— Nós serviremos de exemplo, menina– explicou Amren a Nestha.– Prythian. Estávamos entre os mais destemidos defensores e negociadores do Tratado. Hybern quer reivindicar Prythian não apenas para abrir caminho até o continente, mas para mandar uma mensagem do que acontece com territórios de Grão-Feéricos que defendem o Tratado.

— Mas é claro que outros territórios protegeriam Prythian, não é?– Elain perguntou timidamente, os olhos grandes–

— Não tantos quanto esperávamos– admitiu Rhys, estremecendo.– Há muitos, até demais, que também se sentiram esmagados e sufocados durante esses séculos. Querem as antigas terras de volta, abaixo da muralha, e o poder e a prosperidade que vinham com elas. Sua visão do passado foi deturpada por quinhentos anos de lutas para se ajustar e prosperar.

— Aqueles comandantes de Hybern foram tolos ao revelar os planos com relação a quebrar a muralha.

— Ou talvez soubessem como a informação chegaria até nós, e seu mestre quer nos deixar confusos.– Lucien contrapôs–

— Está falando de destruir a muralha pelos buracos já existentes?– Feyre perguntou, um aceno do queixo marcado quando Amren indicou os livros ao redor.–

— É um feitiço complexo, uma brecha na magia que sela a muralha.

— E deixa implícito– explicou Moon, franzindo a testa intensamente– que algo pode estar faltando no Caldeirão.

— Porque o Caldeirão deveria conseguir derrubar aquela muralha sozinho, certo?– Michael questinou–

— Certo– respondeu Rhysand, caminhando até o Livro na mesa de
cabeceira. Não ousou tocá-lo.– Por que se dar o trabalho de buscar aqueles buracos para ajudar o Caldeirão quando poderia libertar o poder do artefato e acabar com tudo?

— Talvez tenha exaurido seu poder ao nós transformar e aquelas rainhas.

— É provável, Feyre– disse Rhys, caminhando de volta ao lado da parceira, que estava silenciosa.– Mas, se ele vai explorar aquelas fendas na muralha, precisamos encontrar uma forma de consertá-las antes que possa agir.

— Estes são feitiços para remendar?– Feyre perguntou a Amren.–

— Estou buscando—respondeu ela, entre dentes.– Ajudaria se  alguém arrastasse a bunda até a biblioteca para fazer mais pesquisa.

— Estamos à disposição– replicou Cassian, com uma reverência–

Ellentya mantinha a concentração na reunião ao mesmo tempo que buscava desculpas plausíveis sobre informações que tinha descoberto sem envolver seu acordo com Deamon e Jurian, ela não queria esconder aquilo dos amigos, mas não queria entrar em uma clara discussão sobre seu ato impulso em confiar em inimigos. Ela mesmo se questionava sobre aquilo, mesmo que, até aquele momento, ambos tivesse oferecido informações e se mostrando de fatos aliados. Em outra acusação ela falaria sobre seus acordos perigosos.

— Então, precisamos encontrar uma forma de remendar a muralha antes que Hybern use o Caldeirão para quebrá-la. E travar essa guerra antes que mais algum outro território se junte ao ataque de Hybern. E, por fim, pegar o próprio Caldeirão. Mais alguma coisa?– Aegon listou, mas apesar do seu tom de humor suas expressões entregavam a preocupação ali. Rhys por vez falou atrás de Ellentya, a própria voz cuidadosamente casual:

— Isso resume tudo. Assim que uma força puder ser reunida, enfrentaremos Hybern.

— Apesar dos acontecimentos, as legiões illyrianas estão quase prontas– respondeu Cassian.–

— Não — disse Elle. — nem mesmo se ressurgir com os exercitos de Adhara será suficiente para combater Hybern e seus aliados. Tem que ser uma força maior. Uma força não somente da Corte Noturna, Primaveril e Adhara, mas de toda Prythian. Nossa única chance decente de encontrar aliados nesta guerra.

— Quer marcar uma reunião com os Grão-Senhores?– Amren semicerrou os olhos na direção da Grã-Senhora, mas a mesma apenas pouco as duas mãos sobre mesa–

— Eu e Ayla pensamos nisso algumas semanas, então resolvemos.... adiantar o processo, Lucien enviou convites a todos os Grão-Senhores de Prythian a duas semanas. Para uma reunião em algumas semanas. Está na hora de vermos quem está do nosso lado. E de nos certificar de que entendem as consequências se não ficarem.

— Sempre um passo a frente– ronronou Rhysand–

— Um, dois ou três, quantos forem necessários para ganhar essa guerra. E que história é essa "de apesar dos acontecimentos?"– houve uma troca de olhares entre o general e o Grão-Senhor, que apenas assentiu com um suspiro cansado–

— Não é nada agravante, isso ja acontecia antes de Amarantha, durante seu poder as coisas se intensificaram– gesticulou Amren, interrompendo a fala de Cassian– tinha parado durante alguns meses após a queda mas...

— Está me deixado mais nervosa, inferno! O que esta acontecendo?

— Alguns illyrianos andam... desaparecendo, principalmente fêmeas e crianças. Isso ja acontecia, as raras pessoas que conseguiam abandonar as tradições do nosso povo para tentar algo melhor. — Cassian disse fuzilado Amren, que não moveu um músculo– isso voltou acontecer, pesssoas indo embora... desaparecendo, como quiser chamar, não afeta diretamente nossos exércitos, mas é preocupante.

— Eu estou investigando isso pessoalmente.– Moon garantiu. Ellentya a olhou com alívio, um sorriso agradecimento ao acenar.–

Horas passaram com todos dentro do escritório, discutindo informações adquiridas durante os seis meses que Ellentya e Lucien tinham passando na Corte Primaveril, montando planos para possíveis situações futuras enquanto explicavam aos novos membros o necessário sobre as Cortes e suas políticas. Ellentya tinha se erguido, caminhando até a janela quando cansou de ficar horas sentada, os olhos vagando vez ou outra pela cidade ao redor, buscando alguma calmaria para o caos dentro do cômodo.

Ellentya desviou atenção novamente para os amigos, achando que aquela era a parte mais difícil de tê-los como membros políticos, acabavam, sem querer, misturando as emoções familiares com as obrigações de suas determinadas funções. Mas, supôs, que estariam lidando da melhor maneira possível, que talvez pudesse ser muito pior. Ela esperava que estivesse certa. Sentando novamente, Ellentya virou uma dose do whiskey para suportar o que mais pudesse vir, ainda mais quando ainda tinha outros assuntos oficiais para resolver.

— Aegon você vai para Corte Primaveril, Ayla precisara de ajuda nesse começo e também podera desenvolver os antídotos e venenos que estavamos planejado– ordenou sem olhar para o macho, lendo os relatórios que os espiões de Azriel tinha feitos sobre as últimas movimentações dos inimigos.–

— Não era ele que ajudaria com... com as visões?

— Sim irmã. Você e Michael devem partir com ele também para Primaveril.– Ellentya não precisava mas ainda sim olhou para Nestha e Feyre que pareciam prestes a debater sobre mandar a irmã para longe, mas Elain interrompeu.–

— Se for o necessário para ajudar.

— É muito necessário. Aegon e Ayla saberam cuidar e lidar muito bem com a situação, não se preocupem.– a última parte foi direcionada as outras irmãs– Lucien preciso que vá em busca de Vassa, ela pode ser uma grande ajuda para nós e para o reino humano quando aquelas malditas rainhas morrerem.

— Vou com ele.– Feyre deu um passo a frente com determinação.–

— Preciso de você para a reunião dos Grão-Senhores...

— Podemos voltar antes da reunião, e, caso não obtivermos sucesso até lá, voltaremos a missão quando a reunião acabar.– a Grã-Senhora levou mais minutos do que parecia necessário para considerar aquilo, não queria afastar sua irmã e o parceiro, mas existia coisas a serem feitas. Ellentya segurou a vontade de suspirar, outra vez estava dividida entre os deveres e o sentimento pela sua irmã. Ela teria que aprender a lidar com aquilo.–

— Podem permanecer juntos até a reunião dos Grão-Senhores– decretou, sem una resposta era difícil estimar uma data, mesmo que supõe-se que seria semanas até a resposta e o encontro, um tempo que conciderava mais que bom para a irmã e amigo.– depois, caso Lucien precise voltar para o continente a procura de Vassa, você vai ficar aqui para exercer seu cargo de emissária da Corte Noturna. E isso não está aberto a discussões.— fêmea voltou atenção para Demétria, não querendo ver o que estava nos olhos da irmã com a ordem, pelo silêncio dos demais perguntou se era ruim. —

Rhysand fazia círculos com o dedo nas costas da parceira, uma forma discreta de apoiá-la e consolação. O macho também sentia a leve dor que o afastamento necessário da família para cumprir funções necessárias causava, que guerras sempre eram ruins e dolorosas. Rhysand não sabia dizer entre as diversas situações, qual era a pior parte, mas, talvez, saber que passsaria semanas ou talvez meses sem terem jantares e momentos tranquilos em família estaria entre as mais dolorosas. Ele sabia que a sensação de paz não era duradoura, eles sabiam, que aquilo aconteceria, mas não se tornava mais fácil quando em alguns dias parte deles partiriam em missões.

Os olhos violetas vez e outra estava na parceira, tentando decifrar o que mais deixava ela tensa além da guerra. Rhysand conhecia a parceira bem para saber que algo encomava, que queria falar alguma coisa mas parecia receiosa com qualquer quer que fosse o teor do assunto. Ele não insistiria, sabia que ela o contaria quando sentisse confortável.

— Enquanto a mim?– Nestha questinou–

— Você vai treinar com Cassian aqui, e quando acabar vai ajudar Amren a saber se existe mesmo meios de consertar os buracos na muralha com nossos poderes, ela também vai ajudar com seus poderes, e quando estiver ocupada Eros fara isso.– silêncio. Ellentya lançou um olhar repreensivo para Cassian quando sorrira provocativo para Nestha, que parecia prestes a desistir de ajudar. Mas Azriel interviu antes–

— Posso ajudar no seu treinamento também, quando estiver livre– uma intermediário entre o caos que o general e a mais velha das Archeron poderiam ser e fazer, Ellentya estaria mais agradecida se aquilo não fosse colocar mais trabalho no ombro do Mestre-Espião. Nestha avaliou por longos segundos, que mais pareciam horas, mas disse:

— Ao fim desta guerra, eu quero o rei, as rainhas, todos eles mortos. Prometam que matarão todos, e ajudarei a consertar a muralha. Eu ajudarei a procurar e treinarei com ela– um aceno com o queixo para Amren–, irei treinar com o... seu general, ou o que quer que seja necessário... Eu o farei. Mas somente se me prometerem isso.

— Se treinar de fato, Nestha Archeron, você mesmo podera matar eles– Rhysand disse–  e talvez precisemos de sua assistência durante a reunião com os Grão-Senhores... para dar testemunho às outras cortes e aos aliados do que Hybern é capaz. O que foi feito a você.

— Não.

— Não se importa de consertar a muralha ou treinar com quem vive querendo voar no pescoço, mas falar com pessoas é onde traça um limite?– a boca de Nestha se contraiu com as palavras de Amren.–

— Não.

— A vida das pessoas pode depender de sua versão dos fatos. O sucesso dessa reunião com os Grão-Senhores pode depender dela.– Nestha segurou os braços da cadeira, como se estivesse se contendo.–

— Não seja condescendente comigo. Minha resposta é não. Feyre estará lá.

—Mas a presença de todos será... bom– Ellentya disse olhando de relance para Michael e Elain antes de voltar para Nestha–  Entendo que o que aconteceu com você foi terrível...

— Você não faz ideia de como foi ou de como não foi. Nenhuma. E não vou me prostrar, como um daqueles Filhos dos Abençoados, implorando a Grão-Feéricos, que teriam alegremente me matado quando era mortal, para que nos ajudem. Não vou contar a eles aquela história, minha história.

— Os Grão-Senhores podem não acreditar em mim apenas, o que torna
você, Elain e Michael testemunhas valiosas...– Feyre tentou–

— Então, o problema não é meu se vocês não são confiáveis. Ajudarei
com a muralha, mas não vou prostituir minha história para ajudá-los.

— Tudo bem.–  Grã-Senhora interviu na possível briga, mas Feyre a olhou, irritada com o fato de aceitar facilmente o que a irmã queria, sem impor ordens, como tinha feito com ela. Ellentya não mostrou nada, não caso seus planos para Nestha pudessem fazer a irmã ajudar na reunião.–

— Outra reunião precisa ser feita, e logo– Rhysand tomou atenção, diminuindo a tensão no ambiente–

— Por favor, não diga que teremos de ir à Corte dos Pesadelos– resmungou Cassian, virando uma dose do whiskey, o que a maioria ja tinha feito depois de tantas horas ali, Rhys ergueu a sobrancelha.–

— Não está com disposição para aterrorizar nossos amigos por lá?

— Quer pedir ao pai de Mor que lute na guerra — disse Amren a Rhys.–

— O que é a Corte dos Pesadelos?– indagou Nestha e Michael ao mesmo tempo. Lucien respondeu:

— O lugar onde, para o resto do mundo, fica a maior parte da Corte Noturna.– ele indicou o queixo para Rhys.– A sede do poder dele.

— A legião de Keir, Precursora da Escuridão, é tão considerável que uma reunião se faz necessária.

A última reunião terminara com o braço de Keir quebrado em tantos lugares que ficara inerte. Ellentya duvidava de que o macho estivesse inclinado em os ajudar no futuro próximo, talvez por isso Rhys quisesse a reunião, uma meio pacífico e diplomático, totalmente diferente as intenções dela caso o administrador ousasse a resuar a lutar.

— Por que simplesmente não ordenar a eles? Não o obedecem?– Nestha tinha as sobrancelhas franzidas. Cassian soltou um respiração profunda quando massegou a letaral da cabeça–

— Infelizmente, há protocolos em vigor entre nossas duas subcortes com relação a esse tipo de coisa. Eles basicamente se governam, com o pai de Mor como administrador.

— O administrador da Cidade Escavada tem o direito legal de se recusar a ajudar meus exércitos– explicou Rhys a Nestha, aos demais que não sabiam.– Foi parte do acordo que meu ancestral fez com a Corte dos Pesadelos há tantos mil anos. Eles permaneceriam dentro daquela montanha, não nos desafiariam ou perturbariam além de suas fronteiras... e teriam garantido o direito de não ajudar em caso de guerra.

— Eles são tão... ruins assim?– Elain perguntou–

— Sim, mesquinhos e cruéis.– Amren falou–

— O lugar não é apenas crueldade, mas as poucas almas decentes precisam entrar no jogo da corte se quiserem se manter.

— Elas não podem partir?

— Para essas pessoas, os sonhadores, dei a chance de partir da cidade– Rhysand havia contando aquilo a parceira assim que assumirá o título de Grã-Senhora, quando explicava sobre os valores destinados a negócios na outra corte deles.– mas muitos não teriam para onde ir fora da montanha, o mundo olha apenas de onde você é e nada mais? Mesmo que não fosse tão influente quanto na Cidade Escavada, de onde é e suas riquezas contavam mais que seu caráter e coração. Então, no fim, as poucas almas sonhadoras escolhem pernancer presas as paredes da imponente montanha, fingido e agido no ritmo que o jogo malíssimo dança.

— Nunca pensou em trazer elas para cá?– Michael pendurou–

— Algumas vezes, mas antigamente ninguém tinha noção da existência dessa cidade. Agora, bem, estamos passando por uma pós-ataque e pertos de uma guerra onde todos podem ser potenciais infiltrados, melhor manter as barreiras fechadas ainda.

— Você disse que eles podem recusar, já... aconteceu? — perguntou Elain. Azriel assentiu com seriedade.–

— Duas vezes. Não Kier.– havia odio em suas palavras ao falar o nome do macho. Ellentya imaginou como o macho tinha reagiado a morte ds filha, se ao menos tinha sentido algo ou fora indiferente.– Mas houve duas guerras. Há muito, muito tempo. Escolheram não lutar. Nós vencemos, mas... por pouco. A um grande custo.

— E com a guerra iminente precisaremos de todos os aliados que  pudéssemos reunir. Todos os exércitos.– as sombras sussurram ao mesmo tempo que Rhysand falara. Não permitia que ele faça o que pensa. Perigoso. Ellentya olhou de relançe para o parceiro, não sabia bem o que as sombras queriam dizer, mas certamente tinha algo a haver com os planos do parceir para convencer Kier. E o que quer que fosse ela impediria se fosse necessário, porque suas sombras nunca mentiam.–

Mesmo quando aquela reunião acabou Ellentya e os guardiões permaneceram no escritório, discutindo a melhor maneira de quebrar todo feitiço em Adhara, qual se interligava aos outros três palacetes e despertaria muitos soldados. Eles passaram horas pensando nas melhores estratégias para realocar todos sem quem ninguém soubesse, para dar assistência e suprir o necessário para todos. Tinha sido por aquele motivo mandara os guardiões irem nos palácios submersos nas montanhas, para adquirerem todas as riquezas pertecentes a ela que tinha sido esquecidos, dinheiro que seria gasto com o povo.

✧━✧━✧━✧

— Espero que não tenha se exaurido nessa manhã, porque hoje será longo.– Ellentya revirou os olhos para Aegon antes de deixado-lo pegar nos braços para voar até a casa dos ventos, onde treinaria com Eros e Cassian antes de suas outras obrigações.–

Seus olhos foram para os violetas que a observavam da janela do escritório no segundo andar, Rhysand tinha um sorriso malicioso no rosto enquanto observava sua parceira ser levada, fazendo uma carícia provocativa em seus escudos mentais. Ellentya mordeu o lábio e ordenou que suas sombras escondessem seu cheiro assim que a lembrança de Rhysand debruçava deitando de bruços e beijando sua coluna até embaixo. E mais abaixo. Até que suas mãos fortes estivessem segurando seu quadril até que estivesse sob ela, banqueteando-se, até que a mesma estivesse silenciosamente implorando a ele, até que ele se colocasse por trás, a fazendo morder o travesseiro para evitar acordar a casa toda com seus gemidos.

Rhysand de manhã era... Ela não tinha palavras para como ele era.

— Nem mesmo preciso sentir seu cheiro Ellentya– Eros resmungou com uma careta quando Aegon a colocou no chão,  com a promessa de voltar depois.–

— A culpa não é minha que não tem ninguém para tirar seu estresse, bonitão.– ela sorriu ao se aproximar.–

— Pretendo tirar meu estresse com você.

— Hum, dois machos me fazendo suar na mesma manhã. O que mais uma fêmea pode pedir?– ergueu a sobrancelha em diversão. Cassian mais distante gargalhou.–

— Pelo menos chegou de bom humor.

— Não posso dizer o mesmo de você, Cass. Oi, irmãzinha– virou-se para Nestha que usava couro illyriano, algo que realçava suas curvas acentuadas.– Não está dando trabalho para o pobrezinho do meu general né?– fez biquinho, Nestha avaliou-a por um instante antes de uma fantasma de sorrir repuxar sua boca, então seus olhos foram para Cassian novamente.–

— Qual delas?– olhou para as espadas mais a distante. A boca de Cassian se curvou para cima.–

— Não vai receber espadas ainda. Precisa aprender a controlar seus movimentos, seu equilíbrio. Vai desenvolver força básica e consciência corporal antes de sequer pegar uma espada de madeira feita para treinar.– Ellentya não achava que eles teriam o luxo de todo aquele tempo, mas não falou nada. Cassian olhou para as botas amarradas de Nestha.– Pés e respiração.

Ela piscou.

— Pés?– Ellentya suprimiu um riso, aquilo seria divertido de acompanhar.–

— Seus dedos, principalmente.

— O que têm meus dedos?

— Aprender a se firmar no chão, a equilibrar o peso, constrói uma fundação para todo o resto.

— Vou exercitar meus dedos dos pés.– Azriel deu um cotovelada na amiga quando se aproximou dela, uma aviso para não rir, mesmo que sua expressão e de Eros fossem tão divertidas quanto a dela. Cassian não teve a mesma noção de perigo quando riu baixo.–

— Você achou que já chegaria com espadas e flechas no primeiro
dia?

— Você jogou Elle e Feyre no ringue de treino e fez exatamente isso.

— Ellentya participou de lutas, tinha total noção das coisas e só precisou aprimorar suas habilidades, e Feyre, bem, sua outra irmã já possuía um conjunto de habilidades que você não
tem devido a caça.– Nestha cruzou os braços e tamborilou os dedos no bíceps.–

— Então vou passar uma hora ali, balançando os dedos dos pés?

O sorriso de Cassian surgiu de novo.

— Isso.

— Aposto dez que eles não duram duas semanas morando juntos– Ellentya ficou surpresa por ter sido Eros a iniciar aquilo, e ainda mais quando Azriel bufou uma risada e sussurou.–

— Ambos são teimosos. Quinze para um mês, e mais três para que vão ficar no "só sexo" por um bom tempo.

— Vocês são péssimos.– os dois machos a olharam, mas a mesma sorriu olhando para Cassian e Nestha.– aposto quinze que Nestha será a primeira a pedir que ele fique com ela após o sexo. E mais cinco que negará até onde puder que sente algo.

— Cinco de que ele dara o primeiro passo.

— Dois que ele não aguenta cinco minutos. Quando um Archeron quer faz estrago, lidinhos.

— Quatro que...– Eros não terminou de falar quando Cassian gritou para os três:

— Vieram treinar o corpo ou a língua? Andem seus molengas.– Eros e Azriel os olhos, murmurando algo sobre mostrar quem era molenga enquanto Elle mostrou a língua, mas, rindo baixo, eles caminharam para o ringue.–

✧━✧━✧━✧

— Achei que Feyre estaria aqui.– comentou Elain ao buscar a outra irmã com os olhos.–

— Fey precisou ir com Cassian para a Prisão antes de partir em missão com Lucien.– a confusão no rosto das irmãs a fez da um breve resumo do que era o lugar.– deveria ser eu a ir, mas preciso levar vocês a Primaveril e algo me diz que a visita ao Encantador tem que ser antes da ida a Corte dos Pesadelos, então sem perda tempo.

— Você pode...

— Não vou dar para trás, Nes, ficarei bem.– apertou a mão da irmã como uma conforto, a mais velha não parecia convencida daquilo, mas não protestou mais quando Elain se afastou para segurar a mão de Ellentya. Michael fez uma reverência de despedida para Nes, e Aegon se limitou a um aceno antes de serem envolvidos pela escuridão e sombras. Um segundo depois eles estavam enfrente a mansão, aquela que passou seis meses, ja que a antiga ainda estava em reconstrução após Elle a destruir.–

— Bem-vindos a Corte Primaveril.– a voz angelical de Ayla ecoou pelo jardim, a loira usava um belo vestido esverdeado com detalhes em dourado, o que combinava perfeitamente com sua coroa. Ellentya sorrira para melhor amiga, que retribuiu o gesto.–

(✨️) Sim, capitulo na quintas-feiras!!! Apenas porque vou comemorar meu aniversário esse fim de semana e não iria entrar aqui, então achei melhor postar logo ao invés de deixar para semana que vem.

(✨️) Foi uma capítulo mais... chatinho? Talvez, porque é mais movimentação e explicações básicas, mas no próximo teremos Corte dos Pesadelos para servir lacre e poder.😘

(✨️) Os votos e comentários são peças fundamentais para a história continue sendo atualizada. E eu, como escritora, tenha ânimo para continuar escrevendo, então não se esqueçam deles por favor.

(✨️) Até os próximos capítulos.💫