⚜Capítulo 12⚜
Abro os olhos em um pulo, era um sonho? Não sei ao certo. Estou em uma caverna sozinha, levanto, me deparo com Analu sentada debaixo árvore em frente a entrada, apertando sua perna com todas as forças enquanto seu sangue jorrava lentamente. Me aproximo, agachando-me ao seu lado, verifico o ferimento...
— Isso vai doer — aviso.
Respiro fundo, introduzo a ponta da adaga no ferimento, Analu solta um gemido abafado, retiro um pequeno metal brilhante, com um apito que aumenta cada segundo, por intuição o lanço pra longe o que causa uma pequena explosão, que se tivesse explodido na perna de Analu teria deixado-a sem suas pernas, e, provavelmente a matado.
A pego no colo levo para a caverna.
— Onde está o Guines? — a deixo no chão encostada em algumas pedras. Ela me olha meio apreensiva, engolindo em seco.
— Ele se foi. O levaram... Não tem nada do que possamos fazer.
Um turbilhão de pensamentos veio em minha mente. Todos ao meu redor estão indo. A culpa é minha de não ser forte suficiente para lutar contra aqueles seres.
— Fique aqui. Eu irei atrás dele.
Ela balança a cabeça — Perca de tempo, esse não é o seu propósito, você sabe disso, então pare de fugir.
Respiro fundo. Aquela situação está me deixando inquieta, sinto a necessidade de fazer algo. Mas a essa altura sou inútil. Sem dizer uma palavra, caminho em direção as folhas geladas com base negra. Era incrível como tudo está a colaborando com o meu outro eu, se eu ceder tudo ficará bem? Se eu tivesse cedido antes Zack estaria aqui? Não ter respostas é atormentador, ser tola me atormenta, uma inútil, essa força nunca foi minha, nada foi meu.
O chão branco esfria meus pés atravéz daquele couro envelhecido. Olho para o teto cinzento. Fecho os olhos. Talvez me arrependesse do que estou prestes a fazer
— Você me garante que vai lutar até o fim?
— É o destino Estella.
— Responda minha pergunta.
— Enquanto puder, lutarei.
— Então... Faça o que tem que ser feito.
Ela me olha com gentileza, aos poucos se aproxima de mim, lentamente. Com sua espada crava em minha alma, que sangra tristeza e alívio. Meu corpo caído sobre algodões gélidos se encontra. Sentia a dor, sem nenhum ferimento em meu corpo. A sombra escura se aproxima me puxando aos poucos, estou indo, não desistindo apenas partindo.
Foi bom viver esses anos, mesmo que essa vida nunca tivesse sido realmente minha.
Mas ainda não é o fim, aliás somos uma só. Seus braços me envolveram até que nos torna-se-mos por completo.
Abro os olhos meus cabelos se confundiam com a neve. Finalmente tinha todas as respostas que procurava, sei qual caminho tomar.
Volto a caverna. Coloco minha mão sobre o ferimento de Analu.
— Omnes tenebrae lumen accipit- Meus poderes ainda estavam aflorados mesmo depois de séculos - vamos temos que ir.
Não me sinto a mesma, mas tinha certeza sobre muitas coisas, inclusive se é possível salvar este mundo.
Tomamos rumo pelos mares que se tornaram sólidos, o frio aumenta a cada segundo. Era triste ver um mar que presava tanto perder a vida aos poucos. O sol não brilhava mais como nas campinas.
— Hina veniet ad me — grito, logo minha Fênix vem ao nosso encontro — Bona puella.
Chegaríamos mais rápido agora. Hina evitará que a temperatura corporal abaixe ao ponto de nos matar.
Estava errada sobre os pais que tive nessa vida, eles não são monstros, só não tiveram escolha de serem pais de verdade... De qualquer forma, rei Héctor, obrigado. Que mesmo contra sua vontade cedeu sua amada herdeira para a incerteza de um mundo melhor.
A visão extensa do mar em que estavamos sobre voando deixava um clima tenso, demorei tanto tempo para voltar que agora estou a perder meu mundo natal. Quanto o povo Armato absorveu da beleza deste lugar?
— Para onde estamos indo? — a voz de Analu transmitia exaustão.
— Vamos para o início de tudo. — grãos de areia cintilantes inunda o céu, o veludo morno tocava nossas peles tornando tudo reconfortante.
Tudo está ocorrendo bem... Era o que eu pensei.
— ESTELLA VAI PRA ESQUERDA AGORA! — grita Analu desesperada.
Uma manobra rápida e precisa, uma flecha negra passa ao meu lado direito, logo sinto a presença de pelo menos 7 Cavalheiros Tenebris de alta patente. Ainda não estou pronta pra uma batalha, minha força não está totalmente recuperada.
— Ana...
— Pode deixar.
Fico apenas desviando dos ataques. A situação está se complicando Hina está se cansando.
— Hinamque placere Support. Amicum tuum numerare in te fortitudinem meam. — Logo ela volta com sua pruma impecável a toda velocidade.
— Estella eles estão chegando! — estamos ficando cercadas, na direita e esquerda não tinha mais fuga.
Por que estão atacando? Esqueceram da aliança que fizeram?Penso, tentando achar uma solução pacífica. Mas não vejo escolha vou usar o pouco de força que tenho. Respiro fundo.
Um.
Dois.
Três.
— Clamor iustitiae! — sinto o poder fluir e sair pelos pontos do meu corpo, não ia mata-los apenas mantê-los longe do caminho que tinha que seguir.
Gritos arrepiantes percorreram os céus, mas não pertenciam aos Tenebris ou sua montaria.
Era o meu poder gritando, o Grito da Justiça, esse é um dos meus poderes, são almas dos cavalheiros mais fortes que já existiram que sempre que aclamados fazem o que acham justo, é um poder muito útil mas se eu estiver errada e o meu inimigo certo, quem receberá a punição será eu mesma.
A decisão dos cavalheiros foi prender todos os Tenebris no selo da luz ao qual só eles mesmos podem abrir, por quebrar uma aliança.
A viagem voltou a ser tranquila, mas sinto o resultado de usar o pouco que recuperei, deixo Analu no comando para descansar, pois se eu enfraquecer totalmente Hina se tornaria novamente apenas uma estátua de barro.
— Durma.— Uma voz altamente penetrante ressoa nos meus ouvidos, aparentemente Hina também ouviu.
Começo a cair em queda livre sem noção nenhuma de onde estou, já que minha mente está se desligando.
Já não estou conectada com aquele mundo, não tinha mais nenhum sentido atravéz do meu corpo, pelo jeito desmaiei, fechar os olhos para mim é um grande prélio e inevitavelmente entro dentro da minha mente. Da minha terrível mente.
Não estava esperando encontrá-la novamente, achei que tivessemos nos fundido por completo, mas encontrei e não podia fugir, não há como fugir de sua própria mente. O espelho, a escuridão, a Stefany Estella de cabelos brancos no reflexo ao contrário.
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