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Não visitara aquele lugar havia pouco mais de um ano. Mas as paredes de pedra escavada eram exatamente como as vira da última vez, e a escuridão ainda era interrompida por tochas presas a suportes. Não era a Prisão. Era Sob a Montanha. Mas, em vez do corpo mutilado de Clare empalado à parede alta acima de Ellentya... Os olhos azul-acinzentados ainda estavam arregalados de terror. Foram-se a frieza arrogante, a elevação majestosa do queixo, a determinação e coragem, audácia e alegria. Nestha e Feyre. Tinham feito com elas exatamente, ferimento a ferimento, o que fizeram com Clare. E atrás dela, gritando e suplicando... Ellentya se virou e viu Elain, nua e chorando, amarrada àquele poço imenso. O que certa vez a ameaçaram de sofrer. Feéricos de corpos retorcidos, mascarados, enfiavam estacas nas costas de Michael...

Ellentya tentou se mover. Tentou avançar. Mas estava congelada. Completamente atada por correntes invisíveis no chão. Uma gargalhada feminina subiu do outro lado daquele salão do trono. Do altar. Agora vazio. Vazio porque aquela era Amarantha, caminhando pela escuridão, por algum corredor que não estivera lá antes, mas que agora se estendia até o nada. Rhysand seguia um passo atrás da feérica. Ia com Amarantha. Para aquele quarto. Ele olhou por cima do ombro para Ellentya, apenas uma vez. Por cima das asas. As asas, que estavam abertas, que Amarantha veria e destruiria logo depois de...

Ellentya gritava para que Rhysand parasse. Debatendo-se por aquele laço. As súplicas de Elain e Michael se elevaram, mais e mais alta. Rhys continuou andando com Amarantha. Deixou que ela pegasse sua mão e o puxasse... E ela não conseguia se mover, não conseguia impedir, nada daquilo... Mas então ela ja não estava mais presa ao chão por alguma corrente mágica, não, estava deitada novamente sobre aquela pedra fria, presa a correntes enquanto Amarantha se aproximava novamente com seus brinquedos de tortura...

Elle fora puxada para fora do sonho como um peixe que se debate em uma rede lançada no fundo do mar. E quando emergiu... Só estava ali pela metade. Metade dentro de seu corpo, metade Sob a Montanha, observando enquanto...

— Respire. — a palavra era uma ordem. Envolta naquele comando primitivo que Rhysand tão raramente empunhava. Mas meus olhos se concentraram. O peito de Ellentya se elevou. Voltando um pouco mais para o seu corpo. — De novo.

E ela o fez. Seu rosto surgiu, luzes feéricas murmurando ao ganhar vida
dentro das lâmpadas e das tigelas de seu quarto. Suas asas estavam fechadas com firmeza, emoldurando os cabelos embaraçados, o rosto pálido. Rhys. Seus ossos tinham se tornado frágeis, seu estômago era uma confusão revirada. Fechando os olhos, combateu a náusea. Terror ondulante manteve as garras bem enterradas. Ela ainda conseguia ver: a forma como Amarantha o levou por aquele corredor. Até... Ellentya teve ânsia, virando-se para a beira do colchão, e se segurando com força
enquanto seu corpo tentava esvaziar seu conteúdo no tapete.

A mão de Rhys foi imediatamente para suas costas, fazendo círculos tranquilizadores. Completamente disposto a permitir que ela vomitasse bem do lado da cama. Mas ela se concentrou na respiração. Em abafar aquelas lembranças, uma a uma. Memórias pintadas de novo. Ela ficou com metade do corpo para fora da cama por vários minutos. Rhys esfregava suas costas o tempo todo enquanto se mantinham o mais próximo que podiam dela.

Quando finalmente conseguiu se mover, quando a náusea passou... Ela se virou de novo. E ver aquele rosto... Ellentya passou os braços por sua cintura, agarrando o mais forte que pode enquanto Rhys dava um beijo silencioso em seu cabelo, lembrando-a diversas vezes de que tinham saído. Tinham sobrevivido. Nunca mais... nunca mais ela deixaria que alguém o ferisse daquela forma. Que ferissem suas irmãs daquela forma. Nunca mais.

Ellentya deixou que Rhysand a carregasse para o banheiro, enchendo a banheira com água morna. Devagar, mais do que o necessário, Rhysand entrou dentro com ela após tirar suas roupas. Ainda estava se acostumado a entrar em aguás daquela maneira, um processo lento para afugentar a lembrança... Mas Ellentya ja não tinha crises de pânico, a ideia de se afogar ja não asssustava tanto quanto antes.

— Quer falar sobre? — Rhysand fazia círculos preguiçosos nas costas da parceira. —

— Estou com medo, medo de tirarem você de mim, de machucarem eles novamente — suspirou, o temor era uma mera sombra agora. —, isso... isso abriu algumas feridas que estão cicatrizando lentamente ainda.

— Ninguém vai me tirar de você, não mais, nunca mais. — beijou seu ombro — E suas irmãs estaram seguras. Vamos passar por isso, eu prometo.

Ellentya acenou, com tudo que acontecia a promessa parecia quase vaga, mas ela estava disposta a torna-la concreta, nem que precisasse vender sua alma e se quebrar em dez mil pedaços outra vez. Ela se aninou no parceiro, fechado os olhos quando se tornaram pesados, e alguns minutos estava dormindo novamente, mas daquela vez sem pesadelos, um sonho leve que apenas os braços do seu parceiro pareciam proporcionar a ela.

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— Então o Entalhador de Ossos a Tecelã são irmãos? Que maravilha, ainda tem um terceiro, Koschei, não é? — Feyre assentiu. — Uma ameaça em potencial? — perguntou para ninguém em específico. —

— Não por agora. — Lucien respondeu. — Ele quer o espelho de Uróboro em troca de ajudar na guerra, disse que está na Cidade Escavada sobre o domínio de Kier.

— Vou ver o que consigo. —  aquilo sigficava que tentaria ser civilizada antes de partir para agressão ou roubo, Ellentya não dava a mínima no fim das contas naquela altura quando precisavam de qualquer chance. Ela levou o café a boca, os olhos gravando um momento que demoraria acontecer novamente, eles reunidos. — Quando vocês partem para o continente?

— No fim da tarde. Por quê? — Lucien a olhou com cautela, uma que não passou despercebida dos outros, ela deu apenas um aceno de confirmação antes de disparar o que o ruivo precisava saber para o encontro. —

— Nada.

— E o pai de vocês, como fica nessa história? — Demétria perguntou —

— Lionel não é meu pai, morto ou vivo não fara diferente para mim. — a frieza no tom da mais jovem Archeron assustou a Feyre, que parecia levar um tapa com palavras dela. —

— Não fale assim Elle. Todos erramos e buscamos melhorar, ele pode fazer o mesmo... se desse uma chance. — falou baixo, havia pesar nos olhos azuis. Ellentya admirava a irmã pelo coração que tinha, mas as vezes a achava boa demais. —

— Não existe chance para ele. — se encolheu levemente. Ela nunca conseguiria perdoar Lionel, não importasse o que ocorresse. —Ele é o seu pai, seu e de Nestha e Elain, não meu, então fiquem com a responsabilidade do que quer que envolva ele, só não me envolvam.

O silêncio que recaiu fora terrível, apenas o barulho dos talheres sobre a louças enquanto comiam. A troca de olhares para saber qual era problema entre ela e o homem do outro lado do continente era perspectivo para Ellentya, mas ignorou. A relação entre Ellentya e o pai da irmãs sempre fora um assunto... delicado, nem mesmo Rhysand sabia exatamente os motivos de todo ódio que envolvia a situação, não quando a parceira apenas falara que o homem não a aceitava porque era filha de outro, fruto de uma traição, o que ja era bastante para compreender uma parte.

Ellentya mastigara com mais rapidez a comida, desejando que acabasse logo para oculpar seu tempo com afazeres. Falar de Lionel com alguma das suas irmãs sempre a deixava irritada, mesmo que entendesse o sentimento delas por Lionel, porque nunca terem sido alvos das palavras venenosas e crueis do macho, por nunca terem presenciado o quão cruel ele poderia ser com uma criança porque era covarde ao ponto de fazer escondido delas, e Ellentya nunca contará nada. Ela apenas não diluiria seu ódio, mas sabia que não podia esperar que as irmãs sentissem o mesmo sem saber da verdade... Porém ela não sentisse preparada para contar, como não sentiasse com metade das coisas que ja tinham lhe acontecido.

— Eros, poderia levar Nestha com você? — pediu, quebrando o silêncio. O pedido parecia ter pegado todos de surpresas. Feyre a olhou como se fosse uma quebra-cabeça impossível de montar, Cassian parecia em uma mistura de emoções que a mesma não quis decifrar. Rhysand e Azriel apenas ergueram uma sobrancelha, Moon, Demetria e Eros não tinham noção dos planos para rainha, mas confiavam em suas decisões então não questionaram. —

— Nossa irmã? Por quê? Sabe que ele vai passar no acampamento illyriano ainda não é?

— Meus negócios Feyre, meus  negócios. — seu tom e o gesto sutil de mão indicava que aquele seria o máximo de informação dada, e que não deveriam insistir mais nele. — Eros, tome cuidado. Quero minha irmã em segurança.

— Sim senhora.

— Volte antes de irmos para Cidade Escavada.

✧━✧━✧━✧

A reunião com líderes de alguns vilarejos tinha levado mais tempo do que Ellentya tinha planejado, impedido até mesmo ver Feyre e Lucien antes de partirem em missão, mas desejara boa viagem a ambos pela mente.

Assim que a reunião acabou Rhysand levou Ellentya até a Casa do Vento, indo para um quarto que ficava um andar acima da biblioteca, protegido por tantos feitiços que até mesmo ele levou alguns momentos para passar. Apenas ele e ela — e quaisquer futuros filhos, acrescentou Rhys, com um sorriso sutil — podíamos entrar. A não ser que levassem convidados. A câmara era uma escuridão fria, como se tivessem entrado na mente de alguma besta dormente. E dentro do espaço redondo reluziam ilhas brilhantes de luz. De joias.

Dez mil anos em tesouros.

Era perfeitamente organizada, com plataformas e gavetas abertas, e bustos, e estantes. As joias da família, contou Rhydand enquanto a conduzia para o interior, nem todas estavam ali, as peças que não gostavam eram guardadas na Corte de Pesadelos para que eles não fiquem irritadinhos, e porque, às vezes, eles as emprestamos à família de Mor, mas aquelas eram para a família. Ele a levou além de vitrines que brilhavam como pequenas constelações, o valor de cada uma... Mesmo tendo convivido anos com um mercador, Ellentya não acreditava que podia calcular o valor de nenhuma delas.

Nos fundos da câmara, envolta em uma escuridão mais pesada entalhada na rocha havia uma parede inteira de coroas. Cada uma tinha o próprio descanso, coberto com veludo preto, cada uma iluminada por lagartas luminosas. Conforme passsavam as minúsculas esferas azuladas incrustadas nos arcos de cada nicho pareceram brilhar como o céu noturno.

— Escolha uma — sussurrou Rhys em seu ouvido quando abraçou por trás. — Escolha qualquer coroa de que gostar.

— Não posso simplesmente... pegar uma.

— Claro que pode. Elas pertencem a você. — ela tombou a cabeça para encontrar o rosto dele, as manchas pratas brilhando ainda mais no mar violeta, e como se tivesse lido os pensamentos dela continuou: — Pela lei e pela tradição, isto é tudo seu. Venda, derreta, use-as, faça o que quiser.

— Não se importa com elas?

— Ah, tenho peças preferidas que posso convencê-la a poupar — a virou para si, beijado seus lábios suavemente, tão cheio de amor e carinho que ela suspirou entre os lábios. —, mas... Isto é seu. Até o último pedaço. Agora escolha.

Ellentya deu um passo a frente. Ela olhou aqueles corredores repletos de coroas, então para as joias que estavam atrás de si. Tudo seu, as palavras continuariam ecoando em sua mente por um bom tempo. Ela permitiu que a coroa a chamasse. Não queria escolher por estilo ou conforto, mas pela atração que sentisse por uma delas, como se fosse aquele anel no chalé da Tecelã.

Caminhando até o meio, sua mão retirou o véu de uma delas, a escolhida. A coroa era feita de ouro e diamantes, toda desenhada com arabescos de estrelas e várias fases da lua. O ápice em arco sustentava uma lua crescente de diamante sólido, acompanhada por duas estrelas explodindo. Ellentya a tirou do apoio e mostrou para o parceiro, e a emoção que iluminou
seu semblante foi suficiente para fazer com que abrisse um sorriso radiante.

Rhysand a beijou novamente antes de levá-la pora fora, ainda tinham trabalho a fazer, e aquele não era o favorito de nenhum.

Duas horas depois Ellentya parou enfrente ao espelho, admirando o caimento perfeito do vestido em seu corpo. O tecido escuro e luxuoso fluía ao redor dela, abraçando suas curvas com elegância. Os detalhes intrincados dos bordados dourados, pareciam raios de sol capturados, serpenteavam pelo corpete e desciam até a saia longa com duas fendas generosas, que deixava suas pernas expostas a cada passo. Ela mesma fez sua maquiagem, de uma maneira que realçasse os olhos acinzentados e a boca desenhada e carnuda, deixado ainda mais bela.

— Você está linda como sempre, meu bem. — Rhysand disse ao colocar a coroa que ela escolheu cuidadosamente e respeitosamente sobre a trança que
tinha prendido no alto de sua cabeça. A coroa gêmea surgiu no alto da cabeça dele um momento depois. O Senhor e Senhora da Noite. Se Rhysand era a Noite Triufante, Ellentya era a Noite Gloriosa e Estrelada. — pronta para ser maligna?

— Dessa vez — sussurrou, beijando a gavinha de tatuagem que despontou logo acima do colarinho do casaco preto de Rhys —, eu faço Keir implorar.

Alguém bateu na porta impedido de aprofundarem o beijo, Rhysand resmungou antes de afastar da parceira que riu baixo. Nestha estava do outro lado da porta, as mãos cuidadosamente na frente do corpo enquanto seus olhos enigmáticos pareciam procurar algo, alguém antes de pedir para falar com a irmã. Rhysand olhou para Ellentya, que assentiu e pediu que a irmã entrasse, e com um olhar dispensou o parceiro. Nestha permanceu em silêncio por mais um minuto após o macho sair do cômodo, então disse:

— Você está linda.

— Obrigado, você também.

De fato, Amren não vestira Nestha com teias de aranha e poeira estelar, e não vestira Nestha com o próprio estilo, calça larga e blusa expondo a barriga. Mantivera o traje simples. Brutal. O vestido de um preto impenetrável escorria até o piso, justo no corpo e nas mangas, com o decote delineando a base do pescoço pálido. Os cabelos de Nestha tinham sido presos em um penteado simples para revelar as maçãs do rosto, a clareza selvagem dos olhos. Ellentya olhou o reflexo das duas no espelho, notado o quanto pareciam ainda mais uma com a outra depois de se tornarem feéricas, como os traços herdados da mãe eram eram mais evidentes.

— Aconteceu alguma coisa? —  suas sombras tinham contado que ela voltara com Eros a menos de uma hora do refúgio. —

— Conheci a dona de uma loja no Refúgio do Vento que teve as asas cortadas. — Não parecia ser o verdadeiro assunto que queria tratar, mas Elle deixou a irmã falar, o quanto quisesse. — Por que os illyrianos fazem
isso?

— Para controlar as mulheres. — disse com um ódio silencioso. — É uma tradição antiga. Rhys e Cass tentaram acabar com isso tornando ilegal, mas a mudança leva um tempo entre os
Grão-Feéricos. Para canalhas teimosos como os illyrianos ainda mais. E bem, vamos dizer que meu parceiro e o general gostam de diálogos até demais, o que torna tudo mais lento.

— Ela disse que as coisas tinha melhorado um pouco depois da sua visita lá, o que você fez? — Ellentya sorriu. —

— Ameaçei matar todos, sou ótima dado espetáculos, ainda mais causando medo. Mas isso não trouxe uma grande revolução.

— Ainda alguma coisa comparado os últimos anos. — Nestha parecia repetir algo que escutara. — Por quê pediu que aquele macho me levasse aquele santuário?

— Você não quer falar comigo, me deixar ajudar... achei que se conhecesse outras pessoas pudesse se abrir — deu de ombros —, elas tem histórias de lutas e sobrevivência, não sei, imaginei que ajudaria você a perceber que por mais terrível que as coisas tenha sido ou estejam sendo ainda tem esperança e força para lutar por um futuro melhor, por felicidade e paz.

Nestha ficou em silêncio, seus olhos presos nos da irmã. Ellentya deixou que ela lesse tudo, deixou a verdade transparecer.

— Rhysand sabe?

— Não, ainda não. Meu parceiro não é lá a figura mais querida do mundo devido ao seus métodos... Bem ele saberá no momento certo.

— Poderia levar Emerie lá? Eros me contou que estão tentando achar uma solução para as asas. — Ellentya escondeu o sorriso com a menção da fêmea, talvez fosse alguém que sua irmã pudesse se abrir afinal. —

— Claro que pode, basta pedir a Eros que leve-a da próxima vez que forem visitar o santuário. E sim, Aegon está em busca de uma maneira, mas as asas e o modo que foram cortadas dificulta muito as coisas, é um trabalho complicado e minucioso, mas acredito que conseguiremos ajudar.

— Elain sempre esteve certa, você nasceu para isso, para grandeza da realeza. — Ellentya suas bochechas esquentarem. —

— Bem, temos uma sub-corte para visitar. — entrelaçou seus braços. — Uma coisa, não precisa se ajoelhar, você é uma Archeron, e não curvamos diante de ninguém. — algo brilhou nos olhos de Nestha antes dela assentir. —

Ellentya deixou que suas sombras abrissem as grandes portas do salão em um baque estrondoso. Todo salão olhou, se divido em dois para formar um caminho até a plataformar onde o trono ficava. Somente um trono, como Rhysand tinha planejado. Eles começaram a andar em sincronia, como se tivessem ensaiado. Cassian e Azriel estavam na frente com suas asas fechadas e sifões brilhando levemente, Nestha erguia o queixo a cada passo que dava ao lado Amren, Eros e Demétria seguiam logo atrás, mantendo o mesmo olhar mortal e perigoso que os demais.

Então Rhysand e Ellentya surgiram assim que seus amigos se posicionaram na base do altar. Os Grão-Senhores da Corte. Eles eram os retratos do poder personificado ali, capazes de desencadear uma violência fria e destruidora que abalaria terras e mares, o mundo. Eles poderiam ser deuses do pecado, coroados e reluzentes, prontos para levar qualquer um a loucura e desejo, e agiam exatamente como se soubesse daquilo.

Ellentya manteve a cabeça erguida, e as costas, esticadas, quando deixou Rhysand conduzi-la pelas escadas, subindo os poucos degraus. Na direção daquele trono solitário. Rhys apenas piscou um olho conforme graciosamente a escoltou até o trono, o movimento simples e suave como uma dança. A multidão murmurou quando ela sentou, e a pedra preta estava gelada contra suas coxas expostas. Todos imediatamente arquejaram quando Rhys apenas se recostou no braço do trono, lançou um sorriso debochado a fêmea e disse à Corte dos Pesadelos:

— Curvem-se.

Os rostos dos cortesãos eram ainda uma mistura de choque e desdém quando todos se ajoelharam. Ellentya olhou  para Nestha, Eros e Demétria que diferença dos demais permaneceram em pé, como os tinha instruído, apenas curvado a cabeça em sinal de respeito. Seus olhos refletiam maldade e perigo quando olhou para Keir, para a fêmea a seu lado, para qualquer um que ousasse a encarar. Alguns membros da corte desviaram o olhar.

— Interpretarei a ausência de dois tronos como consequência do fato de
que esta visita aconteceu às pressas — disse Rhys, com uma calma letal. — E deixarei que todos escapem sem serem esfolados como meu presente de parceria a vocês. Nossos súditos leais — acrescentou Rhys, com um leve sorriso. —

A boca que ela pintara de um vermelho tão, tão escuro se abriu em um sorriso preguiçoso. Gavinhas de poder serpentearam na direção do altar, mas não ousaram ultrapassar o primeiro degrau. Estavam a testando... mas sem chegar perto o suficiente para ofender Rhysand. Ellentya deixou que rastejassem para mais perto, farejando, quando falou para Rhys, para o salão do trono:

— Certamente, meu amor, eles gostariam de se levantar agora. — Rhys sorriu para ela, e depois, para a multidão. —

— Levantem-se.

E eles se levantaram. E algumas daquelas gavinhas de poder ousaram
subir o primeiro degrau. Ellentya golpeou. Três arquejos soaram pelo salão murmurante, sufocados, quando ela chocou magia afiada como uma garra contra aqueles poderes curiosos
demais. Enterrandobprofunda e violentamente. Um gato com um pássaro sob a pata. Diversos pássaros. As sombras entraram em jogos, rastejando entre as pessoas com serpentes prontas para dar um golpe falta.

— Desejam isto de  volta? — perguntou, em voz baixa e perversa, para ninguém em especial. Perto do pé do altar, Keir olhava com raiva por cima do ombro, a coroa prateada reluzia sobre os cabelos loiros. Alguém soluçou no fundo do salão. — Achei que meus belos feitos com poder tinha chegado a todos, que não precisariam me testa. — seu dedo brincou na cabeça da besta entalhada no trono com tédio. — Mas vejam só, parece que as informações não chegam aqui e a curiosidade foi maior do que amor a própria vida.

— Não sabem — ronronou Rhys para a multidão — que não é educado tocar uma dama sem permissão? — Em resposta, Elle enterrou ainda mais aquelas garras escuras, e a magia de quem quer que tenha ousado a testar se debatia e pinoteava. —

— Comportem-se — cantarolou para a multidão. E soltou. Três borrões separados de movimento disputaram sua atenção. Alguém tinha atravessado imediatamente, fugindo. Outra pessoa desmaiara. E uma terceira se agarrava a quem quer que estivesse ao lado, tremendo. —

Amren e Nestha se aproximaram do pé do altar. Sua irmã mais velha encarava
como se jamais tivesse a visto. Ellentya não ousou tirar a máscara de frieza divertida. Não ousou perguntar se os escudos de Nestha estavam de pé — se
alguém acabara de tentar testá-la também. A expressão imponente da própria Nestha não exibia nada. Amren fez uma reverência com a cabeça para Rhys, para Elle.

— Peço dispensa, Grão-Senhores. — Rhys gesticulou com a mão desinteressada. —

— Vão. Divirtam-se. — foi ela a dizer ao indicar a multidão atenta com o queixo. — Comida e música. Agora.

Ellentya foi obedecida. Imediatamente.
Nestha e Amren sumiram antes que a multidão pudesse começar a se dispersar, caminhando direto para aquelas portas imponentes, para dentro da escuridão. A fim de brincar com parte do tesouro mágico guardado ali; a fim de dar a Nestha algum treino para quando Amren descobrisse como consertar a muralha. Algumas cabeças se voltaram na direção das duas  —depois, rapidamente, se desviaram quando Amren reparou nelas. Quando exibiu parte do monstro dentro de si.

Ellentya voltou atenção para o parceiro, que flexionou o dedo na direção de Keir e falou:

— Sala do conselho. Em dez minutos.

(✨️) Olannnn!!!!! Oh que resolveu dar sinal de vida :) tudo bem com vocês? Sentiram saudades da fanfic como estava sentido? Espero que sim, caso contrário vou sumir por quatro meses agora kkkkkk.

(✨️) Nem sei explicar a loucura que minha vida se tornou ultimamente, não estava com tempo PARA NADA literalmente nada além de resolver problemas. Ainda estou atolados neles, mas um pouco menos, suficiente para me permitir voltar a fazer coisas que gosto, como escrever. Enfim, não vou dizer que a rotina será a mesma de antes, de postar capítulo todo final de semena, entretanto, vou tentar ao máximo não ficar muito tempo sem atualizar.

(✨️) Minha intenção era deixar o capítulo totalmente focado na Cidade Escavada, mas quando vi estava escrevendo outras coisas que movem os plots, então vou deixar o caos reinar no próximo capítulo mesmo. Espero que vocês tenham gostado, não esqueçam que os votos e comentários são peças fundamentais para a história continue sendo atualizada. E eu, como escritora, tenha ânimo para continuar escrevendo, então não se esqueçam deles por favor.

(✨️) Até os próximos capítulos.💫

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