é a dele.

— Fala sério, Dakaria!— Pam reclama. Estamos nos aproximando da sala de feitiços.

— Ah, o que foi? Vão me julgar por ser curiosa? Acho que estou na casa errada então.

— Você quem sabe, Thomas, mas se for dar corda para ele se enforcar, faça o favor de fazer isso longe de mim. Se eu ver a cara dele, mesmo que não seja o gêmeo que me insultou...

— O Fred.— esclareço.

— ... eu vou encher a cara dele de bolacha!— ela continuou como se eu não tivesse falado. Eu e Nikolas nos olhamos e ele já estava com cara de quem iria rir. Nós dois caímos na gargalhada.

— Ai que medinho, vai encher a cara dele de bolacha!— debochou o moreno e nós caçoamos o termo usado entre nós até olharmos para a cara de poucos amigos de Pamela. Paramos de rir na hora.

— Desculpa, madame.— eu falo ainda levemente risonha. Ela revira os olhos e se solta de mim.

— Vocês são patéticos.— eu odeio quando ela anda rápido assim. Eu olhei para Nik novamente. Grande erro.

— Bolacha.— nós logo voltamos a rir.

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