10. 戦う
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Uma pitada de angústia. Vale lembrar que os personagens são humanos e cometem erros, mesmo com boas intenções. Antes de julgar se coloque no lugar de cada um.
Boa leitura!!
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"Tem certeza de que é uma boa ideia?"
As palavras de Yoongi ainda ecoava na mente de Jungkook enquanto ele agarravam o enorme envelope amarelo. Ele esperava informações digitais, mas Jimin nasceu antes da era tecnológica e essa foi a razão pela qual Yoongi teve que usar suas conexões para obter a única cópia do arquivo de Jimin. Jungkook o pegou pessoalmente e acelerou para chegar em casa, impaciente para ler tudo o que tinha sobre seu namorado.
Era um dia agitado para Jimin, ele tinha prática e depois tinha que ir trabalhar e foi exatamente por isso que Jungkook lhe enviou uma mensagem para desejar sorte antes de entrar em seu apartamento. Chovia do lado de fora e ele sentia frio, então preparou uma xícara de chá preto. Algumas fotos do evento estavam esperando por ele, mas o mais velho as empurrou de lado, abrindo e esvaziando o envelope ansiosamente. Uma pasta caiu e seus olhos examinaram as bordas rasgadas e as poucas manchas de café cobrindo a frente.
Jungkook respirou fundo antes de se sentar e abri-lo. Seu estômago embrulhou quando viu a foto anexada à primeira página, era de um garoto de dois anos de aparência doente, as maçãs do rosto salientes, os lábios cortados e um enorme hematoma no queixo. Seu olhar era assustador, era castanhos cheios de nada. Jungkook levantou a foto, revelando outra, esta do corpo de Jimin. Suas costelas eram óbvias e o que deveria ser uma barriga redonda era uma imagem aterrorizante de fome, assim como os braços e as pernas magras. Ele estava vestido apenas com uma fralda simples e seu cabelo parecia que não era lavado há semanas.
Jungkook suspirou, as pontas dos dedos roçando as fotos. O relatório policial veio em seguida: Park Jimin, nascido no dia 13 de outubro, tinha dois anos e dois meses quando foi encontrado sozinho no apartamento de seus pais. Os vizinhos se cansaram de ouvi-lo chorar o dia todo, então chamaram a polícia, o que resultou nos policiais encontrando um menino desnutrido e sujo trancado dentro de um quarto vazio. Encontraram muitas garrafas de bebidas alcoólicas vazias dentro da cozinha e não hesitaram em tirar a criança do local. Os pais realmente não se importavam com o que iria acontecer com o filho, então eles não lutaram por ele.
Quando Park Jimin entrou no orfanato, ele pesava pouco mais de 7 quilos (o peso normal seria mais de 10). A criança não tinha recebido nenhum alimento sólido, então não tinha ideia de como mastigar e tiveram que colocá-lo em terapia intravenosa nos primeiros dias para que ganhasse algum peso. Seu corpo não estava desenvolvido e ele não sabia como dizer uma palavra. Ele não estava aberto à interação, não gostava de se aproximar de outras crianças e chorava muito quando tentavam tocá-lo. Grave negligência com a criança, esse foi o veredicto e levou anos de terapia para Jimin aprender a se comportar normalmente, mas havia cicatrizes psicológicas óbvias deixadas no garoto.
— Porra. — Jungkook sussurrou e passou os dedos pelo cabelo. Ele verificou tudo e, antes que percebesse, mais de duas horas se passaram. Havia muitas coisas que Jungkook precisava processar e ele sentiu que seu crânio estava pesado com muitos pensamentos, então parou de olhar depois de ler tudo. Seus olhos estavam ardendo e ele decidiu deitar na cama, a barriga virada para baixo.
Jungkook desejou poder voltar no tempo e fazer algo sobre isso, foi tão injusto o que aconteceu com Jimin.
Jungkook resolveu tirar uma soneca, mais foi um sono agitado e ele foi acordado por lábios pressionando sua testa. Ele se assustou quando abriu os olhos e encontrou castanhos familiares. Jimin deu uma risadinha, divertindo-se com a reação do mais velho.
— Desculpe. — Jimin falou e Jungkook envolveu os braços em seu corpo e o puxou para perto.
— Oi. — Jungkook falou, seu queixo apoiado no topo de sua cabeça do mais novo e, por mais suado e nojento que ele (JM) se sentisse, a posição era confortável. — Como foi o trabalho?
Uma longa história se seguiu e Jungkook ouviu distraidamente, sua mente ainda turva pelos fatos que descobriu mais cedo.
— Estou tão cansado. — Jimin confessou e se levantou, anunciando que ia tomar banho.
O apartamento agora era familiar como se fosse o seu, então Jimin pegou sua muda de roupa antes de ir para o banheiro. Seus músculos estavam doendo e tudo o que ele queria era abraçar Jungkook para dormir, então foi exatamente o que ele fez, apreciando os dedos do mais velho deslizando por baixo de sua camisa. Ele estava extremamente feliz, sua vida estava mudando para melhor e tudo por causa do homem dormindo ao lado dele.
Jimin não precisava ir para a faculdade no dia seguinte, mas acordou cedo, decidindo que queria preparar o café da manhã para eles. Jungkook parecia exausto, então o mais novo saiu furtivamente da cama e pensou na pilha de panquecas que precisava fazer. Jungkook comia muito pela manhã e Jimin queria mimá-lo com as poucas coisas que sabia cozinhar. Havia alguns pratos esperando para serem lavados na pia e o mais novo estava determinado a pelo menos colocá-los na máquina de lavar, então ele começou a procurar em volta da casa por copos e pratos esquecidos. Havia uma caneca sobre a mesa dentro do escritório de Jungkook, então ele andou na ponta dos pés para pegá-la, seus olhos se arregalando de surpresa quando encontrou as muitas coisas espalhadas por toda a superfície.
Jimin estava curioso sobre o próximo projeto de Jungkook, então mordeu o lábio inferior e abriu a pasta que parecia a mais velha. Seu queixo caiu assim que seus olhos percorreram a primeira página, reconhecendo as fotos e os fatos, lembrando-o das vezes que fez o possível para esquecer.
— Que porra é essa? — Jimin sentiu como se alguém tivesse puxado o tapete debaixo dele e sentiu cada pequena gota de confiança se despedaçando. Ele se sentia violado. Seu instinto era sair daquele lugar o mais rápido possível, mas ele sabia que Jungkook não o deixaria desaparecer de sua vida. Jimin sentia como se tivesse sido apunhalado pelas costas e as lágrimas começaram a embaçar sua visão, sua respiração engatando.
Claro que tinha que ser um erro, nada de bom poderia durar; ele foi o mais estúpido.
Jimin jogou a pasta de volta na mesa e a observou deslizar na madeira escura. Ele sentou-se porque sentiu que seus joelhos poderiam ceder a qualquer momento. Era tão injusto. Tão fodidamente injusto. Lágrimas começaram a rolar por suas bochechas enquanto seus dedos beliscava a pele de seus braços, tentando parar a dor angustiante que o sufocava. Ele não conseguia se lembrar da última vez que se sentiu tão decepcionado, tão traído.
— Bebê? — A voz rouca de Jungkook o assustou, então ele olhou para o homem que agora estava parado perto da porta, suas bochechas levemente coradas por causa do sono do qual acabou de acordar. Jungkook ficou surpreso com a visão à sua frente e, assim que viu o arquivo, entendeu imediatamente o que estava acontecendo e teve vontade de afundar. — Minnie...
Jimin se levantou chutando a cadeira por engano e enxugou as lágrimas furiosamente com as costas das mãos.
— Eu... eu quero que você me escute de uma vez por todas. — As palavras de Jimin tremiam, mas ele precisava falar. — Nunca mais me procure.
— Jiminie...
Por que doeu tanto ouvir o que sempre foi um nome amoroso?
— Vou te devolver todo o dinheiro, eu juro.
Jungkook sentiu sua pele arrepiar.
— Eu não quero...
— Eu não me importo com o que você quer. — Jimin estava hiperventilando, mas assim que Jungkook se aproximou, ele se afastou para que não pudesse ser alcançado, sentindo-se enojado com a ideia. — Isso é tão fodido. — Ele forçou um sorriso, olhando para os pés com meias. — Eu fui tão estúpido.
— Não. Sinto muito, eu não deveria ter... — Isso foi o melhor que Jungkook consegui dizer e Jimin riu sem humor, mais lágrimas caindo.
— Você disse que me amava. — Sua voz morreu. — Seu mentiroso de merda, você disse que me amava.
— Eu amo você.
— Cale-se! — O grito de Jimin soou desesperado e Jungkook desejou poder envolver os braços ao redor do garoto, expressar o quanto ele lamentava por ter perdido sua confiança. Jimin sentiu que podia vomitar a qualquer momento. — Você só queria bancar o herói... isso faz você se sentir melhor consigo mesmo?
Jungkook ficou petrificado, incapaz de falar ou lutar contra as palavras duras do mais novo.
O corpo de Jimin estava tremendo como uma folha, então ele decidiu que era hora de ir embora, a imagem de Jungkook o deixava doente. Uma mão agarrou o pulso de Jimin e ele puxou o braço com violência.
— Eu sinto muito. — Foi tudo o que Jungkook conseguiu dizer, mas ele sabia que não era o suficiente. Ele não deveria ter se intrometido, deveria ter esperado que Jimin se abrisse para ele sobre seu passado. Ele queria entender, queria ajudar, mas estragou tudo porque seu bebê agora estava olhando para ele com hostilidade.
— Só porque você leu isso não significa que você sabe alguma coisa, você não sabe merda nenhuma sobre a minha vida! Você acabou de nos arruinar, seu idiota! — As lágrimas não paravam de cair, a decepção queimando suas entranhas. — Eu te odeio. — Essas três palavras saíram como um sussurro e Jungkook baixou o braço, decidindo que não adiantava tentar desculpar suas ações.
Jimin correu para o quarto, pegando suas coisas antes de sair do prédio, o coração ameaçando saltar do peito. Ele estava tendo uma descarga de adrenalina e só conseguia pensar em um lugar onde precisava estar; então pegou o ônibus e foi para a casa de Taehyung.
Jimin conseguiu parar de chorar depois dos primeiros vinte minutos, seu estômago ainda embrulhado. Ele foi um tolo, ele não devia ter aceitado a atenção de Jungkook em primeiro lugar, muito menos entrar em intimidade com ele. Não era apenas sobre a parte sexual de seu relacionamento, ele também se permitiu relaxar ao redor do mais velho. Ele começou a construir sonhos sobre o futuro juntos desde que Jungkook começou a enchê-lo de carinho. Ele nunca quis, mas a felicidade parecia possível nos braços de Jungkook.
Jimin suspirou, está tudo acabado agora, ele tinha que se acostumar com a solidão constante novamente. A traição obscureceu tudo o que sentia e ele sabia que não poderia esquecer esse erro. Ele entrou na casa de Tae com facilidade e cumprimentou a mãe de seu amigo antes de ir para o quarto dele.
Taehyung ainda estava dormindo, um cobertor grosso cobrindo-o quase inteiramente, seu cabelo castanho claro sendo o único que estava para fora. Jimin largou o que estava segurando e deitou-se no colchão, se esgueirando ao lado de Tae. Um braço o envolveu instintivamente e ele se enrolou em uma bola, desfrutando do calor do amigo.
Jimin não conseguia dormir porque sua mente estava confusa e seus músculos começaram a doer por causa da tensão. Ele queria apagar os últimos meses de sua memória, e voltar para como sua vida era antes de Jungkook.
— Mimin? — A voz de Taehyung sou rouca e ele se virou para que ficassem de frente um para o outro. Todo o sono de Taehyung desapareceu quando seus olhos encontraram o rosto inchado de Jimin. Ele se sentou, alarmado. — O que aconteceu?
Jimin começou a falar sem pensar, deixando escapar tudo de que conseguia se lembrar, expressando como se sentia decepcionado. Isso durou cerca de uma hora antes de se mudarem para a cozinha, onde um enorme café da manhã os recebeu. Jimin mal tocou na comida, mas aceitou o café de bom grado, sentindo que precisava de algo para acordá-lo.
— Então, o que você vai fazer a seguir?
— Vou continuar estudando, se conseguir uma bolsa vou pagar no ano que vem.
— E o trabalho?
— Vou começar a fazer shows privados de novo, vou devolver todo o dinheiro dele. Eu não quero ter nada a ver com ele. — Jimin franziu as sobrancelhas e Tae o agarrou com as mãos, então ele se aproximou e se sentou no colo do amigo, sentindo os braços em volta dele. Eles tinham um relacionamento muito afetuoso, então skinship era muito comum.
— Estou aqui para ajudá-lo, não importa o que aconteça. — Tae prometeu.
— Obrigada.
Eles passaram o dia juntos e à noite Jimin ligou para o chefe para dizer que iria trabalhar todas as noites a partir de então. Jimin não estava sendo ele mesmo, mas Taehyung podia entender que o amigo não estava no seu melhor. Tae sabia que Jungkook não fez isso para prejudicar ou magoar seu amigo, pelo que ouviu o homem só queria ajudar. Mas decidiu não falar nada, ele entedia os sentimentos que Jimin estava sentindo e não queria dar a impressão de que não estava do lado dele, então fez todo o possível para fazê-lo se sentir melhor, acariciando-o e brincando para que pudesse vê-lo sorrir.
Ter um amigo como Taehyung era uma bênção e Jimin não conseguiu agradecê-lo o suficiente. Ele voltou para casa e seu coração apertou quando encontrou um dos moletons de Jungkook em sua poltrona. Ele se lembrava de ter pego aquele emprestado porque amava a maciez e o cheiro; agora era apenas a memória de um mentiroso, então ele jogou fora, ignorando o gosto amargo dentro de sua boca.
O silêncio era ensurdecedor, então Jimin ligou a TV e a deixou ligada pelo resto da noite, distraidamente ouvindo as vezes das pessoas conversando. Ele pegou seu telefone e apagou todas as conversas, agradecendo a Deus pelo aparelho ser uma merda o suficiente para não ser capaz de tirar fotos.
Jimin desejou poder ficar com a raiva, mas a dor o estava dominando. Seu coração estava partido e seu orgulho ferido. Jimin sentiu seus olhos ardendo com novas lágrimas, e se permitiu deixar seus sentimentos esmagarem seu corpo com a promessa de que seria apenas por esta noite.
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— Você deveria seriamente se recompor. — Yoongi falou. Jungkook não se importou com as palavras porque não era a primeira vez que alguém dizia isso a ele. Três dias se passaram desde a discussão e ele estava bebendo com Yoongi dentro de seu apartamento. Ele se sentia continuamente cheio de álcool. — Fale com ele, Jungkook.
— Ele não quer isso.
— Tem certeza? Tenho certeza de que o garoto está se sentindo tão destruído quanto você.
Yoongi tinha razão, mas Jungkook ainda não conseguia se ver encarando Jimin.
— O que eu poderia dizer a ele?
— Que você ultrapassou os limites e que é humano e por isso errou, que aprendeu com seu erro e se sairá melhor de agora em diante. — Yoongi respondeu. Não era tão fácil assim, então Jungkook decidiu terminar o uísque em vez de responder. Tudo o que ele conseguia pensar era que ele fez exatamente o que prometeu que não faria: machucou Jimin; e a reação do garoto o estava incomodando. Ele se sentia uma merda. — Não vou ficar aqui vendo você se destruir porque é teimoso.
— Eu não sou teimoso... — Jungkook começou.
Yoongi exalou alto, ele realmente era muito velho para esse tipo de merda, mas Jungkook era uma exceção.
— Você deveria ir ao clube, fazer com que ele ouça você. — Um minuto de silêncio. — Eu vou com você. — Yoongi queria fazer isso para garantir que seu amigo não desistiria, e se sentiu aliviado quando viu uma mudança nos olhos de Jungkook.
Yoongi descobriu que "Christian" estaria trabalhando na noite seguinte, então, depois que se certificou de que seu amigo estava dormindo confortavelmente, limpou a agenda dele para a noite seguinte.
[...]
O lugar estava incrivelmente lotado e Yoongi se sentia desconfortável no mar de gente, ele nunca tinha ido a um clube assim antes. Ele odiava clubes regulares, muito menos esse tipo de lugar onde os corpos eram exibidos para todo pervertido ver. Yoongi não conseguia se lembrar de ter ficado interessado em ter um relacionamento, mas também não podia se chamar de 'cara de uma noite só'. Ele sabia o que acontecia por trás das portas fechadas desses clubes e se perguntou se Jimin já se envolveu com isso também; ele esperava que não.
(O clube também envolve prostituição, mas Jimin e Hoseok são apenas dançarinos)
— Eu acho que J-Hope vai dançar primeiro. — Jungkook murmurou enquanto eles tomavam seus lugares à mesa. Ele sabia que Hoseok iria avisar Jimin sobre ele estar lá, mas isso não importava porque ele esperava por uma sessão privada. Jungkook se calou porque as luzes se apagaram e o ruivo subiu no palco, mexendo o corpo sem vergonha, sincronizando com a música pecaminosa.
Hoseok era muito bom, Jungkook já sabia disso, mas Yoongi parecia pasmo, sua boca aberta igual um peixe fora d'água. Jungkook limpou a garganta e fez o homem mais baixo se assustar, inclinando-se no encosto do pequeno sofá. Pelo canto do olho ele viu a mulher que era a "chefe", então correu em sua direção, dizendo exatamente o que queria.
A dança de J-hope terminou depois de meia hora e Christian veio a seguiu, fazendo o público enlouquecer. Jungkook estudou suas feições e tentou não pensar muito nos olhos vazios. Jimin era expressivo, sedutor, mas não estava sentindo isso completamente, Jungkook podia lê-lo como um livro aberto. A mesa deles ficava no fundo para que o menino não tivesse a chance de notá-los, muito ocupado para entreter os favoritos. A certa altura, Jimin se aproximou da beirada e não vacilou quando várias mãos começaram a acariciar suas pernas, peito e costas, enchendo-o de dinheiro. A dança estava muito mais obscena do que antes e Jungkook sentiu seu interior revirar porque algo estava lhe dizendo que tudo era culpa dele, que Jimin estava fazendo isso porque precisava dinheiro.
Jimin saiu do palco satisfeito consigo mesmo e correu para o vestiário, encontrando Hoseok recém-banhado e pronto para as danças particulares.
— Você os tem enrolado em seu dedo mindinho.
Jimin riu do comentário e pegou uma toalha para enxugar o suor do pescoço. Ele abriu a boca, mas não teve tempo de dizer nada porque o chefe entrou
— Jimin, esta noite é sua noite de sorte. Você tem apenas um cliente para o resto do seu turno.
A situação parecia assustadoramente familiar, então Jimin teve que perguntar:
— Como ele se parece?
— É aquele cara que está obcecado por você há quase um ano. Alto, jovem, bonito.
Jimin sentiu sua pele arrepiar com a informação e balançou a cabeça repetidamente.
— Eu não vou.
— Ele pagou o triplo do preço.
— Eu não me importo, eu não vou encontrá-lo. — A mulher ficou chocada porque era a primeira vez que Jimin recusava um cliente. Uma parte dela queria bater nele e dizer-lhe para não misturar sua vida pessoal com seu trabalho, mas ela sabia que devia ser algo sério já que Jimin era tão contra sobre isso. — Leve qualquer outra pessoa.
— Ok, o que devo dizer a ele?
— Para me deixar em paz. — As palavras saíram de sua boca antes que ele pudesse pensar e ele mordeu o lábio inferior, tirando sangue sem perceber.
Ele foi tomar banho e esfregou o corpo até doer; ele se sentia sujo, mas não havia nada que pudesse ajudá-lo com isso. Ele ia apenas ficar bonito e sorrir para todos os homens safados, a maioria casados, que irão pedir que ele dance. Ele precisava do dinheiro e dançarinos pervertidos ganhavam bastante.
Sua primeira sessão envolveu dois homens, então Jimin se sentiu extremamente desconfortável enquanto conversava porque os dois pediram que ele se revezasse para se sentar em seus colos, suportando seus dedos em sua pele. Ele percebeu as alianças e sinceramente se sentiu mal pelas mulheres que os esperavam em casa, sem ter ideia de quais eram suas verdadeiras preferências.
— Por que você se foi por tanto tempo, querido?
Não era a primeira vez que perguntaram isso.
— Questões pessoais. — Jimin respondeu e se encolheu quando as pontas dos dedos cravaram na parte inferior de suas costas.
— Encontrou um pau bom o suficiente para te satisfazer?
Jimin jogou a cabeça para trás e abriu os olhos, fixando o teto onde um espelho enorme poderia ser encontrado. Auto-aversão não era um estranho para ele, mas esta era sua vida e ele tinha certeza de que ninguém poderia tirá-lo daquele buraco de merda. Ele desistiu da ideia de estudar também porque seu corpo parecia que iria entrar em colapso a qualquer momento, estando exausto 24 horas por dia, 7 dias por semana.
— Alguém te enganou, menino bonito? — A mesma voz desagradável perguntou, fazendo-o sair de seus pensamentos. — Você sempre vai voltar aqui, não é?
— Sim. — Jimin não tinha ideia se respondeu a primeira ou a última pergunta, mas fechou os olhos, tentando imaginar toques amorosos. Lindas mãos cheias de veias acariciando seu corpo como se valesse a pena adorá-lo, uma voz melódica mentindo, dizendo-lhe que ele estava seguro e era amado. Ele gostaria de poder viver dentro das ilusões que ele tem alimentado, porque não havia outro lugar onde ele preferisse estar.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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A principal questão é - você viu isso chegando? Eu chorei muito enquanto escrevia isso, então espero que isso tenha te deixado um pouco emocionado também (todos nós não amamos angústia?)
Mas, falando sério, eu li sobre muitos casos de negligência e abuso infantil e me deixa seriamente doente que crianças são tratadas assim. Eu gostaria de poder estender a mão para eles e aliviar sua dor. Se alguém passou por algo assim, lembre-se de que você é valioso e que merece a vida mais feliz do mundo. Não existe algo como falido ou indigno de amor humano.
Espero que tenha gostado deste capítulo e mal posso esperar para ouvir o que você pensa sobre os personagens! Se coloquem no lugar dos dois antes de tacar pedra. Kkkkkkk
Eu sei que JK errou, mas eu me sentiria frustada em um relacionamento onde não sei nada sobre a pessoa ao meu lado. Principalmente se a relação já tivesse evoluído, quase um ano de namoro. E eu visse meu parceiro tendo sonhos angustiante e não soubesse como ajudá-lo, provavelmente tentaria descobrir o porquê.
Mais também entendo o Jimin e sei que deve ser ruim ter seu passado vasculhado e tal. Porém, na minha opinião, achei que ele exagerou ao tratar JK como um monstro e preferir a vida com esses pervertidos, ainda por cima casados. É como se Jungkook não valesse a pena.
Vamos ver o que acontecerá no capítulo seguinte.
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