23.Texas

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Pov.Jasper

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Mesmo tentando afastar a ideia continuava martelando em minha cabeça, com certeza ninguém imaginaria que estaríamos no México, passo a mão pelo cabelo o prendendo em um coque frouxo, não consigo pensar em um lugar melhor do que esse, mas primeiro vamos ter que passar pelo Texas, e depois a fronteira para encontrar Maria.

Encaro o reflexo no espelho do banheiro, meus olhos estão de um vermelho vinho, isso pode facilitar qualquer que seja as negociações que terei que fazer. Ajeito a jaqueta tentando não ouvir mais que o necessário, mas os pássaros acordam com o nascer do sol ao contrário de Bella, infelizmente ela gosta de falar dormindo.

— Garota irritante. — Resmungo rangendo os dentes, seus sonhos estão acabando comigo.

De meia e meia hora ela se revirou na cama choramingando o nome do meu irmão, cada suspiro e gemido sinto suas frustrações. Fecho o cinto das calças sem muito humor, compreendo seu sofrimento, também fiquei abalado assim por Alice, mas ao contrário de Bella eu posso sentir as emoções a minha volta e quando Alice olhou para Edward com tanto amor e carinho, minha ex realmente amava ele intensamente, como nunca tinha sido para mim ela era para ele.

Pena Edward ser imaturo e ter negado seus sentimentos por tanto tempo, deixou que tudo fosse ilusão, como brincar de boneca. Ele sabia que era só estalar os dedos que ela me deixaria. Sempre fui dependente demais das emoções de Alice para me sentir bem, não tinha capitado os sentimentos de Edward. Agora tudo que tenho é o amargor de mim mesmo e a melancolia de Bella.

Poderia facilmente seduzir a garota, qualquer humana cairia aos meus pés, mas ela resiste tão bem que chego a questionar meu potencial, sinceramente eu sou uma obra de arte, como ela não consegue ver? Suspiro deixando pra lá.

A estampa militar me lembra os velhos tempos, termino de me vestir rapidamente. Empurro a porta do banheiro, mesmo com o quarto no completo escuro consigo ver ela babando no travesseiro, sua perna jogada por cima das cobertas em um sono profundo.

— Acorda raio de sol! — Chamo áspero, afasto as cortinas permitindo a luz do sol entrar.

Bella geme irritada apoiando os braços no travesseiro sentando, seu cabelo cai sobre os ombros em uma bagunça adorável. Dou um passo à frente pegando a sacola de roupas e jogando para ela, tive bastante tempo para comprar mantimentos enquanto Bella descansava.

— Vamos pra guerra? — Ergue uma sobrancelha preguiçosa.

Seus olhos castanhos deslizam pelo meu corpo analisando, fitando me da cabeça aos pés, um sorriso de lado decora seu rosto, engulo em seco irritantemente nervoso, espero uma aprovação, desejo, mas ela não parece me ver como um homem... quando eu disse que era para me ver como um avô eu não estava falando sério...

— Algo do tipo. — Mordo o lábio tentando desviar o olhar, mas conforme ela se mexe na cama as cobertas escorregam para o chão.

— Que horas são? — Boceja erguendo os braços se espreguiçando, subindo a camisola que está grudada como uma segunda pele em seu corpo.

A alça da peça escorrega pelo ombro, sinto minha garganta arranha em sede, estou surpreso com meu autocontrole, mas ter que apreciar essa vista com certeza vai me fazer sucumbir rapidamente, suas pernas estão nuas, conforme se mexe o tecido de seda se enrola para cima em sua cintura, tenho que me esforçar para não focar totalmente em seus seios bem marcados na seda verde.

Eu sei que é um erro, mas mesmo assim a pinto em minha mente para degustar depois. Em um gemido a garota senta na beirada da cama com o rosto corado, baba ainda escorrendo entre seus lábios apetitosos, parece que dormiu bem, teve bons sonhos, sonhou com meu irmãozinho, controlo a raiva fervendo em meu peito com a lembrança da noite.

— Seis da manhã. — Suspiro não escondendo o mau humor.

— Não estava brincando quando disse que íamos sair ao nascer do sol. — Sorri mostrando os dentes, passando a mão pelo cabelo deixando o pescoço à mostra.

— Se troque rápido, temos que pegar a estrada. — Peço.

Passo a língua pelos dentes sentindo o veneno, quero tanto mordê-la, mas com certeza não conseguirei parar depois da primeira gota, porque tão gostosa? Isso é um pesadelo, sou tão azarado, minha companheira cheira a vinho e eu sou alcoólatra.

— Minhas roupas já secaram? — Questiona levantando com lentidão.

— Comprei roupas para você enquanto dormia. — Digo apontando para a sacola em cima da cama.

— Oh... — Não agradece, simplesmente pega a sacola vermelha e derrama o conteúdo na cama.

Nem mesmo chama meu nome, acho que eu mereço uma recompensa depois de ter que passar a noite a ouvindo gemer o nome dele, cada segundo foi uma tortura, precisei usar meu dom para faze-la dormir totalmente.

Bella abraça o amontoado de roupas, sua atenção vai ao calção e a blusa de mangas curtas, sem cerimônia ela se vira de costas para mim e leva as mãos a barra da camisola a puxando para cima sem se importar com minha presença, infelizmente só consigo ver suas costas nuas, novamente ela leva a mão boa a barra da calcinha rendada, viro rapidamente, pois alguém aqui tem que ser responsável.

Tento me concentrar no céu nublado, nas folhagens no beiral da janela antiga, até mesmo no meu coração morto, mas ainda assim conforme ela resmunga vestindo as roupas imagino sua silhueta, isso é profundamente cruel, porque ela não pode me ver como um homem? Mesmo depois daquilo ela realmente acha que eu a quero somente como amiga... me pergunto o quão longe Edward foi para fazê-la se apaixonar tão perdidamente.

Eu sou um cavalheiro, repito pra mim mesmo resistindo a tentação, Bella nem se importaria, mas eu sou um cavalheiro, no entanto ela foi feita para mim... Passo a mão pelo cabelo puxando um pouco de ar, arrependo-me na hora, seu cheiro queima na ponta da minha língua.

— Prontinho. — Bella resmunga — Para onde vamos?

Observo pela última vez o estacionamento, tem pessoas chegando, melhor irmos logo. Viro-me pegando a mesma tentando enfiar o pé em uma meia sem muita habilidade, a alça do sutiã aparece se mesclando com a camisa do avesso.

— Vamos dar uma paradinha no Texas e depois... — Digo para ouvidos surdos, ela pula em um só pé tentando colocar a meia branca. — Você vai descobrir no caminho, precisa de ajuda?

— Oh... sim. — Boceja se sentando na beirada da cama bagunçada.

Porcaria de remédios... a deixaram bem dopada, ao menos não está chorando de dor na mão. Pego o par de meias brancas, agacho segurando seu pé, Bella se aconchega na cama me deixando fazer o trabalho. Deslizo meus dedos pela sua perna quente, ela geme ao toque apreciando a temperatura diminuindo, isso me arrepia irritantemente, coloco a outra meia, pego as botas baixas, ajeito seus pés dentro sem demora, puxo o zíper antes que perca a sanidade que me resta.

— Quer ajuda para desvirar a camisa também? — Ofereço levantando o olhar para ela.

Bella respira baixo adormecida, seus braços espalhados nas cobertas, em um piscar sonolento ela sorri pra mim. Passo meu braço pela parte de baixo de seus joelhos a erguendo, apoio suas costas em minha mão a pegando totalmente em meus braços, não posso esperar ela simplesmente acordar disposta.

— Pode voltar aos seus sonhos. — Rosno não conseguindo esconder o ciúmes, volte a sonhar com Edward.

Em um bocejo ela se aconchega em meus braços, tão adorável, da vontade de derrubar no chão.

— Jas.. — Chama, seus olhos cansados — Jas...

— Hmmm? — Resmungo abrindo a porta do quarto, tudo que preciso está no Jeep agora.

Em passos humanos atravesso o corredor, Bella apoia sua cabeça em meu ombro, seus olhos castanhos me observam, um sorriso desliza por seu rosto.

— Você cheira bem. — Sorri boba me deixando nervoso.

— E você a morango. — Rebato esperando que core envergonhada, mas tudo que faz é sorrir mais ainda, sonolenta demais para assimilar as coisas.

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Pov.Bella

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O sol nasceu no horizonte e mergulhou no céu nublado, conforme as horas passavam as nuvens foram deixadas para trás dando lugar ao azul celeste e o calor agradável do que deveria ser o começo do outono por aqui.

Deixo meu braço descansar pelo lado de fora da janela, sinto o vento dançando em meus cabelos me fazendo cócegas. Tento não pensar em Charlie, nesse momento eu deveria estar em casa preparando o café da manhã, não viajando pelo estado do Texas, mas estranhamente não me sinto sufocada pela ideia, é bom ficar longe do olhar de pena dos meus amigos, da preocupação de meu pai.

Apoio minha cabeça no banco sendo induzida pela curiosidade a espiar Jasper, seus olhos vermelhos estão escondidos por óculos de sol. Balanço a cabeça apreciando o som alto do rádio, curtindo a música animada, feixes de sol mergulham pelo teto solar aberto bagunçando o penteado Hippie dele.

— Ainda falta muito? — Questiono quebrando o silêncio.

Inclino para frente sendo repuxada pelo cinto, pego o copo de suco gelado, graças a Deus eles nos deram uma tampa e canudo porque com a velocidade que esse Jeep corre a bebida já estaria espalhada por tudo, Jasper nem deve sentir quando afunda o pé no acelerador, pouco se importando para o limite de velocidade na rua.

— Um pouco. — Sussurra sobre a música, batucando com os dedos no volante, virando uma curva fechada.

Levo o canudo a boca puxando o suco, sentindo o frio me percorrer, não lembro muito bem como vesti a camisa do avesso ou porque acordei no banco do carona, tudo que sei é que não podemos parar, não até chegar a nosso destino, provavelmente Jasper tem medo que estejamos sendo perseguidos... Olho pelo espelho estendendo minha mão sentindo o vento passar por ela conforme a paisagem não passa do vazio quente do Texas.

— Pode me emprestar seu celular? — Pergunto largando a bebida no porta copos, quase derrubando no chão.

— Para que você quer? — Levanta uma sobrancelha, seus olhos intimidadores escondidos dos meus, isso é irritante.

— Charlie deve estar preocupado comigo... — Mordo o lábio frustrada.

Estou começando a achar que bati a cabeça, porque cada segundo que passo olhando para Jasper ele parece cada vez mais bonito! Isso é irritante, faz borboletas dançarem em minha barriga, sinto meu coração pular só pelo fato de estar ao meu lado, desde quando me sinto assim?

— Não se preocupe, Carlisle vai inventar alguma mentira. — Da de ombros, seus cabelos mergulhados no sol ganham um tom dourado, fazendo sua pele pálida brilhar encantadoramente.

— Mas... — Faço beicinho não conseguindo me controlar — Por favor?

— Eu... joguei o celular fora. — Sua voz aveludada ameniza a notícia desagradável — Desculpe, Bella.

— Tudo bem. — Cruzo os braços fingindo não me importar, mas claro que ele deve estar sentindo minha frustração.

— É só uma semana... leve isso como férias — Sorri mostrando os dentes.

Férias, sim, serão ótimas férias tendo que me preocupar em não ser achada por vampiros recém criados, como se isso não bastasse estou começando a enlouquecer. Passo a mão pelo cabelo levantando a cabeça, encaro o teto solar, sentindo o calor morno do sol em minha pele, azul... tudo é azul.

— Pode me contar ao menos seus planos, Major? — Provoco voltando minha atenção a ele.

— Major? — Sorri deixando escapar uma risada gostosa.

— Você não era major? — Me ajeito no banco sendo contagia por seu sorriso perfeito.

— Oh... sim. — Passa a mão pelo cabelo descendo para a nuca, parece nervoso.

— Não tem planos para essas férias maravilhosas? — Insisto sorrindo, voltando meu olhar à estrada deserta.

Não importava realmente quais eram os planos, pois eles poderiam mudar, mas ainda assim quero me preparar para o que for, tudo que espero é que tenha ar condicionado e não seja no meio do nada.

— Reencontra velhos amigos... inimigos. — Gira o volante manobrando, entramos na faixa principal em direção a uma cidade.

Rapidamente Jasper fecha os vidros escuros do carro, até mesmo o teto solar, novamente ele é obrigado a sentir meu cheiro tentador, diminuindo a velocidade adentramos a cidade sendo recebidos por uma placa de boas vindas.

— Inimigos? — Gaguejo curiosa, férias não deveriam ser divertidas? Pelo visto não.

— Vou pedir ajuda para Maria. — Bufa soltando o ar — Depois que eu abandonei meu posto as coisas continuaram amigáveis entre eu e ela, mas nem todos levaram numa boa.

— Maria e você... — Não consigo me impedir de falar, antes que eu possa remendar recebo um sorriso divertido dele.

— Não temos nada além de uma bela amizade, quase como irmãos. — Passa a língua pelos dentes, sorrindo demais.

Meu peito aperta, estou desconfortável com isso, estranhamente essa história me parece amarga, mordo o lábio focando na janela, observando a cidade passar, ouço a risada suave de Jasper, não sei do que ele está achando graça.

— Então vamos ficar no território dela? — Resmungo pegando meu copo de suco de volta, tomo um gole me recusando a olhar para ele, está me levando a um ninho de vampiros não vegetarianos, isso é loucura.

— Por um tempo, você vai gostar. — Sua voz é quente, aveludada contra meu mau humor repentino.

— Duvido muito, estou de tpm se você não se esqueceu. — Mordo o lábio contendo uma careta, eles vão pular em minha como em um banquete.

— Como eu poderia esquecer esse detalhe? — Sorri maliciosamente passando a língua pelos dentes.

— Hmmm. — Resmungo engolindo o nervosismo.

Cruzo as pernas tentando não pensar no que aconteceu, como ele era descarado, se aproveitou de minha lerdeza para saborear meu gosto, ingenuamente pensei que ia pegar só o sangue que escorria de minha perna... Bufo em um resmungo, é difícil ser tão tentadora, nem mesmo Edward foi tão longe, quem ele pensa que é para simplesmente achar que pode fazer o que bem entende? Não vou ser a substituta da Alice.

— Maria é legal... você pode gostar dela depois que a conhece. — Jasper tropeça nas palavras nervoso, provavelmente sentindo minha raiva.

— Imagino... — Engulo mais um gole de suco, Maria aqui, Maria ali... nossa como ela é legal, ranjo os dentes com o pensamento.

— Posso te pedir um favor, Bella? — Sinto meu nome quente em sua boca.

— O que? — Ergo a cabeça focando no óculos de sol que usa.

— Não pode falar nada sobre os Cullen. — Arrasta a voz, seu sorriso sumindo — Não mencione seu amor por meu irmão.

— Por que? Não entendi. — Abaixo a voz sentindo o clima no carro ficando mais pesado.

— Maria não gosta dos clãs vegetarianos, ela não vai ajudar se estivermos com eles. — Explica sério — Então nada de suspirar por aí de saudades.

— Mas... — Eu não consigo controlar meus sonhos...

— Aqui entrar as mentiras. — Jasper troca a marcha parando na sinaleira — Eu abandonei o clã Cullen porque os acho patéticos, você é minha companheira e está sendo perseguida por rastreadores por causa de uma disputa, resumidamente deixei o clã Cullen porque achei você...

— Companheira... — Gaguejo nervosa, estranhamente essa palavra parece tão certa.

— Você é meu tchan, Bella. — Jasper sorri nervoso — E minha noiva, pode fingir não pode?

— Posso, claro que posso! — Mordo o lábio sentindo meu rosto esquentar — Então para Maria eu sou sua noiva, estamos fugindo de rastreadores e vamos passar quantos dias?

— O quanto necessário. — Responde frio.

— Não é perigoso?

— Não, Maria não vai investigar muito, simplesmente abandonei o Clã Cullen porque eu só estava lá por Alice agora que ela me deixou não me resta nada lá... — Sorri melancólico.

Aquilo era verdade, Jasper estava misturando mentiras com verdades, isso é tão difícil de engolir, mas confesso que faz sentido, se Maria investigar tudo vai bater.

— Então você é meu tchan. — Declaro interpretando meu papel — Tenho que fingir estar apaixonada também?

— Noivos estão apaixonados, Bella. — Suspira de mau humor.

— Não daria pra fingir que somos parentes distantes? — Sorri quadrada, acho que não vou conseguir fingir estar apaixonada... só de pensar já fico desconfortável.

— Não. — Seu tom é frio, quase como um corte.

Sinto borboletas brincando em minha barriga, tchan, seria tão mais fácil se ele fosse meu companheiro de verdade, mas o que estou pensando... Por que uma garota pateticamente humana e comum seria o par de alguém tão gostos... que dizer lind... tão maravilh... encantador? Isso é muito improvável, quais seriam as chances de acontecer isso logo quando Edward e Alice são o tchan um do outro.

— O tchan pode acontecer entre humanos e vampiros? — Não consigo esconder minha curiosidade.

— É possível, mas irritantemente o vampiro sente intensamente, enquanto a humana só uma pequena porção. — Sorri apertando o volante.

— Isso é complicado, mas que humana conseguiria resistir? — Afinal vocês são perfeitos.

— Hmmm. — Resmunga afundando em mau humor.

Estou começando a achar que ele pegou minha tpm. 

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Notas:

Gostaram? Teorias?

Capítulo não revisado, qualquer erro me falem amores!

Deixem aquela estrelinha de voto! Pois isso me motiva muito S2

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