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— Vinte chibatadas. E mais uma pelo  perdão do Caldeirão– disse a Grã-Sacerdotisa–

Todos estavam reunidos do lado de fora do quartel após um ataque de naga que acontecera na noite anterior.

Ellentya sabia que aquilo era obra de Ianthe após esta sendo ofuscada diante de todos, ela rastreou seus movimentos por dias e noites inteiros. Viu quando momentos depois de um festa dada para realeza de Hybern ela foi até o quartel, usou algum fiapo de poder para embalar o homem no sono e pegou as chaves. Então, plantou os avisos a respeito dos ataques iminentes dos naga... depois de dar às criaturas as chaves do portão. Para que pudesse soar o alarme na noite anterior. Para que ela pudesse os salvar de uma verdadeira ameaça. A ideia inteligente... se não tivesse caído direitinho em no plano que Ayla, Lucien e Ellentya planejaram meticulosamente.

Os membros da família real de Hybern e Jurian permaneciam em silêncio e sombrios enquanto Tamlin caminhava de um lado para o outro diante da sentinela trêmula e amarrada entre dois mastros, que vestia apenas as calças, pronto para ser chicotado, porque não poderia seguir sem punição. Não com a realeza de Hybern ali, procurando qualquer sinal de fraqueza.

Tamlin ergueu a mão. Bron, com o rosto petrificado, se aproximou para lhe dar um chicote. Todas as sentinelas, os guerreiros de maior confiança de Tamlin, se moveram desconfortáveis. Alguns olhavam com raiva para Tamlin, alguns tentavam não ver o que estava prestes a acontecer. Eles voltaram olhares malignos na direção de Ianthe quando dera a ordem de vinte e uma chibatadas.

Tamlin desenrolou o chicote na terra.

— Não– Ayla quase rosnara quando segurou a mão do irmão, não era atuação ali, nem dos três estava enquanto buscavam desesperadamente uma maneira de salvar aquele sentinela– por favor Tam, todos cometamos erros, nada aconteceu graças ao Caldeirão. Não desconte em sua pele, em sua honra.

— Ele acusou-me de ter atraído nagas para cá.

— Por favor irmão, esse homem foi o mesmo que atravessou a muralha para buscar uma chance de sermos libertos– pediu ignorando a Grã-Sacerdotisa– porque ele nos colocaria em ameaça agora?

— Vai aceitar a palavra de uma sentinela em vez daquela de uma Grã- Sacerdotisa, princesa?

Os guardas se moveram diante do insulto, do tom de voz. Mesmo que já não confiassem no colega, apenas pelas palavras de Ianthe, perceberam sua culpa. Ellentya olhou para Tamlin com uma súplica silenciosa, mas então viu seu olhar se aguçar também. Com compreensão. Protestos demais de Ianthe. Ah, ele estava bastante ciente de que Ianthe talvez tivesse planejado aquele ataque dos naga para reivindicar de volta alguma gota de poder e influência, como salvadora daquele povo.

A boca de Tamlin se contraiu em reprovação. Era como se os três tivesse dado aos dois um pedaço de corda. Ellentya supôs que agora seria o momento de ver se ambos se enforcariam com ela. Ela ousou dar um passo à frente, voltando as palmas das mãos para Tamlin.

— Sua irmã está certa, todos cometamos erros. Vamos ouví-lo.

O olhar de Tamlin se suavizou um pouco. Ele permaneceu em silêncio,
considerando. Mas, atrás dela, Brannagh riu com deboche.

— Patético— murmurou ela, embora todos pudessem ouvir. Fraco. Vulnerável. Pronto para ser conquistado. As palavras percorrerem o rosto de Tamlin, como se estivessem fechando portas ao passar. Não havia outra interpretação; não para Tamlin. Mas Ianthe observou Ayla e a falsa Feyre, de pé diante da multidão, a influência que elas tinha deixado bem claro ser capaz de roubar. Se ela admitisse culpa... o que quer que lhe restasse ruiria.

Tamlin abriu a boca, mas Ianthe o interrompeu.

— Há leis a obedecer — disse ela a Ayla, tão gentilmente que a loira teve vontade de raspar as unhas pelo rosto da sacerdotisa.— Tradições, sabe disso princesa. Ele quebrou nossa confiança, deixou que nosso sangue fosse derramado devido ao descuido. Agora quer acusar a Grã-Sacerdotisa das próprias falhas. Não pode sair impune– então se virou para o Tamlin – vinte e uma chibatadas, Grão-Senhor.

— Se fizer isso nunca o perdoarei Tam– rebateu Ayla com lágrimas nos olhos, mas a voz era coberta de raiva e determinação– se escolher punir quem sempre esteve ao nosso lado por um erro tão... bobo.

— Por favor Tamlin– pediu Elle, sua boca seca. Um aviso, se ele o fizesse não seria apenas Ayla que não o perdoaria, e quando Lucien se colocou ao lado da fêmea e acenou Tamlin soubesse que teria a raiva dos três, mas, provavelmente, acreditava que seria algo momentaneo–

O guarda pendurado entre os mastros tinha muita esperança e gratidão nos olhos. Com aquilo... com aquilo, sem intenção a vingança deles se voltara na direção de algo oleoso, algo estrangeiro e desconfortável. O guarda se curaria da dor, mas o golpe contra a honra... Levaria um pedaço do trio também. Tamlin os encarou, e depois, Ianthe. Então, olhou para a realeza de Hybern, que ria com ironia... para Jurian e o príncipe de Rask, que estava de braços cruzados, o rosto indecifrável.

E, como esperando, a necessidade de controle de Tamlin, de força, venceu. Ianthe era uma aliada importante demais para arriscar isolá-la. A palavra de uma sentinela inferior... não, não importava tanto quanto a da sacerdotisa. Tamlin se voltou para a sentinela amarrada aos mastros.

— Coloque a lasca– ordenou ele, baixinho, para Bron. Houve um segundo de hesitação por parte de Bron, como se o choque da ordem de Tamlin tivesse lhe percorrido o corpo—

O de todos os guardas. Ele ficou do lado de Ianthe... contra eles. Suas sentinelas. Que tinham atravessado a muralha diversas vezes a fim de tentar quebrar aquela maldição para Tamlin. Que o fizeram de bom grado, que de bom grado morreram, caçados como aqueles lobos, por ele. E o lobo que Ellentya matou, Andras... Ele também fora voluntariamente. Tamlin os enviara para todos os lados, e nem todos haviam retornado. Foram voluntariamente, mas aquilo... isso era vontade de Tamlin. Sua gratidão. A confiança. Mas Bron fez como ordenado, deslizando o pequeno pedaço de madeira para a boca da sentinela agora trêmula.

A julgar pelo desdém mal escondido nos rostos dos guardas, pelo menos estavam cientes do que ocorrera, ou do que acreditavam que tinha ocorrido: a Grã-Sacerdotisa orquestrara todo aquele ataque para se erguer como a salvadora, oferecendo a reputação de uma das sentinelas como preço.

Não foi atuação quando Ellentya levou a mão a boca, recuando um passo, depois outro, até o calor de Lucien estar contra ela, e se encostou totalmente sobre ele. Não foi atuação quando lágrimas desceram pelos olhos de Ayla, e então Elle viu na mente da amiga quando ela abriu uma porta no escudo, ela o conhecia, tinha crescido com aquele sentinela a escoltando e, às vezes, brincando com ela.

Sinto muito. Eles vão pagar.

Prometeu antes de se afastar da mente dela, mas Elle viu olhos de raiva da princesa para o irmão e a sacerdotisa. As sentinelas observavam Ianthe também, a realeza de Hybern. Tamlin sempre fora um deles; lutara por seus guardas. Até ali. Até Hybern. Até ele ter dado preferência àqueles monstros estrangeiros em detrimento deles. Até ele ter dado preferência a uma Grã-Sacerdotisa traiçoeira.

Grão-Senhor levantou o chicote. O estalo estrondoso quando o ar se partiu ecoou pelo quartel, pela propriedade. Pelas próprias fundações da corte.

Ianthe não havia terminado. Os três sabiam... se prepararam para aquilo. Ela não fugiu de volta ao templo a alguns quilômetros de distância. Na verdade, permaneceu na casa, aproveitando a chance de se aproximar mais de Tamlin. Acreditava que recuperara a vantagem, que a declaração de justiça entregue pela ponta ensanguentada do chicote não passara de um último tapa na cara dos guardas que observavam. E quando aquela sentinela desabou nas amarras, quando os demais se aproximaram para desatá-lo cuidadosamente, Ianthe apenas conduziu o grupo de Hybern e Tamlin à mansão para almoçar.

O Grão-Senhor tinha estendido a mão para a suposta amada e a irmã enquanto todos observavam, e pelo olhar de Ianthe, todos esperavam a submissão de aceitarem aquilo e seguirem em frente, mas elas permaneceram paradas esperando Bron e Hart e Lucien levarem a sentinela para dentro, os seguindo sem olhar para o macho outra vez.

Alguns lágrimas ainda desciam pelo rosto de Ayla enquanto pedia desculpa ao cuidar da sentinela que gemia, Elle ajudava retirando tigelas de água ensanguentada enquanto o curandeiro rapidamente o remendava. Lucien permanecera conversando com os demais sentinelas, pedindo desculpas por não conseguir impedir... as maquinações de Ianthe ou a punição injusta do amigo. Fora sincero em cada palavra, o estalo do chicote ainda ecoava em seus ouvidos.

Quando os três voltaram para casa não se deram ao trabalho de sair dos seus quartos, nem mesmo receber visitas, deixado apenas Alis entrar para deixar comida. Apenas quando a noite caiu e todos estavam dormindo os três se reuniram no quarto de Lucien para discutirem os próximos passos do plano, buscando uma maneira de acabarem com aquilo o mais rápido possível. Ellentya não tinha visto Ayla e Lucien com tanto sangue nos olhos desde Hybern, Ianthe e Tamlin só não estava sofrendo mais naquele momento devido ao plano que precisava ser seguido até o fim.

Ja passava das três da manhã quando Ellentya caminhava de volta para o quarto, tão cansada que só desejava cair na cama e dormir pelo máximo de horas que poderia, mas esse desejo foi impedido quando mãos agarram sua cintura e tampou sua boca, puxando para dentro de um cômodo. Antes de que pudesse gritar ou matar quem quer que fosse o rosto de Jurian surgiu na sua frente, fazendo sinal de silêncio.

— Só queremos conversar– a voz grave de Deamon a fez se arrepiar por está tão perto do seu ouvido, ele repetiu novamente enquanto a soltavam aos poucos. Ellentya se afastou bruscamente, mantenho um olhar de apavorada com confusão—

— O.. o que querem comigo?

— Pode parar com o teatrinho Feyre, Tamlin e Ianthe podem ser idiotas de acreditarem, eu não– Jurian falou cruzado os braços, o coração dela disparou com o medo de tudo que fizera naquelas semanas ter sido em vão, seus olhos estudaram todo o cômodo, a situação de como se livaria do problema.– estou aqui buscando aliança.

— Como é?– ela arquejou com verdadeira surpresa, mas não tinha se atravido a sair do papel, receiosa daquilo ser um testes, mas invocara suas sombras para descobrirem a intenção do general humano e do príncipe, mantendo-as nas surdinas da escuridão daquele quarto– Por que está aqui?

— As rainhas são cobras. Merecem ser massacradas pela traição– indigou olhando-a, como se além de trair o próprio povo a audácia de entregar mulheres inocentes fosse insuportável para ele.— Não foi preciso esforço de minha parte quando Hybern me mandou atraí-las para nossa causa. Apenas uma delas foi nobre o suficiente para entrar no jogo, para saber que tínhamos recebido uma vantagem de merda e para usá-la da melhor forma possível. Mas, quando ajudou vocês, as outras descobriram. E a deram ao Attor.

Os olhos de Jurian brilharam forte, não com loucura, percebeu. Com clareza. E quando as sombras sussurram para ela... Ellentya teve a sensação que o mundo deslizou sob seus pés quando Jurian continuou falando:

— Ele me ressuscitou para atraí-las para a própria causa, acreditando que eu tinha ficado louco durante os quinhentos anos pelos quais Amarantha me prendeu. Então, renasci e me vi cercado de meus antigos inimigos, rostos que um dia marcara para matar. Eu me vi do lado errado de uma muralha, com o reino humano pronto a ser destruído abaixo desta.

— Então o que, porque  você está bancando o vilão de forma muito convincente, Jurian– ronronou. Elle olhou para o príncipe que parara ao lado do humano–

— Se Rhysand ou sua irmã tivesse olhando minha mente... Deveria ter olhado. Eu esperava que eles olhasse dentro de minha mente, para ver a verdade.

Ele não tinha se tocado de todo o plano então, Jurian sabia que Ayla, Lucien e ela mentiam e estavam armando algo, mas não que se passava por sua irmã. Ela manteria aquele segredo se não sentisse confiança em suas intenções.

— Está querendo dizer— insistiu– que andou trabalhando contra Hybern durante esse tempo todo?

— Onde melhor planejar a queda do inimigo, aprender suas fraquezas, que ao lado desse inimigo?

— Por que essa obsessão em encontrar Miryam e Drakon?– território perigoso, seria um risco caso aquilo fosse apenas um teste com ela, mas suas sombras... elas nunca mentiram para ela, nunca a colocariam em problemas–

— É o que o mundo espera de mim. O que Hybern espera. E, se ele conceder o preço que pedi para encontrá-los... Drakon tem uma legião capaz de mudar a maré da batalha. Por isso me aliei a ele durante a Guerra. Não duvido de que Drakon ainda a tenha treinada e pronta. A notícia deve ter chegado a ele agora. Principalmente que os estou procurando.

Um aviso. A única forma de Jurian mandar um aviso... tornando-se o
caçador.

— O que quer comigo?

— Aliança, ja disse. Trabalhar juntos para derrotar Hybern e impedir que massacrem meu povo, um que em alguns meses ainda fazia parte. Posso mantê-los informados dos passos do rei, sobre suas forças, planos,m e alidos. Eu só quero meu povo longe das garras de feéricos como os de Hybern.

— E ele?– olhou para o príncipe que tinha se mantido em silêncio até então, mas deu um passo a frente–

— Não sou como meu pai que deseja voltar a época que humanos eram escravizados, desejo paz, desejo ajudar o outro lado– Deamon suspirou lentamente– se tivesse participado os jantarem saberia que sou o general das forças de Rask e também responsável pela reconhecimento de terras e tesouros. Meu pai é aliado de Hybern a muitos anos, desde que firmaram esse acordo fui designado a viajar para o outro lado da muralha para buscar a localização de alguns artefatos perdidos.

— Que tipo de artefatos?

— Do tipo que poderia desintegrar um Corte com apenas um movimento, que garantiriam ao rei ou quem possuisse invencibilidade.

— O que exatamente te faz diferente do seu pai? O que garante que não quer o lugar dele para possuir esse tipo de poder?– indigou, sentando-se em um poltrona enquanto os dois permenceram em pé–

— Por que viajando pelas terra humanas eu percebi a miséria que muitos vivam...

— Por culpa do seu povo!

— Nosso! Você agora faz parte dele, querendo ou não.– ela trincou o maxilar– como eu estava dizendo, conheci a situação dos mortais e decidi que não poderia deixar meu pai ou Kaezyer ou qualquer outro feérico destruir mais aquele povo. E... e porque a anos atrás me apaixonei por uma humana e prometi a ela lutar por seu povo.

— Comovente.– ironizou, talvez pudesse culpar o sono caso aquilo tomasse um caminho ruim– Como vai ajudar, vai arriscar seu lugar no trono?

— Nunca quis o trono, não nasci para governar, mas para um campo de batalha, para explorar o mundo a fora talvez, mas não para uma coroa e as responsabilidades que vem com ela. Minha irmã Baela sim, e está ao nosso lado nisso também– se aliar a Jurian e o príncipe de Rask... Ellentya nunca havia pensando em possibilidades como aquelas, mal sabia se teria todas as Cortes ao seu lado, que diria aliados de outros lugares, mas ali estava uma oportunidade muito tentadora que estava cogitando mais do que talvez deveria– Eu tenho a total lealdade dos soldados, se ordena que lutem ao seu lado eles o farão, principalmente se isso tirar o tirano do meu pai do trono, que vem arruinado nosso povo década após década. Só queremos paz, queremos prosperar e ter uma vida pacífica.

Nenhuma deles tinha sofrido com os anos de reino de Amarantha, não estavam fracos ou desfocados, além de possuírem armas letais, centenas de navios e uma enorme quantidade de guerreiros, uma vantagem inesperada e necessária naquela guerra. Um exército aliado vivendo e aprendendo as técnicas dos inimigos... Ellentya mordeu o lábio.

— Se não acredita em nos, de um jeito e mande sua irmã ou Rhysand vierem aqui e olharem em nossas mentes!– exclamou Jurian– Isso é tão arriscado para você quanto para nós.

Perigoso. loucura. Sim, a ideia de confiar neles era aquilo e muito mais, mas também não poderia perder algo como o que estavam oferecendo. Ellentya começou a imaginar que tipo de desculpa, como incriminaria outra pessoa e atuaria caso precisasse matar Jurian e Deamon ali quando deslizou para suas mentes, enfiado suas garras nelas tão profundamente que ambos saltaram para trás. Jurian tinha os olhos arregalados com choque quando disse:

— o Caldeirão a fez Daemati– ela sorriu maliciosa, estalando a língua no céu da boca quando negou com a cabeça. Ellentya se acomodou melhor, agindo como se aquela poltrona fosse um trono quando cruzou as pernas e apoio os braços no apoio, dominando cada parre do acento com graça e poder. Jurian a olhava confuso, mas como se a névoa finalmente tivesse se dispersado e pudesse ver além da metamorfose, dos ocultos feitiços do seu verdadeiro cheiro. O humano rir– Você sempre foi a mais louca no fim, a que mais gostava de acompanhar enquanto permencia com a consciência presa no olho.

— Então tenho a lealdade de vocês?– perguntou minutos depois, assim que acabara e vasculhar a mente deles, mesmo que tivesse sido difícil não estremecer ao ver a dor e culpa e ódio de Jurian e tudo que sofrera. Eles expuseram tudo, e ela buscou por tudo também. Aliados, tinha feito novos aliados para guerra, novos e muito importantes. Foi difícil esconder o sorriso–

Quando Jurian e Deamon concordadaram, Ellentya sentiu aquela sensação que começava a se recorrente de tinta quente formigando sobre sua pele, daquela vez de cada lado do seu quadril. O príncipe abrira a calça, baixado o suficiente para ver a tatuagem em cada lado do quadril, tinta preta como sombras serpenteando por aquela região. Ele ergueu a calça novamente e então olhou para Ellentya, que sorrira presunçosamente ao se erguer.

— Esse acordo claramente me garante lealdade, mas vou reforçar que me façam tudo, menos sua inimiga– então se ergueu e deu as costas, caminhando para porta– foi um prazer fazer negócio com vocês queridos.

— Não mataram a sexta rainha– disse Jurian antes que Ellentya pudesse girar a maçaneta– Vassa. Ela percebeu minhas intenções, ou achei que tivesse, desde o princípio. Aconselhou as outras contra isso. Disse que, se eu tinha renascido, aquilo era um mau sinal, e que reunissem os exércitos para enfrentar a ameaça antes que ficasse grande demais. Mas Vassa é impetuosa demais, jovem demais. Ela não entrou no jogo como a dourada, Demetria, entrou. Não viu a luxúria nos olhos das outras quando eu contei a elas sobre os poderes do Caldeirão. Não soube que assim que comecei a contar as mentiras de Hybern... as demais se tornaram inimigas. Não podiam matar Vassa, pois a próxima na linha de sucessão é ainda mais determinada. Então, encontraram um velho senhor da morte acima da muralha, com uma quedinha por aprisionar jovens mulheres. Ele a amaldiçoou e a levou embora... O mundo inteiro acredita que Vassa andou doente nos últimos meses. Precisa encontrar ela e salva-la dessa maldição, Vassa pode ser de grande ajuda e a única sucessora após você matar as rainhas, uma que tem potencial de verdade e podera ser sua aliada.

— Farei tudo ao meu alcance para ajudá-la. Nos falamos depois, o dia ja amanhece e tenho um papel a cumprir– sorriu por cima do ombro–

✧━✧━✧━✧

Tamlin caminhava de um lado ao outro diante da lareira do escritório, cada virada era tão brusca quanto uma facada.

— Você e Ayla me confrontaram ontem– grunhiu ele para ela–

— Você chicoteou um dos seus homens sem nem mesmo escutar sua versão– replicou sabendo que os guardas do lado de fora podiam ouvir. Os olhos verdes de Tamlin pareciam jade congelado—

— Ele deixou que naga entrassem, tinha que ser punido!– grunhiu– ainda acusou  Ianthe.

— Talvez tenha sido ela!– gritou. Elle sabia que as sentinelas realmente ouviram pelo arquejo de uma delas do lado de fora; um som de choque abafado. Ela arremessou o poder para o corredor, sentido Lucien no pé das escadas junto a um outro grupo de soldado Bron e Hart juntos a ele também, um grupo de nobres que andavam por ali com Ayla, falando sobre a festa que aconteceria em dias e as preocupações com inimigos dentro de casa, também pararam para escutar a discussão dentro do escritório devido a porta propositadamente meio aberta. Ellentya manteve o tom alto, se certificando de que eles estivessem ouvindo quando continuou– Ianthe entregou a mim e minhas irmãs para Hybern, o que a impediria de incriminar um soldado pra se manter como a salvadora daquele povo?

— Isso não importa...

— Um sentinela perder a honra por algo que não começou não é importante?!

— Hybern é nosso aliado agora Feyre, precisamos mostrar uma frente unida e que tenho controle da situação!

— Não pode falar desse modo comigo. Você prometeu que não agiria mais assim.

— Não faz ideia do risco...

— Não seja condescendente comigo. Não depois do que eu passei para voltar para cá, para você. Para nosso povo. Acha que algum de nós está feliz por estar trabalhando com Hybern. Acha que não vejo em seus rostos? A pergunta sobre se eu sou digna dessa desonra?– a respiração de Tamlin ficou irregular de novo. Que bom, ela queria provocá-lo. Que bom– Você nos vendeu para me recuperar. Você nos prostituiu para Hybern. Perdoe-me se eu estou agora tentando recuperar parte do que perdemos.

Garras se libertaram. Um grunhido feral irrompeu de Tamlin, mas ela continuou dizendo:

— Você pode estar disposto a se ajoelhar diante de Hybern, mas eu certamente não estou.

Tamlin explodiu.

Mobília se partiu e saiu voando, janelas racharam e se estilhaçaram. E, daquela vez, ela não se protegeu. A mesa se chocou contra ela, atirando-a contra a estante de livros, e cada ponto em que carne e osso encontraram madeira urrou e doeu. Seus joelhos desceram no piso de carpete, e Tamlin estava imediatamente diante dela, as mãos trêmulas... As portas se escancararam.

— O que você fez? — sussurrou Lucien, e o rosto de Tamlin era a imagem da devastação quando Lucien o empurrou de lado. Ellentya asssitiu Tamlin cambalear enquanto Lucien a ajudava a levantar, não sabia dizer se o Grão-Senhor tinha permitido que o ruivo o empurrasse ou estava mais lento devido aos chás que ela preparava, não se importou. Algo úmido e quente escorreu por sua bochecha, sangue, pelo cheiro–

— Vamos limpá-la– disse Ayla na porta encarando o irmão em uma mistura de raiva e choque–

Lucien passou o braço pelos ombros de Ellentya ao se levar com cuidado para fora da sala. Mas ela mal o ouvi devido ao apito em seus ouvidos; o mundo girava levemente. As sentinelas e nobres amigos de Tamlin, olhavam boquiabertas, a atenção dividida entre o escritório destruído e o rosto da Archeron. Por um bom motivo. Conforme Lucien passou com ela por um espelho emoldurado no corredor, ela pode ver o que incitara tanto horror.

Os olhos dela estavam vítreos, seu rosto, pálido, exceto pelo arranhão logo abaixo da bochecha, talvez com 5 centímetros e vertendo sangue. Pequenos arranhões salpicavam seu pescoço, suas mãos. Mas Ellentya desejou que aquele poder de limpeza, de cura evitasse procurá-los. Que não suavizá-los.

— Feyre — sussurrou Tamlin atrás deles, ela parou, ciente de cada olho observador–

— Estou bem– sussurrou.– Desculpe.– limpou o sangue que escorria pela bochecha– Estou bem–

Repetiu. Ninguém, nem mesmo Tamlin, pareceu convencido. Seus olhos foram para além daquele corredor, para Jurian e Deamon que encaravam a situação em um misto de diversão e surpresa por vê-la se colocado naquela situação só por vingança. Ela desviou quando deixou ser conduzida para longe.

Depois Ayla e Lucien sairem do quarto, após um bronca sobre ter se colocado em risco demais ao fazer aquilo, ela não se importou, mas para traquilizar os amigos garantiu se manter mais calma. Ellentya sentiu garras de escuridão arranharem seu escudo, certamente seu parceiro preocupado pela pequena onda de dor e temor disparado na hora que Tamlin explodirá. E mesmo longe Ellentya podia sentir o ódio de Rhysand com a ideia dela ter sido machucada, de Tamlin tê-la tocando.

Juro que estou bem, ele não me tocou. Não ele, mas a magia sim, não faria diferença e não queria um Rhysand super protetor atravessando para Prythian, então ocultou aquilo naquela momento. Tentarei voltar para casa o mais rápido possível. Te amo.

Então ela ergueu aquelas paredes novamente sem esperar por uma respostas. Eles não tinham se falando após os acontecimentos em Hybern, Ellentya tinha tanto medo das respostas sobre como estavam suas irmãs ou a reação dos guardiões quando visse o corpo desfalecido de Amenadiel... ela tinha medo de Rhysand dizer que Cassian tinha perdido as asas. Aqueles pensamentos arrancavam noites de sono, às vezes faziam ter aquelas crises, Ellentya tentava se manter ocupada apenas para não pensar... e apesar de tudo se resolver com uma pergunta, o medo de está certa lhe impedia toda vez. Então bloqueará o laço com aquele escudo de diamantina.

Alguém batera em sua porta, dolorida ela caminhou até a mesma e abriu não encontrado nada além de um livro no chão com um bilhete junto. Ellentya olhou para o corredor, mas nem mesmo os guardas estavam ali, provavelmente era troca e em minutos outros voltariam. Ela pegou o livro e então fechou a porta, caminhando até a cama e abrindo o bilhete.

Se estiver certo sobre o que deseja fazer, acredito que encontrar uma respostas mais rápida para seu objetivo, assim podendo voltar para sua corte.

Ass: Deamon, príncipe de Rask.

— Essa aliança está me saído melhor que o esperado.


(✨️) Olá meus amores! Ellentya bem diva e atriz, Hollywood está perdendo minha menina. A gata cheia de tatuagem, Elle não pode ver um acordo que ja que fazer kkkkkkkkkkk. Aqui todas as tatus que nossa Grã-Senhora tem:


(✨️) Os votos e comentários são peças fundamentais para a história continue sendo atualizada. E eu, como escritora, tenha ânimo para continuar escrevendo, então não se esqueçam deles por favor.

(✨️) Até os próximos capítulos.💫

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