Capítulo 5


Meredith, Meredith! Uma voz ao fundo chama por seu nome, tudo parece confuso e escuro, a garota chegou a se perguntar onde estaria até que seu corpo sofre um impacto forte seguido de seus olhos que se abrem com dificuldade. Você está atrasada!

Era sua mãe que puxava seu cobertor, fazendo seu corpo cair de encontro com piso duro de seu quarto, e a mesma bate com o rosto, causando uma pequena dor em seu maxilar. 

Mãe! Exclamou, irritada pela forma como fora acordada pela mais velha. 

Sem mãe, garota. Ela parecia bem irritada para aquela hora da manhã e isso deixou Meredith ainda mais chateada. Você sabe que horas são?

Não, mas também não me importa. Diz prontamente, se levantando. Eu estou de castigo, afinal, também é domingo. Responde sem paciência à mãe enquanto prende seu cabelo em um coque que falhou miseravelmente. 

Você esqueceu mesmo? A mulher parecia incrédula com a resposta da garota. 

O que exatamente? Ela realmente não estava entendendo sua mãe, não se lembrava de nada importante para aquela manhã.

Hoje é o dia do memorial do seu avô e nós iremos ao templo, então se levante e te espero na sala. Ela joga o cobertor em sua mão em cima da cama e caminha a passos largos até a porta. Esteja lá em dez minutos. 

Seu olhar fuzila Meredith, que tenta assimilar as palavras da mãe enquanto seu cérebro faz o download de sua alma que está vagando por aí.

Mãe... choraminga quando a mais velha bate à porta. 

Tudo que ela menos queria naquele momento era ter que tomar um banho, seu corpo desejava dormir a manhã e tarde toda e quem sabe à noite também. Ela amava seu avô e sofreu muito com sua partida há dois anos, mas ir a um templo no domingo não estava em seus planos, ainda mais depois da noite passada. 

Mas que droga. Reclama ao abrir o registro e a água fria cair em contato com sua pele quente. Quem fechou a água quente. 

Sua irritação só aumentava enquanto ela pegava a toalha para sair pela porta. Eu tenho certeza de que foi papai, depois da nossa discussão na noite passada, quando chegamos em casa, fui obrigada a ouvir um sermão enorme de como ser responsável e não colocar minha vida e dos outros em risco. 

A garota enrolou sua toalha cor de creme em volta do corpo nu e saiu pela porta. Sua cabeça ainda doía muito e seu ouvido estava sensível. A ferida em seu rosto era quase imperceptível aos olhos, mas a dor ainda era presente ao toque e era isso que fazia a garota acreditar que tudo que ocorreu na noite passada não foi uma ilusão causada pelo seu cérebro. 

Foi real! Sussurrou baixo enquanto tocava a pele gélida. 

É claro que foi real, garota insolente. Uma voz grave se fez ouvir dentro do cômodo e, antes que a mesma pudesse procurar de onde vinha, uma figura magra e sombria se aproxima tocando seus fios dourados que caem sobre seus ombros descobertos. 

Dedos frios percorrem toda a extensão, trazendo consigo uma lembrança vívida da noite anterior, e a mesma sensação de prazer e medo invade seus pensamentos,  enquanto seus olhos se fecham, aproveitando inconscientemente aquele toque. Sua mente vaga por pensamentos impuros dos quais ela jamais teve em sua vida e o desejo cresce em seu peito sem que a mesma se dê conta do que aquilo significa. 

Papai, brigou com você ontem? Uma voz sussurra em seu ouvido e ela se assusta, voltando a si enquanto a criatura prossegue falando. Não me diga que seu papai te deu alguma punição. Ele sorri malignamente.

Em um brusco movimento, seu corpo se choca com aquele que estava há pouco, tocando-lhe com desejo. 

O que está fazendo? O que pensa que está fazendo ? Seu tom sai estridente e seus olhos penetraram os olhos azuis à sua frente.

Os lábios rosados da criatura à sua frente se formam em um arco e deixam visíveis suas presas brancas como leite.

Você clamou por mim e eu não poderia não atender ao chamado tão insistente. 

Sua respiração fica ofegante por um segundo e todo seu sangue parece estar fervendo em suas veias, seus olhos lacrimejam por um momento e seu olhar encontra-se perdido por um segundo. É nesse exato momento que ouve passos vindo em sua direção e ela ofega, sentindo-se como uma presa encurralada. 

Uma confusão se faz presente em sua mente e Meredith questiona a si mesma, afinal ela não teria nem por um segundo chamado por aquela aberração e menos ainda implorado para que viesse ao seu encontro, mas ainda assim ele insistia em dizer que ela havia lhe chamado, ou melhor, gritando por ele, como o mesmo afirmava. 

Eu pude ouvir seus gritos, querida, não sou tão mau assim. Sorri sarcasticamente, acha mesmo que não viria após isso ao encontro daquela que me deseja? 

Sua respiração se tornava mais quente e seu hálito tinha um odor estranhamente conhecido por ela. A cada passo dele em sua direção, mais seu coração pulsava em seu peito.

Então, ele se aproxima rapidamente, puxando-a pela cintura e selando seus lábios aos dela com uma urgência jamais vista por ambos. Uma chama ardente queima instantaneamente em seu peito, trazendo com ela um turbilhão de sentimentos dos quais até ela mesmo não sabia que existiam. Era como se não fosse a primeira vez que aqueles lábios lhe tocavam, não daquela forma, pelo menos o beijo não fora como antes, agora ele tinha algo a mais e ela podia sentir isso. 

Seus pensamentos estão confusos, seu corpo não responde aos seus comandos, sua boca deseja mais daquilo e é como se o gosto dos lábios daquele que a toca tivesse uma espécie de feitiço que a fizesse querer mais e mais. Seus dedos caminham ligeiramente pela sua pele pálida e vão ao encontro da nuca da criatura, o acariciam e enroscam-se nos fios vermelhos, sua respiração se torna ofegante e o único tecido que cobria seu pequeno corpo despenca, expondo toda a sua nudez. Talvez em outro momento ela sentiria toda a vergonha que aquilo representava, porém, neste momento, fica grata por se livrar do mesmo e assim seu corpo finalmente pode ter um contato maior com aquele corpo à sua frente. 

Suas pernas estão trêmulas e uma corrente elétrica passa por seus corpos, os aproxima ainda mais e, antes mesmo que ela pudesse recuperar seu fôlego, se vê nos braços daquele que a possui. Suas costas vão ao encontro da parede fria rapidamente enquanto seus dedos adentram ainda mais os fios vermelhos, os puxando com urgência. Sua boca percorre o pescoço daquele que crava suas unhas em sua coxa,  fazendo-a gemer contra seu pescoço, e involuntariamente ela o morde de prazer. 

Ela o queria, queria mais do que tudo que já desejou nessa vida, é como se aquela sensação que estava a sentir fosse o que lhe dava vida, como se realmente ela estivesse despertada e aquela fera dentro dela tivesse ganhando vida, era algo que ela não estava conseguindo segurar e seu desejo carnal crescia a cada toque, a cada respiração.

Ah, ah, Meredith! A voz sexy percorre  seus sentidos e então ela abre seus olhos como se despertasse de um transe e o afasta com força para longe de si. 

Então, ela, pela primeira vez em minutos, sente toda a vergonha de ter sua pele exposta em frente a um estranho. Sem demora, ela corre para pegar a toalha que está a um metro e meio de onde ela se encontrava e, antes que pudesse alcançar aqueles dedos longos de unhas pintadas no tom preto, a pega e balança no ar, deixando-a mais irritada. 

Me devolva agora mesmo. Exige irritada e envergonhada. 

O que foi, querida? Seus lábios estão arcados em um sorriso provocador enquanto seus olhos contemplam a figura nua à sua frente.

Mas antes que Meredith possa responder ou fazer qualquer movimento, a porta de seu quarto se abre, seus olhos correm em direção à mulher que para incrédula em sua frente e incapaz de acreditar no que vê. Assustada com o que a mãe possa dizer, Meredith sente sua cabeça rodar. O que a mulher diria? Com certeza, ela iria ser mandada para um convento. 

Antes que a mais velha pudesse abrir a boca, a garota tenta balbuciar alguma desculpa para amenizar o estrago que foi a mãe encontrar ela e um completo estranho em seu quarto no segundo andar e pior, ela completamente nua com um estranho, mas infelizmente a garota não tem tempo para tal desculpa, só sente a mão fria da mãe lhe agarrar pelo braço e a arrastar contra sua vontade para dentro  do closet.

Garota, que merda você tem hoje? Sua voz sai irritada e seu rosto é de poucos amigos. 

Mãe, não é nada disso que você está pensando, ele é... mas antes que ela pudesse concluir sua fala, ela procura pelo homem e não o encontra, então ela agora tem uma mãe com uma grande interrogação na face. 

Meredith Walker Clay, que diabos está havendo com você, garota? Sua mãe puxa seu rosto de um lado ao outro. Desde a noite passada, você tem agido estranhamente assustadoramente. 

Mas a garota não tem como responder à mais velha, nem ela mesma sabe o que tem acontecido com ela. Uma hora ela está só e no outro alucina eroticamente com uma aberração, uma coisa era certa: Meredith não estava no seu estado normal.

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