CAP 3
𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐓𝐑𝐄̂𝐒 - ❛ Amigo Dragão❜
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𝐕𝐇𝐀𝐍𝐄𝐋𝐘𝐀 𝐌𝐎𝐕𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐀𝐕𝐀-𝐒𝐄 𝐂𝐎𝐌 𝐄𝐍𝐓𝐔𝐒𝐈𝐀𝐒𝐌𝐎 pelos corredores da fortaleza. Alguns servos desviavam o olhar para observar a princesa caminhando em um vestido verde sem mangas, com detalhes bordados em ouro uma cor que parecia quase inadequada devido ao seu sangue real. Afinal, os dragões eram vermelhos e pretos, e isso era amplamente conhecido.
Eles iluminavam os caminhos com fogo e sangue.
A jovem de cabelos brancos pouco se importava. Continuava seu passo firme, procurando pela amiga ruiva. Com o passar das semanas, os encontros com Lady Alicent tornaram-se mais frequentes, e o carinho entre elas cresceu. Aquela rotina havia se tornado um hábito e, agora, um sentimento começava a ganhar espaço em seu peito. Vhanelya tinha mais o que fazer além de ir de seu dragão até os aposentos da mãe e voltar. À pequena lista de pessoas importantes em sua vida composta por sua mãe, Rhaenyra, seu dragão e seu pai, somava-se agora a jovem da Casa Hightower.
A princesa sorriu ao chegar ao pátio onde se erguia a Árvore dos Deuses e atravessou a terra seca.
— Por quem você ora? — perguntou suavemente.
Alicent, que estava de pé diante da árvore com as mãos entrelaçadas, virou-se rapidamente, um tanto assustada. Mas logo sorriu gentilmente ao notar Vhanelya.
— Nelya, você me assustou — disse com suavidade, usando o apelido carinhoso que lhe dera.
— Só estava orando um pouco.
——Agradeci por este dia.
ruiva a observou com atenção, fazendo uma leve reverência em saudação. Havia algo intrigante naquele verde tão presente na roupa da princesa Targaryen. Nem mesmo Rhaenyra, que adorava cores, costumava usar esse tom. Alicent, no entanto, elogiou-a com sinceridade.
Vhanelya aproximou-se com uma pequena caixa nas mãos.
— Feliz Dia do Nome — desejou suavemente ao se aproximar.
— Um dos meus presentes.
Um largo sorriso surgiu nos lábios de Alicent, que recebeu a caixa com cuidado. Vhanelya era tão atenciosa com ela que isso fazia com que a jovem Hightower desejasse sempre a sua companhia. Seu pai a cumprimentara naquela manhã, mas o gesto da princesa parecia bem mais especial.
— Um? — perguntou Alicent, curiosa.
Se havia algo que aprendera nesse tempo compartilhado, era que quem ganhasse o afeto da mais jovem das princesas Targaryen recebia infinita atenção, honesta e sincera.
— Talvez eu tenha preparado dois presentes para você — disse Vhanelya com um sorriso.
Alicent abriu a caixa e encontrou um delicado colar de ouro com o símbolo da Fé. O tamanho era perfeito: nem tão grande a ponto de incomodar, nem tão pequeno que passasse despercebido. Seus grandes olhos castanhos se voltaram emocionados para a amiga.
— Nelya... você não precisava. — Ela sorriu.
— É tão lindo. Muito obrigada.
Vhanelya deu de ombros, recusando o agradecimento. Alicent, porém, guardou o gesto em seu coração. Num dia que normalmente era marcado pelas expectativas de seu pai, aquele presente e demonstração de amizade aqueceram sua alma.
O uso do verde, tão próximo às cores de sua Casa, trazia à ruiva uma sensação de lar que há muito perdera. Poucos cuidaram dela assim ao longo dos anos.
— Não use ainda, não antes de tomar chá comigo — convidou Vhanelya, estendendo o braço.
Alicent sorriu e aceitou o gesto.
— Então, o outro presente é chá?
Enquanto caminhavam pela fortaleza, os guardas da princesa as seguiam de perto, mas discretamente, suas capas brancas brilhando ao sol.
— O melhor chá, vindo de Riverrun — afirmou Vhanelya.
— E imagino que não terá bolo de limão, certo? — Alicent brincou, ciente da obsessão da amiga por eles.
Vhanelya revirou os olhos, arrancando uma risada da ruiva.
— Claro que não. Parei de comê-los.
— Para ser honesta, estou enjoada deles. — O tom irônico fez Alicent rir.
Depois de uma pausa, a ruiva perguntou suavemente:
— Você sabe algo sobre Rhaenyra?
A expressão de Vhanelya vacilou por um breve instante, mas logo se recompôs. A menção de sua irmã trazia sentimentos confusos. Apesar de amar Rhaenyra, sentia-se frequentemente à sombra da mais velha, que parecia roubar as atenções, inclusive as de Alicent.
— Não tenho certeza. Estivemos com minha mãe pela manhã, mas acho que ela tem aulas com a septã à tarde.
Alicent pareceu um pouco desapontada.
— Entendo. Você deve estar muito ocupada — murmurou antes de perguntar:
— E você? Como estão as aulas de bordado?
Vhanelya riu enquanto se dirigiam à tenda no pátio, onde uma mesa os aguardava com poltronas confortáveis e quitutes dispostos.
— Ah, não melhorei muito.
—A septã ainda diz que meus pontos ficam sempre tortos — brincou.
— Talvez melhorasse se você parasse de fugir das aulas para voar — provocou Alicent, mordendo uma torta de laranja.
Vhanelya começou a argumentar sobre os benefícios de voar em vez de bordar, enquanto Alicent ouvia com atenção.
Para a jovem Hightower, estar com Vhanelya era sempre como respirar ar fresco. A amizade com a princesa dragão era um presente inestimável.
Para Lady Alicent, a amizade de um dragão podia trazer grandes vantagens.
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