Capítulo 108 - Eu era o perfeito Big Bang

Eu era o perfeito Big Bang


Marcela

— Então você manda ele pro terraço, Lê — eu expliquei de novo, relendo as notas do seu celular para ter certeza de que não havíamos esquecido de nada. Henrique Francisco, enquanto isso, reclamava no telefone fixo deles com o Hermes, o restaurante e não o deus grego, sobre eles não terem o mousse de chocolate branco justo no dia em que o homem mais maravilhoso da terra ganhava um prêmio.

Palavras dele, não minhas, mas poderiam ser minhas, porque eu assinava embaixo.

— Depois de um abraço e uns beijos, né? Não tem como esse homem passar sem eu dar um cheiro nele — o analista constatou com obviedade, criando um vinco em suas sobrancelhas que era quase imperceptível e eu suspirei — não é todo dia que seu arquiteto preferido ganha um prêmio, tá bom?

— Lê, se ele parar aqui, ele não vai para o terraço, então o Edu tem que ir antes para lá. E depois vocês esmagam o Edu com amor e coisas verdes — eu apontei com a cabeça para os copinhos e blusas de bambu que a gente conseguiu encontrar na 25 de março em um corre que quase matou Leandro do coração, mas que funcionou.

Naquela tarde eu trabalhei muito, só que não para a CPN.

Eu corri de um lado para o outro tentando planejar a noite perfeita, ajudei a Cecília a conseguir entregar o bolo do Edu e não perder o encontro com o seu fornecedor de trufas negras, contei para os pais dele para que eles conseguissem surtar com o filho (e tive uma conversa incrível com a mãe do Edu sobre instalação de exaustores), dei um rolê com o Leandro na 25 para comprar os apetrechos da noite, encomendei uma caixa de Casa Geraldo (aquele espumante delicinha do ano novo) com o Romeu, peguei um tapete de piquenique com o Túlio, impedi o Patrício de comprar uma passagem para passar protetor solar pessoalmente no arquiteto premiado...

Enfim, fiz muita coisa.

E eu sentia que ainda era pouco pelo tamanho da vitória do Edu.

Eu queria que ele estivesse em todos os jornais do mundo, que todo mundo visse o seu rosto e soubessem que ele era a melhor pessoa que já havia nascido. Eu queria morar nos seus braços e viver no calor do seu peito. Eu queria entregar a ele uma noite que jamais fosse esquecer, que se repetisse em sua mente quando pensava nos momentos mais felizes da sua vida — da mesma maneira que o nosso jantar no Cozil, o restaurante da minha promoção, era uma das minhas memórias preferidas quando eu pensava no Eduardo.

— Não acho justo você ter o direito do primeiro abraço — Leandro cruzou seus braços, fazendo um beicinho untado de hidratante Ágata, a marca da Ágata. Originalidade estava em falta, mas a qualidade...

Eu demorei um tempo até descobrir que os dois haviam deixado o passado no passado e agora tinham uma relação de convivência online completamente saudável entre curtidas. E ainda bem que isso aconteceu, porque eu tinha que admitir que os produtos dela eram realmente muito bons — Gisele havia me dado um na semana passada e minha boca estava uma delicinha de macia.

Não que eu estivesse planejando mostrar a maciez dela para alguém.

Porque eu e o Edu estávamos indo... devagar.

Né?

— Leandro, pelo amor do meu Atlético Mineiro, explica pro Antonello que não dá para não ter o mousse, por favor? — Chico entregou o celular para o loiro que estava à minha frente, basicamente enfiando-o no seu ouvido enquanto eu olhava mais uma vez para a lista de coisas para fazer.

— Hum, sabe que horas o Ti chega? Ele tá vindo ou vai vir depois daquela extração de siso que passou a semana comentando? — indaguei para Henrique Francisco ao tentar fazer a matemática básica do tempo que Tiago demoraria se ele ainda não tivesse saído do seu consultório e...

— Ei, Má, desacelera — o oftalmo me pediu, desacelerando por conta própria, porém eu notei que ele não me respondeu.

A verdade era que, quando eu perguntei para o Ti se ele viria, ele também desviou do assunto, comentando sobre uma infiltração no seu banheiro e eu acho que acabei caindo no seu joguinho.

Mas... eu continuei olhando para Chico, porém havia algo nos seus olhos negros que não estavam exatamente convidativos para falar sobre o seu namoro ou sobre qualquer coisa que não fosse Eduardo e o seu prêmio, então dexei o assunto morrer e sorri para tentar arrancar um sorriso dele.

— Eu só preciso garantir que a noite vai ser perfeita — eu comentei, porém senti o rapaz retirando o celular de Leandro das minhas mãos e o guardando em seu próprio bolso junto com o meu, que foi confiscado no começo da tarde.

— Vai ser incrível, tá? Ele ganhou a porra de um prêmio internacional, Marcela! Você acha que ele vai ficar triste? Acha que tem como ele estar triste? — o oftalmo me perguntou, se sentando ao meu lado e segurando minhas mãos geladas contra as suas para tentar capturar a minha atenção — e tudo graças a você.

— A ele — eu o corrigi automaticamente, sabendo que havia uma bela parcela que era direito meu, mas sem o Eduardo e suas práticas sustentáveis? Nós nem estaríamos sonhando com este momento — se ele não tivesse feito um projeto tão incrível...

— Mas foi você quem inscreveu. Passou duas horas no site para fazer a inscrição, pelo que o Getúlio contou pro Tiago — Henrique Francisco comentou e eu arqueei minhas sobrancelhas, ainda tentando entender quando foi que eles haviam ficado tão amigos para compartilhar minha falta de destreza para com a internet.

— Eu tive dificuldades em conseguir enviar a pasta compactada, porque o documento era pesado — rolei meus olhos ao me defender, vendo o sorrisinho irritante em seus lábios, porém eu não reclamei — o importante é que deu certo. E não é como se você não soubesse que ele era capaz disso, Chico. Você sabe que ele vai dominar o mundo, um bambu por vez.

— Eu sei que ele é a porra da perfeição encarnada e merece o mundo de felicidade e prêmios e shots antiinflamatórios — ele concordou comigo, apertando minhas mãos e as puxando para cima antes de dar um beijo nas costas de cada uma delas — e você também sabe.

Eu... eu sabia, não sabia? Fazia um tempo que eu já havia aceitado que ele era a porra da perfeição encarnada e que ele merecia toda a felicidade que o mundo poderia dar a ele, porém eu acho que nunca parei para pensar naquilo de verdade. Do quanto eu sabia daquilo. Do quanto eu tinha noção do valor do Edu. De tudo o que eu faria por ele sem pensar duas vezes. Sem que ele precisasse pedir. Sem que ele ao menos tivesse a noção daquilo.

Nós dois continuamos nos olhando por alguns segundos, porque eu simplesmente não consegui quebrar o contato visual depois das suas palavras me atingiram como um torpedo, bem no meio do meu peito, e eu senti uma corrente elétrica passando pelo meu corpo inteiro, porque eu sabia daquilo. E eu acho que finalmente entendi o que ele tanto tentou me falar no shopping, durante minha caçada aos presentes de Natal.

Eu sabia que eu amava o Edu, eu só nunca tinha parado para entender a extensão daquele sentimento, que parecia ser tão pequeno, cabendo em apenas quatro letras, porém ele se expandia todo segundo mais. E foi neste momento que eu senti os meus lábios tremerem e o meu olhar vacilar, porque era assustador e maravilhoso amar alguém.

Sabia que eu queria ir devagar com ele para não estragar o que havíamos criado, mas, foi durante uma troca de olhar com o seu melhor amigo que eu entendi que o x da questão não era não magoar o Edu, porque aquilo às vezes era inevitável e acidental e acontecia, mas era sobre estar ali. Era sobre... nem pensar que você estava fazendo algo por alguém, porque você simplesmente faria qualquer coisa para ver ele feliz. Era sobre querer ser aquele pontinho de luz no fim do túnel. Era sobre...

— Eu sei — confirmei em um sussurro, sentindo um sorriso inquieto subir pelos meus lábios — e eu... — comecei a falar baixinho e olhei para o lado, pronta para contar para ele sobre aquela coisa que eu vinha cultivando fazia meses, porém eu não tinha certeza se o Leandro estava pronto para aquela revelação sem desmaiar de emoção, mas eu sabia que o Henrique Francisco sim, porque ele tinha o Tiago e acho que o que eles tinham era tão precioso quanto o que eu tinha com o Eduardo.

Só que eu nunca consegui pronunciar aquelas palavrinhas, porque o galã de revista se jogou no nosso colo dramaticamente, enfiando o joelho nas tripas do médico como uma lombriga.

— O Eduardo chegou! — ele anunciou, fatalista — eu repito, o Eduzinho chegou antes da hora, porque ele acabou de mandar no grupo "cheguei, meus príncipes, bebida por minha conta?".

Eu saltei do sofá e o analista saiu rolando pelo chão da sala, quase como um bife a milanesa fritando no óleo, para olhar o relógio que ficava em cima da porta da sala deles, porque eu tinha absoluta certeza de que eu havia pedido para o Golden enrolar o Eduardo pelo menos até às sete e trinta, mas não era nem sete horas!

Espera...

— Vocês não se chamam de príncipes, né? — eu estreitei meus olhos na direção dos dois, porém um deles gaguejou e o outro imitou o barulho de um golfinho se afogando — ah, eu vou amar contar isso pra todo mundo do trabalho!

— Você não ousaria — Leandro apontou o seu sapato na minha direção, mas eu sabia que ele era caro e de couro, então não havia a menor possibilidade dele pensar em machucar aquele tecido em um ataque contra a minha pessoa, por mais raivoso que estivesse.

— Claro que não, Afrodite — eu pisquei para ele, pegando o cartaz que a gente havia pintado na última hora com direito a muito glitter e muita tinta jogada em tudo, menos no papel.

Minhas mãos, o nariz de Leandro e os cotovelos de Chico eram a prova viva de que as pessoas envelheciam, mas era só colocar tinta e brilho que o espírito de maternal retornava mais forte do que antes.

— Eu ainda vou matar a Tamara! Mesmo que eu tenha certeza de que eu realmente sou um deus da beleza e do sexo — ele piscou na minha direção, abaixando o seu sapato, já menos irritado.

— Eu não tenho certeza de que a Afrodite tem esse título, Lêle — Chico refletiu em voz alta e correu até a porta, abrindo-a para mim — a gente combinou com o porteiro que ele iria desligar o elevador, então corre e pendura esse cartaz lá enquanto eu e a Afrodite aqui terminamos de arrumar as coisas.

— Que coisas? Tá tudo... — Leandro começou a reclamar com a voz levemente mais fina enquanto eu saía do apartamento e ele começava a se levantar para me seguir, completamente ignorando o nosso planejamento.

Então Henrique Francisco provou que era um romântico incurável que, realmente, acompanhava as novelas do Walcyr Carrasco e pegou um pincel de tinta verde e passou dos cabelos até a camisa do analista sem qualquer pudor ou medo do perigo.

— Agora tem que tomar um banho, Lê, que pena — o oftalmo sorriu de canto e eu tentei não mostrar tanto os meus dentes. Eu juro que tentei, mas saber que Henrique Francisco estava me dando aqueles minutinhos juntos do Edu... que ele, a pessoa que mais amava Eduardo Senna depois de mim e da sua família, estava me dando aqueles minutinhos... eu me sentia a pessoa mais sortuda do mundo e não havia nada que alguém dissesse que mudaria esta sensação.

Eu estava arrumando o cobertor de piquenique de Getúlio quando a porta do terraço se abriu e eu olhei para cima, pensando que eu deveria ter passado menos tempo ajeitando as taças de poliestireno verdes na bancada e mais tempo arrumando o cartaz do "Parabéns Edu!" super purpurinado com glitter verde e amarelo na entrada do terraço, porém ele ainda estava em cima da mesinha que a gente havia arranjado com o Seu Agenor — sim, o meu síndico havia me emprestado uma mesinha para que eu usasse naquela noite com a seguinte frase "não é aqui, né? é em outro lugar?" e ele estava quase reluzindo por saber que a comemoração do dia não seria em cima da sua cabeça — e as taças já haviam caído.

Acho que meus lábios se curvaram em um sorriso quando olhei para o Eduardo e ele sorriu para mim, notando que estava parado com a mão na maçaneta e uma expressão de confusão e descrença tomavam conta do seu rosto inteiro.

Ele olhava da minha pessoa para o terraço inteiro até as suas costas, como se estivesse esperando as suas duas almas surgirem a qualquer momento, porém eu não consegui pensar em mais nada. Não havia mais a preocupação que o espumante estava mais ou menos frio, ou que a comida ainda não havia chegado, que o cobertor tinha uma mancha laranja estranha, que o cartaz não estava no lugar e que as minhas mãos tinham tanto brilho que eu me sentia a prima da Sininho.

O resto do mundo desapareceu quando eu vi o sorriso no rosto do Edu e apenas ele ficou em foco. Foi como se tivessem eclipsado o mundo inteiro, tirando o brilho da lua, dos prédios, roubando a atenção do restante, porque, naquele pequeno segundo, eu amei ser a pessoa que colocou aquela curva na sua boca, sabendo que ele também amava ser a pessoa que iluminava o meu dia.

É isso, eu amava aquele cara para um senhor caralho.

Será que um dia eu conseguiria apenas pensar "bem, é isso, chegamos ao limite dos seus sentimentos pelo Edu e agora é só para trás?", porque eu sentia que não. Eu me sentia o perfeito Big Bang em um universo em constante expansão. Todo segundo que passava, o amor que eu sentia por ele apenas aumentava, jamais encontrando com um limite, uma curva ou um retorno.

— Então é isso o que você ficou fazendo pelas minhas costas o dia inteiro? — o arquiteto me perguntou, aproximando-se com passos lentos. Ou talvez ele estivesse andando normal e eu que o assistisse devagar, no mesmo ritmo que o meu coração pulsava, querendo guardar aquele momento na minha mente pelo resto da minha vida com todos os detalhes que conseguisse.

Umedeci meus lábios e engoli a seco, vendo que ele estava levemente corado por ter subido as escadas do seu prédio, porém ainda sorria para mim, com aquela covinha que roubava minha razão sempre que estava pertinho de mim.

— Tentei, mas foi muito difícil — eu confessei, começando a me levantar do chão e tentei limpar o glitter das minhas mãos ao esfregá-las uma na outra, porém o brilhinho apenas se espalhou pelos meus pulsos, de alguma maneira — tive que reunir um exército de distração para dar conta de você e você conseguiu driblar quase todos deles.

— Eu notei que tinha algo errado quando o Galileu começou a me contar todos os segredos da carne do seu churrasco — ele arqueou apenas uma sobrancelha, enfiando as mãos nos bolsos da sua calça e dando de ombros com um sorriso discreto — não vou reclamar, porque eu adorei a receita do chimichurri dele.

— De nada — gracejei, dando um passo para frente antes que meu cérebro pensasse em andar, porque eu havia parado de raciocinar alguns segundos antes, quando uma brisa passou por ele e me inundou de One Million bagunçando os seus cabelos, nublando a razão, o amanhã e tudo o que não fosse a pessoa parada à minha frente.

Eu me senti quente mesmo que o vento do terraço estivesse revoltado, bagunçando tudo o que tocava, porém eu não liguei, pois apenas por estar perto de Eduardo eu sentia que estava prestes a entrar em combustão. E ele não havia me tocado. Acho que nós havíamos alcançado um novo nível de química, onde eu havia me tornado um barril de gasolina e ele, fogo. Apenas por estar por perto, eu já me inflamava inteira.

O arquiteto balançou para frente e para trás, como se não conseguisse decidir para onde queria ir, com um sorriso constante nos lábios, mesmo que seus olhos delatassem o seu cansaço, provavelmente exausto pela montanha russa de emoções que ele se aventurou naquele dia. E eu queria que ele tivesse mais dias assim. Que aquele sorriso cansado e satisfeito fosse apenas uma consequência de um dia de trabalho. Que ele acumulasse prêmios e troféus e honrarias. Que ele soubesse, todo santíssimo dia, o quanto ele era especial sendo ele mesmo. O quanto eu o amava por ele ser daquele jeitinho.

— Pra que isso tudo isso, Marcela? — Eduardo me perguntou. Ele poderia ter me chamado de amor, como já estava bem fazendo fazia alguns dias, porém quando disse o meu nome, os pelos do meu braço se arrepiaram, porque eu amava como seus lábios moldavam cada sílaba e como sua língua se enrolava em cada uma das letras antes de pronunciar.

— Como assim? — eu tombei meu rosto para o lado, franzindo minhas sobrancelhas quando eu notei o sorriso dele vacilar — não gostou? Eu...

Ele começou a negar com a cabeça e veio um pouco para mais perto, hesitante, e, então, eu notei que ele estava com um sorriso novo — que não era o seu sorriso completo ou o que não era de bom moço ou o que queria salvar as baleias. Era um pouco diferente, meio de canto, meio confuso, meio tentando explicar a teoria da relatividade e meio apenas dizendo que a terra era redonda.

E eu acho que esse sorriso confuso era para mim.

Só que eu não estava entendendo o que ele queria me dizer. Será que eu havia ultrapassado alguma barreira? Será que eu não deveria ter inscrito ele no concurso e ele estava chateado? Será que eu não deveria ter contado para a empresa sobre isso? Será que...?

— Má... — meneou a cabeça na minha direção, possivelmente vendo que meus divertidamentes estavam em colapso. O vento surgiu do nada, fazendo com que os copinhos que eu havia milimetricamente arrumado já estivessem longe dos seus postos. Eu andei até onde ele estava, sentindo-me compelida a sempre dar mais um passo, querendo acabar com os pequenos centímetros que insistiam em estar entre nós — amor — ele tocou o meu rosto com a ponta dos seus dedos e eu inclinei minha bochecha contra a sua pele quente. Fervente, quase — eu não quero nada disso.

— Você... não queria o concurso ou...? — indaguei pisando em ovos, aterrorizada de que eu havia feito algo de errado quando eu pensei que havia feito um gol de bicicleta tão lindo que o Henrique Francisco poderia chorar de emoção — desculpa, Edu, eu não queria ter... — eu me embolei com as palavras, o que nunca acontecia comigo, mas eu simplesmente não conseguia entender o que havia de errado — é só que você é o melhor arquiteto do Brasil inteiro e eu não estou exagerando quando eu digo isso, mas eu queria que... você tem que saber o quanto é foda. O quanto o mundo concorda comigo quando eu digo isso e que todo mundo sairia perdendo se você não fosse incrível e sempre tentasse desafiar as leis da física com o seu bambu e... — comecei a apontar de forma lacônica para os prédios ao meu redor, porém ele apenas segurou minha mão.

Foi um movimento rápido, onde ele a pegou no meio entre uma palavra e outra, e a trouxe para o seu peito, me puxando junto para que eu cobrisse aqueles pequenos e irritantes centímetros que deixavam uma corrente de vento passar entre nós. Não mais. Ao menos, se havia algum vento ali, acho que ele estava esquentando só de ficar perto do Edu, porque ele tinha esse efeito naquilo que tocava.

— Não é isso. Eu... — ele passou a língua pelos seus lábios e minha garganta ficou seca, acompanhando quando seu pomo de adão subiu e desceu e eu me perdi na curva do seu pescoço, meu corpo começando a relaxar depois de horas planejando e organizando e matutando e orquestrando...

— Não? — eu sussurrei as palavras, entreabrindo os lábios para tentar entender o que ele queria me dizer, como se apenas por abrir a boca, meu cérebro deixasse de ser uma gelatina.

E acho que ele notou que eu estava completamente confusa e que não estava mais conseguindo raciocinar, porque o sorriso de antes havia sido substituído por um gentil. Edu pousou suas mãos em minhas bochechas, afagando minha pele com o polegar, para que eu me inclinasse para mais perto, amando a sensação quente e gostosa que ele me entregava sempre que me tocava.

— Quero dizer, obrigado. Por acreditar em mim e por me dizer, do seu jeito, o quanto você me acha foda — ele deixou os seus olhos deslizarem pelo meu rosto e o seu dedo tocou meu lábio inferior, soltando-o dos meus dentes mesmo que eu não tivesse reparado que estava mordendo os lábios. Eu deixei um sorriso se esgueirar pelo meu rosto, daquele tipo de sorriso que eu sabia que fazia com que ele se esquecesse do restante e pensasse apenas em mim, porque eu queria ser um pouquinho egoísta naquele momento — mas é só que... não precisava de nada disso. Eu não queria uma comemoração ou uma capa em um jornal ou mil abraços no trabalho... — suas mãos me puxaram para mais próximo, tão próximo de mim que eu sentia o seu hálito quente contra meu rosto e sua testa repousou contra a minha — só queria você. Só quero você, Marcela. Eu quero você escorregando seu pé contra a minha perna, sussurrando que me acha foda, me abraçando e me contando todos os detalhes de quando você resolveu que seria uma ideia incrível nos increver no maior concurdo de arquitetura do planeta. Eu quero me enrolar no seu sofá contigo, comer a primeira besteira que tiver na sua geladeira e beber um daqueles seus vinhos que a cada gole que eu dou, você perde uma peça de roupa na minha mente.

Eu acho que se alguém estivesse monitorando meus sinais vitais, a máquina teria anunciado óbito na hora, porque eu tenho certeza de que meu coração pulou uma batida e eu parei de respirar, tentando controlar o tremor que crescia dentro de mim, de dentro do meu peito e reverberava por cada pedacinho meu, chegando até a ponta dos meus dedos que formigavam contra a pele dele.

— Eu pensei que você gostava do vinho — eu comentei fracamente a primeira coisa que consegui, porém eu sabia que aquilo não era e nunca seria uma resposta boa a altura do que ele havia acabado de me falar. Eu apenas não conseguia formular nada mais complexo, porque tudo o que conseguia pensar era que eu queria ter um estoque de tinto naquele terraço e que a ideia dele perder todas as suas peças de roupa não eram nenhum pouco estranhas para mim.

— Eu amo a companhia — fechei meus olhos, sentindo sua respiração contra a minha pele e coloquei uma das minhas mãos espalmadas contra o seu peito, sentindo-o vibrar pela força que o seu coração batia. Pelo prêmio. Por mim — e eu sou imensamente grato por tudo, amor, eu só... eu queria ter acordado com você e passado todos os segundos do meu dia com você. Eu queria comemorar contigo, porque nada disso seria possível se nós não estivéssemos juntos.

— Eu... eu só quero te fazer feliz, Edu — passei meus braços pelo seu pescoço, ficando na ponta do pé para me aproximar ainda mais dele, cansada de me segurar para ficar longe. Meu nariz deslizou contra o dele, literalmente a um suspiro de distância — quero que você seja feliz comigo e quero conseguir te ajudar a realizar cada pequeno sonho seu — confessei com um sorriso, sentindo os pelos do meu braço se arrepiando quando ele enlaçou meus cabelos, tombando meu rosto para o lado quando o seu nariz escorregou pelo meu pescoço e eu perdi um pouquinho mais da minha sanidade quando seus lábios tocaram minha pele em uma trilha que me derreteu por inteiro.

Eu poderia beijá-lo ali.

Eu deveria beijá-lo ali.

— Quer realizar meus sonhos, Marcela Noronha? — ele ecoou a mesma pergunta que eu fiz a ele meses antes e eu acho que nunca tinha parado para entender, até aquele minuto, o que a resposta que ele me deu significava. E o quanto ainda significava.

Eduardo voltou seu rosto para o meu, encarando-me com suas piscinas que não estavam tão cristalinas naquele momento, parcialmente obscurecidas com algo que não me era tão desconhecido assim, porém eu não consegui me concentrar naquilo, me perdendo nas gotas douradas que brilhavam um pouquinho mais forte agora, enquanto nossos rostos se aproximavam e nossas respirações se tornaram uma só.

— Todos eles, Eduardo Senna, até aqueles que você ainda não sonhou — eu repeti as exatas palavras que ele me disse naquela vez, porque se havia algo certo naquela vida era que o sol sempre nascia no leste, a água do vaso sanitário girava no sentido horário (aqui no hemisfério sul) e que eu amava Eduardo todo dia um pouco a mais. Sempre que ele sorria ou piscava ou respirava. E eu o amaria por mais mil vidas se me permitissem, porque, agora, eu entendia o que estava acontecendo comigo.

Eu era o perfeito Big Bang e eu o amava tanto, mas tanto, que aquele sentimento já não era mais meu fazia algum tempo. Ele... ele simplesmente estava lá. Toda vez que eu acordava e sempre que eu ia dormir. Em cada pequeno suspiro ou sorriso perdido no meio do expediente, porque Eduardo era o ponto primordial de tudo o que acontecia dentro de mim e eu não tinha certeza se algum dia isso mudaria, porque... porque era isso.

— Má... — ele sussurrou de volta, porém eu não permiti que ele continuasse a falar, não quando havia um milhão de sóis dentro de mim, todos eles queimando pelo homem que estava nos meus braços.

— Cala boca, amor — murmurei contra os seus lábios, afundando minha boca contra a sua com tanta vontade que eu pensei que poderia mergulhar nele e nunca mais retornar. E eu não me importava nenhum pouco com isso.

Ele tinha gosto de chocolate, café e Eduardo, a combinação perfeita que me deixou apenas mais sedenta por mais, sentindo que mesmo que nossos corpos estivessem colados, eu queria mais. Mesmo que não houvesse uma camada de oxigênio entre nós, eu queria mais. Mesmo que ele me entregasse tudo o que eu não sabia nem pedir, eu queria mais.

Eu queria ser dele tanto quanto queria que ele fosse meu.

Não sei exatamente quando foi que a gente chegou até a mesinha, porém eu senti as mãos de Eduardo contra o meu quadril, me dando um pequeno impulso para que eu me sentasse ali e ele me puxasse ainda mais, quase fundindo nossos corpos com a intensidade do seu toque. Tão urgente quanto eu.

Deslizei minha mão por cima da sua blusa, desenhando cada linha que meus dedos tocavam, adorando a sensação do seu corpo contra mim, tão perto quanto fisicamente possível, enquanto eu me desfazia contra a sua boca, desmontando-me sempre que a sua língua se encontrava com a minha, como dois amantes que se amaram uma vida atrás e, finalmente, estavam juntos de novo.

Uma de suas mãos segurou meu pescoço pela nuca, inclinando-me mais para si, perdendo-se no meio dos meus cabelos, das minhas curvas, de mim, e me abraçando com o corpo quase trêmulo, porém eu tinha certeza de que nós estávamos vibrando na mesma frequência.

Eu não sabia o quanto eu estava com saudade dele até este beijo, porque ele fez com que toda a espera, todos os momentos que nos levaram até ali, fizessem sentido e tivessem passado em um piscar de olhos.

Senti seus dedos apertando minha perna, querendo gravar suas digitais em mim e eu mais do que queria que ele me marcasse inteira, então deslizei minhas unhas em sua nuca, ouvindo-o gemer contra a minha boca e eu sorri.

— Má... — ele sussurrou, sua voz tão rouca que eu não a teria escutado se ele não estivesse perto de mim, resvalando seus lábios contra a minha mandíbula ao me beijar no pescoço — eu...

— Eu quero você, Edu. Tanto que me assusta — eu murmurei de volta e ele me beijou de novo, puxando-me ainda mais perto (se é que era possível), como se tivesse medo de que eu fosse embora caso ele me soltasse um pouco. O que eu não faria nunca mais.

Eu encostei meu peito contra o seu, sentindo nossos corações pulsando no mesmo ritmo, na mesma sintonia, porém eu também notei a sua mão se aproximando de mim de maneira dolorosamente lenta, como se não soubesse se deveria seguir o que estava fazendo ou se deveria parar, porém acho que ele entendeu que poderia continuar quando eu mordi os seus lábios e o restante da nossa decência foi pra longe, envolvendo-me com uma se suas mãos e o seu polegar deslizando por cima da minha blusa, mesmo que eu sentisse que o meu tecido de seda e nada fossem a mesma coisa — e eu fiz questão de sussurrar aquilo, no meio de um beijo e do outro, entre gemidos, quase implorando que ele me tomasse ali mesmo.

Soltei o seu pescoço e enrolei meus dedos na gola da sua camisa social azul, que por si só já estava me levando a loucura o dia inteirinho, deslizando meus dedos pela sua borda até que eu encontrei o primeiro botão, desfazendo-o ao ouvi-lo grunhir contra a minha pele e me dar um apertão nada gentil, porém muito delicioso na bunda, com seus dedos ainda explorando minha blusa.

Escorreguei minha mão entre nós, na direção da sua calça, quando...

Eduzinho príncipe sustentável! — o berro surgiu junto com a porta do terraço se abrindo em um estouro de Henrique Leandro e Francisco.

Não... acho que não eram esses os nomes deles...

Oh, meu Deus.

OH MEU DEUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Eu me afastei de Eduardo no mesmo momento que ele me soltou, porém eu acho que pelo olhar apaixonado de Chico e de surpresa de Leandro, estava mais do que óbvio o que a gente estava fazendo — ou quase fazendo.

O pior de tudo não foi nem a situação, mas que, como ainda havia muito glitter grudado em minhas mãos, todos os lugares que eu toquei estavam verde brilhantes. O seu rosto, sua camisa e até mesmo o primeiro botão da sua calça. Como um caminho neon que gritava: a gente ia transar!!!!!!!!!

Eu queria me esconder em um buraquinho no meio da terra, porém eu acho que apenas eu estava completamente mortificada, porque o Eduardo apenas puxou o meu rosto e me beijou mais uma vez, de leve, antes de correr para os braços dos seus amigos, sendo recebido com um espumante sendo estourado aos céus e jogá-lo por inteiro no nosso arquiteto.

E eu não queria ser mera expectadora daquilo, então peguei uma das garrafas e me juntei a eles, não sabendo se eu estava me molhando mais do que molhando eles, porém eu sei que de repente minha garrafa estava nas mãos de Leandro e ele estava bebendo do gargalo enquanto Henrique Francisco jogava Eduardo em direção das nuvens, gritando "voa cristalzinho!".

O arquiteto abraçou os seus amigos e Chico me agarrou para que eu entrasse naquele abraço enquanto eles falavam coisas meio sem sentido sobre amor e begônias e prêmios e promoções e absinto e tatuagens.

— Vocês são incríveis! Puta que pariu, eu tenho uma sorte do caralho de ter vocês na minha vida — Eduardo nos disse com a voz meio fungada e eu sabia que ele diria que as lágrimas na verdade eram espumante em seu rosto, mas eu amava o quanto ele se deixava sentir cada pequena e grande emoção que o atingia.

— Ei, Má — Chico me chamou e eu voltei meus olhos para ele, vendo que sua camisa do atlético estava quase transparente em seu corpo e Tiago morreria por aquela cena — seu celular estava tocando e ele me entregou o aparelho, porque, pelo jeito, eu não havia reparado que o havia esquecido no seu apartamento.

Franzi meu cenho, ainda atordoada com os fantasmas das mãos de Eduardo contra o meu corpo, sentindo um arrepio sempre que eu me lembrava em todos os locais que ele chegou a me tocar, ou que eu olhava para aquelas gotinhas de espumante escorrendo pelo seu rosto e tocando a sua boca da mesma maneira que eu queria tocar.

Eu não queria ir devagar. Eu queria ir para ele. Com ele. Para onde ele quisesse me levar. Como ele quisesse ir. Devagar ou rápido. De uma vez ou aos pouquinhos. Eu queria tudo. Queria ele.

Desviei meus olhos dele quando notei que ele havia me flagrado em um momento de pura contemplação e me puxou para mais perto de novo, beijando meus cabelos molhados enquanto Leandro servia algumas tacinhas para que pudéssemos brindar.

Foi uma mistura de "ao Edu!", "viva o bambu!", "vai arquitetura" e "boa time!", sendo que eu acho que o "boa time" veio de mim, mas eu não tinha muita convicção, porque minha cabeça estava em outro lugar. Em outra pessoa.

Então o Leandro começou a contar sobre o senhorzinho que nos vendeu as blusas de bambu — entregando uma a cada um de nós para que tirássemos uma foto temática que logo já estava online e eu sabia que jamais conseguiria ouvir o final do surto da família Noronha ao ver o beijo que o Edu deu na minha bochecha.

Acho que da mesma maneira que eu não queria deixar de tocá-lo, ele não queria deixar de me beijar. Não que eu estava me incomodando, muito pelo contrário.

Olhei para o meu celular, vendo sete ligações perdidas de Rommi em minha tela e eu franzi meu cenho, porque ele sabia que eu estava com o Edu na sua comemoração, então para ele ter tentado falar tanto assim comigo, era que algo havia acontecido.

No segundo toque, ele me atendeu:

— Celinha? Desculpa te ligar assim e desse jeito e eu sei que você está mega ocupada com o Edu, mas eu estou no hospital com o Tutti — ele me disse em uma respiração entrecortada — a gente pediu comida daquele restaurante italiano novo da esquina de casa e tinha um prato de legumes que parecia uma delícia, então a gente pediu e... e tinha aspargo, Celinha. E o Tutti tem super alergia a aspargo!

Eu fechei meus olhos e coloquei a mão sobre os lábios, começando a me afastar das Três Espiãs Demais para pensar com clareza.

— E ele está bem? Já medicaram? — perguntei imediatamente baixinho para não chamar atenção.

— Já, mas ele está completamente sedado e não está falando coisa com coisa e... — Rom deu um riso fraco — espera que ele tem uma coisa muito importante para te falar — e eu aguardei com um pequeno sorriso pairando sobre os meus lábios, porque se ele estava falando, significava que as coisas estavam bem.

Cel-la, o Rommi quer que você se case na praia — eu ouvi a voz mole e grogue do Tutti do outro lado da linha, provavelmente amortecido com o sedativo que devem ter dado para ele. Da última vez a dose foi bem cavalar, literalmente falando — mas eu disse que não, porque você tem vibe de Casa das Caldeiras e não Punta Cana. Não faz isso com a sua vida. Você merece ser a sua própria deusa interiora.

Eu comecei a rir, olhando para os brilhos que ainda estavam em minha mão, assistindo cada um em seu pequeno universo particular, onde eles refletiam as noites de São Paulo.

— A gente conversa sobre isso quando você melhorar, ok? Agora passa o telefone pro maridão — eu pedi, ouvindo Túlio murmurar coisas completamente desconexas sobre mariscos gigantes e uma cadeira gamer.

— Oi, Celinha, como pôde ver, ele está bem — Rommi comentou com a sua voz cansada e eu mordi meus lábios — desculpa ter ligado, eu só... eu gosto de ouvir sua vozinha contente pra saber que tudo vai ficar bem.

— Onde vocês estão, Rom? No Capixaba-Paulistano? — questionei em um suspiro, baixinho, agradecendo o cara lá de cima por sempre cuidar das pessoas que eu amava.

— Fica tranquila, Celinha! — ele me pediu em quase desespero — eu... eu só queria ouvir sua voz contente e saber que você está com o Cristal e... manda um beijo e um cheiro para ele. Nós dois estamos orgulhosos demais!

— Eu falo, pode deixar, mas eu também já estou indo, ok? — eu desliguei antes que ele reclamasse ou tentasse me convencer de algo que eu já havia decidido.

— Ei, tudo bem? — eu ouvi a voz do Edu, junto com o cheiro de One Million embebido em espumante brut.

Eu me virei na sua direção e dei um sorriso, vendo Leandro agarrado aos seus ombros como um baby coala à sua mãe e Henrique Francisco assumindo a função de tia das flores do rolê, tirando foto dos copinhos de bambu que havia na mesa junto com o cartaz de parabéns que nunca chegou a ser pendurado.

— Eu... sim — eu sorri, mas eu acho que ele notou que aquilo era apenas parcialmente verdade, porque arqueou uma sobrancelha na minha direção — Tutti está dopado de antialérgico no hospital e o Rommi está lá com ele — confessei, notando que até mesmo Chico parou de tirar fotos para me escutar — e eu sei que a gente queria ficar juntos agora para comemorar, mas...

Eduardo se desprendeu do Leandro com um pouquinho de dificuldade e se aproximou de mim, segurando uma das minhas mãos e beijando cada um dos meus dedos.

— Eu te levo lá — ele sorriu para mim, porém eu meneei no mesmo momento que Leandro e Chico berraram "nem fudendo!" — opa, eu mereço amor e não raiva!

— Você está bem alegrinho, amor, e é o seu dia. Aproveita e comemora com os seus príncipes — eu pisquei para Leandro que ficou vermelho como um tomate maduro, só que eu acho que o arquiteto não reparou no apelidinho que eu havia acabado de aprender — eu só... eu acho que o Romeu precisa de um apoio. Desculpa. Eu não queria te deixar...

— Está tudo bem, sério. A gente comemora depois e depois e depois... — ele abaixou nossas mãos, ainda com nossos dedos entrelaçados — agora vem, vou esperar seu Uber contigo lá embaixo, então.

E eu não precisei de um segundo incentivo além do sorriso nada bom moço em seus lábios para concordar.

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MARCELA REALIZANDO OS SONHOS DO EDU E LIBRIELA, OS DAS BAMBUZETES <3

Dessa vez não é sonho e nem ilusão, Mardo deu um amasso maravilhoso no telhado e só parou pq os príncipes chegaram em cena!!!!!!!

A GENTE OUVIU AMEM? AMEM!

Agora o que o futuro espera para o nosso casal 20? Será que engata de vez ou ainda vai ter burro no meio do caminho?

Pobrezinho do Tutti, alergia a aspargo e ainda deve estar recebendo hate das bambuzetes por ter feito com que a má recebesse um chamado do Rommi... ai ai ai ai

Esperamos que tenham AMADO esse capítulo, porque de onde ele veio, tem mais!!!!!!!!!!

Não esqueçam da estrelinha, pq somos biscoiteiras <3

Beijinhos,

Libriela <3

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