Capítulo 9: Beije o cretino

Cap: Beije o cretino

Eu quero esquecer você
Eu quero te fragmentar
Em partes que eu possa perder
Que eu nunca mais possa encontra

Eu quero macular teu lar
Eu vou sacrificar você
Diante deste mesmo altar
Que eu fiz para te receber


Hinata encarava Kiba descrente, por um lado ela queria dizer que não o ajudaria, que ele não merecia e até mesmo estava com vontade de dar uns bons tabefes no amigo, por outro ela estava eufórica mesmo que não demonstrasse. Finalmente Kiba tinha admitido que estava apaixonado por Nomy, como se todos os outros amigos não soubessem.

-- E você quer a minha ajuda para que exatamente?

-- Hinata, não força vai. Eu preciso que consiga uma oportunidade para mim. Nomidara não quer me ver nem pintado de ouro, só dá um jeito de conseguir prender a Sakura fora daquele apartamento.

Hinata bateu as unhas curtas na mesa, um pouco irritada, por ele achar que seria tão fácil.

-- Vou falar com o Naruto, quem sabe assim bolamos algo.

-- Só controla a boca do seu homem, ele é um baita de um fofoqueiro!!

-- Não está em condições de fazer exigências. Ao invés disso, fale com Shino, sei que vocês se desentenderam -- ele a encarou um pouco confuso, não se recordando de nada.

-- Ele cuidou de mim bêbado, é provavelmente fui grosseiro. -- A Hyüga revirou os olhos.

-- Kiba! -- Apesar do tom de esporro, a voz não era muito alta. -- Você é muito egoísta, sabia?

Os olhos dele se arregalaram, nunca pensou que escutaria algo assim vindo de Hinata.

-- Você nem lembra do que fez, não é mesmo? -- Hinata fechou os olhos e se recostou na cadeira. -- Você conseguiu estragar o possível futuro e único namoro dele e de quebra ajudou a colocar chifres no irmão mais velho do Shino. Sinceramente eu não sei como ele ainda é seu amigo.

O Inuzuka coçou a bochecha com o polegar, não se recordava de nada disso, forçou um pouco a mente e não lhe veio ninguém na cabeça.

-- Você saiu com tantas mulheres que nem sabe, provavelmente elas foram só mais uma, mas para o Shino ambas eram especiais.

-- Hinata, eu não conheço o irmão mais velho dele, nem sabia de nada, provavelmente foi só uma transa de bar e acho que foi por isso que Shino e eu continuamos amigo, eu não sabia de porra nenhuma e a mulher seja ela quem for, só queria se divertir. Já a possibilidade de uma namorada. -- Kiba ponderou puxando pela memória a conversa de tempos atrás até que se recordou vagamente e sentiu que deveria se defender, mesmo que possuísse uma parcela de culpa: -- Sejamos sinceros, se ela deu pra mim com tanta facilidade assim, é porque não estava querendo nada com ele. Olha, eu não estou dizendo que não sou culpado, eles tinham dado um tempo e foi coisa de uma noite e eu estava tão bêbado que só me liguei nisso depois, mas nos conversamos e ele olhou na minha cara e falou que estava tudo bem, não faz o menor sentido ele querer jogar isso na minha cara após terminarmos com o assunto e eu deixei claro que nunca mais na minha vida cometeria esse erro. Agora voltando a mulher, veja bem, ela não devia está tão afim dele assim, se EU, KIBA INUZUKA, por exemplo, estivesse interessado em ter um compromisso com alguém eu...

-- Nem termina essa frase seu hipócrita. Você está louquinho pela Nomy há tempos e o que foi que você fez? Deixe-me te lembrar, esfregou na cara dela que não significava nada para você e agora está aí todo arrependido. -- Criticou e pela primeira vez Kiba ficou extremamente envergonhado, afinal de contas Hinata estava coberta de razão.

-- Se Ino estivesse aqui, diria que você foi um canalha.

-- Canalha? Querida, ela diria que sou um piranho vagabundo. Olha... Eu não sou perfeito, mas porra, eu estou tentando demonstrar que tenho interesse nela! Não é possível que isso não sirva pra nada! -- Foi sincero.

-- Que tal se você for um pouco menos intenso? Chega de mansinho entende? Ela precisa acreditar em suas palavras, não tente ludibriá-la ou levá-la pra cama Kiba, apenas seja sincero e demonstre se importar. Por mais que Nomy diga que não liga para isso, eu acompanhei de perto todas às vezes que os olhos dela brilharam quando o Uchiha Shisui a surpreendia. -- Hinata estava vermelha de vergonha por dar um conselho tão íntimo. Nunca se imaginou em uma situação como esta e agora estava ali presa a uma conversa constrangedora dando conselhos para um grande amigo que segundo ela estava perdido há séculos.

-- Bom eu vou ligar para o Naruto e verei como posso te ajudar. -- Hinata se levantou e se afastou, deu o telefonema e alguns minutos depois retornou à mesa.

-- E aí? -- Demonstrou a ansiedade sem se importar. Se os amigos se recusassem a ajudar, não teria como invadir o apartamento dela sem arrumar um problema.

-- Em duas horas Sakura estará comigo no cinema, então não faça eu me arrepender de ter te ajudado.

Em um impulso, ele se levantou e se aproximou de Hinata.

-- Hina, eu estou te devendo uma, ao melhor um almoço! -- Riu de leve.

-- Me compense fazendo a coisa certa dessa vez.

Após tomarem um suco e Kiba pagar a conta. Hinata se despediu e segui seu caminho enquanto Kiba foi para casa se preparar para lidar com a maior certeza que já teve após o termino com Tayuya.

 
[...]


Ele estava impaciente tocando a campainha do "ap" a cada dois minutos, se questionando se não deveria ter levado flores ou se a roupa estava boa.

Dentro do ambiente, momentos antes, Nomy conversava pelo telefone com Shisui. O moreno estaria de folga em breve e queria passar um fim de semana longe com ela, que apenas sorriu.

-- Liga a câmera Shisui, eu quero te ver. -- Pediu mordendo o lábio por o imaginar de farda militar.

-- Nomy eu tenho cinco minutos. -- A câmera foi ligada e lá estava ele com um sorriso de canto e cabelos molhados, tão bonito que a mulher não resistiu.

-- Você precisa me pegar vestido assim. -- O rubor nos olhos dele foi instantâneo.

-- Quem sabe se viajar comigo. -- Ela sorriu tímida pela proposta, no fundo, estava encantada. Afinal, tudo o que vivia com Shisui era novo. Nunca esteve em um relacionamento saudável o suficiente para provar de atos tão simples e ser retribuída.

-- Agora tenho que ir princesa. -- A voz estava mais baixa do que de costume e antes que Nomy pudesse responder ouviu o barulho da campainha tocando sem parar.

-- Tudo bem, bom trabalho e vê se manda umas fotos depois, pois, eu já mandei. Até breve Shisui. -- nem deixou que o moreno respondesse simplesmente encerrou a ligação e seguiu para a cozinha, tomou um copo d'água achando que haviam se enganado de porta, mas votou novamente a tocar sem parar e após respirar fundo conferiu o telefone notando o ícone do aplicativo de mensagem ativo ao qual veria mais tarde.

Nomy seguiu para a sala e nem se deu ao trabalho de olhar através do olho mágico. Talvez fosse Sakura e ao abrir a porta ficou completamente sem saber o que fazer, apenas o observou.

Kiba estava sério, os fios recém lavados e soltos, o olhar fixo nela. Trajava calça jeans de lavagem escura e camisa de manga curta preta além das botas, o capacete não estava em mãos o que indicava que veio sem a moto. Nomy balançou a cabeça levemente antes de voltar ao foco principal, ou seja, a presença dele e o que provavelmente estava fazendo ali.

-- O que você está fazendo aq... -- Não conseguiu terminar de falar, não quando a boca do castanho já estava colada na dela, puxando o corpo da mulher e fechando a porta, ela levou alguns segundo para entender o que ele exigia enquanto a língua buscava pela dela e quando deu por si já havia correspondido, puxando a roupa dele se agarrando a camisa, sentindo toda a saudade se esvair em um único toque, mas sua mente travou e ela desfez o contato se sentindo mal por corresponder. Mesmo que não tenha nada oficial com Shisui, não achava certo essa parada de um monte de contato e foda-se, não quando sabia que a pessoa com quem estava nutria sentimentos e que estava correspondendo.

Quando o beijo se desfez, Nomy olhou nos olhos de Kiba, sentindo-se dividida entre o desejo ardente que ainda tinha por ele e a paixão fora o compromisso não oficial que possui com Shisui e a culpa rapidamente corroeu.

-- Você veio até para isso? -- Tentou afastar a sensação formigante dos lábios.

-- Não -- Kiba se aproximou novamente tocando o rosto dela.

-- Eu vim para a gente conversar.

-- E temos algo pendente? -- Nomy não queria dar o braço a torcer, o beijo foi o suficiente para encarar a situação e ponderar as escolhas que tomaria daqui para a frente.

-- Me dá um crédito Nomy, eu quero você e vim aqui deixar claro que não aguento mais isso. Gatinha, eu realmente me arrependo de ter te tratado como mais uma durante tanto tempo. -- Ela sorriu de lado, o acompanhando, sem saber que todas as palavras ditas por ele foram à base do improviso. Kiba não queria deixar mais um momento passar ou continuar com a cabeça presa em culpa por não tomar uma atitude com a única pessoa que o interessava e agora, a tensão no ar era palpável apesar de uma forma bem ruim, Kiba confessou seus interesses por ela e parecia tão sincero que levou-a por alguns receios de lado para o responder:

-- Kiba... Isso é complicado... -- murmurou ela, lutando para encontrar as palavras certas para expressar seus conflitos internos.

Ele a observou com uma expressão mista de ansiedade e determinação, esperando por uma resposta que ele próprio não sabia se queria ouvir quando foi até ali. Na verdade, imaginou que chegaria, conversariam e acabou o problema, cairiam na cama e bye bye Uchiha.

Só que ele demorou tempo demais para se resolver enquanto a vida de Nomy seguiu...

-- Não tem complicação gatinha, eu sei que não fui direto antes, mas agora eu estou aqui. -- Afirmou confiante

-- O problema é que não é só você.

Ele deu de ombros, tentando parecer relaxado. Fazia tanto tempo que não passava por isso, que havia se esquecido como agir.

-- É simples, Nomy, sabemos que você me quer, assim como eu. Então é só terminar com aquele Uchiha.

Nomy não gostou do que ouviu e nem da forma com foi dita, mesmo que fosse verdade, em partes.

-- E depois hein Kiba? Ou ainda não chegou nessa parte? -- A rejeição cheia de ironia na voz dela tão evidente e ele respirou pesado, se arrependendo de não ter escutado os conselhos da irmã e dos amigos.

-- Eu não sei o futuro Nomy, mas podemos arriscar juntos.

-- Então esse é o seu melhor? Sinceramente, sabe o que eu acho que vai acontecer? Supondo que eu concordasse com isso, na primeira semana seria um mar de rosas, na segunda você se esforçaria para manter tudo como está, depois de um mês começariam os problemas para no fim você dizer pra mim que faz parte da sua natureza e que não conseguiu resistir e que acha melhor cada um seguir o seu caminho -- ela revirou os olhos. -- Você não pode achar que tudo vai se resolver por que me beijou ou por que decidiu que não quer mais estar solteiro Kiba. Eu não sou mais a sua segunda opção, na verdade, eu cansei de ser a segunda opção das pessoas.

Ele ficou em silêncio. Nunca se sentiu tão babaca e tão despreparado por dentro.

"Então é assim que ela me enxerga?" O Inuzuka pensou momentaneamente sendo arrastado para um passado onde ele foi submetido da mesma forma.

-- Porra... Que merda -- Ele sussurrou ainda perdido nos próprios pensamentos, respirou fundo e após alisar a nuca olhou para ela, se era para ser sincero então iria até o fim:

-- Eu nunca te prometi nada.

-- Eu sei disso, me apeguei por ser extremamente idiota.

-- Me deixar terminar Nomidara Shimura! -- Ela revirou os olhos, ele nunca a chamava pelo nome inteiro. -- Eu sei disso. Sei que não tenho direito de vir aqui e ferrar contigo, mas eu preciso tentar. Não custa continuar sendo claro com você, eu realmente quero algo a mais do que uma transa gatinha.

Por dentro da cabeça dela as coisas começavam a desandar, mesmo que o pedido fosse um tanto quanto... Duvidoso ainda perdurava os sentimentos que brigavam para continuar. A respiração dela pesou igualmente e o encarou com o semblante um pouco mais frio que de costume.

-- Talvez você só esteja assim por ter sido eu, a escapar de você. Sejamos sinceros, levar um fora é algo comum, mas ver a pessoa com quem você transa e sempre está disponível em um praticamente relacionamento é outra completamente diferente.

Ali a ficha do Inuzuka caiu e ela desviou o olhar.

-- Vai embora Kiba, eu tenho assuntos a resolver. -- Ela abriu a porta um pouco confusa com as escolhas impulsivas e ele estagnou por alguns segundos antes de seguir até a entrada, mas não saiu, não antes de encará-la mais uma vez:

-- Nomy, eu entendo se você não quiser. Eu sei que não fui o melhor para você, mas não tínhamos nada... -- começou ele, sua voz carregada de arrependimento e se amaldiçoando por não chegar assim de mansinho como Hinata aconselhou. -- E pode parecer tarde e até mesmo equivocado, mas eu realmente percebi que estou apaixonado por você.

As palavras de Kiba cortaram o coração de Nomy, lembrando-a das cicatrizes emocionais que havia deixado para trás. Ela ainda estava apaixonada, isso era inegável, mas também sabia que não podia ignorar que o que sentia por Shisui era tão forte quanto, nem a promessa que fizera a si mesma de não repetir os mesmos erros do passado.

Respirando fundo, Nomy reuniu toda a coragem que tinha dentro dela disposta a acabar com essa situação, a boca se abriu para mandá-lo embora, a mente gritou que fosse impassível para que não sofresse mais, entretanto, foi o coração que agiu:

-- Kiba, eu... Preciso de tempo para pensar sobre isso. Eu não posso simplesmente ignorar tudo o que aconteceu entre nós, mas também não posso ignorar Shisui... -- admitiu ela, sua voz ecoando com sinceridade.

Kiba baixou os olhos, entendendo a gravidade da situação. Ele sabia que não podia pressioná-la a fazer uma escolha precipitada, não tinha esse direito e até mesmo se sentiu um tolo em achar que bastava afirmar o que queria e ela voltaria para ele em um estalar de dedos. Os dois ficaram em silêncio por um momento, absorvendo a complexidade de sua situação.

"Como eu fui idiota. Ela estava tão bem antes de me ver..." -- O pensamento de Kiba ecoou na própria mente ao olhá-la, os ombros relaxaram e pela primeira vez desde que agiu ali sentiu a necessidade de agir brandamente, independente do que aconteceria com as próprias escolhas ou se só traria mais dor para si.

-- Eu entendo, Nomy. Eu só quero que você seja feliz, mesmo que não seja comigo... -- murmurou, suas palavras carregadas de resignação.

Sem pensar mais o Inuzuka saiu restando ela fechar a porta, Nomy caminhou até a janela e esperou, o observar subir na moto e desviar o olhar para cima encontrando com os dela que mesmo distante possuía um tremendo efeito. Para Kiba se ela se deu o trabalho de vê-lo partir significava que ainda tinha uma chance.

Conforme ele baixou a viseira do capacete e partiu, ela se jogou no sofá abraçando uma almofada e se recordando dos seus lábios se unindo em um beijo carregado de desejo e intensidade. Mas, mesmo no calor daquele momento, a mente dela se manteve em turbilhão.

Seus sentimentos por Shisui pesavam em sua consciência e a culpa a envolvia como uma sombra. Ela sabia que não estava sendo justa com o Uchiha que merecia alguém que o valorizasse plenamente, alguém que não o traísse com seus próprios sentimentos confusos, fora o peso de não saber o que fazer. Para uma mulher que sempre foi decidida e colocava todos os atos envolvendo os sentimentos em check, se sentir encurralada seria um problema que não conseguiria resolver sozinha.

Nomy sabia que tinha uma decisão difícil pela frente que afetaria não apenas sua própria vida, mas também a vida daqueles que esperavam por ela.

Eu quero te fazer sofrer
Fazer você se importar
Com tudo que me fez sentir
Com tudo que me fez passar

━━━━━━━━━//━━━━━━━━

Música: Fragmentar - Ana Muller

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top