Get out of there now

Analisou melhor a mulher à sua frente. Como sempre, elegante e bem ar de soberba, pena que o sobrenome não ajudava nessa superioridade que transmitia. Nos seus auge de 45 anos, Chloe ainda parecia uma mulher muito jovem para muitos olhares. Seu tom de pele escuro e seus cabelos soltos em um charmoso Black power, a mulher sem dúvidas chamava atenção por onde passava.

Seu batom glitter em seus lábios carnudos deixavam mais chamativos. Robert Berry, um filho da puta que não tinha mal gosto para mulheres. Tanta a roupa como as joias espalhadas em seu corpo, deixava-a mais deslumbrante. Seu corpo ereto sobre o sofá com um coquetel puro em sua mão, evidentemente mostrava o ar de poder.

Mas não se importava o quão bela era a mulher à sua frente, apenas seus interesses vagavam ainda em suas propostas. Alguns seguranças em volta dificultava quem estava do lado de fora em ver o que estava acontecendo ali. Tomás estava na parte de baixo, esperando dar algum sinal, mas sabia que não tardaria para ver o que estava acontecendo.

— Diga logo quais são suas propostas, Chloe.— Percebeu a mulher enrolar com tudo aquilo, transformando em um suspense

— Eu lamento que sua carga foi roubada  — Não, ela não se lamentava. Estranhou, como ela sabia daquilo?—, mas podemos te ajudar em questão disso. Sei que estamos falando de dinheiro, e certamente não iríamos te ajudar em receber nada em troca. Sabemos de tudo, Tomlinson; onde a droga vai ser mandada, localizada e vendida. Só basta você entrar em um acordo conosco, que você terá sua carga de volta. — Ela diz simples, como se fosse algo natural em dizer.

Louis sentiu vontade absurda de rir por toda aquela situação. Não entendendo como eles sabiam de todo o transtorno. Obviamente teria ligação com a pessoa que fez o golpe, então eles estavam negociando para querer algo em troca e já imaginava o que poderia ser.

Berry voltou a beber, agora o fitando tranquilamente, e Tomlinson não estava diferente, mesmo que aquilo o fazia rodear de perguntas, não deixaria nítido.

— Do que você está falando?— Perguntou sem rodeio.

— Simples, quero que você se junte com a gente!

Sentiu uma imensa vontade de rir novamente  pela proposta. Certo, eles estavam querendo dar o que o pertencia, em troca, iria fazer parte de tudo. Isso era loucura, nem em estado completamente louco e paranoico aceitaria um absurdo daquele, uma vez que sabia que estaria perdendo de qualquer forma. Robert estava falindo e com isso queria se reerguer às suas custas.

Isso era um truque e sentia isso de longe. Chloe parecia saber fazer aquilo, falando em tais confiança que fazia Louis soltar leves “pela amor de Deus”, segurando excessivamente sua vontade de gargalhar. Não era nem um pouco uma oferta tentadora, não queria perder metade de sua fortuna acumulada e tampouco ver Robert Berry envolvido em seus negócios. Era mais fácil a mulher ter dado um tapa em sua face, do que dizer aquelas palavras.

— Você está louca!— Riu ameno. — Jamais irei dividir minhas coisas com vocês. Por acaso estás entrando em falência? Para chegar em tamanha situação.— Zombou, recebendo um olhar de pouca importância pelo comentário dos olhos azuis.

— Estamos apenas fazendo grandes negócios!

— Engraçado que não vejo grandes negócios nisso. Estão querendo me passar a perna?— Continuou com sua voz zombeteira. Não tinha como levar tal situação a sério.

— Não estamos querendo passar nada, Tomlinson! É apenas um acordo. Você e meu marido tem grandes nomes no ramo, os dois vão sair no lucro.— Bebeu mais de seu coquetel.

Louis se inclinou levemente para frente, como se estivesse prestes a contar um segredo.— Mas eu não estou falindo e indo pedir ajuda, então não me compare a vocês.— Deixando o clima de zombeteiro de lado, diz severo, indicando não gostar da comparação feita pela mulher.

— Você não tem muitas chances, Tomlinson.

Se inclinou mais corretamente, admirando a confiança que a mulher dizia com tais palavras.

— Foi mal a autoconfiança, mas tenho chances o suficiente para não depender de vocês, por tanto, minha resposta continuará sendo não. Eu não preciso da ajuda de vocês.— vigiou a mulher apertar o copo, sorrindo falsamente.

— Reflita bem. Você tem uma carga de cinquenta milhões de dólares sendo perdida, tem certeza do que está falando?— O desafiou.

— Quais são as chances de eu aceitar e saber que estou caindo em um golpe? Eu conheço a manha de vocês, Berry, sei muito bem como vocês conseguiram a fortuna que tem acumulados, aliás, tinha acumulado.— Pegou um cigarro, logo o acendendo.

De certa forma todo aquele debate estava começando-o entediar. Não aceitaria nem as condições da proposta e tampouco iria ceder por tudo aquilo. Era maluquice dos Berry's chegar em tamanha oferta, tudo para manter a fortuna e não entrar em crise da falência. Poderia dizer que era muita cara de pau, mas como se tratava de Berry's, descartou seu pensamento negligente.

A mulher em sua frente parecia tão superior, com propostas tão fúteis, que por um momento poderia sentir seu próprio desgosto. Decerto Robert a colocava em situações desfavoráveis e inadmissíveis. Ela deveria agradecer por suas aulas de etiquetas, com isso aprendeu manter boas posturas até mesmo quando está em situação humilhante, pensou.

— Espero que não se arrependa de suas escolhas, Tomlinson, pois pode acontecer de novo.

Tragou seu cigarro despreocupado, não tendo pressa em soltar as fumaças de sua boca. Toda aquela história já não o interessava mais.

— Poderia dizer que você esteja me ameaçando ou apenas me avisando, mas garanto que isso não vai acontecer, e essa é a coisa que eu mais posso te garantir no momento.

Sentiu seu celular vibrar no bolso, ignorando quem poderia ser naquela hora. Poderia aproveitar e sair alegando por alguém estar o ligando, mas de alguma forma as provocações com a mulher em sua frente estava sendo interessante, querendo saber mais os interesses que circulavam em torno.

— Pense melhor, com mais diligência. Você é um homem certo e acredito que vá fazer a escolha certa.

Seu aparelho voltou a tocar, fazendo ecoar por todo o local. O som parecia ser irritante, tocando frequentemente em seguida. Pegou-o de cima da mesa, vendo o nome de Tomás escancarado na tela. Ponderou se seria conveniente em atender.

Revirou os olhos colocando o celular em seu ouvido, vendo Chloe voltar a beber seu drink cuidadosamente.

— O que...

— Saia daí — Ouviu sua voz entre fôlego, soltando gemidos de dor.— agora! — Dificultou para dizer a última palavra, soltando outro gemido, dessa vez, mais profundo e grave.

Aqueles segundos para sair não foi o suficiente, o som do vidro sendo despedaçado repercutiu por todo o local, fazendo todos ir para o chão. Seguranças tomaram a sua frente e de Chloe, não permitindo que fossem atingidos pelas balas que viriam logo na sequência. O arrastaram para fora quando outro tiro foi disparado. A única coisa que via eram passos de seguranças o levando cada vez mais para fora o mais depressa possível.

Louis tentou desvencilhar-se das mãos que o segurava, querendo sair sozinho e ver que estava por trás disso. Sua mente parecia captar tudo em câmera lenta. O som já não era mais ouvido, mas os gritos das pessoas ao redor querendo sair da boate era estrondoso, tentando escapar de todos os portões que continham. Louis qusee caiu da escada sem poder enxergar nada. Sua fúria aumentava à medida que pensava em toda aquela situação.

O ambiente parecia ter ficado mais abafado e sua única vontade era poder sair logo. Uma vez do lado de fora da área VIP, afastou-se dos capangas, não aguentando todas aquelas mãos o arrastando para qualquer canto. Correu para outro lado, sabendo que tinha uma porta pequena de reserva dos funcionários. Parecia que ninguém ainda tinha notado, apenas focava nos grandes portões. Destrancou dando de cara com um beco, com chão molhado e escuro, mesmo parecendo limpo, fedia algo podre.

Se arrastou para fora daquele lugar escuro. Metade das pessoas estavam já para o lado de fora, tentando se acalmar do acontecido, enquanto outros tentavam ir embora as pressas, como no caso de Harry. Vigiou-o rapidamente de longe, mexendo em seu bolso a procura de algo.

Tomlinson partiu para o veículo, logo o acelerando. Olhou para o retrovisor vendo o garoto ainda mexer em sua calça. Umedeceu seus lábios negando com seus pensamentos em voltar. Ele não podia fazer isso, tinha que seguir reto a procura de Tomás. A pessoa que o tentou matar, talvez estivesse ali, apenas esperando-o dar alguma falha, e voltar poderia custar seu carro, sua vida e de Tomás que deve estar agonizando pela dor.

Bateu as mãos no volante, fazendo o retorno no carro, a movimentação por ali crescia e a tensão fazia mais presença, todos perdidos no que tinha acabado de ocorrer. Aquilo pegou todos desprevenidos, principalmente para o homem que agora estava abrindo a porta do passageiro para o garoto adentrar. Suspirou vendo Styles olhá-lo confuso, com medo e agoniado. Se soubesse que demoraria para entrar no carro, deixaria-o onde estava. Pensou.

— Entra logo! — Expressou autoritário, afadigado pela espera.

Esperando o cacheado adentrar, fechou a porta. Outro disparo foi ouvido, dessa vez, no capuz do carro. Louis esbravejou, fazendo Harry fita-lo assustado. Poderia jurar que o sangue e o coração do garoto estavam trabalhando mais que o normal, fazendo seu desespero de medo aflorar.

Acelerou mais o carro, ouvindo outro impacto.

— Relaxa, o carro é blindado.— Diz tentando acalmá-lo ao seu lado, uma vez que observava estar de olhos arregalados e sua pele ficando pálida e sem vida.

— Foi você que causou tudo isso?— Sua voz falhou, pelo o medo que ainda fazia presença em seus nervos.

Tomlinson olhou-o impassível e resmunga. — Não tudo!

Fitou o aparelho no painel, vendo que ainda estava na chamada com Tomás. Pegou em mão encostando o telefone no ouvido, podendo ouvir a respiração pesada do garoto. O coração de Tomlinson parecia explodir. A adrenalina no seu corpo era surreal, como se estivesse passando por essa situação pela primeira vez.

— Tomás?— O chamou. Seu amigo parecia ferido.— Tomás?— Insistiu depois de alguns segundos esperando ser respondido.

Demorou mais alguns segundos quando ouviu a voz profunda de Tom.— Desmond.— Sua voz saiu rouca, parecendo ter dificuldade em falar.— Desmond Styles.

Apenas disse, mas o suficiente para ser entendido. Ele estava por trás de toda aquela confusão. Queria matá-lo e aproveitou o momento que o homem estava distraído. Que Desmond era um verdadeiro filho da puta não era de menos.

— E onde você está?— Questionou, sentindo a presença do seu lado ainda aflito.

— No quarteirão de baixo da boate. Vem logo, porra! — Murmurou com sua voz sofrida de dor.

O carro já batia sessenta quilômetros por hora, tentando alcançar o destino que Tomás deu. Apertou suas mãos contra o volante ao ouvir o pneu derrapar por conta da curva fechada perdendo um pouco da velocidade, entrando na rua que supunha que Tom estivesse.

Tentou respirar mais calmamente, mesmo que sua consciência estivesse em turbilhões de movimentos em um só. Era muita coisa para pensar e refletir. Sua cabeça parecia explodir a qualquer momento de tantos pensamentos que rodeava, e tendo um garoto específico ao seu lado não o ajudava muito.

Desacelerou o carro tentando encontrá-lo. Seus olhos parou em um ser jogado no chão, com metade do corpo encostado na parede, com duas mãos prensadas em sua cintura, repleto de sangue. Estacionou o carro, indo ajudar o amigo que implorava por ajuda. Pegou em seu braço, rodeando em seu pescoço, tentando levantá-lo.

Harry estava fora do carro, ajeitando o banco para pôr o garoto que murmurava de dor.

A camisa já estava encharcada de sangue, deixando Louis apreensivo pela situação. Olhou o cabelo cacheado tentar ajudar a colocar Tomás para dentro do carro, que tinha uma certa dificuldade por conta do machucado. Ouviu-o suspirar longo ao sentar no banco, ainda com as mãos na ferida que continuava a sair sangue.

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Acho que essa é a primeira vez que demoro para fazer a atualização kkkk e desde já quero me desculpar por fazer vocês esperarem.

Eu quero agradecer por estarmos chegando em quase 1k de leitura, isso me deixa muito contente e me dá mais ânimo para continuar escrevendo e significa muito para mim.

E, então, estão gostando?

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