You should learn to lie well
Styles enterrou mais seu corpo sobre o assento do carro, mirando a estrada à sua frente. Já era domingo e Tomlinson tinha um almoço na casa de seu pai e consequentemente Harry tinha que acompanhá-lo.
Sentia receio do que o homem que criou Tomlinson poderia pensar sobre si depois de tê-lo pego ontem encurralado na parede com Tomlinson, com seus corpos próximos o suficiente para fazer qualquer pessoa nutrir pensamentos impróprios. Não queria transparecer sua timidez na frente dos restantes, mas era inevitável na vulnerabilidade que se encontrava.
Tomlinson, ao seu lado, parecia indiferente com o clima e o fato do que seu pai poderia cogitar, dirigindo despreocupadamente, tendo o som da música de fundo, deixando tudo mais adorável para o seu paladar. Styles suspirou e olhou pela janela, vendo as árvores passarem como borrões pela velocidade do veículo.
Após chegar do evento da noite anterior, estava mais sã, porém um pouco ousado pela noite ter finalizado ótimo. Trocaram de vestimentas e em seguida caíram na cama tendo um Styles falando sobre sua vida na faculdade e no relacionamento não tão bom com seu pai, e, mais alguns diálogos meramente aleatórios de Styles, caiu no sono. Ao amanhecer já fora informado que teria que acompanhar Tomlinson para casa de seu pai.
Abraçou seu corpo ouvindo uma música calma e relaxante tocando no rádio. Voltou olhar de escanteio para o homem ao seu lado que parecia um tanto distante, contudo atendo em cada movimento ligeiro.
— Estou a ficar com vergonha. — Admitiu, em um fio de voz, desejando enterrar de vez seu rosto na palma de sua mão.
— Não vejo motivos. — Tomlinson continha sua atenção na estrada, distenso com o aflito do garoto ao lado.
— Há tantos motivos! — Jurara que sua voz estava saindo em murmúrios.
— Apenas diga que você é meu amigo...nada demais.
Em um pequeno suspiro, respondeu — Ok. —, não querendo se agonizar mais do que já sentia dentro de si.
Gradualmente o carro foi perdendo a velocidade drasticamente. Adentrou em uma área que parecia mais como um campo do que um simples jardim. Tomlinson estacionou o carro em frente a casa com cores bege, com uma arquitetura antiga e retocada. Se retirou do carro observando o jardim que parecia bem cuidado com flores em cores vivas realçando cada canto.
Fitou para o lado notando Tomlinson ir em sua direção, segurando em suas costas e o conduzindo para dentro. Buscou com o simples toque de Louis um conforto que almejava desde o momento em que colocou o pé no carro, encontrando facilmente.
Ao menos não estaria sozinho na casa. Cogitou.
Tomlinson abriu a porta dando-lhe espaço para entrar. Como se esperava, a casa estava repleta de móveis antigos e decorações na mesma linhagem, tudo retocado, mas não perdendo a essência que transmitia.
Ouviu passos se aproximando e não tardou Richard apareceu em seu ponto de vista, com um sorriso radiante e com os braços abertos. Seu terno em tom cinza com a gravata vermelha, parecera que acabara de sair de uma reunião de emergência.
— Louis, Filho! — sua voz contagiante ecoou por todo o cômodo.
Styles se afastou mais ao lado ao notar que o homem iria dar um abraço em seu filho. Vigiou a cena calado, presenciando cada evento vivido em a cores.
Richard agarrou seu filho em um abraço aconchegante e apertado, fazendo Tomlinson colocar levemente sua mão nas costas do homem, se sentindo incapaz de respirar o perfume que achara enjoativo adentrando em suas narinas sufocando-o com mais rapidez.
— Ontem mal nos falamos e eu lamento por isso, meu filho...você sabe, tive que dar atenção para todos e a bebida não foi muito meu aliado na posição de se comportar. — O homem gargalhou, afastando seu corpo.
— Não tem problema. — Tomlinson sorriu desempolgado.
— E você é o Harry?! — Richard virou para o lado animado, mantendo seu sorriso entusiasmado.
Entretanto, Styles sorriu sem graça, não sabendo reagir pelo o ótimo humor que o homem em sua frente transmitia com facilidade.
— Sim. — seu corpo foi puxado para um abraço rápido, contudo apertado.
E por um segundo Harry cogitou que o homem parecia ser uma pessoa boa de fato.
— Estive bêbado, mas lembro de algumas coisas. — ponderou em um tom descontraído. — Vem, o almoço já está quase pronto. — Se afastou dando espaço para ambos passarem na frente.
Com os passos acanhados, Styles seguia Tomlinson, que andara confiante em meio aos cômodos, como se já fizesse aquele percurso dezenas de vezes.
— Acho que vão gostar da comida. Mandei preparar um prato bom e aprimorado, nada muito elegante, apenas um tradicional para o meu gosto. Louis comia muito quando era criança e espero que não tenha se enjoado hoje em dia. — Sua fala ainda era a mesma do anterior. — E de bebida para acompanhar coloquei vinho e sucos naturais, caso você não beba, Harry. — O homem olhou para o garoto dando uma piscadela, fazendo-o no mesmo segundo lembrar do ocorrido e seu primeiro encontro nada desejável na situação que se encontrava ontem. Sentiu seu rosto ganhar uma certa tonalidade e bafejar.
Adentraram em outro cômodo que Styles pode julgar facilmente que era a sala de jantar. Seu olhar percorreu toda a mesa vendo banquetes de frutos do mar. Então aquele era o prato tradicional, frutos do mar. Styles ficou surpreso, não imaginando que o prato tradicional seria o que observava em sua frente. Achava o prato excelente e pareciam bem apetitosos.
— Espero que você não tenha alergia aos frutos do mar. — Richard encarou-o.
— Não há problema. Não tenho alergia alguma. — Sorriu docemente.
— Seus gostos continuam os mesmos. — Tomlinson, pela primeira vez desde que colocou os pés na casa, comentou algo com palavras longas.
— Não me sinto incomodado com os meus gostos, eles são excelentes. — Rebateu Richard com pitadas de humor em seus lábios e tom.
Voltara caminhar junto de Tomlinson até a mesa, na qual o mais velho arrastou a cadeira para Harry sentar. Vigiou-o sentar ao seu lado sendo acompanhado pelo seu pai. Meramente os três na mesa e um silêncio que instalou velozmente entre o cômodo.
Sentiu uma presença ao seu lado e imediato olhou, notando uma moça que parecia trabalhar na casa, começando servi-lo com um sorriso nos lábios, juntamente ao seus toques que pegara as coisas com delicadeza, tomando mínimo cuidado para que uma tragédia não acontecesse, todavia, mesmo assim, a moça parecia confiante em cada movimento que fazia. Mirou para Tomlinson que o mesmo estava enchendo sua taça de vinho em uma medida pequena e logo após degustando.
— Você é tão calado assim Harry? — Piscou algumas vezes, quase engolindo sua saliva em lugar errado, sentindo receio que Richard tenha pegado-o observando seu filho.
— Sim. — Louis respondeu prontamente, colocando a taça em seu devido lugar novamente.
— Não tenho o que dizer. — Ignorando o comentário de Tomlinson, olhou-o com um simples sorriso.
— Já que é assim, me conta um pouco mais de sua família. — Pediu cortando o peixe em seu prato.
— Também não tenho muito o que dizer, moro apenas com minha mãe e meu pai. Minha mãe toma conta da casa, enquanto meu pai é dono de uma empresa de concessionária.
Fitou para Tomlinson rapidamente, notando-o relaxado na cadeira cortando o peixe em seu prato, no mesmo momento prestando atenção no diálogo que se formou no ar. Styles começara cortar seu peixe, vendo que estava recheada por dentro. Indubitavelmente achara bom pelo cheiro.
— E vocês se conhecem há muito tempo? — Indagou curioso, causando Styles colocar uma quantidade de alimento em sua boca para criar tempo no que responder.
— Tempo o suficiente para sermos só amigos, Richard. — Tomlinson proferiu cauteloso, olhando atentamente para o seu pai, entendendo perfeitamente no soar de suas palavras ao referir “conhecem”.
— Que legal! A última vez que trouxe um colega aqui acabou-o mandando embora por razões que desconheço. — O homem voltou a sorrir. — E pretende virar um empresário também, Harry?
O garoto terminou de mastigar sua comida, engolindo com mais rapidez com um gole de vinho que continha em sua taça.
— Acredito que não, a faculdade que estou fazendo e pelos planos que estou criando em minha carreira não está nada vinculado a empresas ou algo do gênero.
— Que pena! Você parece ter uma ótima estrutura para ser um grande empresário. — Comentou com sua voz suave e humorada de sempre. Styles sorriu meramente.
— Obrigado pelo elogio. —Bebeu um pouco mais do vinho sentindo um tanto perdido na situação que se encontrava no momento.
E em um pequeno suspiro, Tomlinson dissera, — E a empresa, como anda? — mudando totalmente o assunto voltado para Styles.
Notando ter comido um pouco, começou a degustar mais do alimento enquanto observara a situação que se transforma entre pai e o filho.
— Maravilhoso. Não tenho palavras melhores para descrever como anda nossa empresa. Louis, eu ainda acredito que você uma hora vá mudar de ideia...
— Não comece! — Ouviu o homem ao seu lado murmurar, soando suavemente como um rosnado, mostrando claramente não desejar dialogar nos assuntos em diante.
— Tudo bem. — Richard respirou profundamente, se recompondo de uma pequena crise interna. — Espero que estejam gostando da comida!
— Está uma delícia! — O garoto proferiu buscando quebrar o clima que reinou no lugar.
[...]
— Esse é o lugar mais fresco da casa. — Mencionou Richard com uma pequena xícara de café em mão, fitando a dimensão em volta, arfando seu peito de orgulho pela limpeza que continha. Styles e Tomlinson sentaram na cadeira, juntamente com o homem alegre com a presença de ambos.
Após o almoço, Richard, com sua bondade em querer aproveitar cada segundo do momento, os convidaram para tomar um café perto da piscina. Tomlinson desejaria negar, entretanto sabia que seu pai insistiria, tendo seu hábito costume de ter tudo que almejava.
Tomlinson sentara novamente ao seu lado, com um recipiente de cerveja em mão, bebendo tranquilamente, observando o homem em sua frente.
— Faz tempo que não tínhamos marcado um encontro. — Continuou Richard. — Já estava sentindo falta do meu filho...
Barulho de toque de celular soou entre meio a conversa, fazendo Tomlinson apalpar sua calça, notando que o barulho saia de seu celular. Pegou em mão verificando quem poderia ser. Liam.
— Já volto. — Unicamente disse, deixando a garrafa de cerveja na pequena mesa e se retirando.
Observando o homem se afastar, Styles voltou fitar para Richard que tinha seu olhar preso ao seu filho que conversava no telefone.
— Louis era acostumado a vir aqui. — Olhou para Styles com um semblante triste, mudando drasticamente seu humor. — Se você queria procurar ele, só bastava vir aqui no fundo que ele estaria aqui. — Suspirou. Styles prestara atenção atentamente no homem a frente. — Fico honestamente feliz que ele esteja fazendo algo que goste, mas tenho medo de algo grave acontecer com ele. — Sorriu sem humor.
Styles se ajeitou melhor na cadeira, virando seu corpo para o Richard, se sentindo interessado no ramo do diálogo.
— Quem era Louis Tomlinson quando criança? — Indagou franzindo a sobrancelha, ouvindo outro suspiro do homem.
— Uma criança cheia de trauma, porém de coração bom. Quando adotei Louis no orfanato, ele estava tão vulnerável. Tão sozinho. Eu ajudei ele e não me arrependo de nada. Ele é o meu filho e é isso que vejo nele. —Suas palavras soavam triste e sem um pingo de humor, em outras situações, o garoto estranharia a falta de alegria em sua fala.
— O que aconteceu para ele ir parar no orfanato? Quero dizer, eu sei que a mãe dele morreu e que eles passaram por altos baixos...o que era esses “altos e baixos”?
— Divinas. Drogas. Agiotas. O pai biológico de Louis se envolvia com essas coisas e sua mãe sempre fingia não perceber nada e fazia parte de todo o esquema de roubo. Louis era tão apegado à mãe e eu queria dar uma vida digna para eles, mas ela recusou e com o filho voltou para o mundo que estava. Ele presenciou a morte da mãe e segundo a psicóloga que ele frequentava, ele estava dentro de um guarda-roupa vivendo toda a cenas e gritos. Ele pegou trauma profundo disso, pois ele era apenas uma criança indefesa e não sabia o que estava acontecendo. — Richard fitou brevemente a xícara posta na mesa, alimentando a coragem para prosseguir. — Ele era uma pessoa muito fechado quando veio para cá, via uma tristeza e frieza em seu olhar, e foi ali que vi que o Louis doce que a primeira vez morou em minha casa não existia mais e que talvez os monstros que habitavam dentro dele tinha matado. — Deu uma outra curta pausa, cogitando se poderia contar. — E quando ele veio para cá, ele tinha crises as noites, acordava assustado e com medo do escuro. Eu pedia para ele dormir comigo, mas ele simplesmente negava com seu orgulho, então percebi que os demônios dele eram os escuros. Retirei a cortina de seu quarto, mandei colocar mais luzes em volta da casa, ampliei a janela e deixava um abajur ao lado de sua cama acessa. E ele parou de ficar apavorado.
— E como ele era em relação social? — Styles mordeu seu lábio após dizer tais palavras, sentindo um sensação agonizante passear em seu corpo, com sua boca amarga, engolindo a vontade de transparecer seu abalo.
— Ele era ótimo para fazer amigos, mas também era ótimo para destruir qualquer relação. Ele escolhia pessoas como objetos insignificantes e assim foi desde os seus relacionamentos. Ele não explodia fácil, mas sempre tinha um ar indiferente em todas suas falas...ele era uma pessoa difícil de se lidar. A única coisa boa que ele fazia era doações. Eu dava uma quantia de dinheiro para ele, na qual ele mandava para orfanatos, caridades, hospitais. Cheguei presenciar quando cheguei um pouco mais cedo em seu colégio, vi-o simplesmente mexendo em sua bolsa e entregando o seu lanche e suco para um homem que acredito que morava na rua...aquilo definitivamente me surpreendeu, mas logo vi que aquilo virou uma rotina comum para ele. Ele não fazia por maldade como tinha coisas que ele realmente fazia em seu colégio, Louis fazia porque gostava.
Observou Richard olhar por cima de seu ombro, sorrindo largamente. Tomlinson se aproximou. Cogitou Styles que logo buscou mudar sua expressão triste que continha, sorrindo nasal olhando para o lado, fitando Tomlinson beber o restante da cerveja.
— Temos que ir. — Proferiu, retornando o recipiente no lugar.
— Pensei que quisesse passar a noite aqui. — Richard se levantara mostrando um ar triste.
— Não, tenho coisas para resolver. Quem sabe outras oportunidades. Vamos, Harry?
Styles olhou-o, notando um olhar de seriedade e sem humor, apenas desejando sair dali.
— Foi bom te conhecer, Senhor Richard. — Esticou sua mão sendo apertada pelo o homem que retornou com um sorriso ameno.
— Você também! — Diz, todavia voltara olhar para o filho, avançando em um abraço apertado. — Venha me visitar mais vezes. — Pediu em murmúrios, tendo meramente o silêncio de Louis.
Styles sentiu suas costas serem tocadas delicadamente, fitou para o lado vendo Tomlinson mais próximo de si. Voltou a sorrir para o homem em sua frente dando um breve “tchau”, em seguida, girando seus calcanhares sendo guiado pelo mais velho, tendo seu toque firme.
Baixou a cabeça repentinamente, observando melhor seus passos. Fitou para o lado, admirando melhor a natureza que apresentava rigidamente em volta, registrando cada pedaço do momento em que vivia.
— O que meu pai falou para você? — Ouviu a voz de Tomlinson adentrar em seus tímpanos. Olhou-o.
— Do quanto você era pirralho quando criança. — Buscou dizer zombeteiro, recebendo apenas um olhar de Tomlinson. Aproximaram do carro.
— Eu nunca fui pirralho. Você deveria aprender a mentir bem.
Entretanto, Styles mordeu sua língua, se sentindo pego de surpresa, vigiando o homem entrar no veículo sereno e com seu olhar inexpressivo.
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