Capítulo 112 - Repete
Repete
Marcela
— Edu, o sinal abriu — comentei contra a sua boca, não realmente me afastando dele da maneira que eu deveria ter feito para que ele nos levasse até a minha casa naquele temporal.
E quando eu dizia temporal era um belo eufemismo, porque parecia que São Pedro havia decidido limpar a casa inteira na base da água e que ele não estava muito interessado em parar em algum momento tão cedo.
— Já vou — sussurrou, afundando ainda mais os seus dedos contra os meus cabelos e eu senti a língua contra a minha, quente e molhada, fazendo com que a chuva e o semáforo verde ficassem em segundo plano, porque tudo o que eu queria era continuar beijando sua boca até que eu estivesse no seu colo e não tivessem mais tantas camadas de roupa entre nós.
Devagar, Marcela Noronha, eu me lembrei, porque, por mais que a noite anterior tivesse sido incrível, eu queria aproveitar cada pedacinho de Eduardo que conseguisse tocar, e não apenas uma transa em um elevador que foi tão desesperada que apenas depois eu notei que talvez não fosse uma das melhores ideias do mundo.
Mas foi, porque foi com ele.
Um carro buzinou atrás do nosso, ultrapassando enquanto berrava umas palavras pouquíssimo educadas noite adentro e eu comecei a rir, empurrando-o levemente ao notar que sua boca estava avermelhada, talvez em uma mistura de MAC Red Rock e do atrito dos nossos lábios, porque em todos os semáforos entre a Horta e a minha casa, minha boca acabava na sua e a gente se perdia no tempo.
— Dirige aí, amor — brinquei, conseguindo me afastar mais dele a ponto de criar uma distância saudável entre nós dois.
O arquiteto apenas passou a ponta da sua língua na boca, como se quisesse guardar o gosto daquele beijo na sua mente, me olhando com os olhos baixos, provavelmente analisando a bagunça que havia feito em mim e adorando o resultado, porque ele deu um sorriso discreto antes de tirar o carro do ponto morto e continuar a dirigir.
— Fica difícil me concentrar quando você me olha com essa sua carinha aí, amor — me provocou de volta e eu mordi meus lábios, pensando se ele tinha ou não razão.
Provavelmente tinha, mas o que eu podia fazer quando eu não queria ficar longe por um segundo que fosse? A culpa era totalmente dele por ser daquele jeito, metade esbanjando confiança e a outra metade era uma vulnerabilidade que derrubava todas as minhas barreiras. Desde o momento em que se embaralhou com as palavras e escalou a mesinha do restaurante para roubar um beijo meu.
— Hm, pensei que você gostava da minha carinha — dei um sorriso de canto e me inclinei na sua direção, vendo suas mãos ocupadas com o câmbio do carro, porém seus olhos não perderam a minha movimentação.
Pousei minha mão na sua coxa, quase de maneira não intencional — quase —, e deixei minhas unhas arranharem o tecido de lã fria da calça do seu terno, aos poucos.
— Marcela... — Eduardo engrossou a sua voz chamando o meu nome apenas uma vez como advertência.
— O que foi? Não estou fazendo nada demais — deixei um sorriso pouco inocente brincar nos meus lados, porque estava fazendo algo extremamente intencional. Eu o assisti respirar fundo enquanto focava a sua atenção, ou o máximo que conseguisse, na rua à nossa frente, enquanto minhas unhas ainda o arranharam por cima do tecido.
— Se você quer chegar viva em casa, melhor parar — ele me alertou de novo, arrumando a sua postura no banco enquanto eu assistia a movimentação crescer embaixo do tecido da calça.
Devagar, Marcela, me relembrei e retirei minha mão dele, notando que ele soltou um suspiro que não estava totalmente aliviado. Uma parte, eu não tinha certeza se era grande ou pequena, parecia torturada com aquilo, como se quisesse que eu continuasse até a fivela do seu cinto, o zíper embaixo do botão, o elástico que prendia a sua cueca na cintura e...
— O que está passando pela sua cabecinha brilhante? — me perguntou, já que o rádio estava péssimo e o sinal, basicamente inexistente naquela chuva tempestuosa.
— Não quer saber — eu ri comigo mesma, cruzando minhas pernas quando um formigamento subiu pelas minhas coxas, se alastrando por cada terminação nervosa que eu tinha ali.
Ele roubou uma olhada na minha direção, levantando uma sobrancelha com um sorriso curioso nos lábios e eu sustentei o seu olhar, contudo, acho que algo dentro dos meus olhos pouquíssimo amigáveis delatou que meus pensamentos não eram uma programação para menores de dezoito, porque ele sugou o ar para dentro da boca, perdendo um pouco o tom divertido que estava ali poucos segundos antes.
— Caralho, Má — sussurrou e eu fechei meus olhos, lembrando dele sussurrando isso no meu ouvido na noite anterior antes imprensar meu corpo contra o seu dentro do elevador e a sua barba raspando no meu pescoço, arranhando minha pele em algo que não deveria ser socialmente aceito, mas que era uma delícia.
Era engraçado, porque, durante semanas, nós estávamos na presença um do outro e conseguíamos controlar essa vontade louca de nunca mais deixarmos de nos beijar, mas agora... agora quando estávamos juntos, parecia que nós conseguíamos pensar em mil coisas, falar sobre mil assuntos, mas não queria e nem conseguia me afastar dele. Era como se o meu corpo quisesse compensar o tempo perdido de uma vez, e não aos poucos.
Não sei como, juro que não sei, mas não pegamos mais sinais fechados, porque a maior parte ou estava apagada ou bandeirada, então chegamos em casa na velocidade de uma lesma por conta da chuva, mas chegamos mesmo assim. Acho que era um sinal divino para que nós parássemos de nos agarrar no meio da rua e fôssemos para um lugar que não tinha chances de alagamento.
— Garagem? — ele me perguntou e eu apenas assenti, voltando a colocar meus saltos no pé para sair do carro com o máximo de dignidade que eu conseguia.
Eduardo, com a maestria e prática que tinha, encaixou o carro na minha vaga com facilidade e desligou o motor, todavia, quando eu havia acabado de me soltar do cinto de segurança para sair, senti a sua mão me puxando para mais perto dele, sua boca voltando a reclamar a minha como posse dele — não que eu estivesse incomodada com aquilo, porque não estava.
Não era nem louca de me incomodar.
Enfiei minhas mãos em seus cabelos quando seus dedos deslizavam do meu pescoço na direção do discreto decote lateral do vestido, sentindo as costas dos seus dedos contra a pele sensível que o tecido branco de seda não cobria. Meu corpo ficou arrepiado imediatamente e eu o puxei para mais perto como reflexo.
Um de seus braços se enrolou na minha cintura e eu senti seus dedos brincando com a barra do meu vestido, subindo-a de pouquinho em pouquinho até que eu senti a sua pele gelada contra a minha fervente e eu parei de beijá-lo por um segundo ao fantasiar o caminho que seus dedos fariam em mim até me liberarem daquela angústia deliciosa que ele fazia tão bem.
— Edu... — eu o chamei com toda força que consegui — não quer subir? — sugeri tão baixo que poderia ter sido apenas um pensamento que passou pela minha mente.
— Não sei se eu aguento até lá — ele mordeu meu pescoço e eu fechei meus olhos, sentindo os arrepios se espalharam por mim.
— É que... eu tinha planejado saborear cada pedacinho seu e não sei se o carro é o lugar que eu tinha imaginado fazer isso — deixei minha voz ainda baixa, porém, desta vez, com um toque de provocação.
Ele não respondeu nada, apenas destravou a porta e me beijou mais uma vez antes de sair do carro, fazendo com que eu risse da sua pressa ao segui-lo até o elevador.
— O seu elevador tem...? — ele indagou, me abraçando por trás e eu senti uma trilha de beijos entre o meu pescoço e o meu ombro, ainda que a atração estivesse nas minhas costas. A alça do meu vestido acabou deslizando com aquilo e eu pouco liguei, apenas tombando meu rosto para o lado oposto, sentindo seus dedos perigosamente próximos dos meus seios, porém ele apenas a reergueu antes de plantar mais um beijo ali — então?
— Tem. Seu Agenor é muito rigoroso com a segurança do prédio e temos câmeras em quase todos os lugares — respondi, soltando um suspiro frustrado — mas, em compensação, nosso elevador é rápido.
— Hum, eu não me lembro de você reclamar do elevador ser lento ontem, amor — sussurrou contra o meu ouvido e eu o senti dar um beijo ali.
— Definitivamente não — brinquei, entrando no elevador e apertando o meu andar antes de puxá-lo para mais perto e franzir o cenho — na verdade não foi muito inteligente da nossa parte entrar em um elevador no meio de um temporal, né?
— Você me faz pensar que coisas não muito inteligentes são geniais, sabia? — Eduardo sorriu para mim, aquele seu sorriso que poderia deixar o sol cheio de ciúmes de tanto que brilhava.
— Sabia — pisquei para ele, sabendo que eu tinha um efeito nele que era quase um espelho do que ele tinha em mim.
Nós saímos da caixa de metal e eu abri minha clutch, precisando de alguns segundos até conseguir encontrar a minha chave ali dentro, porque eu sempre carregava mais coisas ali do que uma pessoa normal (mas vamos combinar que ter um canivete, um álcool gel e lencinhos de papel era, tipo, um kit de sobrevivência), enquanto o arquiteto ficava me distraindo com toques e beijos e provocações na pertinho do meu ouvido.
Assim que nós entramos, eu arranquei meus saltos e Eduardo afrouxou a gravata do seu pescoço. Eu adorava a visão dele arrumado e pomposo, porém amava muito mais quando ele começava a desfazer a sua pose de galã de novela e ia tomando mais a forma do meu Eduardo Senna.
— Quer beber alguma coisa? — ofereci, andando até a cozinha, sentindo o seu corpo me seguindo como uma sombra.
— Uma água ou um chá? Eu acho que ultrapassei a cota de álcool nos últimos dias — ele brincou e eu concordei, porque parecia que quanto mais o tempo passava, menos eu conseguia processar o vinho e espumante e uísque e...
Peguei um copo d'água do armário no mesmo instante que houve um estouro alto e a luz da casa inteira — e talvez do país também — acabou.
Eu soltei um grito meio assustado e larguei o copo, que foi com tudo na direção da pia de mármore mesclado, estilhaçando-se com o impacto agudo.
— Marcela? Você está bem? — Eduardo segurou minhas mãos, ainda no escuro, e me tateou enquanto as aproximava dos seus olhos mesmo que eu só conseguisse ver a sua silhueta contra a noite.
— Estou, eu só tomei um susto — concordei, porque eu não sentia nenhuma dor latente, ou seja, nada de pele lancetada naquele dia e isso era ótimo, porque todos nós sabíamos a reação de Eduardo e sangue, não é?
Só que, mesmo nós dois sabendo que ele não tinha uma resistência alta a sangue, meu peito ficou aquecido por pensar que ele conseguiria ignorar isso por alguns segundos apenas para saber se eu estava bem, porque, acho que desde sempre, ele cuidava de mim tanto quanto eu cuidava dele.
— Sabia que essa é a segunda vez que acaba a luz quando eu estou aqui? E se eu me lembro bem, nesse dia... — sua voz morreu e seus dedos se entrelaçaram contra os meus, me puxando para mais perto antes de começar a balançar o seu corpo de um lado para o outro, perdido na melodia da chuva — e eu quero transar com você, Marcela, a noite toda. Só que antes eu queria te namorar. Te beijar. Me enrolar nesse sofá contigo. Sussurrar besteira no seu ouvido. Te ouvir rir e suspirar e...
— Eu gosto desse plano — assenti, sentindo seu nariz próximo do meu, seu aroma de One Million tão presente que eu poderia me afogar naquela fragrância que nunca iria me cansar dela. Não de verdade — e eu acho que esse plano combina com velas cheirosas e não com lanterna de celular, o que acha?
— Isso tem cheirinho de encontro — ele arqueou suas sobrancelhas para cima, a pergunta era tão explícita que eu mesma fiquei me perguntando se tinha que fazê-la.
— Pode chamar do que quiser, amor — sussurrei, meu coração galopando em meu peito.
— Isso tem cara de plano para me seduzir — brincou e eu rolei meus olhos, mesmo que ele não conseguisse ver, contudo eu conseguia me perder na curva do seu sorriso mesmo que não conseguisse vê-la com precisão — se colocar um Arctic Monkeys...
— Até se eu colocasse Evidências ia te seduzir — fiquei na ponta dos meus pés, mordendo o seu queixo ao ouvi-lo respirar fundo.
— Quem me seduz é você, e não a música — ele comentou de volta, completamente entregue — e onde estão as velas?
— Eu pego as velas e você cuida da música? — indaguei, sentindo seus dedos enroscados no meu cabelo antes da sua boca afundar na minha.
Havia algo no beijo de Eduardo, que era tão intenso que parecia que seria a última vez que ele me beijaria, porém sempre que ele começava a se afastar, plantando um milhão de pequenos beijos nos meus lábios, me prometia que aquele era apenas o primeiro de muitos. E que ele mal podia esperar para me entregar todos os beijos que pudesse.
— Combinado — mordeu meus lábios e se afastou de mim, andando na direção da sala e me deixando ali na cozinha por dois segundos para que eu conseguisse recuperar o meu fôlego.
Eu tateei a minha cintura e comprovei que a calcinha estava ali, porque, por algumas vezes naquela noite, eu tive certeza de que o tecido nude havia decidido sair por contra própria e voado para o bolso da pessoa que tinha aquele efeito em mim.
Engoli a seco e andei até a área de serviço, ligando a lanterna do meu celular até encontrar o fósforo e a vela que eu havia ganhado de Marcele no natal, porém que ainda não havia usado, porque, de acordo com ela, aquela era uma vela a dois.
Bem, eu estava a dois, não estava?
Fui até a sala, ainda escutando o barulho da chuva, porém ela parecia meio distante de nós quando a música preencheu o ambiente e eu vi apenas Eduardo de costas para mim, ainda apenas sua silhueta um pouco mais em foco por conta da pequena e quase inexistente iluminação do lado de fora. Ele estava retirando a gravata do seu pescoço antes de arrancar o paletó dos seus braços, pousando os dois de qualquer jeito contra o sofá.
Ele era inegavelmente lindo. E inteligente. E engraçado. E charmoso. E maravilhoso. E especial. E eu queria poder dizer tudo isso para ele. Todos os dias. Quando ele acordasse, fosse almoçar e quando fosse dormir. Em cada pequeno momento, queria lembrá-lo que ele era tão especial para mim, que eu não queria mais ficar longe dele. Talvez nunca quis.
Contudo, o Edu estava agindo de uma maneira estranha hoje. Meio Nervoso. Tenso. Mas, quando ele desacelerava, era o homem que me levava à loucura em um elevador, em uma academia, em uma cama ou em um sofá. Onde quer que ele estivesse, eu queria estar, por isso eu só queria que ele desacelerasse comigo.
O rapaz virou o rosto na minha direção e consegui identificar um sorriso dançando pelos seus lábios, porque eu estava pateticamente olhando para ele, enquanto ele retirava algumas peças de roupa e tudo o que eu mais queria era ajudá-lo a retirar o restante, mas ele pediu para curtirmos antes de transar e isso ia de encontro com o que eu também queria, não ia? A verdade era que ele poderia sugerir que nós reflorestassemos a Amazônia naquela noite que eu iria concordar.
— Isso não é Arctic Monkeys — comentei, voltando a andar na direção dele antes de me sentar no sofá e retirar o lacre da vela.
— É Adam Lambert, mas tem algumas músicas nessa playlist que são do Arctic Monkeys. E The Neighbourhood, também — acrescentou, sentando-se do meu lado quando eu peguei um palito de fósforo e o deixei queimar por alguns segundos.
— E qual o nome da playlist? — indaguei aproximando a chama da vela e vendo o pavio queimar o suficiente para que eu pudesse apagar o palito. A chama estava consumindo o palito tanto quanto o que eu sentia por Eduardo estava me consumindo ou quanto a água iria consumir São Paulo. Era inevitável. Era natural.
Pousei a madeira em cima da caixa de fósforo e deixei a vela na mesa, aguardando o momento em que a essência de Morango do Champagne fosse fazer efeito e a sala tivesse cheiro de Marcela e Eduardo, porque, se alguém me perguntasse o que eu sentia quando estava com ele, a resposta era meio cítrica, meio adocicada, cheia de bolhas que lhe levavam as nuvens e me prometiam que a noite não acabava com o amanhecer.
Eu só reparei que Eduardo optou por não me responder depois de um tempo, vendo que ele afastou o celular de mim, algo que atiçou completamente a minha curiosidade, por isso decidi descobrir por conta própria, inclinando meu corpo por cima do seu para pegar o aparelho antes que ele conseguisse prever o meu movimento.
— Hm... músicas para esquentar o clima? — arqueei minhas sobrancelhas, vendo a chama da vela dançando na sua íris, me hipnotizando, porque eu queria continuar acompanhando aquele movimento envolvente e as cores que aquilo criava no seu olhar. Ela transformava o azul da sua íris em lilás, parecendo um nascer do Sol, e as gotas douradas em brasa. Em fogo — não era você que queria apenas me namorar? — provoquei, pousando o celular no braço do sofá ao passar uma perna minha de cada lado da sua cintura, sentando-me em seu colo.
— Pelo jeito eu não sou o único mal intencionado — pontuou e eu continuei a olhá-lo, tombando o meu rosto para a esquerda enquanto sentia meus cabelos acompanhando o meu movimento e deixando minha pele exposta — essa vela tem cheiro de má-intenção.
— Má? Eu acho que é ótima. O cheiro é uma delícia — retruquei rapidamente e ele sorriu, se inclinando na minha direção e eu fechei meus olhos ao sentir sua mão espalmada no encontro do meu quadril e das minhas costas.
No entanto ele não me beijou, apenas se inclinou para frente e depois voltou para onde estava, desta vez, com a vela em uma mão enquanto eu continuava na outra.
— Canela, rosa vermelha, violeta... — começou a ler com os olhos estreitos para conseguir enxergar bem com a pouca iluminação que tínhamos — fundo amadeirado composto de patchouli e sândalo — terminou de recitar os ingredientes, porém apenas girou a vela em suas mãos enquanto eu sentia seus dedos em um carinho gentil contra o tecido do meu vestido, voltando a me contar em voz alta as informações da embalagem: — Use a vela para elevar a autoestima, provocar e estimular as energias sexuais. Proporcionar suavidade e ter momentos extremamente sensuais. Utilizado nos casos de baixa estima e para ativar os desejos — seus olhos se voltaram para os meus quando ele se inclinou mais uma vez, pousando a vela na mesa e, desta vez, eu aproveitei para me aproximar ainda mais dele, encaixando meu quadril no seu da maneira que eu sabia que nós encaixamos — então de dois um: ou você acha que eu tenho problemas de autoestima, ou você está com segundas intenções comigo.
Sua voz estava rasgada. Rouca. Baixa. Aveludada. E tudo isso junto, talvez com a quantidade de vinho que corria pelas minhas veias, talvez pelo aroma da vela chegando no meu olfato, talvez pela música com uma batida dolorosamente sensual...
— A última coisa que você precisa é de algo que impulsione ainda mais sua autoestima para cima — comentei com um sorriso, sentindo agora as suas mãos contra o meu quadril, seus dedos em um leve carinho sobre o tecido — e eu não tenho apenas segundas intenções com você. Tenho todas elas.
— Combina bem com as minhas, então — murmurou e eu rocei meu nariz contra o dele, abraçando o seu pescoço para que ele se aproximasse ainda mais de mim, vendo que Eduardo fechou os olhos e deixou suas mãos deslizarem com mais intensidade pelo meu vestido, dedilhando minha coluna até que elas estivessem espalmadas contra minha bunda e ele me segurou mais firme contra sua cintura antes de soltar um leve gemido contra minha boca. Ou fui eu quem gemeu. Não sei. Não sabia se isso importava também. Dei um beijo contra os seus lábios bem de leve, vendo-o entreabrir sua boca, querendo mais. Me querendo mais.
Um trovão ecoou do lado de fora do apartamento e eu olhei por um segundo para a janela, voltando para meses antes, quando nós estávamos começando a nos envolver. Quando o encaixe da sua boca com a minha era estranhamente bom, que suas mãos no meu corpo me levavam à loucura e que eu já estava cansada de tentar ficar longe dele.
Acho que foi em uma noite assim que...
— Se o mundo estiver acabando, o que você quer fazer? — perguntou, quase como se estivesse compartilhando o mesmo pensamento que eu, então voltei a olhá-lo, encarando as chamas refletidas no seu olhar, que não poderiam ser mais literais do que aquilo que eu sabia que queimava dentro dele.
Eu poderia responder um milhão de coisas: poderia falar sobre o porto, sobre o estádio, sobre querer conhecer M4, sobre querer que minha avó conhecesse a neve ou que Andreia finalmente tivesse o seu reino que ela tanto queria, mas todos esses pensamentos eram simplesmente secundários quando eu estava com ele. Acho que o amor fazia isso com a gente, né? Nos deixava meio tolos, meio bobos, mas era tão bom que eu pediria apenas mais. Contanto que eu estivesse com Eduardo, acho que todos os clichês eram únicos e nossos.
— Não quero ficar longe de você — sorri e me inclinei para baixo, puxando sua boca contra a minha em apenas um beijo, porque outro trovão ecoou do lado de fora e, desta vez, tinha quase certeza de que até o meu interior tremeu com aquilo — e não morrer. Só ainda não tenho certeza da ordem — brinquei.
— Aposto que você iria atrás de Retúlio — me provocou, porém eu notei que havia um tom de presunção no seu semblante que possivelmente veio de quando eu admiti que não queria ficar longe dele. E não queria mesmo. Nunca mais, se dependesse de mim.
— E você dos seus príncipes — devolvi na mesma moeda, arqueando apenas uma sobrancelha, desafiando-o a negar aquilo.
Algo brilhou mais forte dentro dos olhos de Eduardo e ele se aprumou no sofá, ficando quase uns dez centímetros mais alto quando passou seus dedos nos fios do meu cabelo, trazendo meu rosto para perto do seu e deixando sua boca no pé do meu ouvido. Apenas a sua respiração ali era deliciosa e eu não sabia exatamente como ele conseguia fazer isso.
— Mas você, principalmente você... eu não sairia da cama, se pudesse. Ficaria enrolado com você ali até o mundo acabar, amando cada parte sua que eu ainda não conheço, amando todas as que eu já conheço de um jeito diferente — sussurrou e eu fechei meus olhos, tentando não visualizar aquela cena, porém falhando miseravelmente quando sua outra mão escorregou para baixo do meu vestido branço, pela minha coxa, e começou a subir por ali, em um carinho tão leve que poderia quase fazer cócegas. Mas não fazia. Muito pelo contrário.
— Acho que não existe nenhuma que você ainda não conheça — respondi, sentindo-o dar pequenos beijos contra o meu pescoço, sua língua descendo pela minha pele em uma trilha quente — mas se eu não me engano, ontem você estava me prometendo carinhos com as mãos e a língua e...
— Calma, Má — me pediu, puxando meus cabelos para trás em um daqueles toques que me levava do céu à terra com apenas um movimento — não tem ninguém com pressa aqui, tem?
— Não é você que está quase sem calcinha de tanto tesão — murmurei em voz alta sem querer, soltando um gemido que veio de dentro da minha alma quando senti um dedo seu passando pela renda que me cobria.
— Hm... ainda está de calcinha — constatou com um sorriso tão sacana que eu queria que não estivesse.
— Se você continuar fazendo isso, não vou conseguir ir devagar por muito tempo. Mas eu não me incomodo nenhum pouco de transarmos aqui no sofá, sabia? — eu me arrumei contra o seu quadril, querendo compartilhar com ele aquele incômodo, aquela tortura, aquela crescente deliciosa que aumentava dentro do meu ventre sempre que ele me olhava, beijava ou tocava.
Basicamente sempre.
Só que, de repente, ele desacelerou, soltando os meus cabelos, meu corpo e me deixando quase desnorteada pela brusca mudança no ritmo de que estávamos indo.
Será que eu havia falado algo errado? Será que era para eu ter falado para irmos transar no quarto? Será que ele simplesmente havia bebido demais e não tinha certeza se conseguiria transar? Mas o problema de impotência não estava realmente rolando, porque eu sentia que ele estava disposto e potente.
Será que...?
— Má, eu não sei se a gente pode continuar assim — ele comentou comigo e eu senti minha boca ficando seca, meu corpo inteiro tão tenso quanto o dele. Nós não poderíamos continuar com o que exatamente? Ele estava terminando...? — eu não sei se consigo continuar a ter algo puramente casual contigo quando eu não quero algo casual.
Franzi minhas sobrancelhas e senti suas mãos segurando as minhas, nossos dedos entrelaçados até que ele os colocou no primeiro botão ainda fechado da sua camisa e deixou meus dedos ali, respirando tão fundo que eu senti o movimento do seu peito reverberar pelo meu.
— Edu, eu não estou entendendo — soltei as palavras junto com a minha respiração, franzindo minhas sobrancelhas em uma confusão que não me caia muito bem, mas que me descrevia com precisão.
— Cartas na mesa, amor — sussurrou, olhando para mim ao deixar suas mãos caírem no sofá, observando cada pequena reação minha.
Eu hesitei por um segundo, tentando entender o que ele queria dizer com isso, antes de deslizar meus dedos pelo primeiro botão e o abrir, voltando a encarar Eduardo para saber se eu poderia continuar com aquilo. Sua expressão estava em conflito, acho que com ele mesmo, porque uma parte parecia leve e a outra, atormentada. Mas o que tinha de tão complexo assim dentro do seu peito para que ele agisse assim?
A samambaia? Mas ela era só uma tatuagem. Não era tão importante assim que ele tivesse tatuado mais uma vez o seu amor pela natureza na sua pele.
Continuei minha exploração, botão por botão. Centímetro por centímetro. Revelando um pouco de pele cada vez que minhas mãos desciam para o próximo, até que eu puxei a parte da camisa que ainda estava dentro da sua calça para liberar o último.
Deixei minha mão escorrer pelo seu peitoral, aumentando a área de pele que não estava coberta pelo tecido azul que fazia com que os seus olhos brilhassem, empurrando o algodão para o lado enquanto sentia o meu coração pulsando pelos meus dedos, até o momento que eu a abri por completo e tive uma visão absurdamente maravilhosa do seu peitoral.
Havia uma parte que realmente estava com os pelos irregulares, meio ainda crescendo ao redor da tinta negra que marcava a sua pele no formato de uma pena. Uma pena. Uma pena. Não era uma samambaia. Era uma pena. Se eu quisesse ter liberdade poética, diria que era para ser par com a minha.
Eu prendi a respiração dentro de mim, sentindo meus dedos contornando todas as suas linhas com as pontas, acompanhando o movimento com meus olhos enquanto um trote intenso se iniciou dentro do meu coração e ecoou pelo meu corpo inteiro, se materializando em forma de arrepios em meu braço.
Uma pena.
Uma
Pena
P-e-n-a
E isso fez com que eu sentisse que aquele sentimento que eu nutria pelo arquiteto a minha frente crescesse tanto que não cabia mais dentro de mim. Eu era um universo em expansão. Eu era uma queimada descontrolada. Eu era um oceano em maré alta. Eu era uma mulher completamente apaixonada. Não. Era mais.
— Edu... — sussurrei, ainda traçando as linhas de leve, sentindo-o ficar tenso com o meu toque e eu o olhei, porém isso não foi recíproco, porque ele estava encarando diretamente a vela que estava atrás do meu corpo, concentrado em me ignorar? — ei...
— Eu sei o que você deve estar pensando — começou a falar depois de um doloroso suspiro, fechando seus olhos ao encostar a sua nuca contra o estofado do sofá — que foi impulsivo e louco e meio creepy sendo que eu fiz essa tatuagem quando nós tínhamos terminado. Quero dizer, eu acho que a gente tinha terminado, mas eu também não sabia se a gente tinha algo para terminar, mas eu só... eu não conseguia não... — as palavras morriam dentro dele, todas as vezes que ele tentava colocar para fora e eu não conseguia mais aguentar isso.
Segurei suas bochechas entre minhas mãos, afagando sua barba que mal havia nascido, querendo que ele olhasse para mim, porém ele se negava àquilo, ainda fantasiando com o possível discurso que idealizou em sua mente, discorrendo sem prestar atenção em mais nada.
— Era difícil simplesmente conceber a ideia de que eu havia te perdido, Má, que eu nunca mais ia poder te segurar, te beijar, te chamar de minha e... — ele mordeu seus lábios e eu puxei o seu rosto na minha direção, obrigando-o a me olhar para entender o que eu estava fazendo.
Abri meus lábios, sem saber exatamente o que dizer, sem ter certeza se eu havia pensado em dizer algo até aquele momento, porém quando eu via os seus olhos brilhantes e transparentes, olhando para mim com o coração escancarado e o peito aberto, eu sabia que queria morar nele. E queria que ele morasse em mim. E eu tinha certeza de que não era tão boa com palavras quanto ele, por isso que eu demorei alguns segundos para sentir a frase se formando dentro de mim, e aceitando que talvez eu nunca pensei que ela sairia do mundo dos meus pensamentos, ela me escapou:
— Eu te amo — sussurrei as palavras para fora com pressa, quase como se estivesse cometendo um crime, só que o crime de verdade era não falar. Era Eduardo não saber mais um dia que fosse o que eu sentia, o que ele causava em mim, sobre todos os sentimentos loucos que eu nutria por ele durante tantos meses.
Por isso eu explodi, queimei e sublimei.
Por isso eu não deixei mais aquele sentimento ser um segredo dentro de mim.
— Mas eu só... eu não conseguia parar de pensar em você e... o que? — ele arregalou os seus olhos e me encarou, uma expressão confusa tomou conta do seu rosto e eu apenas senti os cantos dos meus lábios se levantando, não conseguindo controlar o sorriso derretido que tomou conta de mim. E acho que foi com esse sorriso que ele entendeu o que eu falei, porque seus lábios mimicaram o meu sorriso, entregando uma versão de tirar o fôlego de qualquer um — repete.
— Eu te amo, Eduardo Senna — deixei que cada uma daquelas letras se enrolassem e desenrolassem pela minha língua, amando o som de todas juntas e de como elas faziam com que o rosto do meu arquiteto se iluminasse.
— Repete — pediu de novo, abraçando o meu corpo e me tombando no sofá enquanto me eclipsava com o seu.
— Eu te amo, amor — lhe entreguei mais uma vez o que ele queria.
— Nunca vou cansar de escutar isso — ele murmurou contra a minha boca, derrubando seu corpo aos poucos em cima do meu.
— Não quero que canse — deslizei meu nariz contra o seu. Eu tinha certeza de que havia um sorriso na minha boca, mas eu não tinha absoluta certeza de quando ele havia surgido e nem fazia muita questão que ele fosse embora tão cedo — eu te amo.
E cada vez que eu falava, mais eu sentia, era como se aquilo apenas consolidasse os meus sentimentos e os escrevesse em uma pedra que perduraria a eternidade. E o quanto mais eu falava, mais eu queria falar, mais eu queria que ele escutasse, por isso eu puxei o seu rosto para contra o meu e o beijei, e toda vez que um de nós precisava buscar ar, eu dizia que o amava.
Ele fechou os olhos e apoiou a testa contra a minha, sua respiração irregular e descompassada, porém havia algo dentro dele que não apenas queimava, porém que transcendia tudo o que ele não estava conseguindo me dizer naquele dia inteiro, porque, de repente, quando abriu seus olhos, havia uma nova certeza ali. Tão forte que me estremeceu. Tão firme que me abalou. Tão verdadeira que eu soube o que ele diria antes mesmo das palavras serem verbalizadas.
De repente, eu entendi o motivo para ele estar tão nervoso naquela noite, querendo me falar algo e não conseguindo, e acho que fazia sentido, porque quando você era uma pessoa tão aberta quando Eduardo, falar era algo tão natural que, as vezes, quando você se encontrava em uma situação em que precisava falar algo importante, as palavras te fugiam. Porém, para mim, eu não estava acostumada a falar. Eu não falava quase nunca, mas quando eu tinha que falar algo, as palavras me escapavam antes mesmo do que eu poderia controlar.
— Eu te amo, Marcela. Eu te amo faz tanto tempo... e eu te amo tanto... — ele não conseguiu terminar a sua frase, apenas enlaçando minha língua com a sua naquela dança a dois que as duas conheciam e possuíam expertise.
Eu acho que eu sabia disso. Que ele me amava. Acho que eu sabia disso desde o momento que ele me contou que chorou com uma begônia quando brigamos, que ele perdeu a compostura em um churrasco do trabalho para me defender, que ele ficou comigo durante horas quando eu precisei de alguém para me distrair, quando ele dizia, para cada santa pessoa que aparecia na sua frente, que eu era uma engenheira foda pra caralho. Acho que esse era o jeito dele de dizer que me amava sem realmente dizer.
Mas escutar aquelas palavras, todas aquelas letrinhas que eram tão insignificantes quando separadas no meio de tantas bilhões de combinações, fez com que eu entendesse algo que já deveria ter entendido. Fez com que eu entendesse que Eduardo era meu all in, que ele era o começo, o meio e o fim dessa história que eu jamais sonhei escrever, mas que, quando eu estava com ele, eu sabia que não poderia estar em nenhum outro lugar.
Era isso, porque eu amava esse cara para um senhor caralho. E ele me amava de volta. Talvez tanto quanto.
Ele batalhou contra a sua camisa e eu o ajudei a se livrar dela sem nenhuma objeção da sua parte, então abaixei meus dedos até o seu quadril, desfazendo a sua fivela com uma mão, enquanto minha outra mão se enrolava nos cabelos da sua nuca e eu mergulhava na sua boca, até que eu parei.
— Espera, você quer curtir e só namorar hoje, né? — eu questionei, sentindo minha pele queimando em cada pequeno lugar que ele me tocava, quase morrendo por dentro ao pensar em parar o que estávamos fazendo.
— Isso é namorar, amor, é fazer amor — ele sussurrou contra o meu pescoço, me beijando ali depois de inspirar profundamente — eu amo seu cheiro. Não importa é se Good Girl ou Lady Million. Sempre gostei de como tudo o que você usa, tem cheiro de Marcela Noronha. Foda pra caralho com pernas lindas.
— Esqueceu do mandona — brinquei, meus dentes raspando contra o seu maxilar.
— Isso é seu charme — ele nos provocou — tipo quando você não consegue não estar no controle da situação.
E era verdade, eu amava estar no controle da situação, por isso consegui nos girar e fiquei por cima dele de novo, voltando a nossa posição original, queimando por dentro cada vez que ele me beijava, adorando o sentimento que me incendiava de dentro para fora. Senti sua mão devolvendo a alça do meu vestido para o meu ombro, no movimento oposto do que eu estava fazendo, porque eu estava arrancando suas roupas enquanto ele estava repondo as minhas.
Meus olhos escorreram pelo seu corpo. Ele me olhando de baixo para cima, completamente exposto e vulnerável com a sua pena brilhando contra o brilho da vela e o seu lobo tentando me fisgar do outro lado. Ele estava com os braços apoiados contra o encosto do sofá e sua postura havia se desmontado.
Aquele era o meu Eduardo.
Todo meu.
E, às vezes, eu gostava quando eu cedia o controle para ele, amando como ele me inclinava para onde quisesse com um beijo, um aperto. Então eu apenas coloquei a minha mão por cima da dele e a deixei no meu ombro, em cima da alça, deslizando-a para fora do meu ombro enquanto nossos olhos se encaravam, algo que tornou aquele movimento muito mais íntimo do que qualquer outro, talvez até mais do que quando eu estava abrindo sua blusa, porque agora ele sabia que eu o amava e eu sabia que ele me amava de volta.
O tecido deslizou pelo meu ombro e ficou caído contra meu braço. Seus olhos deixaram os meus para olhar aquilo, o local limítrofe em que o tecido estava escorregando pelo meu colo toda vez que eu inspirava um pouco mais fundo.
Eduardo engoliu a seco e voltou a me olhar.
Coloquei sua mão contra o zíper invisível do meu vestido, que ficava nas minhas costas, e a soltei, esperando o tempo dele. Depois de alguns segundos, ele começou a abaixar o metal, fazendo com que as alças do vestido perdessem o apoio e ficassem leves, quase flutuantes, contra o meu corpo, até que ele chegou ao final e parou.
Eduardo colocou as mãos na barra do vestido e a puxou para cima. Óbvio que se estivéssemos em um filme de comédia romântica, tudo teria acontecido de maneira sexy e sensual e natural, mas conosco, o vestido ficou presa embaixo da bunda dele e, quando conseguimos arrancá-lo do meu corpo, ele quase o jogou em cima da vela. Quase! Seria a segunda reposição de roupa que ele me faria caso tivesse queimado aquele vestido.
Só que eu acho que nada disso importava ou passava pela mente dele, porque o Edu apenas segurou o meu quadril com força e eu abracei o seu rosto ao sentir o seu hálito quente e úmido contra a pele sensível dos meus seios, fechando os olhos. Suas mãos me envolveram com contemplação, deixando seus polegares me acariciarem de maneira tão gostosa que eu quase me desfaleci de tanto que estava arqueando meu corpo.
Ele tentou me tombar de novo para o sofá, porém eu estava mais preocupada em lhe arrancar a calça, por isso acho que acabamos caindo no meu tapete macio e ali ficamos — porque eu finalmente consegui me livrar do tecido que continuava cobrindo aquele seu corpo esplêndido, mesmo que não tivesse conseguido aproveitar muito a visão, porque Eduardo estava faminto por mim e eu jamais reclamaria daquilo.
— Agora sim você vai ficar sem calcinha — ele murmurou contra a minha barriga quando o seu indicador se enroscou contra o tecido de renda e o retirou pelas minhas pernas.
Seus dedos deslizaram por entre as minhas coxas quando eu o envolvi com uma de minhas mãos. Eu fechei meus olhos ao morder meus lábios quando ele começou a fazer movimentos circulares ali e eu tentei acompanhar o seu ritmo, porém não acho que eu estava racional o suficiente para fazer aquilo.
— Vai... devagar — ele pediu entre dentes antes de afundar seu rosto contra o meu pescoço e eu juro que tentei desacelerar. Mas não sei se consegui. Nem sei se eu realmente tentei — Má... — ele sussurrou no meu ouvido e eu apenas mordi o meu ombro, minhas pernas ficando trêmulas e meu corpo se transformando em pequenos e deliciosos espasmos.
— É amor para você — sussurrei, me agarrando aos seus cabelos e ao tapete para tentar me manter em terra firme, mas eu estava em queda-livre completamente sem medo, porque eu tinha certeza que se eu realmente caísse, Eduardo estaria ali para me segurar.
Eu não conseguia me lembrar exatamente que horas fomos dormir, quando a bateria do celular acabou, quando a música parou de tocar, ou quando o mundo deixou de acabar do lado de fora, mas eu tinha certeza de que deve ter sido entre um beijo, um toque e um eu te amo.
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BAMBUZETE MORRE DE AMORES, entenda o caso
Hello, Bambuzetes, tudo bem com vocês? Não tem como estar mal com um capítulo maravilhoso desses, né?
DEPOIS DE MUITO ESPERAR, DEPOIS DE MUITO PEDIR, DEPOIS DE MUITO CHORAR, TIVEMOS UM COMBO DE PENA COM O PRIMEIRO EU TE AMOOOOOO DE MUITOS <3 Foi do jeito que vocês imaginaram? Porque até nos nos surpreendemos com esse cenão.
Se a gente se recuperar desse capítulo, poderemos comentar sobre ele, mas por enquanto o impacto é real e vocês não fazem ideia de quanto tempo nós estávamos planejando esse momento maravilhoso <3
E agora, gente? Será que esse casal engata e vai pra frente e nunca mais olha para trás ou será que ainda tem mais alguns percalços no meio do caminho? Conta pra gente o que vocês pensam! Melhor, conta pra gente o que estão achando!!!
Obrigada pelo amor, o bambu e o surto <3 e feliz aniversário, CEM, a história fez um ano hoje!
Nos vemos no próximo capítulo?
Beijinhos,
Libriela <3
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