Capítulo 13 - Sangue e Suor ~ Parte 3

Aos poucos, foi saindo do estado de inconsciência, despertada por um choro repleto de dor e tristeza. Tentou se movimentar, entretanto, estava presa pelos pulsos e tornozelos, por correntes grossas que machucavam sua pele a cada tentativa de escape. Olhou ao redor, vendo estar no mesmo salão. Ela estava pendurada pelas correntes, um pouco a sua frente estava o pedestal com o Kniga, em volto pela água inerte.

O choro vinha de Kauane. Ela estava ajoelhada, acorrentada ao chão. Seu corpo mutilado estava visível atrás de sua roupa, que havia sido rasgada, quase deixando-a seminua. Lágrimas molhavam seu rosto, parcialmente coberto pelo cabelo cabelo bagunçado, a tinta vermelha de suas bochechas sendo borrada pelo liquido transparente. Ela olhava fixamente para um ponto fixo. Alisha seguiu seu olhar, arregalando os olhos ao perceber que ela olhava para o corpo inerte de Heilos, deixado onde foi obrigado a se matar.

Sieron também estava ajoelhado. Preso por uma grande quantidade de correntes, dos pés ao pescoço. Ele olhava fixamente para o companheiro de batalha, entretanto, permanecia de cabeça baixa, deixando que seu cabelo e barba escondessem suas lágrimas.

Enquanto Nêmesis, estava deitado, tão acorrentado quanto o viking. Suas patas, quebradas, presas com força; e os pêlos, antes belos e sedosos, estavam manchados com o próprio sangue e o sangue ácido das bestas que matou. Alisha, o olhando, se movimentou, tentando o alcançar, o acariciar, tirar aquela focinheira, cuidar dele, entretanto, suas correntes não se quebravam. Ouvindo o tilintar das correntes da mestra, o canino ergueu o olhar, a encarando com tranquilidade, tentando a acalmar.

- Nêmesis. Está tudo bem. Eu irei tirar todos daqui...

Passos ecoaram. Alisha olhou para a escada e viu Khoasang entrar, acompanhado pelos mesmos cinco Armyasenkis que os capturaram e o servo que, meses atrás, invadiu o castelo de Ophiocus e causou diversos problemas, dando início a aquela jornada. Alisha trincou os dentes, e Kauane rosnou.

O mais velho, ainda coberto pelo manto de corvo e sombras, se aproximou da garota, tocando entre seus olhos humanos com seus dedos esqueléticos, traçando todo o contorno do rosto da jovem.

- Você é bela, e poderosa. Bem como as lendas dizem... - sua voz grave, era distante, como um sussurro dentro de sua mente. - Não imaginei que viria a aparecer como uma menina tão jovem.

- Do que está falando, seu maluco?!

- Oh. Raniel não te contou? - Alisha estremece ao se lembrar de um sonho, onde um sorriso, esbranquiçado em meio a escuridão, era revelado. Naquele instante, percebeu ser o mesmo sorriso insano. - Você, assim como sua família, possui o poder dos espíritos, muito útil, por sinal. No entanto, você teve a grande sorte, ou azar, de nascer com algo a mais. Possui o poder do único mago que sobreviveu a criação do livro, o poder do primeiro Zashti. Pura magia. Magia bruta que precisa ser lapidada. - A Hyd rosna, se movimentando, tentando o chutar. Seus golpes não eram capazes de o alcançar, não enquanto seus movimentos estavam tão limitados. - A história é longa, mas simplificando, eu preciso disso, junto com o livro. Por isso, se não quiser que seus amigos tenham o mesmo destino do bastardo da serpente, me diga: onde está a chave?

- Alisha! Não diga!

Em resposta, um Armyasenki surrou o rosto de Sieron, calando seus protestos e o fazendo cospir sangue. Por trás da focinheira, Nêmesis rosna, assustando a besta ao seu lado, que estava marcada diversas vezes por suas garras e mordidas.

Alisha olhou para além de Khoasang, encarando o corpo inerte do guerreiro. Fechou os olhos, segurando as lágrimas, se desculpando mentalmente. Seus lábios se contraíram em uma linha reta, então, ela rangeu os dentes, mantendo todas as informações dentro de si. Não queria saber dos deuses, ou do motivo de estar ali, apenas queria se soltar e esmurrar Khoasang até ele ter traumatismo craniano e hemorragia interna.

De olhos fechados, respirou fundo, acalmando seus ânimos. Devagar, seu coração se acalmou em seu peito. Já estava calma quando Khoasang se afastou. Visualizou as correntes se abrindo, então, com cuidado para não haver barulho, movimentou as mãos, tentando lutar contra a prisão de desenhos e invocar alguma magia para abrir as correntes, bem como Sieron a ensinou.

Com um sorriso, Khoasang invocou um machado e pressionou a lâmina contra a nuca exposta de Kauane.

- Então, ainda vai tentar usar magia e se soltar?

Alisha arregala os olhos, engolindo em seco e cessando suas tentativas no mesmo instante.

- Por favor, não faça isso...

- Onde está a chave?

Alisha descolou os lábios, pensando no que dizer. Por isso, quem agiu foi Sieron.

- Eu sei onde está! Eu te digo tudo! Mas por favor, não faça mal a ela!

Curioso, Khoasang afastou o machado do pescoço da nativa e foi até o viking, pondo a lâmina contra sua barba, vendo alguns fios se partindo com a pressão.

- Eu não gosto que me atrapalhem, mas quero as informações. Por isso, o punirei de forma misericordiosa. - ele para, pensando no que fazer, então leva o machado até as costas de Sieron. - Darei um fim ao símbolo de honra do seu clã.

O viking não protestou, apenas abaixou um pouco a cabeça para facilitar o trabalho do mais velho. Khoasang, se divertindo com sua submissão, agarra seu cabelo avermelhado, o puxando e, com um golpe, a lâmina corta todo o seu cabelo rente na pele. Kauane, que havia estatelada para a cena, não se conformou.

- Está louco Sieron?! Não poderá voltar para Drakkar!

- Se você estiver viva, eu não me importo... - um pequeno sorriso se formou em meio a sua barba volumosa.

A nativa olhava para ele, os olhos brilhando de raiva e admiração. Logo, Alisha percebeu o que ocorria, por isso, sorriu suavemente para que ninguém visse.

- Ah, o amor. - Khoasang começa. - Um sentimento tão abstrato, tão poderoso, e tão previsível. - Ele segura os restos do cabelo do viking pela raiz então, puxa, fazendo-o olhar para o teto, com a garganta exposta. - Onde está a chave?

- Enfiada no seu orifício anal. - um sorriso amarelo surge em meio a barba ruiva. - Se você por os dedos bem fundo, talvez ache.

Khoasang ri alto, aparentemente se divertindo.

- Como eu amo prisioneiros rebeldes.

Ele posicionou o machado no rosto de Sieron, o ergueu e desceu com um único golpe. A lâmina passou rente a seu rosto, arrancando barba e pele, deixando toda a carne daquele lado da mandíbula exposta. Sieron gemeu de dor, sangue se acumulava e escorria aos montes, melando o chão, a roupa e os restos da barba. No pescoço, ele resolveu fazer o mesmo, entretanto, lentamente, para que a dor durasse mais e não corresse o risco do viking morrer antes da hora. Kauane percebeu, ele era experiente com armas, sabia como manusear cada uma e não se incomodava em fazer o trabalho sujo, apesar de possuir servos para isso.

Mais algumas vezes, a lâmina do machado cortou o ar.

A cada grito e gemido e a cada golpe de machado, pedaços grossos de pele, repletos de sangue e pelos faciais, caia no chão. Alisha estava estatelada, as lágrimas silenciosas molhando seu rosto, que se iluminava suavemente todas as vezes em que seus olhos se alternavam entre o normal e o branco.

Toda a barba de Sieron havia sido arrancada a machadadas. Com exceção do nariz e da testa, não havia mais pele em seu rosto. A carne e os músculos estavam expostos. O sangue escorria e respingava ao atingir o chão. Sua respiração estava descompassada. Seu cabelo agora era muito curto, não chegando perto da beleza que tinha anteriormente. Seus olhos jaziam fechados, sua consciência não havia conseguido o manter desperto com tamanha quantidade de sangue que perdia. E no chão, havia uma pilha feita com sua pele e os fios arrancados.

Ali, a sua frente, eram fortes guerreiros, derrubados por causa do erro dela. Eram seus amigos, sendo torturados para extrair informações dela. Como poderia permanecer parada, apenas observando? Não, não poderia. Ela tinha de fazer alguma coisa. Qualquer coisa.

Kauane grita e xingava em seu idioma indígena, aquele que ela nunca ousou esquecer. Os Armyasenkis, sentindo o cheiro do sangue fresco, rosnavam e brigavam entre si para ver quem iria devorar o viking. Satisfeito, Khoasang se afasta e, usando de sua magia mais uma vez, invocou caixas repletas de membros de animais, principalmente répteis. O cheiro da carne em decomposição entrou em suas narinas, quase causando-lhe ânsia.

- Se não me diz onde está. Transformarei você em mais uma peça na minha coleção. — Khoasang olha para seu servo, que leva o punho ao peito, batendo continência. Aquele melhor mago era poderoso, possuía o exército mais poderoso daquele mundo, então, Alisha percebeu que, se esse homem conseguisse tudo o que almejava, a Terra, ou Hydarth, como passou a preferir chamar, estaria a beira de um novo holocausto, e, talvez, com consequências maiores que o ocorrido durante o nazismo. Ela tinha mais um motivo para lutar. Mais um. — Transforme-a, mas lentamente, faça com que sua dor seja duradoura.

O servo, obedientemente, pegou o machado das mãos de seu superior sem sua cabeça deixar de estar abaixada, na posição de inferioridade, então, se dirigiu a Alisha.

— Não chegue perto de mim!

A garota esbravejou, conseguindo acertar-lhe uma cabeçada. O capacete dele rachou e, cada metade, caiu para os lados. O rosto foi revelado. Coberto de cicatrizes. Um olho reptiliano, e o outro, felino. Enquanto seus lábios, secos e partidos, eram deformados. Mas apesar de seu rosto estar exposto, e a garota, mesmo presa, tentar o enfrentar, ele não falava, não protestava, não questionava nem dava opinião. Era como uma máquina, um servo perfeito. Uma marionete sendo, a todo momento, controlada. Vivendo apenas para satisfazer os desejos de seu mestre. Um ser criado através de costuras e magia, como os Armyasenkis. Uma criatura cujo coração servia apenas para bombear sangue, e o cérebro apenas para compreender e  executar comandos. O real monstro de Frankstein.

Seguindo aquelas ordens, ignorou os movimentos e palavras da jovem Hyd, ergueu o machado em sua direção, encostou a lâmina em seu ombro. Lentamente, começou a perfurar sua carne, lhe proporcionou imensa dor.

Ela gritou, se debatendo em agonia, sentindo sua carne e músculos, doloridos com a exaustão, se expandindo, sendo cortados ao meio vagarosamente.

Nêmesis tentou se arrastar até ela para a ajudar, mas foi derrubado e uma das criaturas pisou em suas costelas. Ele chorou alto quando o som dos seus ossos estalando ecoaram pelo salão oval. Aquelas criaturas estavam machucando seus amigos, seu cachorro. Não iria deixar isso passar impune, sua mente havia gritado.

Apesar de ferida, de seu corpo estar coberto de sangue e suor, continuou a se movimentar, tentando libertar-se das correntes enquanto os olhos oscilava com maior intensidade. Então, ela gritou novamente. Desta vez, o grito foi agudo, expressando mais raiva do que dor, o cão abaixou as orelhas e os Armyasenkis se afastaram com as mãos nas orelhas, suas audições sensíveis sendo machucadas pelo som estridente da ventania, que ecoava como se houvesse um temporal dentro do próprio templo.

O livro, mesmo que trancado, as páginas começaram a brilhar. Todos os desenhos talhados em sua pele pareciam não surtir efeito diante aquela magia.

Quando finalmente os olhos da Hyd se tornaram brancos por completo, os lábios partidos de Khoasang se alargaram em um sorriso grande e insano.

— Continuem.

— Não irão continuar com nada!

Sua voz reverberou por todo o templo, abalando sua frágil estrutura. A magia, bruta e forte, se espalhou, partindo correntes e rachando as paredes. Khoasang olhava para a garota liberta, sorria diante o manifesto da magia, satisfeito por, finalmente, ter encontrado aquele que herdaria o poder antigo e sábio que, diferente do apresentado histórias que voam com as vozes através do tempo, não era o mais poderoso, nem superava o condão dos outros três magos.

Alisha não entendia, não possuía conhecimento, mas naquele momento, sentia-se capaz de ajudar seus companheiros, e pôs esse sentimento em prática assim que seus olhos encontraram o homem costurado. Com esforço, forçou a magia para fora de seu corpo. O viu ser atingido e lançado contra a parede, com a lâmina do machado perfurando a pele do seu peito, atravessando a arma de fogo que ele considerou usar contra ela, bem como usou contra Lancer.

Lembrou-se de cada ensinamento que Sieron lhe passou durante esses três meses. Cada pequeno movimento das mãos para direcionar a magia que havia em seu interior, estimulada pela chegada do livro em sua vida. Imitando um desses movimentos, destroços começaram a se movimentar, flutuando ali e acolá, voando de um lado para o outro, explodindo em pequenos fragmentos de rochas assim que se chocavam com as paredes.

Estalos.

Foi esse o som que ecoou quando esses pequenos projéteis atingiam as correntes de seus companheiros, os libertando. Kauane se moveu, se arrastando até Sieron, tentando erguer seu corpo pesado enquanto luta contra os ferimentos do próprio corpo.

Influenciado por aquele poder, Nêmesis se ergueu. As linhas douradas em seu pêlo avermelhado brilhavam. Ele parecia parcialmente curado. Ignorava os ferimentos e ossos quebrados. Ele rugiu, machucando o focinho ao destruir a focinheira, então, se elevou sobre um Armyasenki, revelando presas e garras, despedaçando seu corpo, fazendo membros e sangue ácido se espalharem por todo o lugar.

Ambos os corpos robustos se chocaram contra uma parede de sustenção. A frágil estrutura rachou e sacudiu. Destroços começaram a ser liberados do teto, caindo com força, fazendo o chão daquele andar ceder lentamente por debaixo dos pés de todos os presentes.

Pelo mesmo lugar que entrou, Khoasang saiu. Sua voz grave e familiar ecoando pelas sombras, chamando Alisha. Venha. A voz insistia. Mate-me. Dizia. Incapaz. Desafiou. Alisha rosnou, aceitando o desafio, descendo as escadas às pressas e partindo atrás dele.

Correu pelos corredores, passando por portais sem portas, que revelavam salas que antes eram usadas para confortar muitas pessoas de uma só vez. Pelas paredes, haviam desenhos perfeitos, contando a história dos magos que criaram o livro naquele lugar. Quatro magos abençoados pelos deuses Daes. Dois casais. Dois homens e duas mulheres. Três Daes e um Hyd.

O primeiro, o mais velho, conhecido por ser quieto e calculista. Preferia usar magia apenas quando fosse de suma importância, quando uma vida estivesse a ser levada por Mautke. Não tinha medo de nada, nem ninguém. Vivia apenas por si. Servia apenas a si. E Não devia nada a ninguém. Poderoso, é claro, mas não o mais forte do grupo. Ninguém nunca soube o porquê, mas ele havia escolhido morrer ali, para que o livro fosse sabio para escolher aquele que iria o proteger.

O segundo, uma mulher esbelta, almejada por todos, que usava de sua magia para humilhar e se sentir superior. Mantinha-se no topo gracas a seu poder. Tornou-se maga apenas por título. Nunca treinou, nem fazia questão. Era a mais fraca, entretanto, para que seu feito fosse cantado por sua terra, havia dado sua vida para que o livro tivesse algo crucial: reaparição após destruição.

O terceiro, esse sim era o mais forte, como contavam as histórias. Ele era o bem e o mal. O fogo e o gelo. A guerra e a paz. Louco, era como o chamavam, e talvez realmente fosse. Mas escolheu dar para o livro a capacidade de predeterminar o que havia no coração de seu futuro portador.

O quarto, aunica sobrevivente, a única que, do grupo, havia nascido em Hydarth. Nasceu sem magia, não era bruxa, resolvera ser feiticeira ao aprender. A única que sobreviveu. Aquela que, no livro, pôs um portal entre Daechya e Hydarth e uma tranca. Os desenhos, as vezes, a retratavam do jeito que Alisha estava agora: olhos brancos, mostrando ao mundo o pouco do poder que havia aprendido

A Hyd lembrou-se das palavras de Khoasang. Oh, Raniel não te contou? O mago sabia, e nunca havia a contado, apenas jogou aquelas responsabilidades em cima de seus ombros, permitindo que, aos poucos, sua essência Hyd fosse se esvaindo. Aquela havia sido a queda do hábito e ela buscaria informações.

Mas antes, tinha de acabar com Khoasang, por isso, sorriu ao encontra-lo em uma sala sem mais saídas, era uma torre e ele estava em cima da grande escada espiral, onde uma corda estava pendurada, caindo pelo centro e encostando no chão. A luz do dia entrava pelo grande buraco no topo da torre, onde um grande, velho e enferrujado sino era sustentado por cordas frágeis, comidas pelo tempo.  Por quanto tempo estive apagada? Ela não fazia ideia, mas tinha noção de ter sido por muitas horas, já que lembrava-se claramente de que era quase noite quando partiu para enfrentar Heilos.

Sua fúria aumentou ao ter consciência de que seus companheiros foram torturados por horas, entretanto, ela estava fraca, seus olhos haviam voltado a oscilar e a normalidade estava saindo vitoriosa. Segurou-se na corda e lançou um fio de magia para o alto, atingindo o sino. O som foi estridente, quase a deixando surda, então, foi puxada repentinamente pelo alto quando o instrumento caiu. O sino batia-se nas paredes e escadas, quebrando tudo em seu caminho. A torre rangeu, ameaçando cair.

Alisha chegou ao topo, soltando a corda e se dirigindo a Khoasang, usando magia para o atacar. Ele, com toda a sua experiência, conseguia se esquivar e contra atacar. A magia dele, muito mais forte que a de sua oponente, transformava o ar e o lançava em Alisha como lâminas, tendo efeito parecido e mais potente quando a atingiam.

A gravidade faz seu trabalho. O sino chegou ao chão com força, fazendo o impacto ser devastador. A torre cansou de lutar, permitindo que toda a estrutura começasse a cair na direção do templo menor.

Khoasang, percebendo o cansaço de Alisha, sorriu vitorioso, então, desapareceu em fumaça escura.

A torre desmoronou, destruindo tudo em seu caminho. Alisha foi lançada para o lado de fora. Seu corpo, extremamente ferido, não se movia, mas tingia a neve de vermelho. Sua roupa, em farrapos, não a esquentava naquele frio congelante. Seus olhos retornaram ao normal, seus dentes rangiam e sua respiração estava condensada, seus pulmões doíam.

Ouviu passos, então, algo desabou com força do seu lado. Era Nêmesis, igualmente exausto e ferido, com os corpos inertes de Sieron e Kauane nas costas. Alisha sorriu ao perceber que, nas mãos da nativa, estava o Kniga.

Com esforço, ela movimentou o braço e levou a mão até o cão, acariciando seus pêlos avermelhados, o acalmando, tentando o distrair da dor latejante que sentia nas patas quebradas, principalmente após lutar e correr com elas naquele estado. Ele a olhou, mexendo o focinho molhado e ensanguentado, em seguida, mexeu as orelhas. Os olhos de Alisha estavam pesados, ela não enxergava mais nada além da neve, então, quando tudo se tornou escuro, escutou Nêmesis uivar alto, antes de sua consciência ser perdida completamente e sua cabeça tombar para o lado.

Notas da Autora:
Hello Aventuzueiros!
Ufa! Finalmente terminei esse capítulo! Deu bastante trabalho, principalmente porque segunda começa meus testes, então queria adiantar pra não precisar postar nada essa semana.
Mas calma! O livro ainda não terminou, tá? Ainda faltam alguns capítulos para explicar algumas coisas.
Então, o que estão achando da história? Eu gostaria muito de saber. Mas, se gostaram, deixem sua estrela, sua ajuda muito para que o livro suba no ranking e ganhe mais leitores.
Bom, espero mesmo estar satisfazendo vocês.
E até o próximo capítulo.

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