CAPÍTULO TRÊS

Quando saio do colégio vejo que tenho que me apressar para chegar em casa, pois os pingos de chuvas já começam a cair e o céu, agora mais nublado aponta que vai chover muito forte em breve.

Estou chegando perto da casa de Tobi quando começa a cair as primeiras gotas de chuva, penso em entrar e esperar a chuva passar, mas o pai de Tobias também não deve estar lá, porque não vejo seu carro na garagem e na verdade eu não me importo de pegar uma chuvinha. Sempre gostei de chuvas. Então, continuo andando enquanto os relâmpagos começam a cair e a chuva começa a ficar cada vez mais forte.

Não vejo ninguém na rua, somente a senhora Bertones, uma velha que sempre está sentada na varanda de casa. Ela me assusta um pouco, pois seu olhar velho e sombrio sempre me acompanha quando passo. E uma vez ela me seguiu discretamente até em casa pensando que eu não estava vendo. Então, para evitar a estranha eu sempre finjo que não a vejo e começo a andar mais rápido. Semana passada contei para Tobi sobre ela. No entanto, ele disse que era só uma amável idosa que passava seus últimos dias olhando para as pessoas da rua. E ainda disse que eu era uma pessoa horrível por imaginar que ela seria má. No fim eu acabei acreditando.
Repentinamente, a senhora Bertones vem em minha direção com feição séria. Penso em passar para o outro lado, mas não vou. Não quero que ela pense que eu virei por causa dela e fique magoada de alguma forma. Então, tento disfarçadamente ignorar e continuar andando, mas ela me para.
— É você. É você mesmo, você é a nossa única esperança. Ele está quase despertando e só você pode salvar o nosso mundo — Falou crédula.
— Olá senhora Bertones. Receio que a senhora tenha que aceitar minhas desculpas por não poder lhe dar atenção agora, mas preciso ir embora, está chovendo e minha mãe vai ficar uma fera se eu ficar muito tempo na chuva pegar um resfriado. — Afirmo enquanto tento fingir que não estou com medo da velha.
— O que estou falando é verdade meu garoto. Você não deve estar entendendo nada. Deixe-me explicar. Você deve ter percebido que eu passei os últimos anos sempre por perto a lhe observar.

— Sim, isso é verdade, eu sabia que não era coisa da minha cabeça. — Digo.

— Então você precisa entender que eu estive tentando garantir a sua segurança. Faço isso a pedido do meu mestre Algustus Makai. Ele parecia ter certeza que você é o menino da profecia.
— Sinto muito, acredito que não sou a pessoa que procura. — Afirmo tentando evitar dizer que ela é louca. — Realmente preciso ir, lamento não poder ajudar a senhora com essa história da profecia. Espero que encontre quem está procurando. — Falo enquanto me afasto ligeiramente.

Um pouco depois de virar as costas percebo que o professor Franklin se junta a velha e começa a me chamar para que eu me junte a eles.
— Volte aqui, precisamos conversar — Pede a velha enquanto a chuva continua a cair intensamente. — Não é mais seguro pra você aqui.
— Jack se voltar aqui eu vou te dar mais um ponto na minha matéria, mas só se você voltar — Grita o professor. — Também vou dar mais uns pontos para aquele seu amigo esquisito da mão louca, ele está precisando.
— Desculpa professor, está chovendo muito. Tenho que chegar em casa logo, a gente conversa na próxima aula — Grito já com alguma distância.
Os dois continuam a falar, contudo o forte cair da chuva duela com suas vozes e agora só escuto múrmuros.
— É cada estranho nessa cidade. Digo em voz alta ao entrar em casa.

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