27 💙 Um passo de cada vez.
*esse ainda não é o penúltimo capítulo, tive que acrescentar mais um.
Contém altas emoções. (É a proposta..)
Boa leitura, anjinhos.
Ps: perdão por qualquer erro.
Taehyung acordou com a cabeça latejando. Ainda deitado na cama de Jungkook, sentiu um toque suave em seus cabelos loiros, e, confuso, percebeu que seus pais e o alfa estavam ao seu lado, observando-o com expressões de preocupação. Jungkook afagava seus cabelos gentilmente, mas logo se afastou ao notar a entrada de uma serva com uma bandeja de comida caprichada.
- Tae, como está se sentindo? - Jaewon perguntou, o tom preocupado evidente.
Taehyung ainda estava um pouco desorientado. Namjoon já havia vindo examiná-lo mais cedo e prometido retornar para verificar seu estado mais tarde, mas ele mal prestava atenção na pergunta do pai, focado em outra ausência que o inquietava.
- Onde está minha mãe? - perguntou, ignorando a pergunta de Jaewon. O rosto do mais velho se fechou por um momento, e Seojun, percebendo o desconforto do companheiro, o puxou para um beijo carinhoso na bochecha, sussurrando palavras de conforto para acalmar o ciúme evidente.
- Não sabemos, anjo - respondeu Jungkook, em um tom suave.
- Majestade, deseja que eu a chame? - ofereceu a serva, educadamente.
- Sim, por favor - assentiu Jungkook.
A serva fez uma leve reverência e saiu do quarto. Jaewon aproveitou o silêncio para observá-lo mais de perto.
- Tae, por favor, coma um pouco. Você está muito magro - insistiu, preocupado.
- Não sinto fome - respondeu, a voz fraca.
Jungkook suspirou ao ouvir a resposta. Ele sabia que tentar convencer Taehyung a se alimentar era quase uma batalha perdida. Em seus momentos juntos, já havia aprendido sobre a teimosia do ômegazinho, que raramente cedia, mesmo que fosse para o próprio bem. Mesmo assim, agiu por instinto, inclinando-se para beijar o topo da cabeça do loiro, ganhando um olhar confuso e ao mesmo tempo tímido em resposta.
Sem dizer mais nada, saiu do quarto, deixando Seojun e Jaewon à vontade para a conversa, embora seus pensamentos estivessem concentrados em outra missão urgente: pôr um fim definitivo ao relacionamento com Jimin, por mais que imaginasse a reação explosiva do outro ômega.
Enquanto isso, Taehyung continuava sentado na cama, encarando o vazio. Jaewon aproximou-se com cautela e sentou-se ao seu lado, pegando as mãos do filho nas suas. Com cuidado, levou as mãos delicadas de Taehyung até seus lábios, beijando-as e inalando o aroma que lhe era familiar, mas ainda novo ao mesmo tempo. Taehyung, impassível, logo afastou as mãos, mantendo a expressão fechada.
- Tae... Eu esperei tanto por isso... Não, nós esperamos - corrigiu Jaewon, ao sentir o toque de Seojun em seu ombro, sentindo-o se sentar atrás dele, em um gesto de apoio.
- Por que esperaram? Se... se me rejeitaram... - Taehyung retrucou, cuspindo as palavras com amargura. Baixou o olhar, sem encará-los.
- Nós nunca te rejeitamos, Taehyung - Seojun começou a explicar, com a voz carregada de sinceridade. - Quando você foi sequestrado, passamos anos na sua busca... foram mais de dez anos, e a cada momento, o Reino mergulhava mais em luto. Para o Jaewon, foi insuportável. - Ele fez uma pausa, relembrando o sofrimento do passado. - Houve momentos em que achei que ia perder ele também.
Taehyung levantou o olhar para Jaewon, que lhe sorriu de leve, com um brilho nostálgico e pesaroso nos olhos.
- Sinto muito que tenha pensado que havíamos te rejeitado, meu filho - continuou Seojun. - Estávamos ansiosos para te ter de volta, para te pegar no colo, para ver o quanto você tinha de nós.
Jaewon riu, suavizando o clima pesado.
- E agora posso afirmar que você puxou a mim, Tae, assim como o Minho - disse, com um toque de orgulho.
- Ah! Minha genética é fraca, é isso - brincou Seojun, fazendo o trio compartilhar um sorriso, ainda que contido.
Pela primeira vez em muito tempo, Taehyung sentiu algo se aquecer em seu peito, embora ainda não estivesse pronto para ceder completamente.
Taehyung piscou algumas vezes, absorvendo as palavras, mas ainda com uma resistência visível. Seu coração batia mais forte com aquela onda inesperada de emoções, especialmente ao sentir o carinho que Seojun e Jaewon lhe mostravam. Ele desviou o olhar, sem saber como reagir, e apenas observou as próprias mãos em silêncio.
- Taehyung... - Jaewon chamou suavemente, inclinando-se para ficar mais próximo. - Se pudesse entender o vazio que deixamos de preencher... nos perdoe se demoramos a encontrá-lo, mas nunca desistimos.
Taehyung respirou fundo, sentindo uma mistura de alívio e ressentimento. Por mais que aquelas palavras acalentassem um pouco seu coração, as feridas da ausência e do abandono ainda eram profundas.
- Eu cresci... sempre imaginando... se vocês existiam, se pensavam em mim - murmurou, com um toque de mágoa na voz. - E agora... é como se tudo isso fosse um sonho estranho. Vocês aqui... dizendo que eu sou o filho perdido... que eu... pertenço a vocês.
Seojun, com um semblante triste e compreensivo, aproximou-se ainda mais, colocando a mão no ombro de Taehyung.
- Você pertence a nós, Taehyung. Sempre pertenceu - respondeu, a voz baixa e carregada de ternura. - E agora que o encontramos, faremos de tudo para que sinta isso.
Jaewon entrelaçou as mãos de Taehyung nas suas novamente, ignorando a resistência inicial do jovem.
- Me dê uma chance, Tae. Eu sei que é muito, mas... me permita cuidar de você, como deveria ter feito desde o começo.
Taehyung suspirou profundamente, os olhos marejados de emoção enquanto observava os pais. A tensão na sala era palpável, e o coração do ômega se apertava com tantas emoções conflitantes. Nesse momento, a porta do quarto se abriu novamente, revelando Nefertiti. Ela parou por um instante, observando a cena com um olhar carregado de preocupação e afeto. Quando seus olhos finalmente se encontraram com os de Taehyung, a mãe não hesitou e correu até ele.
Jaewon, que até então tentava manter a calma, deu um passo à frente, seus olhos afiando-se com possessividade. Ele queria Taehyung só para si, queria ser o único a cuidar dele agora que finalmente estava de volta. Mas antes que pudesse se aproximar ainda mais, Seojun o segurou pelo braço, um gesto firme, mas silencioso, pedindo para que ele se controlasse. O alfa experiente sabia o que estava em jogo, e que havia um momento certo para cada coisa.
- Filho, como está se sentindo? - Nefertiti perguntou com a voz suave, mas cheia de preocupação, enquanto se agachava ao lado da cama de Taehyung.
- Estou bem, ma-mamãe... - Taehyung respondeu com dificuldade, seus olhos agora focados nos pais biológicos, sentindo uma mistura de alívio e tristeza.
A resposta de Taehyung fez o coração de Nefertiti se apertar ainda mais. Ela estendeu a mão, acariciando seu rosto com ternura.
- Obrigada por terem ajudado meu filho, Majestades, - ela disse, sua voz firme, mas sem olhar para Jaewon e Seojun. - Mas agora, pode deixar que eu cuidarei dele.
As palavras de Nefertiti estavam impregnadas de uma firmeza que não passava despercebida. Seu olhar evitava o contato com os dois homens à sua frente, especialmente Seojun. Ela sabia que ele poderia perceber a tensão que pairava no ar. Nefertiti temia o confronto, mas seu instinto maternal era mais forte. Ela não queria discutir naquele momento, mas queria, acima de tudo, proteger Taehyung, da maneira que sentia ser o mais adequado.
- Vamos, Jaewon...
- Oi? Não Seojun. Não vou embora sem Taehyung. - Ele protestou.
Nefertiti estava parada, imóvel, seus olhos fixos em Taehyung, mas a raiva começava a ferver dentro dela. O rosto pálido, os punhos cerrados com força, ela sentia o estômago revirar com a injustiça de tudo o que acontecera. Os anos que passara longe dele, os momentos em que não pôde protegê-lo... e agora ele estava aqui, cercado por todos, como se ela não tivesse feito nada de errado.
- Não... - ela sussurrou para si mesma, como se estivesse negando a realidade diante de seus olhos.
Mas os olhares dos outros, especialmente os de Seojun e Jaewon, estavam carregados de julgamento.
O corpo de Nefertiti tremeu com a emoção reprimida. Ela olhou para o filho, que agora estava de volta, mas parecia mais distante do que nunca. Ela sentia como se algo estivesse apertando seu peito, como se ela estivesse prestes a desmoronar. O desespero foi rápido e implacável, e antes que pudesse se controlar, as palavras começaram a sair de sua boca sem filtro.
- O que vocês querem de mim agora?! - gritou, o tom de sua voz arrastando-se como uma lâmina afiada. - Eu o levei, sim, mas tudo o que fiz foi por ele! Fiz tudo o que pude! Não sabem o quanto foi difícil, o quanto eu sofri por tudo isso!
Taehyung olhou de forma assustado com as palavras da mulher.
Ela avançou em direção a Jaewon, seu olhar cheio de veneno, mas Seojun entrou no meio para impedi-la de cometer qualquer coisa.
- Não se preocupe com o que fiz com o Taehyung, o que importa é que EU FIZ! Eu o tirei daquele lugar! Eu o salvei! Eu cuidei dele!
Sua respiração estava acelerada, as mãos agora apertando o tecido de suas vestes, como se tentando segurar a dor que ameaçava explodir. Ela olhou para Taehyung com os olhos lacrimejando de raiva e frustração, tentando entender como ele poderia olhar para ela com os mesmos olhos que olhava para os outros.
- Eu te amei, Taehyung! Eu fiz tudo isso porque te amava! - gritou, sua voz rouca e cheia de rancor. - Por que não pode ver isso? Por que não pode ver o que eu fiz por você?
Ela se afastou, agora com os olhos perdidos, a dor estampada em seu rosto, e as lágrimas finalmente começaram a cair. Mas em vez de se acalmar, ela se sentiu mais perdida do que nunca. Ela sabia que não havia mais volta, que não havia mais como corrigir os erros do passado, e isso a consumia.
- Eu... eu só queria que você ficasse comigo... - Nefertiti murmurou, a voz quebrada, enquanto deixava o choro dominar seu corpo. - Só queria você de volta...
Ela caiu de joelhos, os soluços agora incontroláveis, como se todo o peso de sua culpa finalmente tivesse a derrubado. Ela não sabia como lidar com tudo aquilo, e a única coisa que restava era o vazio e a dor que ela mesma havia causado.
Taehyung observou Nefertiti ajoelhada à sua frente, a imagem dela tão quebrada o deixou sem palavras. Era difícil processar tudo o que acabara de ouvir. Em sua mente, as lembranças se misturavam com os sentimentos de dor, confusão e... talvez, uma ponta de pena? Mesmo que tudo que ela tivesse feito fosse inaceitável, vê-la naquele estado vulnerável mexia com ele.
Ele queria dizer algo, talvez confortá-la, mas as palavras não vinham. Sentia-se perdido, como se estivesse à deriva em um mar de emoções que nem sabia que podia sentir. Com o coração apertado, seus olhos foram em direção aos pais biológicos, buscando alguma orientação. Porém, Jaewon e Seojun estavam tão tensos quanto ele, sem saber o que fazer diante da confissão dela.
- O que você fez é inadmissível. - Seojun falou com a voz dura. - O que passou pela sua cabeça quando fez isso? Você não pensou no sofrimento que nós causaria? - perguntou, sua voz saindo mais alta que antes.
- Não! Eu não pensei, no momento em que peguei Taehyung nos braços eu...eu senti que ele precisava de mim. - falou, erguendo a mão para tocar em seu rosto, porém, Taehyung se afastou ligeiramente.
Seojun observou Nefertiti com uma mistura de raiva e incredulidade, suas palavras ainda ecoando em sua mente. Ele não conseguia aceitar a justificativa dela, o fato de que ela achava que simplesmente "pegar" Taehyung e afastá-lo deles fosse justificável. Ele deu um passo à frente, o olhar severo fixo nela.
- Você realmente acha que isso é desculpa, Nefertiti? - sua voz era firme, inabalável. - Tirar nosso filho de nós, causar tanto sofrimento... E para quê? Para satisfazer o que você achava que era certo?
Nefertiti tremeu, seus olhos brilhando com uma intensidade que beirava o desespero. Então, em um movimento rápido e inesperado, ela enfiou a mão dentro das dobras da roupa e sacou uma tesoura pequena, a lâmina reluzindo sob a luz. Sem hesitar, ela partiu para cima de Jaewon, os olhos tomados por uma expressão de ira e angústia.
- Vocês não entendem! Ele precisava de mim! - gritou, sua voz embargada e cheia de um sofrimento perturbador.
Antes que pudesse se aproximar de Jaewon, Seojun agiu com a rapidez de um alpha experiente. Ele segurou o braço dela com força, impedindo o golpe que, embora desesperado, poderia ter causado sérios danos. Nefertiti lutava em sua mão, os dedos ainda agarrados ao cabo da tesoura enquanto tentava se libertar da contenção de Seojun.
- Solta! Eu fiz tudo por ele, tudo! - ela gritava, a voz misturada em soluços e raiva, enquanto tentava em vão se desvencilhar.
Seojun a segurou com firmeza, mas sua voz saiu baixa e gelada:
- Você perdeu o direito de decidir o que é melhor para Taehyung. Esse é o preço do que fez, Nefertiti. Você traiu a confiança de todos nós... inclusive a dele.
Com um esforço final, ele conseguiu tomar a tesoura das mãos dela e a entregou a um dos guardas que havia entrado no quarto ao ouvir a confusão. Nefertiti, sem forças para resistir, caiu de joelhos no chão, os ombros tremendo com os soluços que agora tomavam conta dela.
E então, Seojun deu ordem para o guardas a levar para o calabouço.
Taehyung, que assistira a tudo em silêncio, estava paralisado, com o coração apertado. Apesar de tudo, era uma cena difícil de assistir.
Seojun deu uma última olhada para Nefertiti antes de se virar para Taehyung.
- Vamos, Tae. Não há mais nada que você precise ouvir dela - disse Jaewon, sua voz agora mais suave, tentando oferecer ao filho algum conforto.
Jaewon envolveu Taehyung em seus braços com cuidado, ajudando-o a se levantar e a caminhar lentamente para fora do quarto. Ele estava visivelmente fraco, e cada passo era um esforço. Assim que passaram pela porta, foram surpreendidos por Jimin vindo em direção a eles com passos apressados, e Jungkook logo atrás, tentando manter a calma. Quando Jimin parou na frente deles, Taehyung ficou confuso ao ver a expressão amarga e desdenhosa de Jimin, que se aproximou mais do que o necessário e, de repente, cuspiu em seu rosto.
Jaewon e Seojun olharam incrédulos para a cena, ambos sem acreditar no que tinham acabado de testemunhar. O gesto era desrespeitoso e repulsivo, mas Jimin parecia alheio ao impacto de suas ações. Jaewon, sentindo a necessidade de proteger seu filho, puxou Taehyung para trás de si, usando o corpo para bloquear qualquer outro ataque que pudesse vir.
- Eu não acredito que você vai perdoar o Jungkook pelo que ele fez - Jimin falou com uma voz ácida, o olhar fixo em Taehyung, tentando envenenar o coração do ômega contra Jungkook.
Jaewon respirou fundo, a paciência se esgotando com cada palavra ofensiva de Jimin. Ele lançou um olhar firme para Taehyung, passando-lhe um sentimento de proteção e decisão, antes de se dirigir ao jovem.
- Chega. - Jaewon falou, a voz autoritária e carregada de convicção. - Eu não deixarei meu filho passar mais um dia sequer neste lugar caótico. - Ele se virou para Seojun, que assentiu, concordando silenciosamente com a decisão. - Vamos embora, Taehyung. Não preciso de mais motivos para tirar você daqui.
Jungkook, alarmado, deu um passo à frente, a expressão de desespero evidente. Ele não podia suportar a ideia de Taehyung ser levado para longe, agora que finalmente podiam ficar juntos sem discussões.
- Por favor, espere! - Ele suplicou, a voz cheia de sinceridade. - Jaewon, Seojun, eu sei que cometi erros, mas eu amo Taehyung, e estou tentando corrigir tudo o que fiz de errado. Dêem-me uma chance para mostrar que posso cuidar dele.
Antes que Jaewon pudesse responder, passos rápidos ecoaram pelo corredor. Jisoo e Jin apareceram, a expressão preocupada e alarmada. Ambos foram diretamente até Taehyung, mas, ao verem a tensão entre os presentes, Jisoo foi a primeira a falar:
- O que está acontecendo aqui? Nós vimos nossa mãe sendo levada para o calabouço, mas não entendemos o motivo.
Jaewon e Seojun trocaram um olhar breve, incertos sobre o quanto deveriam revelar. Afinal, Jisoo e Jin também eram filhos de Nefertiti e mereciam saber a verdade.
Jaewon suspirou, se virando para eles com uma expressão séria.
- A verdade é que a mãe de você esteve por trás do desaparecimento de Taehyung durante todos esses anos. - A revelação direta fez ambos arregalarem os olhos, a surpresa e a dor visíveis em seus rostos. - Ela o levou de nós, causando sofrimento, não apenas a nós, mas também próprio Taehyung, do meu filho.
Jisoo levou as mãos à boca, chocada demais para dizer qualquer coisa, enquanto Jin franziu a testa, tentando processar tudo.
- Tae... você vai embora? - Jin perguntou, a voz embargada, os olhos fixos em Taehyung.
O ômega pequeno lançou um olhar triste, tentando encontrar uma resposta. Queria escapar de tudo e de todos, precisava de um tempo para organizar a mente e curar as feridas que carregava no peito. Mas, ao mesmo tempo, o pensamento de ficar longe de seus irmãos, especialmente de Jin... e ainda mais de Jungkook... parecia insuportável.
Ele tremeu levemente, sentindo o peito apertar dolorosamente. A ausência do cheiro reconfortante do alfa que amava seria como uma ferida aberta, e ele não sabia como suportaria isso.
- Des-desculpa... - Taehyung sussurrou, a voz falhando, os olhos se enchendo de lágrimas que ele mal conseguia segurar.
Seokjin respirou fundo, fazendo um esforço enorme para manter a compostura e não deixar as próprias lágrimas escaparem. Ele tentou sorrir para o irmão, mas o resultado foi um sorriso triste, quase quebrado.
- Não precisa pedir desculpas, Tae. Está tudo bem... Eu não entendo tudo o que está acontecendo, mas... se você acha que precisa disso, eu vou aceitar. Vou ficar bem, prometo. - Jin falou, sua voz baixa e gentil, tentando dar a Taehyung a paz de que ele precisava.
O silêncio se instalou por alguns segundos, pesado e cheio de sentimentos não ditos. Então, Jungkook finalmente se aproximou, a expressão ansiosa e o olhar suplicante. Ele hesitou por um momento, mas logo se abaixou para ficar na altura de Taehyung, os olhos nos dele.
- Tae... - Jungkook murmurou, quase implorando. - Não vá. Se precisar de tempo, eu entendo, mas... não vá embora de vez. Fique. Eu quero consertar tudo o que fiz de errado, quero te fazer feliz... Só me dê uma chance.
Taehyung mordeu o lábio, os sentimentos conflitantes dentro dele quase o sufocando. Parte dele queria ceder, deixar-se envolver pela presença de Jungkook, mas outra parte temia reviver o sofrimento que tinha passado.
Ele respirou fundo, encarando Jungkook com um olhar indeciso.
- Eu... não sei se estou pronto, Jungkook... - sussurrou, os olhos desviando enquanto segurava as lágrimas.
Jaewon se aproximou e colocou uma mão firme no ombro de Taehyung, passando-lhe um sentimento de proteção.
- Ah, por favor, - Jimin retrucou, cruzando os braços com uma expressão de desdém. - Todos sabemos que você só quer essa aberração de volta porque ele é um príncipe, - disse com repulsa. - e não pode mais ignorar isso. Como se fosse por amor.
As palavras de Jimin caíram como um golpe, e Jungkook sentiu o próprio sangue ferver. O cheiro de humilhação que Taehyung exalava só fazia seu instinto protetor gritar mais alto.
- Fique com essa boca imunda calada, Park! - o alfa mais velho rosnou, sua voz ecoando pelo corredor.
Seus olhos faíscavam de raiva ao encarar Jimin. Ele jamais permitiria que ninguém tratasse Taehyung daquela forma, muito menos diante dele. O silêncio denso pesou entre eles, mas Jimin permaneceu imperturbável, mantendo o olhar de desdém.
- Saia de Brishighet, Jimin. - Jungkook ordenou, a voz agora baixa e controlada, mas mortalmente séria. - Não quero ver você aqui mais um segundo.
Jimin arregalou os olhos, claramente não esperando que Jungkook o expulsasse de Brishighet. Ele olhou ao redor, esperando que alguém fosse defendê-lo, mas todos permaneciam em silêncio, suas expressões frias.
- É isso mesmo? - Jimin balbuciou, com a expressão entre choque e raiva. - Você vai escolher ele ao invés de mim, Jungkook?
- Eu já escolhi. - Jungkook respondeu sem hesitar, e viu o ômega saindo batendo o pé e empurrando qualquer um que estivesse em seu caminho.
Jaewon, que assistia a tudo, deu um passo à frente, atraindo a atenção de todos.
- Venha, Taehyung. - ele disse calmamente, estendendo a mão para o filho. - Está decidido. Não vamos passar mais um dia nesse lugar. - olhou para Taehyung. - Eu prometo que será feliz e protegido, longe de tudo isso.
O olhar de Taehyung foi para Jungkook, e a dor em seu peito parecia transbordar em seus olhos. Ambos sentiam que seus mundos estavam desmoronando, como se tudo o que tinham construído - mesmo que feito de breves momentos, olhares e promessas silenciosas - estivesse se desfazendo diante deles. Mesmo sem um passado juntos, o vínculo que compartilhavam era profundo, algo que nenhum dos dois sabia como explicar. A ideia de perder o conforto do cheiro inconfundível um do outro tornava o momento ainda mais insuportável.
- Tae... - Jungkook murmurou, tentando conter a própria dor.
Taehyung desviou o olhar, lutando contra as lágrimas, enquanto sentia a mão de Jaewon em seu ombro, pronta para guiá-lo para longe dali.
- E-eu... eu sinto muito...- pediu, assim saindo junto com.... seus pais.
Sim, a Nefertiti é doida da cabeça.
O Taehyung foi com Seojun e Jaewon mais por uma forma de escapar de tudo, não quer dizer que ele tenha reconhecido eles como seus pais.
Taehyung em outra versão.
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