O CASO ISABEL: A menina que não era ouvida | A MARCA DE UMA LÁGRIMA

Sempre gostei dos thriller, lendas urbanas e casos macabros. Claro que, na infância, eu maneirava com essa fixação a noite a fim de não urinar nos lençóis ou passar outra insone. Mas, hoje há épocas em que sinto uma imensa necessidade de acompanhar os casos bizarros que mexem com o psicológico, ainda que não pareçam tão assustadores. Mesmo assim, alguns são de arrepiar... 

Enfim, vamos analisar o lado macabro de "A Marca de Uma Lágrima" e perceber a vida lamentável que "Isabel" levava.


Isabel nasceu tendo um pai e uma mãe, claro, mas isso mudou em algum momento. Como acontece em muitas famílias, Isabel também teve que lidar com o divórcio dos seus pais. Não sabemos exatamente quando, mas com a história se passando nos seus catorze anos podemos deduzir que a vida da garota não devia estar sendo fácil. 

Morando em uma casa, somente ela e a mãe, Isabel por vezes fazia coisas e lidava com diversas situações sozinha. Talvez por essa incutida solitária, ela tinha apenas uma amiga. Aliás não sabemos até que ponto ela considerava a amizade de fato. A bem da verdade, o espelho do banheiro de Isabel era o seu verdadeiro e mais terrível amigo, considerado também como o pior dos inimigos, que lhe apontava cruelmente tudo o que a mente de uma adolescente possa imaginar do que seria ruim para ser, ter e viver.

Rosana, a amiga, era quem a chamava para as festas e qualquer mais saídas, até que Isabel se viu forçada a ir em uma festa de aniversário de um familiar e convidá-la para que não passasse momentos, que julgava que seriam tediosos, sozinha. No entanto, essa ida daria um looping imenso em sua vida e na de sua amiga também.

Na festa pôde rever um primo que há muito não via. Já nem mais se lembrava dele. E foi assim que ela se apaixonou no mesmo instante em que o viu naquela noite. Mas, como o caminho dos corações podem ser muito confusos, ainda mais em uma festa adolescente com som estridente, foi pela melhor amiga Rosana que o primo Cristiano se viu interessado. Desesperada em seu íntimo, abandonada, sem ter com quem conversar começou a se embebedar. Com uma mente confusa e não sabendo bem o que estava tragando, Isabel logo sentiu os efeitos do álcool e fantasiou ter sido acudida pelo primo bonito, o deus grego de seus sonhos. Mas, o que havia acontecido com ela de fato? Ela recebera um beijo apaixonado, enquanto quase inerte no jardim de seu primo, por alguém, não foi?

Aaah... Muitos espelhos haveriam de ser quebrados na vida da garota ainda. 

Despertada para a paixão, Isabel não pôde conversar com a mãe que ficava reclusa com suas novelas e saídas com as amigas; muito menos com o pai que a considerava uma eterna criança, que precisava apenas de dinheiro, não muito mais de seu tempo. Com o primo interessado pela única amiga e não podendo conviver com ela por muito tempo, pois só falava dele, Isabel estava mais sozinha do que nunca... E o seu grande inimigo, o espelho, lhe atormentava tanto quanto podia, julgando sua aparência e suas ações. No entanto Isabel tinha alguém. Fernando havia se apresentado para ela na festa do primo e ela bem se lembrava dele. Ele também havia notado muito dos seus desprazeres e queria fazer parte de sua vida, mas Isabel estava ocupada com sua situação...

Sendo uma das mais inteligentes e promissoras estudante do ensino médio, Isabel escrevia maravilhas e foi por meio dos seus poemas que ela começou a intensificar a relação entre Rosana e Cristiano. Ambos afirmaram ser os piores nas notas da escola, Rosana até recebia cola de Isabel. E como ambos pareciam muito tímidos para falar qualquer coisa mais profunda, pediram a ajuda logo dela, a Cyrano de Bergerac nesta história, sem nem desconfiarem que ela estava escrevendo tanto para um, quanto para o outro. Era como se ela estivesse mantendo um relacionamento consigo mesma e isso era o pior. De fato a estava matando! Isabel gostava de Cristiano e Rosana era a sua única e melhor amiga. 

Um estado de depressão parecia que estava pronto para lhe abater, se não fosse um caso de assassinato: o da diretora do colégio em que estudava. Fernando e ela viram o corpo da diretora e Isabel notou alguns detalhes... Detalhes esses que levariam, enfim, a conclusão de assassinato e não de suicídio, como foi definido a princípio.

Nesse ínterim, Isabel recebeu ameaças veladas do mais assustador ser que já vira, que trabalhava em sua escola. Teve pesadelos onde era estuprada e constantemente ameaçada para que nada dissesse. Sua mente estava tão aflita, abatida e cansada que tudo indicava que a garota tentaria o suicídio, assim como fizeram crer que acontecera com a diretora antes feliz. Nem mesmo Fernando acreditava em suas suspeitas de assassinato, até que o fim parecia definitivamente próximo. 

Em seu delírio febril, Isabel contou para quem quisesse ouvir tudo o que sua mente confusa finalmente juntara. Utilizou de argumentos de filosofia, linamarina, cobras e aranhas no laboratório da escola; lembrou-se de um papel de bombom e da dieta que estava fazendo, das ameaças que recebeu e sua ida como testemunha a sala da diretora e, enfim, chegou a conclusão do assassinato e do assassino que também estava rodeando a si.

Ainda bem que os nossos jovens são mais inteligentes do que muitos adultos se dizem ser. Ainda bem que não foi suicídio o que Isabel tentou e que ela percebera que a paixão arrebatadora que sentia era tão confusa quanto sua mente antes de desvendar tudo o que acontecia. Ela ainda estava apaixonada, é fato, mas decidira pelo caminho certo, aquele da verdade e não mais da ilusão. Acontecendo dos pais não darem muita atenção, dos amigos se envolverem com suas paixões e esquecerem uns dos outros, sempre haverá alguém sincero do seu lado, basta querer olhar e perceber... E não! Ele não precisa ser o terrível espelho! 

ISABEL SOBREVIVEU! 

Não deixe de se amar para poder amar! 

#SomosTodosKaras




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