19 💙 Sequelas.

Eu tenho uma coisa a dizer: Boa leitura 😔


Jungkook tinha suas mãos trêmulas, enquanto girava a maçaneta de seu quarto, ao abrir a porta ele teve a visão de Taehyung encolhido, no cantinho do quarto, como todos os ômegas, eles se assustaram com os gritos e o cheiro de dominância de Jungkook exalava pelo ar, deixando tudo pior.

O ômegazinho que até então tinha um olhar assustado, mudou sua expressão ao ver o alfa fechando a porta atrás de si, e caindo de joelhos, Jungkook chorava, mas não pelo seu pai. O de olhos azuis, se aproximou do mais velho, se agachando. Com a tentativa de tocar o alfa, mas Jungkook recuou do toque, e gritando em seguida:

— Não me toque! 

O Kim recolheu a mão, mas não se afastou. Ele encarou o maior com olhos curiosos, seus olhos azuis como cristais azuis claro, encarando o Herdeiro, esperando que ele se abrisse sem precisar insistir. Taehyung suspirou pesado, Jungkook não demonstrava sua fraqueza para ele, sempre tentando passar força e confiança.

— Jungkook, você mesmo disse… que-que… deveríamos co-contar o que estivesse..  nos incomodando.. — Taehyung deixou o ar saiu de seus pulmões. — Fo-foi uma promessa.. — Ele o lembrou, na tentativa de não insistir tanto.

Queria que Jungkook confiasse nele, que falasse seus problemas, queria tentar ajuda-lo de alguma forma, se sentir útil para ele de alguma forma.

Jungkook mal conseguia se manter firme, seus ombros tremiam enquanto ele lutava para conter as lágrimas que já escorriam por seu rosto. Ele sabia que não deveria se mostrar assim, fraco e vulnerável, ainda mais na frente de Taehyung. Mas ao ouvir a voz suave do ômega, sua resistência se quebrou completamente.

— Eu... eu disse coisas horríveis para ele, Taehyung, — Jungkook finalmente murmurou, sua voz embargada pelo choro. Ele levantou os olhos vermelhos para encarar Taehyung, que o olhava com uma mistura de compaixão e preocupação. — Para Charles... eu não queria, eu juro que não queria.

Taehyung permaneceu em silêncio, mas sua presença tranquila oferecia conforto. Jungkook sentiu que poderia continuar, que talvez, apenas talvez, Taehyung não o julgaria por seus erros.

— Eu vi... algo que não deveria ter visto, — Jungkook continuou, sua voz trêmula. — Eu... eu pensei que ele estava... traindo tudo o que ele sempre representou para mim. Eu fiquei tão... tão furioso, decepcionado Taehyung. Disse coisas que eu nem sabia que era capaz de dizer.

Taehyung se moveu lentamente, hesitando antes de tentar tocar o braço de Jungkook novamente. Desta vez, o alfa não recuou. Ele sentiu o toque leve e reconfortante do ômega.

— Eu... eu o machuquei, Taehyung. E agora, o que resta? Eu... eu não sou a pessoa que deveria ser. Não consigo... não consigo lidar com tudo isso. — Jungkook encarou Taehyung de uma forma tão fragilidade que o menor não conhecia, – até agora.

Taehyung, vendo a dor crua nos olhos de Jungkook, sussurrou suavemente: — Você não está sozinho, alfa. Eu estou aqui, Jungkook.

Taehyung deixou seus instintos lhe guiarem, se levantando e tomando a coragem para se colocar atrás de Jungkook, para abraçá-lo, com um pouco de dificuldade liberando seus feromônios calmantes.

— E.. e seu machucar vo-você também, Tae? — Jungkook perguntou preocupado, se machucou a pessoa que cuidará dele desde que nasceu, e o considerando como seu próprio pai, quem dirá sobre Taehyung.

O ômega negou com a cabeça, enquanto apertava Jungkook contra seu corpo. 

O Kim desfez o abraço, voltando a ficar de frente para o maior, aproximando-se timidamente, beijando as bochechas molhadas, o alfa não reagiu, levantando seu olhar caído para Taehyung que sorriu amável.

— Você não precisa carregar esse peso sozinho, Jungkook — Taehyung murmurou, sua voz calma e cheia de carinho. — E-eu estou aqui, sempre estarei aqui para você, eu prometo.

Jungkook respirou fundo, tentando controlar a tempestade de emoções dentro de si. Os feromônios de Taehyung já estavam começando a surtir efeito.

— Eu… eu não sei o que fazer, Tae — Jungkook confessou com a voz rouca. — Tenho tanto medo… medo de perder o controle, medo de machucar você… e não quero perder você também. Não posso…

Taehyung se aproximou mais, diminuindo a distância entre eles até que seus corpos estivessem quase colados. Ele levantou a mão para acariciar o cabelo de Jungkook, seus dedos entrelaçando-se nas mechas escuras enquanto continuava a falar com calma.

— E-eu amo vo-você, Jungkook, mais que tudo! Eu quero ser um bom ômega… e te ajudar…

— Você já é, meu anjo.

•💙•

Charles e Jungkook estavam sentados na cama, cada um com um quadro e um pincel em mãos, foi nesse momento em que descobriu seu amor pela arte. O pequeno alfa tinha por volta de seus quatro anos, prestes a completar cinco anos. O ômega ria das palhaçadas do alfa que brincava com as tintas que o mais velho tinha feito.

— Olha papai! — Jungkook ergueu a pintura orgulhoso de si mesmo.

Ao ouvir a última palavra, Charles suspirou pesado, ganhando um olhar curioso do alfinha.

— Jungkook… já conversamos, não pode me chamar de “Pai”, sua mãe e pai não quer isso…— Charles repreendeu, sua voz saindo da maneira mais calma possível.

Recebendo um Jungkook com um bico enorme.

— Mas… mas.. se ninguém contar, eles não vão ficar sabendo!

Charles sentiu seu coração se apertar ao ver o bico no rosto de Jungkook. O pequeno alfa estava tão inocente e cheio de amor, desejando apenas chamar alguém de "pai". Mas Charles sabia que a situação era complicada, e o pedido de Jungkook, embora doce, poderia causar problemas. 

— Não podemos esconder essas coisas, Jungkook, — Charles disse suavemente, tentando não ser muito duro. — É importante que sigamos as regras.

Jungkook apenas suspirou, sua expressão triste, e antes que Charles pudesse dizer mais alguma coisa, a porta do quarto se abriu bruscamente. Dois guardas entraram, suas expressões sérias e firmes. O mais alto dos dois, com uma cicatriz atravessando o rosto, falou primeiro:

— O Rei Kyungsoo exige a presença do príncipe Jungkook imediatamente. Ele notou que o príncipe não compareceu ao treinamento de esgrima.

Jungkook instantaneamente ficou pálido. Seus olhos se arregalaram de medo, e ele apertou as pequenas mãos em torno do pincel que segurava, sentindo o coração acelerar.

— N-não, eu não quero ir! — Jungkook choramingou, largando o pincel e correndo para os braços de Charles. — Ele vai me bater, papai! Não quero ir! Por favor, não me faça ir! — Suas lágrimas começaram a cair rapidamente, e ele enterrou o rosto no peito de Charles, tremendo de medo.

Charles envolveu o pequeno em seus braços, sentindo a dor e o pânico de Jungkook como se fosse sua própria carne e sangue. Ele olhou para os guardas, tentando encontrar uma maneira de resolver a situação sem causar mais sofrimento ao menino.

— Por favor, — Charles começou, sua voz firme, mas com um tom de súplica. — Diga ao rei que Jungkook estava comigo, e que eu assumo a responsabilidade por ele não ter comparecido ao treino.

Os guardas trocaram olhares antes de responder, com um deles falando de forma inflexível:

— O rei Kyungsoo é claro em suas ordens. O príncipe deve comparecer agora. — O guarda deu um passo à frente, estendendo a mão para Jungkook.

Jungkook, vendo o gesto, recuou ainda mais nos braços de Charles, seus soluços se tornando mais altos e desesperados. 

— Por favor, Charles, não me deixe ir! Ele vai me machucar. — Jungkook insistiu, suas pequenas mãos agarrando o tecido da roupa de Charles com força. — Eu não quero ir, não quero...!

Charles estava em um dilema terrível. Ele sabia que, se continuasse a resistir, poderia acabar piorando as coisas para Jungkook. Mas, ao mesmo tempo, o pensamento de entregar o menino ao rei, sabendo o que poderia acontecer, era insuportável. 

— Jungkook, eu prometo que vou ficar com você, — Charles disse, tentando acalmar o menino. — Vou te proteger o máximo que puder, eu juro. Mas precisamos ir, meu querido, ou as coisas podem ficar ainda piores. 

Os guardas mantiveram-se firmes, esperando que Charles entregasse o menino. Charles se levantou, ainda segurando Jungkook nos braços, e caminhou em direção aos guardas. Ele pôde sentir as lágrimas do pequeno alfa molhando sua roupa, e isso partiu seu coração. 

— Ele vai me bater... Charles, por favor...

Quando chegaram ao salão, Kyungsoo estava lá, com a expressão rígida e impiedosa que todos temiam. Seus olhos se estreitaram ao ver Charles segurando Jungkook, como se desaprovasse a proteção que o ômega oferecia ao filho.

— Por que você não estava no treinamento, Jungkook? — Kyungsoo perguntou friamente, sua voz carregada de autoridade. 

Jungkook, ainda nos braços de Charles, tremia violentamente, incapaz de responder. Ele apenas se agarrou mais ao ômega, como se estivesse tentando desaparecer.

Kyungsoo deu um passo à frente, sua expressão endurecendo ainda mais.

— Responda-me, Jungkook, — ele ordenou, a impaciência evidente em sua voz. — Você pensa que pode ignorar suas responsabilidades?!

Charles, sentindo o peso da situação, colocou Jungkook no chão, mas se ajoelhou ao lado dele, mantendo uma mão em seu ombro em um gesto de apoio.

— Ele estava comigo, Majestade, — Charles falou calmamente. — Eu estava mostrando a ele a arte da pintura, e o tempo passou sem que percebêssemos. Foi um erro meu, e peço desculpas por isso. — curvou-se.

Kyungsoo olhou para Charles com desdém, claramente descontente com a explicação. Ele voltou seu olhar para Jungkook, que ainda tremia e soluçava baixinho.

— Você precisa aprender disciplina, Jungkook, — Kyungsoo disse com dureza. — A vida não é feita de brincadeiras e distrações. Um dia, você será rei, e precisa estar preparado para essa responsabilidade.

Jungkook fechou os olhos com força, mais lágrimas escorrendo por seu rosto. Ele sabia o que viria a seguir, e o medo o consumia. Charles sentiu uma onda de desespero ao ver a expressão assustada do menino, mas sabia que sua intervenção tinha limites.

— Você precisa aprender, Jungkook, — Kyungsoo continuou, sua voz como um açoite. — E aprenderá, nem que seja pela dor.

O alfa mais fez um movimento brusco, como se fosse avançar em direção ao garoto, mas Charles, em um impulso protetor, segurou Jungkook com mais firmeza, colocando-se parcialmente entre o rei e o pequeno alfa. 

— Majestade, com todo o respeito... — Charles começou, sua voz tentando soar mais firme do que ele se sentia. — Por favor, seja misericordioso com Jungkook. Ele é apenas uma criança.

Kyungsoo parou, olhando para Charles com uma frieza que fez o ômega tremer internamente.

— Cuidado com suas palavras, Charles, — o rei advertiu, sua voz gélida. — Você não está em posição de me dizer como disciplinar meu próprio filho. 

Jungkook, ao ouvir as palavras severas de Kyungsoo, começou a chorar ainda mais, seu corpo tremendo de medo e desespero. Charles, sentindo a angústia do menino, o puxou para mais perto, murmurando suavemente:

— Vai ficar tudo bem, Jungkook. Eu estou aqui, e não vou deixar você.

Kyungsoo observou a cena por alguns segundos antes de virar as costas, um sinal claro de que estava dando a Charles a oportunidade de levar Jungkook para fora dali. 

— Leve-o para seus aposentos, Charles, — Kyungsoo ordenou, sem se virar. — Mas lembre-se, da próxima vez que ele falhar, não serei tão misericordioso. E se intervir novamente, você também escapará, ômega.

Charles não perdeu tempo. Com um suspiro, pegou Jungkook nos braços e saiu rapidamente do salão, o pequeno alfa ainda soluçando em seu ombro. Ele sabia que, por enquanto, eles estavam seguros, mas a sombra do que poderia acontecer no futuro pairava sobre eles.

•💙•

Jungkook tragou o cigarro, observando a fumaça dançar no ar antes de soltar um longo suspiro. Ele ouviu a porta abrir, mas não se virou imediatamente. Sabia que era Taehyung, o cheiro suave e familiar do ômega se misturando ao odor forte do cigarro. Quando Taehyung entrou no quarto, o cheiro do cigarro invadiu suas narinas, fazendo-o tossir de leve.

— Jungkook... — Taehyung começou com a voz hesitante, preocupada. — Você está bem?

O alfa não respondeu de imediato, apenas continuou a encarar o vazio à sua frente, o cigarro queimando lentamente entre seus dedos. O silêncio no quarto era quase palpável, carregado com o peso das palavras não ditas.

— Eu pareço bem, Taehyung? — ele perguntou de maneira calma.

Taehyung deu um passo à frente, seu rosto um retrato de preocupação e tristeza. Ele não se intimidou com o tom ríspido de Jungkook.

— Não... não deveria está fu-fumando..— se atreveu.

— Não me diga o que fazer, Taehyung! — ele rosnou. — A minha vida toda foi controlada! Então pare, pare!

O garoto se encolheu ao ouvir a resposta de Jungkook. A voz fria e indiferente do alfa cortou fundo em seu coração. Ele deu um passo hesitante para frente, tentando ignorar o cheiro desagradável do cigarro.

— Jungkook… — Taehyung começou de novo, a voz um pouco mais firme, mas ainda carregada de preocupação. — Eu só quero ajudar, por favor, me deixe-

— Eu não preciso da sua ajuda, Taehyung! — Jungkook cortou, girando abruptamente na direção ao menor. Seus olhos estavam sombreados, e havia uma amargura em sua expressão que Taehyung nunca tinha visto antes. — Você não entende nada do que está acontecendo. Então para de tentar!

Aquelas palavras atingiram Taehyung como uma bofetada. Ele recuou instintivamente, seu corpo tremendo ao sentir a rejeição crua que vinha de Jungkook. As lágrimas se acumularam em seus olhos, mas ele lutou para segurá-las. Seu lado lobo, choramigava pelo desprezo de seu alfa.

— Eu... eu só... — a voz de Taehyung falhou, quebrada pelo nó na garganta. — Eu só quero estar ao seu lado, Jungkook… e-eu… eu prometi…

O alfa deu uma risada amarga, jogando o cigarro no chão e esmagando-o com o pé. Ele se aproximou de Taehyung, mas não de uma maneira reconfortante como de costume. Sua presença era intimidadora, e o olhar em seus olhos vermelhos só fez Taehyung se sentir mais pequeno e insignificante.

— Estar ao meu lado? — Jungkook repetiu, a voz carregada de sarcasmo. — Você acha que estar ao meu lado vai resolver tudo? Acha que seu amorzinho pode consertar o caos na minha cabeça?

As lágrimas que Taehyung tentava conter finalmente escaparam, escorrendo silenciosamente por seu rosto. Ele sentiu o coração se partir em pedaços ao ouvir as palavras de Jungkook. Todo o esforço que ele fazia para ajudar Jungkook a superar seus demônios, parecia inútil agora.

— Jungkook… — Taehyung tentou mais uma vez, a voz agora um sussurro. — Eu sei que você está machucado, mas… mas por-por que está descontando isso em mim? Você disse que… que não ia me machucar. 

Jungkook cerrou os punhos, fechando os olhos por um momento, como se estivesse tentando se controlar. Mas a frustração e o desespero ainda fervilhavam dentro dele, e ele não conseguia encontrar a calma necessária para responder de forma gentil.

— Talvez eu tenha mentido, Taehyung, — ele disse, a voz mais fria do que nunca. — Talvez eu não consiga te proteger nem de mim mesmo. 

Essas palavras foram a gota d'água para Taehyung. Ele deixou escapar um soluço baixo, e recuou mais um passo, como se cada palavra de Jungkook fosse uma faca sendo cravada em seu coração. Ele olhou para o alfa, seus olhos azuis brilhando com dor.

— Você está me machucando, Jungkook, — Taehyung sussurrou, sua voz trêmula. — O-o pi-pior… é que… é que você prometeu… — ele soluçou. — Mamãe tinha razão... promessas para alfas são apenas pa-palavras vazias..

Ele enxugou as lágrimas com as costas das mãos, seu corpo todo tremendo de tristeza e decepção. 

— Eu só... — Taehyung fez uma pausa, respirando fundo para tentar se acalmar. — Eu só queria ser… um bom ômega… vo-você está se machucando… e me machucando…

Com essas palavras, o ômegazinho se virou para sair do quarto, sua postura tensa e cheia de dor. Mas antes de atravessar a porta, ele olhou por cima do ombro, os olhos ainda brilhando com as lágrimas que não paravam de cair.

— E-eu espero que você encontre uma ma-maneira de lidar com tudo isso, Jungkook. Mas… mas por-por favor, não machuque mais ninguém. Especialmente aqueles que te a-amam.

Taehyung deu o último passo para fora do quarto, deixando Jungkook sozinho com seus pensamentos. Quando a porta se fechou atrás dele, o silêncio no quarto tornou-se ensurdecedor, e Jungkook finalmente percebeu o quão fundo ele tinha mergulhado em sua própria dor.

A dor de um alfa traído, trazia consequências.

•💙•

Namjoon continuou a administrar os remédios naturais com precisão, mas a sensação de impotência se intensificava à medida que a condição de Kyungsoo se deteriorava. As manchas vermelhas se espalhavam rapidamente, e a respiração do Rei se tornava cada vez mais fraca.

O alfa se inclinou sobre Kyungsoo, vendo que a sua respiração começando novamente a ficar desregulada.

— Vossa Majestade? Mas que diabos!

Ele começou a realizar a massagem cardíaca, pressionando o peito de Kyungsoo com força, na esperança de reverter a situação. A mão do Rei segurava o antebraço de Namjoon com um aperto fraco.

A batalha contra o tempo foi em vão. Com um suspiro pesado, Namjoon percebeu que era tarde demais. Ele desistiu dos esforços, permitindo que Kyungsoo descansasse finalmente em paz. 

O médico saiu do quarto, com a expressão no rosto grave e cansada. A multidão de servos agitados que perguntavam se o Rei ficaria bem e também eram barrados pelos guardas.

— O Rei está morto.

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