20 💙 Pequeno ômega ingênuo.
Oi anjinhos!
Quero avisar que este capítulo contém insinuação de ⚠️estrup0
Votem e comentem! Isso incentiva muitoooo ❤
Ps: boa leitura e me perdoem por qualquer erro!
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Kyungsoo estava determinado a vender Taehyung. Desde o momento em que pousou os olhos no novo criado, ficou encantado com o quão valioso o jovem ômega seria em suas mãos. Mas não contava com a interferência inesperada de Charles, que agora segurava sua manta com uma força que beirava o desespero.
- Que raios está fazendo? Me solte agora, Charles! - A voz do rei soava como um trovão, carregada de autoridade, mas Charles não se moveu.
- A Majestade... não pode vendê-lo! - A voz de Charles tremia, mas havia uma determinação inabalável em suas palavras. - Ele... ele é o ômega da Vossa Alteza.
Kyungsoo arqueou as sobrancelhas, surpreso pela ousadia do servo. Em um primeiro momento, ele quase riu da situação absurda.
- Do que diabos você está falando, Charles? - Kyungsoo exigiu, o desprezo claro em sua voz. - Ômega do Jungkook? Isso é ridículo.
Taehyung havia chegado ao palácio há apenas dois dias. Como poderia o filho ter escolhido um ômega tão rapidamente? E mais ainda, como poderia ter escolhido aquele ômega em particular, um servo marcado por uma maldição, algo que até Kyungsoo via como uma afronta?
Charles, sentindo o peso do olhar do rei sobre si, lutou para não sucumbir ao pânico. Seus joelhos estavam fracos, mas ele se forçou a ficar de pé.
- Não pode vendê-lo... - Sua voz agora era um sussurro, carregado de medo e dor. - Se o senhor fizer isso... o Herdeiro irá... morrer.
Kyungsoo congelou, a expressão confusa e ao mesmo tempo fascinada pelo que ouvira.
- E por que, - ele começou, sua voz mais fria, como uma lâmina de gelo, - eu deveria fazer o que você diz, Pequena Lua?
O apelido, que não era pronunciado há anos, caiu como um golpe sobre Charles. Ele engoliu em seco, sentindo as memórias do passado retornarem como uma tempestade. Aquele apelido carregava uma história, uma lembrança que ele preferia esquecer.
- Eu... eu farei o que desejar... Vossa Majestade. - A voz de Charles vacilou, e ele olhou para baixo, seus pés descalços parecendo ainda mais desprotegidos diante do imponente rei.
Kyungsoo observou Charles com um brilho cruel nos olhos, o canto de seus lábios se curvando em um sorriso malicioso.
- Quer reviver os velhos momentos, pequena lua? - A voz dele era um veneno doce, uma promessa sombria que apenas os dois compreendiam.
Charles sentiu uma onda de desespero tomar conta de si. Ele estava encurralado, e Kyungsoo sabia disso. Mas ao mesmo tempo, havia uma pequena esperança no coração de Charles - a esperança de que, se ele fizesse o sacrifício, Taehyung estaria seguro... Jungkook estaria seguro. Mesmo que isso significasse reabrir feridas que nunca haviam cicatrizado completamente.
Há 27 anos. - Charles 16 e Kyungsoo 23.
O sol estava começando a se pôr, pintando o céu com tons dourados e rosados. O jardim do palácio estava tranquilo, exceto pelo som suave dos passos de Kyungsoo e o movimento cuidadoso de Charles, que estava em meio aos seus deveres.
Kyungsoo, com seu porte real e a postura confiante, observou Charles enquanto ele terminava de organizar alguns itens no jardim. O príncipe tinha um olhar atento e uma curiosidade discreta.
- Você deixou cair isso, - Kyungsoo disse, estendendo a mão para o pano que Charles havia deixado cair.
Charles, um jovem ômega de dezessete anos, levantou-se rapidamente, seus movimentos, um reflexo de sua atitude respeitosa e submissa. Com um gesto apressado, ele pegou o pano do chão e entregou-o a Kyungsoo, sua voz suave e ligeiramente nervosa.
- Ah, - Charles colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, curvando-se em respeito. - O-obrigado, Vossa Alteza.
Kyungsoo teve seu olhar relaxado e atento ao jovem servo diante dele. Ele notou a maneira cuidadosa como Charles se comportava e como a timidez se manifestava em cada gesto.
- Não é necessário se curvar tanto, - Kyungsoo comentou, tentando suavizar a formalidade do momento. - Apenas cuide do que precisa ser feito.
Charles ergueu a cabeça timidamente, suas bochechas coradas pela proximidade do príncipe. Ele se esforçou para manter a voz firme e o olhar no chão.
- Sim, Vossa Alteza. - Charles respondeu, esforçando-se para manter a compostura. - Apenas estou fazendo o meu trabalho.
Kyungsoo observou a determinação e a seriedade de Charles com um leve sorriso. Embora o príncipe não demonstrasse muita emoção, havia uma certa apreciação em seu olhar.
- Parece que você leva suas responsabilidades muito a sério. - Kyungsoo comentou, mantendo um tom neutro. - Isso é admirável.
Charles sentiu um frio na barriga ao ouvir as palavras. Ele não sabia como responder, seu coração estava acelerado, e ele se sentia ainda mais consciente da presença do príncipe. A sensação era um misto de orgulho e uma pitada de tristeza por saber que, apesar de tudo, sua posição como servo limitava qualquer possibilidade de algo mais.
- Faço o melhor que posso, Vossa Alteza. - Charles disse, tentando esconder seus sentimentos.
Kyungsoo fez um gesto de assentimento, sua expressão se tornando um pouco mais séria.
- Muito bem. Continue assim. - Kyungsoo disse, sua voz agora um pouco mais formal. - O seu trabalho não passa despercebido.
Charles fez uma leve reverência, seu olhar ainda baixo, enquanto Kyungsoo começava a se afastar. O príncipe lançou um último olhar para Charles antes de desaparecer entre os caminhos do jardim, deixando o jovem servo com um coração misto de emoções e pensamentos sobre o que poderia ter sido.
Charles ficou ali por um momento, a sensação da presença de Kyungsoo ainda viva em sua mente. Ele suspirou suavemente e retornou ao seu trabalho, tentando colocar seus sentimentos de lado e focar nas tarefas que tinha pela frente.
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Charles 17 e Kyungsoo 24.
Charles, com o coração acelerado e desesperado, tentou forçar um beijo em Kyungsoo. Suas mãos, com tremores visíveis, começaram a desabotoar suas roupas, na esperança de que sua ação extrema pudesse fazer Kyungsoo reconsiderar sua decisão.
- Não vá, Kyungsoo! - chorou Charles, suas lágrimas misturando-se com a frustração. Você me prometeu que nunca faria isso!
Kyungsoo, ao ver a cena e sentindo-se profundamente irritado, perdeu a paciência. Com um movimento brusco e cheio de raiva, ele empurrou Charles com força, lançando-o contra o chão. Charles caiu com um baque seco, sua expressão se contorcendo em dor. Ele começou a chorar, o som de seus soluços preenchendo o espaço entre eles.
Kyungsoo, com um suspiro cansado e exasperado, se aproximou de Charles. Embora seu rosto mostrasse uma leve suavização, seu olhar ainda era frio e distante. Ele se agachou ao lado de Charles, observando-o com um olhar implacável.
Charles, chorando e com a voz embargada pela dor e pela súplica, estendeu a mão para Kyungsoo.
- Por favor, Kyungsoo... Não vá. Você me prometeu que não faria isso. Não pode ir!
Kyungsoo, mantendo sua postura indiferente, olhou para Charles sem uma centelha de remorso em seus olhos. Sua voz foi cortante e desdenhosa.
- Nunca se deve confiar na palavra de um alfa, Charles. Promessas são apenas palavras vazias para nós.
Sem mais palavras ou gestos de consolo, Kyungsoo se levantou e se afastou, deixando Charles sozinho no chão. O ômega, desolado e com o coração partido, permaneceu ali, suas lágrimas caindo em um silêncio que agora parecia esmagador.
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Charles 19 e Kyungsoo 26.
Kyungsoo entrou no quarto sem bater, a porta se abrindo com um rangido que ecoou na mente de Charles como um presságio sombrio. O ambiente estava mal iluminado, apenas a luz fraca das velas tremulavam nas paredes de pedra, projetando sombras dançantes que pareciam imitar o tumulto no coração de Charles. Ele estava deitado na cama, o corpo exausto não só pelas tarefas do dia, mas também pelo peso emocional que carregava.
Charles estremeceu ao ouvir os passos pesados de Kyungsoo se aproximando. Ele não precisava olhar para saber quem era; o cheiro do alfa, misturado com o inconfundível aroma de poder e autoridade, invadiu o quarto antes mesmo dele falar. A tensão era palpável, e Charles sentiu seu coração acelerar enquanto uma parte dele, a parte racional, o avisava para sair, fugir antes que fosse tarde demais.
Mas não havia para onde correr. Ele estava preso, tanto física quanto emocionalmente, e Kyungsoo sabia disso.
- O que... o que está fazendo aqui? - A voz de Charles era um sussurro quase inaudível, a tentativa de mostrar alguma resistência falhando miseravelmente.
Kyungsoo não respondeu de imediato. Ele se aproximou lentamente, seus olhos fixos em Charles, avaliando cada detalhe da expressão de medo e submissão que o ômega tentava esconder. Havia uma escuridão no olhar do rei, uma tempestade de emoções reprimidas que Charles conhecia bem demais.
- Estava pensando em você, pequena lua. - Kyungsoo finalmente falou, sua voz baixa, mas carregada de um perigo implícito. Ele se sentou na beira da cama, seus dedos gelados traçando o contorno do rosto de Charles, o toque ao mesmo tempo carinhoso e ameaçador.
Charles se encolheu sob o toque, sentindo um calafrio percorrer sua espinha. Ele tentou se afastar, mas Kyungsoo foi mais rápido, segurando seu braço com firmeza. O olhar de Kyungsoo era intenso, sem permitir qualquer forma de escape.
- Não... eu não quero. - Charles murmurou, a voz trêmula, quase infantil em sua fragilidade. Ele tentou se libertar, mas Kyungsoo apenas apertou mais, sua expressão endurecendo.
- Não importa o que você quer, Charles. - Kyungsoo rosnou, o brilho em seus olhos ficando mais sombrio. Ele estava à beira de perder o controle, e isso era evidente. - Eu estou... farto de tudo isso. Preciso de você agora.
Charles tentou resistir, lutando contra as mãos de Kyungsoo que começaram a explorar seu corpo sem qualquer delicadeza. Ele sabia que não deveria, que qualquer tentativa de resistência apenas provocaria mais a fúria do rei, mas o medo e o desespero o faziam tentar de qualquer forma.
- Pare! Kyungsoo, por favor... não! - Charles implorou, suas palavras se transformando em soluços enquanto lágrimas começavam a escorrer por seu rosto.
Mas Kyungsoo não parou. Ele se inclinou sobre Charles, sua força esmagadora subjugando o corpo frágil do ômega. A mão livre do rei cobriu a boca de Charles, silenciando qualquer protesto enquanto ele o dominava, as lágrimas do ômega apenas alimentando a necessidade cruel de Kyungsoo.
A luta de Charles foi curta. O desespero e o terror o fizeram ceder, o corpo tremendo de dor e humilhação enquanto Kyungsoo o forçava a se submeter. A mente de Charles fugiu para um lugar distante, tentando se desconectar da realidade cruel que o cercava.
Quando tudo acabou, Kyungsoo se afastou, o corpo ainda pulsando com o desejo satisfeito, mas a expressão de seu rosto mostrava que, por dentro, ele ainda estava vazio. Ele se levantou, ajeitando suas roupas sem dizer uma palavra, deixando Charles quebrado e sangrando na cama.
- Você sempre será minha pequena lua. - Kyungsoo murmurou antes de sair, sua voz carregada de uma promessa que mais parecia uma sentença.
Charles ficou ali, imóvel, os olhos vidrados no teto, o corpo e a alma profundamente feridos. Ele sabia que aquele não seria o fim, que Kyungsoo voltaria, e que ele, como sempre, estaria à mercê dos desejos do rei. Mas, naquele momento, ele não tinha mais forças para pensar no futuro. Tudo o que sentia era um vazio avassalador que o consumia lentamente.
Atualmente. — Reino Brishighet.
A morte do Rei Kyungsoo foi anunciada, e o impacto reverberou por todo o reino. Os sentimentos eram conflitantes; alguns escondiam a alegria silenciosa pela queda de um líder temido, enquanto outros lamentavam a perda de um governante forte e dominante. Kyungsoo, apesar de suas controvérsias, havia deixado uma marca indelével, e sua ausência criava um vácuo de poder que logo precisaria ser preenchido.
Jungkook estava ao lado do corpo de seu pai, seus olhos fixos no semblante rígido e implacável de Kyungsoo. Não havia tristeza em seu olhar, mas sim um medo profundo que se crescia em seu peito. A morte de Kyungsoo não significava apenas o fim de um reinado; significava que, em uma semana, Jungkook seria coroado rei, e o peso da coroa já começava a pressionar seus ombros.
- Alteza, - chamou um dos membros do conselho, a voz carregada de urgência. - Precisamos convocar uma reunião para discutir questões de extrema importância.
Jungkook soltou um suspiro pesado, sua mente já sobrecarregada com as responsabilidades. Ele assentiu lentamente, mas sua expressão indicava que seus pensamentos estavam em outro lugar.
- Entendo, - respondeu, a voz firme apesar da turbulência interna. - Mas antes, há algo que preciso resolver.
- Alteza, com todo o respeito, estas questões são prioritárias e...
- Eu sou o Príncipe Herdeiro, - Jungkook o interrompeu, sua voz cortante como uma lâmina. - E em breve serei o seu Rei. Se dou uma ordem, você deve obedecer sem questionar. - Seus olhos cravaram-se no beta, que baixou a cabeça em deferência, sentindo o peso da autoridade iminente de Jungkook.
- Sim, Alteza, - respondeu o conselheiro, curvando-se com respeito.
Jungkook observou o beta se afastar, e por um momento, permitiu-se sentir o medo e a incerteza que o corroía por dentro.
Jungkook deixou a sala, o peso de suas próprias palavras e ações o esmagando. Ele sabia que precisava encontrar Taehyung, que precisava consertar o que havia quebrado antes que fosse tarde demais. O corredor do palácio parecia mais longo do que nunca, cada passo ecoando em seus ouvidos como um lembrete do que estava em jogo.
Quando finalmente chegou ao jardim, onde sabia que Taehyung costumava ir quando precisava de paz, ele parou à distância ao vê-lo. Taehyung estava sentado em um banco de pedra, com os ombros caídos e o rosto enterrado nas mãos. Ao seu lado, estava Félix, oferecendo-lhe conforto.
Por um momento, ele hesitou, vendo como Félix delicadamente colocava uma mão no ombro do omegazinho, sussurrando algo que Jungkook não conseguia ouvir. O ômega parecia estar segurando as lágrimas, tentando encontrar forças em si mesmo, mas estava claramente abalado. A visão de Taehyung assim, tão vulnerável e ferido, fez com que Jungkook sentisse uma culpa esmagadora. Ele sabia que a dor no coração de Taehyung era sua culpa.
O alfa respirou fundo e finalmente se aproximou. Seus passos foram leves, mas determinados, e ele sabia que tinha que consertar as coisas, não importava o quanto tivesse que se humilhar.
- Taehyung... - sua voz saiu mais suave do que ele esperava, quase suplicante.
Taehyung levantou a cabeça devagar, seus olhos vermelhos e inchados encontrando os de Jungkook. A dor era evidente em seu rosto, e Félix levantou, dando um leve aceno de cabeça para Taehyung antes de se afastar discretamente, deixando-os a sós.
Jungkook se aproximou mais, parando a poucos passos de distância. Ele sentiu o peso do momento, o peso das palavras que precisava dizer, e a gravidade de tudo que estava em jogo.
- Tae... eu... - ele começou, mas as palavras pareciam presas na garganta. Ele fechou os olhos por um momento, tentando encontrar a força necessária. - Eu errei. Fui um idiota por te tratar daquela forma. Eu estava... estou... lidando com muita coisa, mas nada disso justifica o que eu disse. Não justifica a maneira como te machuquei com as minhas palavras.
Taehyung permaneceu em silêncio, o olhar fixo em Jungkook, mas não houve nenhum sinal de que ele pretendia interromper. Jungkook viu isso como um sinal para continuar.
- Eu sei que você só quer me ajudar, mas eu... eu estava tão perdido na minha própria dor que acabei te machucando também. E isso é a última coisa que eu queria fazer, Tae. - Sua voz falhou, e ele deu um passo mais perto. - Eu prometi não te machucar, e quebrei essa promessa. Mas por favor... me deixa tentar consertar isso. Me deixa tentar ser o alfa que você merece.
As lágrimas que Taehyung tanto tentou conter voltaram a cair, e ele desviou o olhar, não confiando em sua voz para responder imediatamente. A dor em seu peito era intensa, mas também havia um desejo profundo de perdoar, de acreditar que Jungkook podia mudar.
Jungkook viu o conflito nos olhos de Taehyung, e seu coração apertou ainda mais. Ele não estava pedindo apenas perdão, ele estava pedindo por uma chance de ser melhor.
- Tae... eu sinto muito... - Ele deu mais um passo, até que estava diretamente em frente a Taehyung. - Eu te amo muito... e vou passar o resto da minha vida tentando te provar isso, se você me deixar.
Taehyung finalmente olhou para ele, os olhos cheios de dor.
- Vo-você... você diz isso agora, Ju-Jungkook, mas e se acontecer de novo? - sua voz era um sussurro.
- Não vai, Tae. - Jungkook prometeu, sua voz firme. - Eu vou lutar todos os dias, contra cada demônio, vou lutar contra mim se precisar. Mas eu não vou te machucar de novo, eu não posso perder você.
Taehyung sentiu seu coração amolecer ao ouvir aquelas palavras, o amor que ele tinha por Jungkook pulsando forte, apesar da dor. Ele sabia que perdoar não seria fácil, e que o medo ainda estaria ali, mas ele também sabia que não podia viver sem Jungkook. Falava para si próprio que Jungkook era falho, como qualquer outra pessoa, e que estava tudo bem errar, desde que reconhecesse o erro.
- Eu... eu vou te pe-perdoar.., Jun-Jungkook. - Taehyung finalmente disse, a voz ainda trêmula. - mas... por favor... por favor, cuidado com o que va-vai falar...
Jungkook sorriu, assentindo triste, mas também vendo a luz no fim do túnel. Ele se aproximou e, hesitante, envolveu Taehyung em um abraço. Após um momento de hesitação, retribuiu o abraço, fechando os olhos enquanto sentia o calor familiar de Jungkook.
•💙•
A culpa e a dor acumuladas ao longo dos anos o esmagavam. Ele havia sacrificado tanto — seu corpo, sua alma, seu amor por Kyungsoo — tudo em nome de um amor que nunca foi correspondido da forma como ele desejava. Agora, tudo o que restava eram memórias amargas e cicatrizes que nunca iriam desaparecer.
A morte de Kyungsoo ainda pairava sobre todos como uma sombra indelével, mas Charles, em especial, carregava cicatrizes mais profundas.
O castelo que uma vez chamou de lar agora parecia distante, mesmo estando sob o mesmo teto. Seu papel ali havia chegado ao fim. Ele havia dedicado sua vida a servir e proteger, mas o peso dos anos e das escolhas o pressionavam de um jeito que ele não podia mais ignorar.
Ele olhou ao redor do quarto, seu olhar fixando-se por um breve momento no emblema real que repousava sobre a mesa. Não era mais seu fardo. O tempo de Charles como protetor havia passado, e ele sabia disso. Não havia ressentimento, apenas aceitação. Jungkook estava pronto para liderar, e Charles, no entanto, não fazia parte desse futuro.
Com um suspiro profundo, ele lançou a capa sobre os ombros e saiu do quarto, seus passos ecoando suavemente pelos corredores escuros. Não havia despedidas planejadas.
Sentia o peso de uma vida inteira finalmente começar a se dissipar. Charles sabia que Jungkook precisava de espaço. Ele sempre esteve à sombra dos outros, ajudando, protegendo, mas agora sentia que não havia mais lugar para ele ali.
Sentia vergonha, vergonha para falar a verdade, vergonha de tudo.
Mas pela primeira vez em muito tempo, Charles estava livre — livre do passado, das correntes invisíveis que o prendiam a Kyungsoo. Mesmo com o coração ainda quebrado por se afastar de seu amado Jungkook, havia uma pequena centelha de esperança. Talvez, longe dali, ele pudesse encontrar a paz que tanto buscava.
Ah, obrigada pela a volta que vocês estão dando em Crystal Eyes e Cordélia, Minha!
Nos vemos no próximo capítulo.
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