Capítulo Único: "Caught Red-Handed"
Olá! Essa one é do ano passado. Eu achei tê-la perdido na bagunça do meu banimento no social spirit, mas encontrei-a no meu perfil do nyah e resolvi postá-la aqui. Espero que tenham uma boa leitura!
"HARRY AND HERMIONE
CAUGHT RED-HANDED"
Daily Prophet, 1994. Rita Skeeter.
Draco estava sentado em sua cama olhando fixamente o jornal. A foto de capa lhe causava náuseas e, aquele típico rosto enojado estava presente. Oh, por Merlim! Aquilo era no mínimo, nojento. Ali estava a sangue-ruim e o menino que sobreviveu em uma situação peculiar. Draco aumentou sua carranca quando o flash da câmera deu aos dois um susto, mas ainda sim eles não se soltaram. Perto demais. Íntimos demais.
E era isso que o artigo focava: no relacionamento entre a nascida-trouxa, Hermione Granger, e do campeão de Hogwarts, Harry Potter. A face de Draco ficou vermelha e ele continuou a encarar o jornal, vendo a foto se repetir várias e várias vezes. O Daily Prophet, oficialmente, era a sua leitura de pior gosto. Maldito seja... sempre focando em Potter, páginas e páginas sobre o miserável. Agora, iriam falar de Granger e em como os dois estão felizes com o namoro.
Que seja.
Draco não sabia que tipo de sentimento era aquele, mas ele apenas queria tirar o Grifinório dos holofotes e tê-lo louco de raiva, de preferência, dirigida a ele. Queria gritar com ele. Queria os olhos do mesmo para si assim como era antes de toda essa loucura de Torneio Tribuxo. Draco estava se esforçando para deixar Potter fora de seus meios normais. Gostava de quando o moreno esquecia de toda a maluquice de tarefas suicídas para olhar Draco ostentando um bottom que o insultava ou apenas para provocá-lo com palavras nada agradáveis.
No entanto, aquele ano estava sendo difícil para Draco. Não só pela parte de estar sendo ignorado por Potter — ele odiava essa parte, de verdade — mas também pelo fato de que seu pai estava obcecado com algum ritual esquisito. As férias de Draco foram na companhia de elfos, pois Lucius passou a maior parte dela trancado na biblioteca. Sua mãe odiava a ideia de jogos mágicos ou qualquer tipo de diversão masculina. Se Draco não quisesse se tornar a filha que Narcissa nunca teve, era melhor se manter longe da mãe e de seu kit de maquiagem.
Haviam ataques e agora o Torneio. No início, Draco achou super legal toda a ideia, já imaginando que seria um ano agitado e que ele poderia tirar sarro de Potter caso o campeão fosse da Sonserina, todavia, Cedric foi sorteado e logo em seguida, o próprio Harry, o que provocou em Draco certos calafrios, se lembrando de seu pai murmurando coisas sobre uma armadilha. E isso acontecia todos os dias na mesa de jantar.
Não que Draco se importasse, claro. Ele não ligava se Potter fosse morrer no fim naquela loucura. Dane-se o Potter e seu uniforme da Grifinória brilhante, o foco ali não era uma possível revolta, seu pai ou o tribuxo, mas sim o fato de Harry estar namorando Granger. Que mau gosto! Draco fez outra careta e teve vontade de vomitar. A nascida-trouxa era inteligente, admitia, porém tinha dentes de esquilo e cabelos tão bagunçados que parecia uma vassoura velha. Deuses, se eles se beijavam, provavelmente os dentes batiam um no outro, causando uma cena super constrangedora. Com certeza Draco sabia beijar muito melhor do que Granger ou Potter, claro.
Pegou o jornal e o amassou em uma bola de papel enorme. Idiota! Testa Rachada tinha toda a atenção para si. Sempre o famoso Harry Potter. Santo Potter. Santo do pau oco, isso sim! O Sonserino tinha um sentimento rodeando-o que lhe apertava o coração e o deixava maluco. Quem tivesse conhecimento da rivalidade entre Malfoy e Potter, pensaria que era apenas inveja. Draco era uma pessoa que queria tudo para si, inclusive a fama de Potter. Porém, quem tentasse enxergar além da rivalidade, notaria que inveja era a última coisa que ele sentia no momento e, com certeza, ele não queria a fama de Potter, ele queria o Potter.
Obviamente, Draco era jovem demais para notar o ciúmes de seu inimigo. Ele passou sua infância fantasiando ser amigo do Menino de Ouro, é claro que em dado momento, fantasiaria algo envolvendo duendes do mal e seu salvador.
Balançou a cabeça e corou com a lembrança constrangedora. Quis se bater por ter corado, mas o que fez foi colocar fogo no jornal e assistir aquela foto maldito ir pelos ares. Já deveria ser hora do almoço e Draco continuava trancado no quarto; ele queria um tempo para digerir aquela notícia estúpida e não poderia ser na mesa do café da manhã. Apagou o fogo e sorriu maldoso para a ideia que vinha a sua mente.
Colocou sua capa e seu broche de "Potter, Fede!" que vinha ao lado do broche de sua casa. Draco agradeceu mentalmente que o uniforme era confortável, pois odiaria a ideia de andar por ai com gravatas ridículas e casacos idiotas.
Saiu do quarto reestabelecido e esperava com todas as forças que fosse encontrar Potter no caminho ou no salão. E que a maldita Granger estivesse com ele, para assim ele poder se divertir. Sentiu alguém lhe seguindo e, quando olhou para trás, Crabbe e Goyle vinham sem dizer uma única palavra. O Sonserino bufou, mas nada disse. Ele deveria pensar que Potter e Granger ainda tinham o selvagem Ronald Weasley, aquele traidor por quem Draco lançava total desprezo e o queria manter longe. Longe, pois... ele não era tão divertido de se implicar quanto Potter.
Falando no demônio, lá estava ele: com seu uniforme brilhante, o broche costurado ao lado com o Leão rugindo. A capa preta estava sendo segurada e ele parecia confortável ao lado dos amigos. Draco os enumerou: Dean Thomas, Seamus Finnigan, Neville Longbottom, Ginny Weasley, Fred e George Weasley, Ronald Weasley e ao lado de Potter, quase grudada, estava Hermione Granger. Draco evitou uma careta surgir e controlou a vontade de vomitar no meio do salão. Então era verdade?
Além disso, haviam muitos Weasleys ali, mas Draco ignorou prontamente esse fator, afinal, precisava tirar aquela história a limpo. E a tiraria do jeito Malfoy. Caminhou a passos largos e elegantes até a mesa, já recebendo olhares cansados e outros divertidos. Todos sabiam que ele amava fazer uma cena com Potter.
— Então, como vai o novo casal dos leões? — perguntou com um tom falsamente arrastado e um sarcasmo de dar inveja. Porém, o que Draco queria fazer era cruciar os dois e os obrigar a contarem que maldição de namoro era aquele.
— Cala a boca, Malfoy! — ah, típico. Draco sorriu quando viu os conhecidos olhos verdes faíscando de raiva, no entanto, o rosto estava constrangido. Ao seu lado, Granger observava a cena silenciosa, com um olhar de quem sabia de alguma coisa.
— Ora, Potter... com vergonha? Eu li o jornal dessa manhã, mas sempre achei que namorasse o Weasley. — falou. Harry se levantou, apontando o dedo no rosto de Draco que parecia se esforçar para manter sua pose, mesmo que sua mente gritasse: "Ande! Negue logo esse namoro! E por favor, não fale que namora o Weasley porque seria nojento".
— Eu e Hermione somos amigos, está entendendo?! Não meta o seu nariz onde não é chamado. — alguma coisa mudou dentro de Draco, mas ele manteve o olhar zombador e o sorriso de lado, que agora tremia para se tornar um sorriso aberto demais.
— Amigos com benefícios, Potter? — soltou e em seguida, não viu nada.
A Grifinória inteira veio em massa para cima de Draco, mas quem deu início ao UFC no meio do salão fora Potter. O maldito pulou em cima dele, afim de descontar todo a raiva e estresse que estava tendo nos últimos meses. Draco se debatia, tentando desviar dos tapas e socos de Potter. Gritava desesperado por Crabbe e Goyle, mas estes estavam no chão com mais cinco estudantes da casa vermelha em cima deles. Ninguém percebeu quando Hermione correu para chamar os adultos até todo mundo ir para o ar. Draco e Harry flutuavam frente a frente, com Potter bufando como um cão raivoso. Draco passou a mão no nariz e notou o sangue escorrer, gemendo em descontentamento.
— Todos vocês irão perder trinta pontos cada um pelo caos no meio do salão! — ninguém nunca viu Sprout tão brava. A líder da Lufa-Lufa era bem calma quanto a tudo a sua volta, mas aquele dia parecia que ela não estava para brincadeiras. — Quem começou essa baderna?!
— Malfoy veio me insultar! — Harry gritou, se debatendo no ar.
— Eu só vim parabenizar o namoro dele com Granger! — Draco mentiu, também se debatendo no ar.
— Todos para a enfermaria. — instruiu ela.
Sprout suspirou, cessando o feitiço e colocando todos no chão. Olhou para Harry e Draco, os ordenando que seguissem-na. Os dois se fuzilaram com o olhar, mas fizeram o que foi pedido. Hermione observou a cena com a testa franzida, ainda tentando colocar uma teoria maluca nos eixos.
A castanha balançou a cabeça negativamente, sorrindo divertida. Seria possível?
Os dois rapazes seguiam Sprout se chutando no caminho discretamente. Harry havia perdido a capa no processo, enquanto Draco sentia uma dor horrível no rosto. Pararam de frente a gárgula e o Malfoy gemeu descontente, sabendo que o castigo de Harry não iria acontecer.
A conversa com o Diretor, no entanto, foi rápida e sem rodeios. Harry e Draco haviam ganho uma advertência de comportamento e um castigo. Sprout ficou satisfeita em tê-los na estufa no fim da tarde para etiquetar plantas. Depois disso, Draco foi para a enfermaria, com Pomfrey reclamando de como jovens eram iguais a animais. Tinham uma quantidade considerável de alunos do segundo ano, o que fez Draco raciocinar que eles aprenderam a fazer coisas crescerem e diminuírem.
No final da tarde, o Sonserino estava na estufa, de frente a Potter. Vez ou outra olhava-o, para só perceber de modo frustado que estava sendo ignorado novamente. Grudou uma etiqueta em um vaso de plantas totalmente indignado. Harry levantou o olhar para notar as barreiras de Malfoy desabarem, revelando o garoto mimado e irritado que apenas ele parecia notar. Ficou em silêncio, sorrindo de lado para aquilo. Tudo bem que ele tinha o mundo em suas costas, mas ainda possuía 14 anos e gostava da ideia de ver seu rival irritado. Tossiu um pouco e voltou ao seu castigo.
Sprout, em um momento entre o pôr-do-sol e a chegada da lua, cochilou no fundo da estufa. Draco fez uma careta para os roncos da Professora, enquanto Harry ignorava aquele som também. Droga, Potter era bom ignorando as coisas.
— Se você não tivesse agido como um animal selvagem, eu não estaria preso aqui com esse fedor e esses roncos. — lamentou Draco e Harry parou seu trabalho, para encarar o garoto do outro lado da bancada com um rosto escandalizado.
— Você que começou insinuando coisas sobre mim e Mione. — o sonserino fez uma careta para o apelido, mas sorriu de lado percebendo que novamente tinha a atenção do menino.
— Não fui eu a insinuar, foi o Daily Prophet. — disse e Harry rolou os olhos.
— O Daily Prophet mente, Malfoy. Deveria saber disso, já que se acha tão sabido. — retrucou e Draco não disse nada, apenas fitou Harry profundamente e voltou a etiquetar as plantas. Depois de diversas e diversas etiquetas, Harry tomou coragem para perguntar: — Porque se importa com a possibilidade de um namoro entre mim e Hermione?
Draco não havia parado para pensar naquilo. Ele apenas fez as coisas de seu modo impulsivo; sempre agia dessa forma com Potter. Seu pai vivia dizendo que aquelas não eram atitudes de um Malfoy, mas ele não poderia evitar. Era tudo intenso e divertido com Potter, ele se sentia vivo de uma maneira inacreditável. E ele queria fazer Potter sentir o mesmo, por isso, continuava a se esforçar. Olhou para o menino magricela de óculos fixamente, apenas para sorrir e responder:
— Eu não me importo. — respondeu, mas sentia que estava mentindo para Potter e para si mesmo.
O moreno assentiu, franzindo a testa e se perguntando porque aquela frase o havia dado uma sensação nada agradável em seu peito. A detenção se passou, assim como o ano por inteiro. Draco estava nas arquibancadas quando Harry entrou no lago e trouxe o Weasley, dando a entender que ele era a coisa "mais importante para Potter". Sentiu aquele mesmo aperto em seu coração e uma vontade imensurável de afogar os dois no maldito lago. Ele também estava nas arquibancadas quando Harry retornou do labirinto com Cedric morto e a taça tribuxo. Foi naquele momento que algo mudou. Seus amigos o puxaram para longe dali, mas Draco queria ficar. Ele sentia seu coração bater forte e estava apavorado, porém, não estava apavorado por si mesmo e sim pelo rival que parecia desesperado, gritando que Voldemort havia retornado.
Foi no final do quarto ano que Draco percebeu: ele se importava.
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