CAPÍTULO 14
MORRI
Atestado de Óbito.
"E porque você não morre, seu maldito?", é o que eu imagino que esteja passando na sua cabeça agora, meu querido leitor. "Porque qualquer um de vocês não morre, não some, não tem os miolos explodidos por balas?".
Pois bem, morri. Que incrível seria, não é? Tal como Brás Cubas, escrevo do mundo dos mortos. Ora, que bela bobagem! Faria eu um relato tão medíocre quanto os meus últimos diazinhos de vida nessa Terra demoníaca, ante poder contar a todos como se dança no Paraíso? Nah! O mundo quer saber como é o Descanso Eterno, não como é o Inferno na Terra.
Portanto, depois desse discurso, estou vivo. E continuarei. Mas alguns que me acompanham não vão estar até o fim. Por isso fique tranquilo, querido leitor. Se você está aqui pelas mortes, pelo sangue e pela violência, é isso o que você vai ter. Mas admito que, de antemão, considero-o uma pessoa problemática. Depois de viver e ver o mundo quase implodir sobre si mesmo, ainda sente sede de sangue? Diria para procurar um psiquiatra, mas todos os psiquiatras enlouqueceram.
Bem, voltemos! E porque não morro, então?
Ora, se eu lhe contasse agora, você não leria até o fim. E o objetivo de um livro, naturalmente, é desvendar alguns mistérios. Desvende esse!
Até breve!
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