26 💙 Dançando lentamente.

Ei, amores! Faltam mais dois capítulos para Crystal Eyes ser finalizada, (e um possível extra ❤️)

Votem e cometem ♡

Boa leitura a todos!

Ps: Não revisado, perdoem os erros.

Duas semana depois.

Jungkook, sentado à mesa do café, sabia que sua vida já estava traçada. Seus dias seriam consumidos pelo reino, pelo dever, e a ideia de viver no modo automático o atormentava. Ele olhou para o vazio, e um amargo desejo de ser pai o corroía. Sabia que isso talvez nunca acontecesse, e esse sonho desfeito o deixava preso em uma melancolia silenciosa. Quando o cheiro enjoativo de Jimin invadiu o ambiente, Jungkook revirou os olhos, ajustando-se na cadeira.

Jimin entrou no cômodo com um sorriso gentil e fingido, cumprimentando todos com um alegre “Bom dia.”. Jaewon e Seojun responderam com formalidade, enquanto Jungkook tentava disfarçar seu desconforto.

A criada, diligente, puxou a cadeira para Jimin sentar ao lado do marido. Sem esconder seu descontentamento, Jungkook afastou a cadeira, criando um espaço maior entre eles.

— Sabe, Jungkook… — Jimin começou, com um tom doce e ligeiramente provocador, deslizando sua mão sobre a de Jungkook. — Eu não poderia estar mais feliz em ver você, finalmente, abrindo a cabeça para nós dois. — Ele sorriu, com um brilho malicioso nos olhos. — Quando, então, eu me mudo para o seu quarto? Afinal, estamos casados, não é o mínimo?

Aquela fala fez o sangue de Jungkook ferver, mas ele se controlou, mantendo-se rígido e com um olhar frio, enquanto por dentro sentia um misto de raiva e impotência.

Jaewon e Seojun, até então quietos, trocaram um olhar atento, percebendo a tensão crescente. Seojun, com um semblante calmo, finalmente quebrou o silêncio.

— Está tudo ótimo, Jungkook, obrigado pela hospitalidade, mas devemos voltar para o nosso Reino. — disse ele, sua voz sempre firme, mas com um olhar significativo para Jaewon.

Jaewon manteve-se quieto por um instante. O alfa mais velho claramente não queria ir embora, mas também não queria causar problemas. Por mais que tentasse esconder, o desconforto com a situação era palpável. Ele não queria voltar, pelo menos não agora. Seus olhos buscaram os de Jungkook, quase implorando por algo, mas ele sabia que não podia intervir diretamente. O silêncio de Jaewon falou mais do que qualquer palavra. Ele estava frustrado, mas tentava manter a calma e não demonstrar o quanto aquilo o incomodava.

— Claro, entendo perfeitamente. — Jungkook respondeu, sem conseguir esconder o desânimo em sua voz. — Fico grato por terem vindo. — Seu olhar vagou até Jaewon, com quem mantinha uma conexão silenciosa, um entendimento mútuo de que o destino deles, por mais entrelaçado que parecesse, estava se tornando cada vez mais difícil de controlar.

Jaewon e Seojun deixaram a mesa do café logo após a troca de olhares silenciosos com Jungkook. O clima tenso ainda pairava sobre eles enquanto se dirigiam em silêncio para o quarto. O som de seus passos no corredor parecia amplificado pelo peso da situação. Assim que a porta se fechou atrás deles, Seojun foi o primeiro a quebrar o silêncio.

— Você não quer ir, quer? — Ele perguntou, cruzando os braços e observando Jaewon com um olhar sério.

Jaewon suspirou profundamente, soltando o ar como se estivesse aliviando o peso de um fardo que carregava nos ombros.

— Claro que não quero, Seojun. — admitiu, sentando-se na cama e esfregando as têmporas, claramente frustrado. — Mas o que posso fazer? Eles querem que voltemos para o nosso reino, e ficar aqui apenas prolonga a situação. Eu me sinto preso entre o que eu quero e o que todos esperam de mim.

Seojun aproximou-se, sentando-se ao lado dele.

— Jaewon, o Minho não pode dar conta do Reino sozinho, precisamos voltar.

Jaewon fechou os olhos por um momento, lutando para encontrar as palavras certas.

— É Taehyung, Seojun. — Jaewon finalmente confessou, sua voz quase um sussurro. — Ele é meu filho… Nosso filho, ele correspondeu ao meu cheiro...

Seojun permaneceu em silêncio, absorvendo as palavras.

— Eu não posso ir embora assim. — Jaewon continuou, sua voz agora firme. — Não posso deixá-lo nesse Reino! Se formos embora, Taehyung virá conosco.

— O quê? Jaewon não pode fazer isso! — Seojun exclamou, alarmado. — Não se esqueça de que ele tem uma família.

— Família? — Jaewon interrompeu, a raiva e frustração borbulhando em sua voz. — Eles nunca foram realmente a família dele, Seojun. Eles… eles apenas o ajudaram, nada mais.
Mas agora, ele tem a mim… a nós, as pessoas que realmente são família dele.

Seojun estreitou os olhos, observando a determinação crescente no rosto de Jaewon.

— Isso é perigoso, Jaewon. Sabe que Taehyung os ama como a verdadeira família dele.  — Ele advertiu, tentando manter a racionalidade. — Eles os acolheram, deram amor, e conforto.

— Não importa. — Jaewon interrompeu novamente, dessa vez mais calmo, mas com uma clareza que não tinha antes.

Seojun suspirou, passando a mão pelo rosto.

— Sabe que Taehyung pode ficar chateado, não sabe? — Jaewon abriu a boca para falar, mas nada saiu. — Então, o que vai fazer agora?

— Eu vou ficar. — Jaewon respondeu com firmeza. — Já fiquei longe dele o bastante.

Seojun assentiu lentamente, vendo que Jaewon já havia tomado sua decisão. Ele sabia que não podia mudar a mente do amigo.

— Então, que assim seja. — Seojun murmurou, levantando-se. — Só espero que você esteja preparado para o que virá.

•💙•

Taehyung caminhava pelos estábulos, a calma que sentia ao lado dos cavalos sendo um alívio bem-vindo da confusão constante de sua vida na corte. Passando a mão pelo pêlo de um dos cavalos, ele sorriu, murmurando com carinho:

— Ei, garoto, espero que esteja sendo bem tratado.

O cavalo inclinou a cabeça, como se compreendesse suas palavras, mas o momento de paz foi interrompido pela voz familiar.

— Oh, Tae! — Jaewon o chamava.

O Rei estava sendo cada vez mais presente, e Taehyung não sabia ao certo como lidar com isso. Não que se importasse, gostava de Jaewon, que sempre se mostrara gentil.

— Como você está? — perguntou, pousando a mão sobre o ombro dele.

— Estou bem, e o senhor? — respondeu, com um sorriso educado.

Jaewon suspirou e deu um sorriso terno.

— Já conversamos sobre isso. Pode me chamar de “você” ou até só Jaewon... ou de pai... — A última palavra foi um sussurro, como se Jaewon ainda estivesse reunindo coragem. — Mas, respondendo sua pergunta, estou bem.

— Isso é ótimo! — respondeu Taehyung, sincero, com um sorriso amável. — Com sua licença, combinei com minha mãe de ir à cidade com ela.

Antes que pudesse sair, Jaewon o segurou pelo braço com suavidade.

— Podemos conversar? — perguntou, a expressão de Jaewon revelando uma mistura de ansiedade e expectativa.

Taehyung piscou, confuso. O que Jaewon poderia querer lhe dizer com tanta urgência? Ele sempre se mostrava tão confiante, mas agora havia algo frágil em sua postura, como se estivesse prestes a revelar um segredo muito importante, mas difícil.

— Eu… Taehyung, você é-.

— Jaewon! — A voz firme de Seojun interrompeu, logo atrás, vindo Jungkook, surgindo do outro lado do estábulo. O alfa parecia preocupado, os olhos faiscando enquanto olhava para Jaewon. — O que você está fazendo? Procurei por você em todos os lugares.

— Espere, Seojun. Eu preciso falar com Taehyung! — Jaewon insistiu, mas Seojun se aproximou rapidamente, pegando o pulso do ômega, como se quisesse impedir qualquer revelação.

O coração de Taehyung batia rápido, confuso com a interação entre os dois Reis. Por que Seojun parecia tão desesperado para interromper Jaewon? E o que poderia ser tão importante que Jaewon parecia quase desesperado em contar?

Taehyung, sem saber o que pensar, tentou recuar para deixar os dois conversarem em particular, mas o aperto de Jaewon em seu braço se intensificou.

— Jae- — começou Seojun, mas Jaewon o interrompeu.

— Não! — Jaewon exclamou, sua voz carregando uma determinação que ele raramente mostrava. — Eu não sairei daqui até contar a verdade a Taehyung! Por que você quer tanto negar que ele é nosso filho?!

As palavras ecoaram pelo estábulo, deixando Taehyung em estado de choque. Ele olhou de Jaewon para Seojun, os olhos arregalados, incapaz de processar o que acabara de ouvir. "Filho?" Ele sentia o coração afundar. Então eles eram seus pais?

Jaewon, percebendo o impacto de sua revelação, olhou para Taehyung, os olhos marejados e implorando por compreensão. Já Seojun mantinha a expressão séria, embora claramente afetado pelo momento.

Sentindo as pernas tremendo, Taehyung recuou um passo, uma mistura de emoções tomando conta de seu rosto delicado e sensível. Durante toda a sua vida, ele acreditara ter sido abandonado, nunca tendo conhecido seu verdadeiro lugar. O que isso significava, agora?

Seus não lhe queriam quando nasceu, o abandonaram na casa de sua mãe… e agora, eles estavam aqui. Quando criança, imaginava como seriam seus pais, se teria a mesma cor de cabelo e olhos, se seriam amorosos, mas enquanto crescia, percebeu que aquilo não importava, pois ele já tinha uma família amorsa.

Jungkook, que observava de uma distância respeitosa, percebeu o impacto devastador da revelação. Ele imediatamente se aproximou, os olhos escuros tentando transmitir apoio e segurança.

Taehyung olhou para ele, buscando algum alívio em seu olhar, mas a confusão e a dor eram fortes demais.

— Me-me solta… — murmurou, virando-se rapidamente e saindo apressado.

Jungkook hesitou por um segundo, mas logo seguiu atrás dele. Encontrou-o ao sair do estábulo, as mãos trêmulas enquanto limpava as lágrimas. Ao ver Jungkook, Taehyung tentou disfarçar a dor, mas o alfa apenas aproximou-se em silêncio, oferecendo-lhe conforto.

— Taehyung… sei que deve ser confuso, mas estarei aqui para você — Jungkook disse, sua voz suave.

Taehyung o olhou, vulnerável e ainda tentando entender o que tudo isso significava. O aperto de Jungkook em seu ombro, forte e reconfortante, lhe dava forças, mesmo que seu coração ainda estivesse machucado pela revelação e as outras coisas.

Taehyung engasgou com as próprias palavras, a voz saindo fraca e cheia de emoção.

— Co-como posso re-reagir a isto? E-eles me abandonaram, Jungkook! — sussurrou, a dor estampada em seus olhos. — Me re-rejeitaram, Jungkook! Por que isso a-agora…?

Jungkook, vendo o quão quebrado Taehyung estava, tentou puxá-lo para um abraço, mas o ômega recuou, batendo com o punho delicado contra o peito do alfa.

— Não! Não encoste em mim! — gritou, sua voz quebrada e cheia de mágoa. — Por que você está aqui, Jungkook? Vai embora! Volte para o Jimin, o seu… seu esposo.

A menção de Jimin fez os ombros de Jungkook caírem por um momento, mas ele respirou fundo e olhou Taehyung nos olhos, decidido.

— Taehyung, eu e Jimin… nós rompemos. Isso acabou — respondeu, a voz firme, mas com um toque de tristeza.

Taehyung piscou, a expressão dele alternando entre confusão e surpresa. As palavras de Jungkook o desarmaram por um momento.

— Por quê? — murmurou, a voz saindo num fio de voz, como se estivesse tentando entender.

— Porque eu não poderia continuar, isso estava me matando por dentro. — falou, tentando se aproximar de maneira lenta. — Eu estou aqui para você. Sempre estive e sempre estarei.

Horas antes. — No café da Manhã.

Ainda sentado à mesa, saboreando o café da manhã, Jungkook percebeu a mão de Jimin deslizando provocativamente por sua coxa, indo cada vez mais perto de sua virilha. Ele segurou a mão dele com firmeza, sem dar espaço para mais insinuações.

— Gosto quando é agressivo, me pergunto se é assim na cama... — murmurou Jimin, o sorriso carregado de segundas intenções.

Jungkook estreitou os olhos, o tom baixo e cheio de desprezo.

— Cala a maldita boca, Park.

— Estamos casados, Jungkook. Isso é o mínimo que deveria fazer. Você precisa de um herdeiro. — Jimin respondeu, sem um pingo de vergonha, como se fosse uma verdade inquestionável.

Antes que Jungkook pudesse responder, ele viu Seojun entrar apressado, a expressão visivelmente preocupada. Seojun hesitou ao notar o clima tenso entre Jungkook e Jimin, mas logo voltou ao alfa.

— Jungkook, desculpe interromper, mas podemos conversar?

— Claro, — Jungkook respondeu de imediato, liberando a mão de Jimin e se levantando, claramente aliviado pela interrupção. Eles se afastaram da mesa, seguindo para um canto mais reservado.

Assim que estavam longe o suficiente para garantir privacidade, Seojun soltou um suspiro pesado, como se tivesse segurado aquelas palavras por tempo demais.

— Eu... eu não estou achando o Jaewon. — começou, a preocupação evidente no rosto. — Estou com receio de que ele faça algo.

Jungkook franziu o cenho, notando a tensão nas palavras de Seojun.

Sobre  o quê? — perguntou curioso.

— Com Taehyung. — Seojun disse, hesitando por um momento antes de continuar. — Jungkook, você não entende... Jaewon está próximo de Taehyung por um motivo. Ele…— voz de Seojun quase falhou, mas ele reuniu coragem. Jaewon. — Taehyung é nosso filho. Meu e de a Jaewon.

Jungkook piscou, surpreso, absorvendo o impacto da revelação. A expressão em seu rosto era uma mistura de surpresa e descrença.

— Taehyung... é seu filho? — Jungkook murmurou, como se as palavras não fizessem sentido imediato.

Seojun assentiu, a expressão carregada de culpa e alívio.

— Nós o perdemos quando ele ainda era um bebê — começou ele, o tom vacilante. — Jaewon ficou devastado. Foram anos de busca, e por muito tempo nada, Taehyung apareceu usando a manta que Jaewon havia feito para nosso pequeno Taehoo. Eu não achei que era algo significativo no início, mas Jaewon percebeu… Taehyung correspondeu ao cheiro. E aquilo… aquilo foi o suficiente para despertar tudo de novo.

Jungkook permaneceu em silêncio, absorvendo o peso da revelação. Sabia que havia algo diferente em Taehyung, mas jamais imaginaria isso.

— Quando o encontraram pela primeira vez… por que não sentiram o cheiro? Não conseguiram identificá-lo?

Seojun suspirou, a mão passando nervosamente pelo cabelo.

— Porque, no dia em que ele nasceu… nós não o seguramos. Assim que ele deu à luz, Taehoo foi levado pelas curandeiras e… nunca o carregamos, nunca sentimos o cheiro dele, nunca deixamos nosso cheiro nele como é o comum. — Seojun desviou o olhar, claramente amargurado.

Jungkook assentiu em compreensão.

— Taehyung acredita que foi abandonado — murmurou, olhando para o lado, o tom baixo e preocupado. — Ele acha que seus pais biológicos o rejeitaram. Se contarem a ele… ele pode reagir mal.

Seojun respirou fundo, organizando os pensamentos antes de voltar a encarar Jungkook com um olhar determinado.

— Eu falei com Jaewon, mas ele é muito teimoso, — disse serio. — Jungkook rompa com Jimin. Tire-o da sua vida. — disse de repente.

O pedido foi direto e inesperado, pegando Jungkook desprevenido. Ele abriu a boca para retrucar, mas Seojun continuou antes que ele pudesse dizer algo.

— Jaewon me contou como Taehyung tem estado triste, perdido, especialmente com tudo o que tem acontecido. Ele precisa de você, assim como você precisa dele. Não o faça sofrer ainda mais, Jungkook. Não sofra também. Sei que falei que se casar com Jimin não era a sua maior preocupação...

— Mas… o contrato de casamento é claro. É para sempre, até que a morte nos separe. — A voz de Jungkook saiu em um sussurro, ainda processando o pedido ousado.

— Não, Jungkook. Vocês estão casados há poucos dias, isso não significa nada! — Seojun rebateu com firmeza. — Fique com Taehyung, apoie-o, ajude-o a superar tudo isso. A política que vá para o inferno; você não precisa se prender a um casamento sem sentido, não quando há alguém que realmente precisa de você.

A intensidade nos olhos de Seojun fez Jungkook hesitar. O peso de suas palavras se fundia ao sentimento latente que ele já tinha por Taehyung, um desejo de protegê-lo, de oferecer-lhe algo que nem ele sabia nomear.

— Não posso negar que preciso dele como oxigênio, mas… não quero feri-lo novamente.

Seojun assentiu, seu olhar suavizando.

— Então não o faça. Seja o que ele precisa.

Agora.

Taehyung lançou um olhar hesitante para Jungkook, os olhos azuis brilhando com uma mistura de dor e confusão. Seu lábio inferior estava marcado, uma linha avermelhada onde ele o mordera repetidamente, um reflexo do conflito interno que se passava dentro dele.

— I-isso… — sua voz saiu trêmula, as palavras parecendo pesadas demais. — Não muda o que sinto, nem o que passei, Jungkook. Preciso… preciso de um tempo. — Cada sílaba foi carregada de angústia, como se ele estivesse tentando segurar as peças de si mesmo que ameaçavam se despedaçar.

Jungkook deu um passo em sua direção, os braços estendidos, mas Taehyung recuou, erguendo a mão em um pedido silencioso para que ele parasse. O ômega parecia frágil, sua expressão indecisa entre o desejo de aceitar o conforto de Jungkook e o receio de se machucar ainda mais.

— Tae… — murmurou Jungkook, a voz cheia de uma preocupação silenciosa. — Eu estou aqui, só quero te ajudar.

— Me deixem... sozinho... tá-tá bom? — a voz de Taehyung saiu embargada, os olhos lacrimejantes enquanto ele se afastava, tentando manter o pouco de controle que ainda lhe restava.

Mas assim que se virou para sair, deu de cara com Jaewon e Seojun, ambos caminhando em sua direção. O semblante de Jaewon era grave, os olhos fixos no filho com uma mistura de pesar e esperança.

— Taehyung. — chamou Jaewon, sua voz suave, mas determinada.

O jovem ômega recuou instintivamente, quase como se as palavras de Jaewon o queimassem. Ele balançou a cabeça, os olhos brilhando com um misto de frustração e dor.

— Não! Por que vocês querem fazer isso agora?! Por quê!? — ele gritou, a voz falhando em meio ao desespero. — Estou bem, estou bem com a MINHA mãe.

Seojun tentou se aproximar, uma mão estendida em sua direção.

— Taehyung, nós podemos explicar, você não foi... — Seojun começou a dizer, mas foi interrompido quando Taehyung negou com a cabeça, as lágrimas agora correndo livremente por seu rosto.

— Eu não quero ouvir! Eu não preciso de explicações! Eu só... só queria que vocês nunca tivessem voltado, eu já tinha aceitado isso quando criança! — Sua voz era uma mistura de dor e desamparo, revelando a profundidade de seu ressentimento e a complexidade de seus sentimentos.

Jaewon deu um passo à frente, os olhos fixos no filho, enquanto Seojun baixava a mão, sem saber como prosseguir.

Taehyung olhou para Jaewon, a raiva e a tristeza misturando-se em seu olhar. Ele abriu a boca para responder, mas o ar parecia pesar em seus pulmões, tornando difícil até mesmo respirar. A dor do abandono, agora misturada à súbita revelação e aos olhares implorantes, era demais para ele.

— Vocês... acham que isso é fácil pra mim? — murmurou, com a voz embargada, tentando se manter firme. — E agora... — Ele levou a mão à testa, sentindo-se tonto, as palavras saindo entrecortadas. — Não posso...

Sua visão começou a turvar, e ele cambaleou, segurando-se na parede para tentar se equilibrar. Seu corpo cedeu ao cansaço e à falta de alimento dos últimos dias; ele não tinha apetite e, com toda a emoção do momento e o calor, parecia que sua força simplesmente o abandonava.

— Taehyung! — Jaewon exclamou, correndo para ampará-lo antes que caísse no chão.

Taehyung fechou os olhos, o corpo cedeu completamente. Quando estava prestes a cair, sentiu braços firmes o segurarem.

— Anjo... — sussurrou Jungkook, o tom baixo e carregado de preocupação. Ele acariciou o rosto pálido, olhando para ele com intensidade, como se tentar acordá-lo com o toque.

— Vamos levá-lo para dentro. — Seojun sugeriu, vendo os outros assentirem.

Até o próximo capítulo!!

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