35.Ataque
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Pov.Bella
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Observo Jasper andar de um lado pro outro no quarto, seus passos são calculados, parece pensativo, talvez esteja pensando em como me matar agora que me tornei rebelde.
Encolho em sua cama puxando as cobertas para me proteger do olhar assassino e faminto, seguro minha mão enfaixada perto o suficiente para sentir o cheiro dos remédios, estou com calor, mas me recuso a abaixar meus escudos, não quero que me veja tremer de medo.
— Está com dor? — Questiona finalmente parando, sei que ele pode sentir minhas emoções.
— Um pouquinho. — Mordo o lábio suavemente, desviando minha atenção para as chamas que devoram a madeira na lareira.
— Hmm. — Resmunga passando a mão pelo cabelo o alinhando, sua mão treme com o gesto suave. — Tem sangue, um pequeno corte em sua testa... — Tropeça um pouco nas palavras.
Ele senta na beirada da cama esperando que eu me mexa, passo a mão sobre o ferimento manchando meus dedos de vermelho, arde. Não tenho vontade de sair do meu canto seguro, Jasper parece ter voltado a si... talvez só esteja fingindo se importar comigo.
— Venha aqui, preciso fazer um curativo. — Avisa batendo a mão no lugar vago ao seu lado.
— Não precisa, estou bem assim. — Minto puxando mais as cobertas, ainda dolorida pelo tombo, porém seu olhar intenso me faz mudar de ideia — Eu... eu mesma posso... fazer... o curativo.
Jasper não deixa as sombras subirem à superfície, seus olhos ainda brilham nem um pouco vazios como antes, ele parece... ele não parecia ele mesmo. Com um gesto suave pega a maleta de primeiro socorros e joga para mim com cuidado, não consigo a pegar, ela simplesmente pousa ao meu lado espalhando o conteúdo.
Tento segurar o vidrinho de remédio, mas minha mão treme dormente e o vidro escapa entre meus dedos enrolados na faixa. Sinto o peso de seu corpo sobre o colchão, fazendo a cama ranger, como um predador encarando sua vítima, ele se aproxima me encurralando.
— Deixa que eu cuido disso. — Diz afofando o travesseiro.
Não pede permissão para me puxar para seu colo facilmente, eu não pesava nada para ele, as cobertas desenrolam do meu corpo com a agitação, sinto meu coração bater assustado com a aproximação, tenho raiva de mim mesma por me sentir assim, quero escapar de seus braços.
— Eu posso fazer isso sozinha. — Resmungo insistindo, fazendo beicinho, recebo nada além do que um olhar de tédio como se não acreditasse em mim.
— Hmm. — Suspira pegando o remédio derramando em um algodão. — Vai doer um pouquinho. — Avisa pressionando devagar o líquido contra o corte.
— Ai... — Reclamo irritada.
— Sei que pareço um monstro agora. — Sua voz aveludada acaricia meus ouvidos — Mas você é minha companheira, e não vou deixar ninguém a machucar. — Promete, porém sei que está mentindo.
— Pare de mentir para mim. — Viro rosto, lembro muito bem quando me prometeu que não haveria segredos entre nós, talvez eu tenha entendido errado... sou tão estúpida.
— Tente sentir o laço de parceria — Sussurra deslizando a mão pela minha perna, me arrepiando completamente, sinto seu dom me abraçar com calmaria.
— Porque está fazendo isso? — Questiono em um sussurro, sinto as lágrimas escorrendo por minhas bochechas quentes — Por favor, para de tentar controlar as minhas emoções.
— Desculpe, só queria... — Gagueja pegando um curativo, rasgando o mesmo com os dentes de forma irritante — Te acalmar um pouco.
— Hmm. — Olho pro lado segurando os soluços, chega de adiar o inevitável — Carlisle pediu para você me matar, não é?
— Isabella... Eu não vou fazer isso. — Mente como se acreditasse nisso, seus lábios se torcem suavemente — Você é minha, eles vão ter que entender.
— Entender o que? — Sussurro baixo, incapaz de esconder a mágoa,
Seus olhos vermelhos brilham quentes encontrando os meus, tento não pensar muito em como as ondas de seu cabelo são macias, como fios de ouro elas brilham sob a suave luz aconchegante da lareira. Sua mão desliza segurando meu queixo, fazendo-me encará-lo, suavemente um sorriso desliza por seus lábios.
— Que você é minha companheira e não posso machucá-la. — Declara, por Deus, como ele consegue mentir tão bem?
— Mentiroso. — Resmungo cruzando os braços, ajeitando-me em seu colo.
— Você não acredita em mim, não é? — Inclina a cabeça pro lado terminando de colar o curativo, pressionando com cuidado.
— Não sei no que acreditar — Sou sincera.
— Tente sentir o laço de parceria — Repete suas mãos deslizam apertando minhas coxas.
Fico tonta desejando que aperte com mais força, as borboletas são tão irritantes, seu toque parece me dar pequenos choques, ele explorar minhas pernas que estão nuas com curiosidade.
Tento puxar o vestido para me esconder, mas o mesmo está simplesmente preso embaixo de mim, enrolado, eu nunca vestiria algo tão revelador se não fosse uma exigência de Maria, como um truque para nossos segredos.
— Eu não sinto nada além de nojo por você. — Cuspo recebendo um sorriso de lado, ele sabe que estou mentindo.
— Já o que eu sinto por você meu amor, é assustador. — Sussurra rouco puxando minha cintura, afundando o rosto em meu pescoço — Eu fico desesperado quando não estou ao seu lado. — Mordisca minha orelha — Não quero que me compreenda errado, posso ter escondido algumas coisas... só estava tentando te proteger — Sinto seu hálito doce, resisto a tentação de colar meus lábios nos dele. — Eu amo você.
— Jasper... se você me ama mesmo — Sussurro tentando não gaguejar, sinto suas presas raspando em minha pele — Porque não deixa Maria me transformar?
Não sei quanto tempo se passou, mas o silêncio começou a me incomodar, rastejando, sufocando, Jasper parece paralisado, ainda me cheirando como se quisesse marcar território, sua mão desliza por minha cintura suavemente, em um rosnado possessivo ele parece descontente.
— Eu quero ficar com o clã... com Maria. — Confesso.
— Não suporto a ideia de outra pessoa cravar as presas em você — Rosna invertendo as posições, me pressionando embaixo de si rapidamente — Só eu posso fazer isso, Milady.
— Essa não é uma escolha sua. — Gaguejo sentindo meu rosto esquentar conforme perco o fôlego com suas mãos explorando meu corpo.
Eu odeio profundamente a forma que meus pensamentos se desviam da raiva e se deliciam com a distração de suas mãos subindo pelas minhas pernas se ajeitando melhor entre elas, seu toque derrete conforme esquento, deveria afastá-lo, mas não tenho forças pra lutar contra um vampiro loiro e gost... irritante.
Levanto meus escudos com medo que esteja manipulando minhas emoções e infelizmente sou culpada pelo desejo que sinto, ele tinha me viciado em seus beijos, em sua língua.
Ofego me afastando o suficiente para ficar encurralada na parede, enroscada nas cobertas quentinhas, ouço o crepitar suave da lareira se misturando com as batidas irritantes que me traem, deveria sentir medo, mas seu olhar predador me lembra a forma que chupou meu sangue, aquilo foi tão prazeroso, tão sujo.
Jasper poderia não estar usando seu dom para forjar minhas emoções, mas ele estava usando uma coisa muito pior... com seu sorriso de lado o loiro me fez abaixar a guarda.
— Eu não vou voltar com você para os Cullen. — Digo em um gaguejo medroso — Faça o que Carlisle ordenou, eu não me importo.
Não suporto a ideia de ver Edward novamente, de todos eles estarem mentindo para mim como se eu fosse um nada, sem sentimentos e vontades próprias.
— Por favor, faça isso rápido. — Desvio o olhar de seu semblante melancólico para a janela, uma brisa suave assobia levemente fria fazendo as cortinas dançarem.
— Eu não vou...— Range os dentes — Você realmente pensa que eu seria capaz de fazer isso com você? — Parece furioso ao estreitar as sobrancelhas.
— Acho...— Sussurro tímida com a aproximação, sem aviso ele me puxa mais para perto, pressionando
De forma sufocante em baixo de si, sinto seu hálito se misturar com o meu me embriagando, aperto as cobertas entre os dedos, mantendo minha mão machucada bem protegida segurando o meu coração assustado. Seus olhos são como brasas, meu cabelo se espalha selvagemente pelos travesseiros macios, tento escapar, mas ele grudou sua testa na minha, nosso narizes roçam conforme respiro rápido segurando meu medo bem escondido, mas acho que estou falhando.
Jasper sorri vacilante puxando o ar, sentindo meu cheiro, parece saborear o gosto, se perdendo em meu pescoço o loiro afunda o rosto. Seu corpo esculpido pressiona o meu não me deixar me movimentar para longe, apoio minha mão em seu peitoral tentando o empurrar inutilmente, Jas se move só um pouco.
— Ninguém vai te machucar. — Sussurra entre meus lábios, seus olhos são a perdição que faz meu lado racional vacilar. — Isabella você não precisa ter medo.
Por Deus, isso é enlouquecedor. Quando mergulho em seus olhos noto que há algo queimando dentro dele, eu sei que doí porque eu também sinto, infelizmente marionetes não devem ter vontade própria e Jasper era um soldado de seu clã.
Tento não desabar, sempre que finjo estar bem sinto que vou quebrar, tenho medo dos meus próprios sentimentos porque eu não deveria ter me apaixonado tão rapidamente, novamente estou dependente, porém é mais assustador porque eu sei que em seus olhos existe algo sobrenatural, poderia o amor ter o seu sorriso?
Escondo a dor quando sinto seus lábios colados nos meus, zumbindo em meus ouvidos ouço meu próprio coração batendo no ritmo do desespero, angustiada nego a forma como meu silêncio não esconde o quanto o quero também, uma distração necessária para não enlouquecer, odeio como sou fraca.
Encontrei paz no lugar errado.
Não sei o que fazer quando seus lábios pressionam os meus com mais urgência, é macio, suavemente agradável, odeio pensar em como fui manipulada, todas as noites que chorei em sua companhia, não posso confiar em suas palavras, será mesmo que não sabia o que Edward fazia comigo? Como me usava como bolsa de sangue, isso realmente não era um problema, se meu colega de classe queria tanto assim bolsas de sangue poderia ter simplesmente me pedido ou induzido a isso, não manipulado meus sentimentos...
Eu era uma arma inútil... escudos são protetores, mas também são barreiras entre a ilusão de um amor e uma guerra, quão doce seria baixar os escudos e me deixar ser manipulada novamente, me embriagar em mentiras.
Não importa o quanto eu lute para tentar escapar, eu queria no fundo saber se existia mesmo... aquela conexão.
Sinto suas mãos frias como mármore me erguendo um pouco, entrelaço minhas pernas nele puxando para mais perto, será que eu poderia mesmo sentir um laço de parceria, isso era real ou outra mentira? Ele podia sentir, eu tinha que tentar uma última vez confiar em meus instintos.
— Eu realmente quero saber. — Sussurro cedendo.
Deixo que sua língua toque a minha, como um rio eletricidade me percorrer arrepiando completamente, gemo contra seus lábios, queimando, parece que estou derretendo conforme suas mãos deslizam apertando meus seios, aprofundando o beijo.
Não consigo mais suportar, deixo meu lado racional vacilar e entrelaço meus dedos em seu cabelo, você e eu não posso resistir, não importa o quanto lute para fugir desse sentimento irritante, por Deus eu estava perdendo a sanidade.
— Jasper ... — Sussurro irritantemente manhosa.
Ele era meu amante, caçador e inimigo, todos ao mesmo tempo, mas mesmo assim parece tão certo estar nos braços gelados desse vampiro centenário. Sinto seus lábios descendo pelo meu pescoço deixando leves chupões, dando-me tempo para respirar entre um gemido e outro.
Quando fecho os olhos tudo que vejo são seus olhos dourados de antes, tão inocentes, porém mesmo assim animalescos.
— Jas... — Gaguejo sentindo suas mãos.
Eu não tenho mais medo de admitir que não quero correr, abaixo o escudo e tento sentir o laço de parceria, mas tudo que sinto são suas emoções transbordando por todo o quarto em desejo.
— Posso? — Questiona rouco me olhando de baixo como um predador, sua mão segura o decote do vestido, ele queria permissão para rasgar o tecido, como se eu me importasse.
— Não... — balanço a cabeça, fazendo ele passar a língua pelos dentes irritado, não conseguia disfarçar a insatisfação.
Antes que eu pudesse recuperar o fôlego seus lábios tocam os meus com lentidão cruel me castigando, segurando minha nuca sou impulsionada a beijar mais profundamente, sua língua brinca com a minha, não consigo conter um gemido quando suas mãos gélidas me tocam urgentemente apertando meus seios, deslizando pelo tecido fino, entrelaço minhas pernas no quadril dele o sentido endurecer.
— Isabella — Geme baixo como uma ameaça.
— Eu te odeio — Gaguejo covarde — Te odeio por me fazer te querer tanto. — Sussurro a ultima parte fraca.
— Hmm — Rosna sorrindo de lado animalesco, seu nariz roçando contra meu pescoço — Ser odiado por minha companheira é um prazer.
— Masoquista. — Mordo o lábio controlando meu coração.
Ele puxa meu cabelo trazendo seus lábios para os meus, pressiono o calor de minha mão em sua nuca, envolvendo-o com minha perna, aprofundo o beijo deixando minha língua encontrar a sua, Jasper não hesita, parece fora de si, com selvageria suas mãos apertam minhas coxas me trazendo para o colo dele, sinto minha pele esquentar conforme vou perdendo o fôlego, mordo meu lábio inferior o fazendo sentir o gosto do meu sangue, se não vai deixar Maria me transformar...
— Pare com isso — Pronúncia arrastando as palavras, seus olhos perdidos em meus lábios conforme respiro devagar, sinto suas unhas arranhando minha coxa me fazendo gemer conforme seus dedos são manchados de vermelho — Não posso controlar minha sede...
— Não é isso que você deveria fazer? — Sorri brincando com o perigo — Se livre da humana estúpida — Imito a voz da loira azeda.
— Eu não sou seu inimigo. — Sussurra rouco, se afastando o suficiente de mim para me dar espaço para sentar na cama.
— Porque não prova sua inocência? — Questiono desafiando.
— Como? — Parece realmente disposto, de pé longe o bastante para não cair na tentação.
— Deixe-me ir ao baile. — Arisco com um sorriso nervoso.
— Não... — Declara frio, ajeitando a camisa, alguns botões tinha se soltado me dando uma bela visão.
— Não? — Minha voz não treme, não é como se eu esperasse algo diferente.
Me ajeito na cama tentando não pensar muito no que acabou de acontecer, passo a mão pelo cabelo arrumando a bagunça, mas meus dedos se enroscam enquanto o vestido se repuxa a cada tentativa fracassada de levantar.
— Durma, iremos partir amanhã cedo. — Seu tom é frio, mas seus olhos são como brasas, ele vai em direção a porta, porém sua atenção se perde em meu corpo e não consegue desviar o olhar nem por um instante.
— Onde você vai? — Gaguejo em sua cama, sem fôlego ainda.
— Tenho que ir a um baile. — Sua mão treme ao tocar a maçaneta como se não quisesse me deixar sozinha em seu quarto, tem mais segredos escondidos nos armários?
— Mas... — Resmungo não conseguindo esconder minha raiva.
— Durma. — Ordena ao sair, trancando a porta, prendendo-me no alto da torre de seu castelo, deixando-me sozinha com meus pensamentos.
Eu realmente o conheci quando estava de coração partido chorando por um vampiro babaca de topete ridículo. Então jasper me fez sentir como se eu fosse o suficiente, nós viajamos muitos quilômetros e me puxou para perto, me apoiou em seu silêncio.
E saber que tudo isso não passou de um plano do Carlisle me deixa puta da vida, levanto voltando a cair na cama fraca, droga, com paciência espero que ele saia da casa para depois pular a janela para sacada ao lado.
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A música clássica enchia o salão amplo enquanto pequenos vagalumes lutavam para escapar dos jarros de vidros que decoravam as mesas cheias de bebidas e comida, em passos cuidadosos ajeito o cabelo ignorando o olhar predador dos vampiros me seguindo enquanto caminho até o centro onde reconheço a voz animada de Maria perto dos músicos.
Deslizo as mãos pela saia longa do vestido, tive que colocar uma meia calça para esconder as marcas das mãos de Jasper de minha pele. Disfarço o desconforto com um sorriso vacilante, sou recebida por um sorriso suave de Maria que levanta uma taça cheia de sangue perto do pianista, com um gesto amistoso ela me chama, eu era uma convidada, não a refeição.
— Não está usando o vestido que dei? — Sorri fingindo mágoa, porém seus olhos entregam a raiva borbulhando.
— Eu tive um acidente com o vestido, ele rasgou... — Digo em um sussurro, ela pisca rápido substituindo a carreta por um sorriso.
Pelo visto não gosta de receber nãos, escondo as mãos atrás das costas nervosa, seu vestido brilha cintilando em azul sobre a luz dos lustres que caem do teto alto em uma dança elegante.
Antes que eu consiga dizer mais alguma coisa algo puxa meu braço, bato as costas contra uma parede dura como mármore, levanto a cabeça reconhecendo o loiro que circula minha cintura com a outra mão deixando minhas costas coladas a ele de forma possessiva, seu olhar assassino seguia os curiosos no salão e brilharam cruelmente para a dama de azul escuro.
— Boa noite, velho amigo. — Ela enrola uma longa mecha de seu cabelo abrindo um sorriso amigável para o antigo aliado de guerra.
— Boa noite? — Range os dentes sorrindo, tinha colocado um terno todo preto com leves detalhes em vermelho, ele não parecia humano — Você está tentando roubar a minha noiva na calada da noite — Aperta mais os dedos em meu braço me fazendo ficar em silêncio. — Eu não chamaria isso de amizade.
— Hmm. — Maria ergue uma sobrancelha divertida — Imagino que sua "noiva" possa tomar suas próprias decisões. — Provoca.
— Jasper, por favor... — Sussurro afastando suas mãos de mim com força, ele cede me permitindo dar um passo para frente.
Percebo a tensão entre os vampiros ao redor, Jasper estava sozinho nessa, porém nem um pouco intimidando, tento não pensar nos humanos que continuam a comer e beber, isso não me cheirava bem.
— Porque os noivos não começam? — Ela bate palmas pra orquestra com um desafio no olhar.
Maria parecia gostar de jogar, em um suspiro irritado Jasper estendeu a mão de forma cavalheiresca para mim, recuo um passo pra trás incerta, sob a pressão dos olhares ansiosos estendo a minha própria mão tocando suavemente a sua, arrepiando-me.
— O que está fazendo aqui? — Questiona irritado, puxando-me para o meio do salão.
— O que disse que faria. — Declaro o óbvio,
— Não tinha um vestido mais decente? — Ergue uma sobrancelha.
Seus olhos se perdem no tecido que se gruda quase como uma segunda pele, se ajustando com mangas compridas o bastante, porém seu decote ainda assim era revelador o bastante para me forçar a passar camadas de base nos chupões que ele deixou.
— Você rasgou meu vestido decente, lembra? — Reviro os olhos, seguindo seus passos.
Espero que notem minha falta de prática, mas Jasper guia a valsa com tranquilidade. Em um giro retorno a ele que segura com mais força minha cintura colando meu corpo no dele com raiva, sussurrando suas reclamações.
— Não deveria estar aqui. — Sussurra em meu ouvido, seguindo um ritmo lento quando outros casais começam a dançar também. — Você não tem ideia da fome que eles estão sentindo, querem te rasgar em pedaços.
— Hmm. — Não consigo pronunciar nada além disso, pois sei que vou gaguejar, infelizmente Jas sente minha fraqueza, abalada por suas palavras.
Eu sei que não está mentindo, posso notar o olhar faminto dos vampiros em minha perna exposta, se demorando em meu pescoço, para minha desalegria eu cheirava muito bem, é difícil ser gostosa, irresistível.
Seguro sua mão sentindo arrepios me percorrem me deixando em alerta, perco minha atenção no salão, Maria bebe o vinho de sua taça... sangue, pensando agora não sei se posso me adaptar a dieta deles, não sou um monstro, não quero matar inocentes, mas que escolha tenho, ao menos ela não mente sobre suas motivações.
Levanto a cabeça nervosa, Jasper está com os olhos vermelhos bem vivos grudados em mim, deve ter tomado algumas taças para manter o controle, sou intimidada com sua altura, mesmo com os saltos eu não conseguia me sentir segura.
— Vamos para casa? — Sussurra rouco, seus lábios próximos demais dos meus.
Tenho que resistir a vontade de ficar na ponta dos pés e beijá-lo, ele estava me seduzindo de propósito.
— Não... não... — Gaguejo medrosa, não sei, não sei o que fazer, mas tenho que ficar com Maria.
Com delicadeza exagerada Jasper sorri levemente sentindo minhas emoções, ele não me deixaria ir, com suavidade sigo os passos da valsa com preguiça, odiava ser o centro das atenções, sua mão desliza da minha cintura segurando meu pulso já que minha mão estava machucada, guiando-me na dança, ele estava mesmo seguindo com os planos dos Cullen, faça a garota se apaixonar por você, tristemente eu o amava como se algo gritasse dentro de mim que aquilo era o certo, como uma abelha indo em direção ao mel... antes que eu possa dar um beijo de adeus o salão cai em um breu.
Ouço as janelas sendo quebradas, tento enxergar com a fraca luz dos vagalumes, sombras e gritos dançam junto com a melodia da orquestra, abraço Jasper me escondendo em seus braços que me acolhem sem hesitar.
— Recém criados. — Sussurra me abraçando mais protetoramente, guiando-me no escuro do salão.
Sou puxada com força mergulhando na bagunça, tropeço agarrando-me no braço de Jasper, suas mãos param nos meus ombros me obrigando a focar em seu rosto tenso.
— Fique escondida aqui. — Ordena me empurrando para deixando de uma mesa, ele iria lutar, reluto em soltar sua mão
— Não vá... — Choramingo, escondendo o motivo do meu medo, não quero que se machuque, não quero te perder.
— Vai ficar tudo bem, Milady. — Leva minha mão aos lábios e dá um casto beijo me deixando.
A escuridão do salão logo ganha tons alaranjados, não demorou muito para tudo virar uma bagunça sangrenta, encolho em baixo da mesa evitando os soluços conforme recém criados eram desmembrados.
As chamas lambem o piso de madeira, abraçando as cortinas, dois vampiros arrancam a cabeça de Victoria a lançando em direção a fogueira, como ela ousava entrar no território deles, não sairia barato a afronta.
Um desafio contra a líder, então quando Jasper disse para Emmett dos recém criados, ele sabia que eles estavam vindo? Que esse seria o lugar do ataque? Maria estava no centro do salão seus olhos selvagens ganham tons anormais com a dança das chamas, um sorriso se alargou em seu rosto diabolicamente para a bagunça de corpos, com agilidade ela arrancou a cabeça do namorado da ruiva e o quebrou no meio dando um chute.
Encolho me escondendo debaixo da mesa, tentando não chorar em meio ao pânico, tudo foi rápido demais para meus olhos acompanharem, não reconheço ninguém em meio aos mortos, um vampiro cheira o ar perto de dois corpos sendo lambidos pelas chamas, seus olhos focam em mim, mostrando as pressa o vampiro corre.
Jasper não demora a arrancar os braços do vampiro que avança em minha direção como um leão faminto, pisando em cima ele quebrou a cabeça do mesmo e chutou para as chamas.
Vermelho e laranja lambem o piso de madeira, Victória foi devorada pelo fogo, uma fumaça preta se espalha de forma sufocante, indo para o teto alto, tento tapar os ouvidos para os gritos que estão vindo dos humanos convidados.
Em uma bagunça sangrenta e violenta tudo passou rápido, sem perceber fui agarrada por algo frio e arrastada do meu esconderijo, dentes afiados mordem meu braço, grito sentindo a dor se alastrar, bato os pés no chão não conseguindo evitar que um grito agudo escape da minha garganta, outra mordida em meu pescoço queimou como o inferno, em meio às sombras não demorou para que os dois vampiros fossem arrancados de mim e mortos, decapitados.
Os soldados que deveriam ser meu novo clã mataram rapidamente, como demônios andando nas sombras, eles foram rápidos, que Deus tenha piedade das almas perdidas nesse antro.
Cambaleio até uma mesa apoiando as mãos na parede enquanto tudo gira, os olhos de Maria me capturam, sufocada pela fumaça noto seu rosto amargo e sujo de sangue, com certa irritação ela notou as marcas em minha pele.
— Saia daqui garota! — Grita para mim, não tinha mais o que fazer.
Tusso não conseguindo raciocinar, antes que as sombras me abracem ela me puxa em meio a fumaça preta e não hesita em me empurrar para os braços de Jasper que segura minha cintura, terminando de matar alguém, apoio a cabeça em seu ombro puxando o ar com urgência, ele estava coberto de sangue.
Os olhos vermelhos bem vivos entregavam que se banqueteou em meio a violência sangrenta do salão, em passos bêbados ele chutou o corpo da ruiva para as chamas que devoravam até mesmo as cinzas, tudo se contorcia no bafo quente, a música derretia violentamente em um lamento aos céus.
— Vamos embora. — Rosna rouco, frio.
Com rudeza me pega no colo, em um vulto rápido a dor me consumia pelas marcas da morte, eu não estava com medo, não me importava, todo o salão de baile estava queimando, ouço a voz animada de Maria como um urubu festejando as mortes, ela parecia uma soldada, ela era a comandante de um exército, ela criou um clã para sobreviver, ela era boa demais.
Tudo começou a ficar preto e turvo.
Quando acordei estava em um carro nos braços de Jasper, sua voz era alta e angustiada "Não tem volta, irmão" Emmett virou o volante do veículo, feixes de luz transbordavam pelo teto solar irritando meus olhos, eles falavam rápido e eu não conseguia entender, estava com sono demais.
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Notas:
Capitulo grande pros meus amores! Teorias para os próximos?
Aqui encerramos uma etapa para começar outra com a Bella vampira kk
Estarei respondendo os comentários dos capítulos anteriores S2 Amo vocês S2
Qualquer erro me avisem :)
Deixem aquela estrelinha de voto! Pois isso me motiva muito S2
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