Capítulo 41 - Se o mundo acabar

Se o mundo acabar

Marcela

Na quinta-feira, o encanador ligou e disse que os garotos poderiam voltar na segunda para o apartamento, pois ele precisava de um tempo para testar se o reparo havia sido eficiente e para ter certeza de que a massa corrida havia firmado da maneira que deveria sem a umidade de um banheiro após o uso.

Eu havia ficado relativamente contente com a notícia, mas ainda me sentia ressabiada com aquela gambiarra que o cara estava fazendo, porque ele trocou o cano por um modelo que o encaixe não era o ideal, só que era o que tinha naquele momento e as Três Espiãs Demais acabaram concordando mais por desespero do que por pensar racionalmente.

Eu acabei pulando o almoço de quarta para ficar com o encanador em uma vídeo-chamada enquanto acompanhava o que ele estava fazendo — e ele fez tudo certinho, então eu tive que dar o braço a torcer.

Na terça nós tivemos notícia da Cecília, que aprovou a planta do projeto em um jantar delicioso, então eu e Eduardo encomendamos os materiais para começar a obra na semana seguinte e eu arranjei uns antigos contatos de uma empreiteira que prestou serviços na minha vida pré-CPN — que parecia uma vida muito distante.

Eu também passei uma noite em claro na sala de casa com Retúlio, pois eles tinham que repassar a decoração do local e nós não sabíamos se a cascata de chocolate deveria ficar perto da torre de Macarrons ou do Croquembouche — Eduardo que foi esperto dormiu antes do embate dos queijos.

Thales estava me sobrecarregando com mais projetos enquanto eu supervisionava a Casa Amarela e a Torre Norte — as duas passavam muito bem e eu até consegui arrancar um sorriso do Valter quando elogiei a sua técnica com a betoneira.

Eu estava finalizando o meu dia no escritório quando a Sâmia veio falar comigo sobre o churrasco do final de semana para me mostrar a foto do Igor sendo jogado na piscina — eu fingi surpresa e pedi que ela colocasse aquilo no nosso portal corporativo e mandasse pelo e-mail do marketing, porém ela me disse que aquilo era trunfo para outra batalha.

— Pronta? — Eduardo parou do lado da minha mesa e eu assenti sem realmente prestar atenção nele, escrevendo uma saudação curta depois de uma tarde de troca de farpas com o Sandro. Ele havia me pedido um conselho em uma obra e simplesmente ignorou as minhas duas horas empenhadas em encontrar a elipse perfeita para o salão do shopping. Por que ele me pediu ajuda, então? — Marcela?

— Já vou — eu enviei o e-mail para todas as pessoas copiadas e contei quatro segundos até que Fernando justificasse sua má fama e pedisse para que o engenheiro mostrasse uma segunda proposta com um visual mais moderno, porque tetos circulares em shoppings eram batidos. Eu disse isso umas quatro vezes, mas quem está contando?

Eu suspirei ao olhar para tela e bloqueei meu computador.

Da próxima vez talvez o Sandro me escutasse.

Eu peguei minha bolsa e olhei ao nosso redor, reparando que não havia mais ninguém do setor de engenharia além do Valter, que apenas murmurou um "boa noite" para mim e para Eduardo. Ele estava tão concentrado em dar uma chamada de margem no vidraceiro que havia se atrasado naquele dia que poderia ter passado uma escola de samba que ele não notaria — é, eu realmente estava gostando de trabalhar com ele.

Verifiquei o estacionamento duas vezes antes de entrar no carro do Eduardo para garantir que ninguém nos veria e ele apenas riu da minha corridinha desesperada, ligando o rádio e deixando tocar Carry On Wayward Son. Nós conversamos por uns vinte minutos sobre Supernatural enquanto entrávamos no maior temporal que o inverno paulistano já havia visto.

Metade da cidade estava alagada e a outra metade estava com risco de alagamento. Ainda bem que eu não morava em um lugar baixo.

Admito que eu perdi a linha quando um raio veio com um trovão perto demais de nós e aquilo me assustou. O arquiteto, sem nenhum pingo de empatia, resolveu se divertir às minhas custas e, como retaliação, eu coloquei Agora é Tudo Meu e o Eduardo me disse que eu estava proibida de escolher qualquer música em seu carro, o que, é claro, apenas fez com que eu aumentasse o som.

— Eduardo, é um clássico do funk carioca — eu argumentei, cantando a música com a coreografia ridícula que Cele havia me ensinado.

— Eu tenho que trocar, você está profanando meu bebê — ele levou a sua mão até o som, porém não tinha nenhuma convicção, então minha mão apenas a segurou e eu puxei para o meu colo.

Até o momento que ele precisou trocar de marcha, pois eu tinha noção de que ele ainda precisava dirigir com as duas mãos se eu prezava pela minha vida.

— É praticamente poesia, Edu, deixa o funk entrar na sua alma — eu pedi e ele meneou a cabeça, todavia estava rindo e eu percebi que lá no fundo ele não havia totalmente desgostado daquela música.

— Quer comer alguma coisa? — ele sugeriu e eu quase respondi, contudo um trovão monstruoso ecoou pela noite e eu apenas arqueei minhas sobrancelhas para ele — ok, entendi o recado — ele assentiu para si mesmo, virando na esquina de casa.

Nós entramos no meu apartamento e o rapaz logo se jogou no sofá, ligando o Netflix e me perguntando o que eu queria assistir. Na noite anterior, nós concordamos em abandonar Deadwind, pois eu descobri o motivo do nome da série e eu juro que tinha boas tolerâncias para sangue, mas minha pressão baixou um pouco com aquela cena.

A gente ainda não havia chegado a nenhuma decisão quando eu notei que estava faminta, então eu sugeri uma pizza meio margherita e catupiry, algo que ele topou de imediato e comentou que faria o pedido pelo Ifood mais tarde.

Eu me afastei para tomar um banho e, assim que o terminei, notei que minha mãe havia me ligado, porém eu queria apenas secar o meu cabelo para falar com ela em paz, só que ela não deixou.

— Oi, mãe — eu atendi meu celular depois do terceiro toque, desligando o secador e deixando metade do meu cabelo liso e a outra com um ondulado indefinido — eu juro que ia te ligar hoje.

— São nove e meia, Marcela Noronha, você não ia ligar — ela me acusou e eu afastei o aparelho do meu ouvido para notar que ela tinha razão. Eu havia, mais uma vez, perdido completamente a noção do tempo.

— Mas eu queria ligar. Você sempre me disse que intenções são mais poderosas do que gestos — eu lhe relembrei e a ouvi bufar quase como um pug sem ar.

— As vezes eu me pergunto para quem você puxou — ela resmungou, sabendo muito bem que eu era praticamente Alessandra Noronha 2.0, só que para isso ela teria que admitir os seus defeitos e nós duas sabíamos que nós não tínhamos essas coisas chamadas de imperfeições — enfim, filha, eu liguei só para perguntar de você, sua irmã disse que o chefe que a gente não conhece muito bem está te dando muito trabalho.

— Muito é eufemismo, mãe — eu concordei, massageando meu ombro com minha mão livre, sentindo um nó que provavelmente jamais deixaria meu corpo de tão intrincado que estava em meus músculos.

— Com certeza vem uma promoção, filha, você merece — ela me disse e eu encarei meu reflexo no espelho, deixando suas palavras aquecerem o meu coração apenas um pouquinho.

Só que eu era parecida demais com ela para saber que aquela ligação não era apenas para falar sobre o meu trabalho.

— E o Eduardo? Como estão vocês? Planos que a gente queira saber? O Patrício disse que ele está na sua casa. Vocês se mudaram juntos e você não me contou? Sabe que o seu pai gosta dele, mas a gente quer participar mais dessas decisões importantes — ela disse com pouco caso e eu revirei meus olhos, franzindo o cenho ao notar que uma espinha estava nascendo na minha pele.

Isso porque me disseram que quando eu saísse da adolescência as espinhas iriam embora.

E desde quando o Patrício e o Eduardo eram tão amigos assim para o Pat saber esse tipo de coisa?

— Um cano estourou na casa dele e ele está aqui por enquanto. Volta pro canto dele na segunda — eu lhe expliquei e juro que escutei ela soltando um suspiro resignado da maneira que eu sabia que ela o faria, pois ela queria que eu dissesse que estávamos morando juntos — e eu já disse, mãe, estamos indo com calma.

— Ai, Marcela, eu te amo, mas você corre com a sua vida para tudo, só que para o relacionamento perfeito você simplesmente pisa no freio — minha mãe implorou que eu escutasse o seu bom senso e eu a ouvi berrar que estava sentindo um cheiro de queimado e que o arroz deve ter torrado.

Pobre papai.

— Esse é o sentido de ir com calma, sabia? — eu esclareci caso ela ainda não soubesse daquilo.

— Às vezes você tem que se jogar, filha — ela me pediu com a voz que eu não escutava sempre — se você continuar pisando no freio, uma hora vai parar. E você bem sabe que ninguém chega a lugar nenhum se estiver parado.

Da última vez que eu escutei minha mãe usando aquela voz foi na rodoviária, quando eu estava me mudando para São Paulo. Ela me abraçou firme e disse que era para eu me jogar naquela experiência, que ela me amava e que eu sempre teria um porto-seguro em Vitória quando quisesse. Acho que este apoio foi a base para que eu realmente conseguisse sobreviver tanto tempo longe deles.

— Mãe, eu... — comecei a falar, porém eu parei quando a luz do apartamento se apagou e um grande estouro ecoou rua afora — caralho!

— Marcela! Não foi isso o que eu te ensinei — ela me recriminou e eu fui até a janela do meu quarto, buscando a fumaça na rua para ver se era apenas o meu prédio, porém o breu se alastrava por vários quarteirões e o embaçado da chuva era a única coisa que eu realmente conseguia ver.

E depois outro estouro. Mais outra sequência de prédios na escuridão.

— Mãe, acabou a energia aqui. Eu te ligo mais tarde — eu lhe avisei e desliguei o celular, ligando a lanterna antes do aparelho simplesmente apagar.

Eu apertei o botão duas vezes antes de notar que ele realmente havia morrido e eu juro que não fazia ideia de como eu havia consumido aqueles 100% de bateria ao longo do dia todo — talvez quando o Getúlio me ligou para combinar um encontro com a cerimonialista e ficamos quarenta minutos em uma chamada de vídeo? Talvez.

— Eduardo? — eu disse o seu nome em voz alta pelo apartamento, tateando as paredes, pois minha visão ainda não havia se acostumado com aquele breu e eu tinha certeza de que bateria o meu mindinho em algum lugar e seria muito doloroso se eu não tomasse cuidado.

— Má? — eu escutei sua voz me chamando, porém ele não parecia estar na sala. O que ele estava fazendo na área de serviço? — Mar... ah, cacete! — e eu escutei o barulho de uma colisão do pé do Eduardo com pé da mesa da cozinha — acabou a luz! — ele anunciou com obviedade e eu segui o barulho, sentindo minha mão tocar o seu peito antes de realmente vê-lo.

Demorou um tempo até que eu realmente conseguisse delinear a sua silhueta com meus olhos, enxergando, finalmente, que ele estava à minha frente.

— Sério? — eu brinquei, sentindo um sorrisinho tolo subir pelos meus lábios, sabendo muito bem que ele não conseguiria vê-lo — ainda bem que você me avisou, senão eu não teria reparado.

— Ei, Marcela — ele me chamou e eu inclinei minha cabeça para cima, sentindo suas mãos tocando meus braços, bem na curva do meu cotovelo, e deslizando seus dedos pela minha pele sensível — acabou a luz — ele gracejou daquela vez.

— O que seria de mim sem você? — eu imitei o seu tom de voz, deixando minha mão em cima do seu peito, pois o seu coração pulsava em um ritmo que me acalmava no meio de toda a chuva e do possível fim do mundo.

Mais um trovão e outro gerador estourou na rua. Desta vez, ele fez um estrago gigantesco pelos cinco segundos de show de luzes que clarearam aquela noite apocalíptica.

— Eu estou sem bateria — nós falamos juntos quando um raio nos iluminou, fazendo com que eu finalmente notasse o quão próximos estávamos, quase a um suspiro de distância, então eu complementei — eu acho que devo ter um despertador antigo em algum lugar.

— O mundo está acabando e você está preocupada com o despertador? — ele me questionou e eu simplesmente soube que um sorriso havia se esgueirado pelos seus lábios. Aquele sorriso que vinha logo depois dele morder seus lábios.

— Nada adianta o mundo acabar hoje e eu estar desempregada amanhã, porque perdi a hora — eu lhe expliquei, dando um passo na sua direção quando mais um trovão soou próximo demais do meu apartamento e eu recuei do barulho.

Então eu senti as mãos de Eduardo deslizando dos meus braços para minha cintura, sua pele era quente contra o meu corpo, convidando-me a me aproximar apenas mais um passo, assim eu poderia roubar um pouco do seu calor para me aquecer.

Da última vez que eu estive tão próxima dele...

— Se o mundo acabar, você não terá emprego de qualquer maneira — retrucou o arquiteto com uma lógica praticamente inquestionável e eu absorvi suas palavras. Talvez não apenas suas palavras, porque eu sentia que estava sendo invadida por uma onda que eu não queria escapar.

Eduardo tinha um efeito em mim, como se ele conseguisse deixar o mundo em segundo plano. A tempestade. O Emprego. A falta de luz. Tudo isso que estava em looping infinito dentro da minha mente simplesmente desapareceu assim que eu notei que havia apenas uma brisa de One Million em seu pescoço, então eu apoiei meu nariz contra o seu ombro para inspirá-la antes que fosse embora.

Foi tão natural me aproximar e tocar o seu corpo que eu me senti tentada a fazer aquilo mais vezes, pois, ultimamente, poucas coisas pareciam fazer tanto sentido quanto faziam quando eu... meus dedos se enrolaram na gola da sua camisa com leveza e eu o senti prender a respiração, seu coração acelerando provavelmente na mesma percussão que o meu. Era como se os dois tivessem encontrado um ritmo em comum e não quisessem mais dessintonizar.

— Se o mundo acabar, eu não quero ficar falando sobre trabalho — eu sussurrei as palavras para fora, evitando olhar na direção dos seus olhos, pois eu tinha certeza que assim que o fizesse, suas íris seriam um redemoinho que me levaria para dentro da sua alma e não sabia se um dia conseguiria sair dali.

Nem sabia se eu iria querer.

— Marcela... — Eduardo disse o meu nome em um suspiro rouco, implorando que eu o olhasse. Sua voz arrepiou todos os pelos do meu braço e eu soube que o que quer que ele me pedisse, eu o faria. Faria sem questionar. Porque era esse o tipo de coisa que ele estava causando em mim.

Então eu o olhei.

Mesmo na noite mais escura da minha vida, ele jamais parecia se ofuscar, pois seus olhos me chamavam como duas lanternas em um cais e eu, apenas um navio desnorteado, apenas fui ao seu encontro.

Minha boca tocou a dele antes de eu sentir o seu hálito quente contra os meus lábios. Eu não sabia se o gemido que escutei veio de mim ou dele, porém eu sei que eu abracei a sua nuca com tanta vontade que eu acho que não fui gentil.

Eu queria enfiar minhas mãos em seus cabelos, deslizar meus dedos pelo seu peitoral, afundar minhas unhas em suas costas, tatuar minhas digitais no seu corpo inteiro. Eu queria tudo de Eduardo Senna e o quanto mais eu tomava, mais eu sentia que não tinha praticamente nada.

Não sei quando nós nos movemos, porém, de repente, minhas costas estavam contra a parede da sala e suas mãos escorreram pela minha cintura em uma deliciosa e lenta tortura, arrastando-se pelo meu pijama de malha até pousarem em minhas bochechas, puxando meu rosto ainda mais para perto do seu — como se ainda fosse possível — deslizando sua língua contra a minha em algo quente, molhado e certo.

Minhas mãos se agarraram na barra da sua camisa e eu a puxei para cima, mesmo sabendo que aquela era a maneira menos eficiente que poderia existir de retirar a camisa social do seu corpo, porém eu não conseguia ser racional. Não quando sua pele estava a poucos milímetros da minha e eu não queria passar nenhum segundo mais longe dele.

Eduardo me puxou para o seu colo e eu enrolei minhas pernas ao redor da sua cintura, deixando que ele me guiasse para onde bem entendesse, pois eu o seguiria de olhos fechados — como já bem estava fazendo.

Então minhas costas caíram na cama e eu o senti pairando sobre mim, como se estivesse esperando algo.

Eu ergui meu corpo do colchão e capturei sua boca com a minha de novo, abraçando seu tronco com as minhas mãos para baixá-lo, deixando que minha pele desnuda tocasse a dele. Era como se cada ponto que nós nos encontrávamos me deixasse em chamas e eu queimasse em um fogo que eu não sabia se um dia teria fim.

E tudo bem, eu nunca me importei em me queimar de qualquer maneira.

— Eduardo... — eu sussurrei o seu nome entre beijos e puxei minha própria blusa para cima, sentindo sua mão acariciando a pele recém exposta com uma expressão quase contemplativa, como se não pudesse acreditar que aquilo estava acontecendo.

Eu também não conseguia, por isso, se fosse um sonho, por favor, que desta vez eu não acordasse.

E eu apenas percebi que disse aquilo alto quando ele sussurrou no meu ouvido que estávamos no mesmo sonho.

Acho que meu shorts foi embora antes da sua calça, porém eu tenho certeza de que a cueca dele foi antes da minha calcinha, pois aquela foi a última peça de roupa que ficou entre nós antes de eu abaixar o meu rosto pelo seu peito, empurrando-o contra o meu colchão e saboreando todo o seu corpo com a minha língua do jeito que eu sabia que ele gostava.

Suas mãos se enrolaram nos meus cabelos e eu o deixei me guiar, escutando o seu arfar como uma melodia que eu era a compositora e eu queria mais. Mais do que apenas gemidos abafados no meio da noite com alguns suspiros antes de beijar Eduardo Senna.

Ele me puxou para cima e me beijou enquanto me tombava na cama, explorando todas as pequenas curvas com a sua boca e aproveitando a oportunidade para desenhar minha pena com seus lábios, levando-me a loucura quando eu senti sua língua deslizando pelas minhas coxas.

Acho que eu sussurrei o seu nome mais vezes do que eu havia dito em três anos de trabalho, porque eu queria mais, queria tudo. Eu precisava dele dentro de mim para tentar acalentar aquela necessidade que apenas crescia no meu ventre, então eu apontei para a minha cômoda e ele buscou a camisinha, enfiando-a em um gesto majestoso.

Ele entrelaçou os dedos de minha mão nos seus e sua boca se afundou no meu pescoço com beijos e mordidas no mesmo momento que seu corpo se uniu ao meu. Ele tomou o restante da minha razão para si, preenchendo-me com uma sensação envolvente de que o temporal que estava devastando a cidade não era nada comparado com a queimada que se construía dentro de mim.

Sentir sua respiração contra a minha nuca era o maior afrodisíaco que eu já havia provado e segurei a sua mão com mais força, pois, por mais que eu estivesse deitada, minhas pernas estavam trêmulas e eu tinha medo de cair, deixando-me ser invadida por aquela onda que me arrebatava toda vez que nossos corpos estavam juntos.

Eu beijei a sua boca, lambi seu pescoço e mordi sua orelha, sentindo os movimentos dele vacilarem entre um desejo cru e uma necessidade de prolongar aquele momento por todos os segundos que nós poderíamos. Por isso, nós não paramos na primeira, nem na segunda ou a terceira vez, pois cada vez que ele tomava o meu corpo como seu, era como se ele me desfizesse apenas para reconstruir e eu não conseguia me cansar daquilo. Dele.

Ele deixou o seu peito tombar pelas minhas costas, fazendo com que o seu suor se misturasse ao meu, movendo-se contra mim em algo que era tão singelo que eu havia perdido onde é que eu terminava e o seu corpo começava.

Em toda a minha vida acho que nunca eu quis tanto uma pessoa quanto eu queria Eduardo Senna naquela noite. E eu tinha quase certeza de que não o queria apenas naquela noite, afinal eu queria mais.

Eu não sei exatamente que horas fomos dormir, mas o mundo ainda estava acabando do lado de fora quando eu me aninhei em seus braços, sentindo seus dedos deslizando pelos meus cabelos enquanto eu delineava o desenho do lobo em seu bíceps com a ponta do meu indicador, sentindo-o ficar arrepiado com o meu toque. E aí eu acho que ele me beijou de novo quando outro trovão soou, mas eu não me importei, quase nem ouvi, porque tudo o que eu queria era adormecer enquanto ele sussurrava meu nome no meu ouvido.

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Segundou com Libriela!!!!!!!!!

QUE CAPÍTULO FOI ESSE SENHOR? NÃO TEMOS ROUPA NEM DIVERTIDAMENTE PRA ISSOOOOOOO

Espaço para você deixar o seu surto aqui <3

Agora que a Má finalmente deixou rolar oficialmente... o que vai acontecer?

Não esqueça da estrelinha (vamos combinar que esse cap merece uma constelação inteira) e não deixem de nos dizer o que estão achando!

Beijinhos,

Libriela <3

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