What are you up to, Louis?

Oito da manhã, e Tomlinson não conseguia nem ao menos fechar os olhos. Aquele lugar estava o deixando inquieto, os médicos andando calmamente por todo lugar estava o irritando e o garoto que apelidou de “teimoso” continuava ao seu lado, sentado no banco por alguma notícia. Aquilo estava-o tirava de sua paciência.

Harry teimou em querer ficar, mesmo Tomlinson dizendo dezenas de vezes que iria levá-lo embora, ele simplesmente dizia "não", fazendo-o respirar profundamente e tentar se acalmar.

Agora sua preocupação era outra, já fazia cinco horas que estava esperando por alguma notícia de Tomás, que o mesmo tinha que passar por uma cirurgia para arrancar a bala que o perfurou no estômago. Sua aflição era tanta que nem ao menos checou seu celular para ver se tinha alguma notícia de Zayn, Liam e da carga. Seu corpo pedia por descanso, estava abatido por tudo que aconteceu, fazendo assim acabar com o líquido que continha na garrafa de café do hospital, para se manter acordado.

Olhou de escanteio para a figura do seu lado, que parecia paciente sobre a espera, olhando para frente, distraído por algo, enquanto esperava por alguma notícia. Louis não compreendia o porquê ele estava ali, mas não questionava uma só palavra. Depois que o negou em querer ir embora, evitou qualquer contato com Styles, mostrando não se importar mais com o que queria fazer. Ouviu um celular tocar. Vigiou-o pegar o aparelho na mão e se afastar.

Voltou a olhar para frente sentindo seu sono dar sinal de vida. Duvidou que seus olhos estavam fundos, com aspecto de cansaço. Passou a mão em sua face, na tentativa de desviar de sua quietude. Sentiu alguém sentar ao seu lado.

— Se você quiser ir para casa tomar um banho, eu posso ficar e esperar. — Sua voz era calma, saindo mais rouco que da última vez que Tomlinson tinha ouvido.

— Não! — Determinou, não querendo prolongar um diálogo.

— Está tudo bem se você...

— Eu disse não, caralho! — Rosnou se irritando pela teimosia que parecia não ter fim.

— Tudo bem! — Diz em fio de voz.

Se levantou bufando. Caminhou até a cesta de pães que havia ao lado da garrafa de café, pegando um e partindo para fora do local. Queria ficar só, refletindo e tentando acalmar sua frustração durante a noite, se perguntando qual foi o último dia que pode dormir tranquilamente, sem nenhuma perturbação ou tragédia.

Sentou em um canto perto da porta, para ficar atento caso o chamasse, porém ruminou que seu amigo estivesse na cirurgia. Olhou para o alimento em sua mão sem nenhuma vontade de comer. Começou a picar o pão, jogando para alguns pássaros que estavam em volta.

Como era domingo, não tinha muitas pessoas na rua, era manhã e poucos que estavam acordados tinham algum compromisso diário. A rua parecia calma e o pequeno frio de manhã só estava deixando o clima no ambiente mais agradável. O sol nascia novamente de vez, entre meio às nuvens. O tempo parecia tão tranquilo, soando egoísmo para quem vivia uma tempestade, ainda assim até mesmo a natureza tinha suas desavenças. Chacoalhou sua cabeça, percebendo delirar pelo cansaço. Duas noites sem dormir direito e dois dias em pura emoção. Sentia que seu corpo não estava aguentando ficar disposto. 

Observou melhor os pássaros brigarem por conta do pão. Jogou outro pedaço no meio deles para acabar com a rixa boba. Os outros pareciam atentos, mas, ao mesmo tempo, distraídos desfrutando da refeição. Encostou sua cabeça na parede, não se importando se estava sendo caçado ou não. Soava engraçado a forma como Desmond queria-o morto, durante o tempo que o seu filho estava enchendo seu saco. Fechou os olhos por um breve segundos, no entanto ainda podia sentir alguém sentar ao seu lado. Não se esforçou em abrir os olhos, já sabendo quem poderia ser.

— Você parece estar cansado, tem certeza que não quer ir pelo menos tomar um banho?— Insistiu. 

Desencostou sua cabeça da parede, olhando para o garoto que tinha o semblante tanto cansado como a sua, mas tentava esconder de alguma forma, montando uma expressão despreocupada, achando que seria o suficiente.

— Por que você é tão teimoso? — Diz se sentindo exausto daquilo. Exausto de seu cérebro reproduzir estar quebrantado.

Examinou o garoto ficar alguns segundos calados, pensando no que responderia aquela pergunta ou ter simplesmente o pegado de surpresa. Tomlinson olhou para frente, poupando seu tempo em ficar olhando para uma expressão debilitada em responder algo, chegando na conclusão que o que Styles tinha de atração, tinha de teimosia.

— Eu não sou teimoso!— Se defendeu.– Apenas está na cara que você está exausto e estressado. 

— Você não acha que isso não é problema seu?— Não o fitou, sua atenção se mantinha nos pássaros.

— E por que você é tão grosso?— O olhou, não querendo responder com uma resposta que tachava adolescente.

Umedeceu os lábios, sentindo sem disposição em responder sua pergunta. Por um segundo imaginou que o garoto pudesse estar o provocando naquele momento, testando sua paciência ou algo do gênero, mas estava tão submerso em seu vazio da mente que formar uma palavra estava sendo uma grande tarefa.

Apalpou seu bolso, sentindo seu cigarro e isqueiro, preguiçosamente arrancou de seu bolso. Acendeu sentindo olhar da figura ao seu lado em cima de si. Tragou, olhando-o

Expirando a fumaça e perguntou — Quer?— Apontou o tabaco enrolado no papel branco.

Vigiou Styles negar com a cabeça e olhar para frente, desviando total sua atenção para os pássaros que ainda picavam os grãos de pão tranquilamente. O garoto parecia sereno, mas sua canseira estava estampada em sua face, e Tomlinson não quis nem ao menos pensar como estaria sua aparência. Ouviram a porta ser aberta e por ela passar uma enfermeira, olhando-os.

— Gabriel?— ambos se levantaram em conjunto, atento na mulher que estava em suas frentes.

Tomlinson tomou a frente.— Eu! — Jogou o cigarro no chão, pisando em cima. 

— O Doutor Bruce está a sua procura para falar a respeito de Johnny Ross! — Diz gentilmente e logo em seguida adentrou novamente para o hospital.

Antes de seguir os passos da mulher, olhou para trás, checando um garoto com a sobrancelha franzida, confuso hipoteticamente com os nomes.

[...]

Tomlinson olhou para seu amigo deitado na maca, parecia dormir tranquilamente. Sua cabeça tombada para o lado, o corpo parecia estar totalmente paralisado, com apenas seu peito mexendo em um ritmo lento e calmo. Aproximou mais do corpo, sem tentar fazer muito barulho. O quarto estava em total silêncio, com apenas os barulhos da máquina soando no local. Sentiu aliviado em ver seu parceiro vivo, afastando de sua consciência a imaginação de ter que enterrá-lo. Sim, o homem cogitou que o amigo não iria viver.

Arrastou a poltrona para perto da maca, prendendo seu olhar ainda na figura paralisada em sua frente. Sentou disposto em esperar mais um pouco para ver se o garoto acordava. Uma vez que já soubesse que sobreviveria, Tomlinson já não via motivos para ficar ali e caso Tomás precisasse de alguma ajuda para levá-lo, pediria para algum dos seguranças.

Styles tinha ficado para fora, dado que Tomás não iria ter uma boa reação ao ver o garoto ao seu lado, esperando acordar. Saberia que seria negativo contra o garoto. Ninguém de sua equipe gostava ou tinha alguma empatia com a família Styles. Harry era apenas um garoto em um ninho de serpentes, só estava esperando sua hora para aflorar o mostrar seu verdadeiro lado. E todos pensavam de tal forma, exclusivamente Tomlinson, que ainda tinham dúvidas no interesse do jovem.

Mesmo Desmond ter largado o mundo do tráfico há anos, todos desconfiavam de tudo que vinha do homem. Um cara que idolatrava o tráfico e o colocava acima de tudo e de repente abandonar, literalmente essa história não engolia perfeitamente nos ouvidos de quem ouvia, havia muitos contos para ser acreditados.

— Achou que eu tinha morrido, filho da puta?— Ouviu uma voz conhecida.

Desencostou sua cabeça da poltrona, agora fitando um amigo abrir os olhos com cuidado, por conta da claridade intensiva da sala. Sua voz estava morosa, indicando estar acordando de sua anestesia. Riu anasalado do pequeno humor de Tomás.

— Achei. Se eu soubesse que você ficaria vivo, não perderia meu tempo esperando a cirurgia acabar e ter que aguentar Styles. -- Examinou o garoto fazendo uma pequena careta com a frase final, mostrando começar a ficar confuso. 

— Eu não entendo mais nada! Minha cabeça está doendo mas consigo recordar que ontem você deixou ele entrar livremente na boate e agora trouxe ele para cá? O que você está tramando, Louis?

Deu de ombro antes de dizer qualquer coisa.— Bem, ele é um garoto interessante, carnalmente falando.

— E filho de seu inimigo! Você tá louco? está usando suas drogas?— Tomás se alterou, mas manteve a voz baixa.

— Se eu não fosse louco eu não estaria nesse mundo.— Comentou indiferente pelo a alteração de seu amigo.— E não vejo problema dele ser filho daquele filho da puta, pelo contrário, terei o filhinho dele na minha cama e o deixarei raivoso, igual um cachorro preso na coleira.

— Você está o provocando!— O alertou, fazendo Tomlinson fechar sua expressão serena.

— Não! Eu estou apenas querendo que ele me pague pela a dívida que fez. Mas se isso serve de provocação, então que assim seja. — Ajeitou na poltrona, sentindo melhor a maciez. — E como foi o ocorrido? — Apontou com a cabeça o ponto que sofreu o tiro.

— Desmond mandou alguém te matar, eu tenho certeza disso!— garantiu.

Tomlinson franziu a sobrancelha.— Como sabe?

— Fui no meu carro pegar minha carteira e vi um movimento estranho naquele prédio abandonado, tinha um filho de uma puta apontando uma arma na direção da área VIP. Chloe não é o alvo, foi a primeira pessoa que descartei, logo restando apenas você. Evidentemente eu subi no prédio e o forcei a contar quem era e quando ele falou, eu me distraí por um segundo e o desgraçado conseguiu pegar a arma e atirar em mim.— Observou Tomás tentar se ajeitar na maca, fazendo uma pequena careta por conta da dor.— Droga, a anestesia já está saindo.— Murmurou.— Mas quando percebi que ele não estava vindo mais atrás de mim, foi quando te liguei.

— Tem certeza que ele falou Desmond? — Tomás assentiu.

— Desmond Styles, é o próprio. O cara deve estar achando que estou morto agora.— Riu. — E qual é a proposta de Berry?— Questionou curioso.

Tomlinson, no entanto, suspirou. — Queria entrar em parceria comigo. Eles sabem onde está a droga. Iriam contar e em troca queria se juntar conosco.

— E você negou?— o olhar desconfiado fez-o negar instantaneamente com aquela pergunta.

— transparente que não. Mas não terminamos nossa conversa, mas acho que já entenderam minha resposta linear. 

— Já conversou com Liam e Zayn? — Vigiou-o mexer mais, tentando achar alguma outra posição melhor. A anestesia já estava indo, fazendo sua dor encorajar.

— Não tive tempo, minha noite apenas foi resumida na proposta de merda de Berry e ter que aguentar o smilinguido durante o resto da noite — Disse em tom decepcionado pela noite fracassada.—, mas espero que ao chegar em casa tenha alguma notícia. 

— Notícia boa, espero! Caralho essa merda já está começando a dor.—Riu do pequeno desespero de Tomás em querer tirar aquela dor tentando encontrar alguma posição. 

Seu sono ainda estava presente, contando os segundos para ir para casa e finalmente poder descansar merecidamente. Seu corpo parecia estar confortável. Estava, tecnicamente, esparramado sobre o acento, mostrando estar aconchegante. Seu cotovelo encostado no braço da poltrona, logo sua cabeça encostado em sua mão, apoiando-o. 

Ouviu a portar ser aberta delicadamente e por ela passar uma enfermeira que parecia ser nova pelos os trajes de seu rosto. Ela tinha um sorriso doce nos lábios, indicando estar agradável em qualquer situação. Vigiou seu olhar intercalar em Tomlinson e Tomás, estranhando quando seu olhar parou com o de olhos azuis.

— Seu horário tinha acabado já faz um tempinho, ninguém o comunicou?— Diz confusa, mas ainda assim mantendo sua voz tranquila.

Tomlinson se levantou sabendo que não podia ficar por muito mais tempo, era apenas quinze minutos, mas resolveu abusar, uma vez que estava tratando de coisas que se considerava interessante para si e também a maciez de onde estava dificultava sua ida. 

— Já estou de partida— Ajeitou melhor sua roupa. — Se cuida primo Johnny e não esqueça de me ligar quando sair! — Diz sarcástico, fazendo o garoto estranhar por aquilo, mas logo suavizou sua expressão ao ver a enfermeira se aproximar com alguns remédios em mão.

Uma vez do lado de fora, cogitou que Styles já tivesse ido embora sozinho, mas se enganou ao encontrar sua silhueta tranquila e paciente sentado no banco. Ele ainda estava lá, esperando-o. Suspirou longamente, quase bufando, se aproximando do garoto.

Parecia estar distraído mexendo no celular, Tomlinson o observou enquanto se aproximava, não querendo chamar a atenção do garoto naquele momento. Parou em sua frente, recebendo sua atenção. Se levantou.

— E como ele está? Posso ver ele?— Diz esperançoso. 

Com a voz passiva, Tomlinson responde, — Está bem, e acho que o único momento que ele vai querer olhar para você é no seu funeral. — fazendo o garoto ficar perplexo.

— Não acredito que fiquei a noite toda aqui, pra receber isso! — A única coisa que transmitia em sua fala era decepção, fazendo o homem o encarar sem importância, afinal pediu para levá-lo embora desde o início, mas o próprio recusou. 

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Nãooooooo Tomás NÃO morreu KKKKK e tivemos novamente uma "interação" Larry aaaaaaa

Peço MIL PERDÕES pela a demora. Não achei que iria demorar tanto assim para atualizar esse capítulo, mas aconteceu. Tive uma pequena ressaca para escrever e ler e com muita dificuldade escrevi o outro capítulo, enquanto betava essa.

Quero agradecer muitooooooo pelos comentários anteriores, gostei imensamente de ler todos e responder. Vocês são tão incríveis e me deixa tão animada para escrever os próximos capítulos. E obrigada pelos os votos, sou TÃO grata por isso!!!!!!!

Espero que vocês tenham gostado desse capítulo e QUALQUER COISA podem me chamar no privado.

Espero que vocês estejam bem.
Ana

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