⇢ ˳;; ❝ SPY X FAMILY ᵕ̈ ∗: Cannon

⇢ CONSIDERAÇÕES ࿐ྂ Seria uma história em paralelo ao original, como "famílias amigas".

Arian Karmichael (OC), recebe sua primeira missão como agente secreto, ele atua num segundo plano caso Loyd falhe. Seu alvo é a filha de um grande aliado ao governo (leitora).

Prólogo

Cristais em forma de gota caiam do teto numa cascata luxuosa. No ambiente com paredes cor de creme criava uma atmosfera quase mágica. Longas bancadas de vidro com poltronas altas estavam cuidadosamente dispostas, dessa maneira mulheres poderiam entrar e passar horas observando as joias expostas ali.

Reclamando sobre suas vidas, se gabando de seus filhos, falando os problemas de seus maridos e fornecendo todo tipo de informação necessária sem sequer perceber. Era por nesse motivo que a joalheria Brace era uma das favoritas da WISE, num bom trocadilho diria ser um de seus diamantes de informação.

O sino da porta de entrada tocou, revelando uma figura esguia com olhos estreitos e longos cabelos avermelhados caindo em ondas até o meio de suas costas. O chapéu de aba larga era elegante e a cor escura combinava com a de suas vestes, ela se aproximou de um colar com uma bonita pedra esmeralda com interesse.

— Posso ajudar senhorita? — uma das atendentes de perguntou com um sorriso gentil.

— Sim, será que eu poderia ver mais joias como essa?

Um breve cumprimento em respeito e a funcionária continuou — Claro, por favor me siga.

Ambas seguiram para o fundo do salão inicial da loja passando por grossas cortinas claras, a funcionária indicou uma porta parcialmente escondida por qual não hesitou em passar.

Do lado de dentro a iluminação era baixa, diversos monitores faziam a segurança na loja e equipamentos de última geração registravam as conversas ditas. Atrás da mesa central viu uma silhueta escura que se virou assim que chegou ao centro.

— Para você vir me ver algo sério está acontecendo Comandante.

A mulher encarou a agente da WISE com seus olhos esmeraldas quase emitindo um brilho próprio a visitante sem esperar um convite se sentou na confortável poltrona em sua frente.

— Situações extremas pedem ações ainda mais — cruzou as pernas jogando os cabelos para o lado — Para uma agente de campo aposentada você está ótima Callia, como esses anos tem te tratado?

— Bem, ficar na loja não é tão emocionante, mas já não posso me dar ao luxo de perseguir inimigos de estados carregando bombas. — respondeu — Mesmo que muitas das falas ditas aqui possam ser consideradas tão perigosas quanto.

— Sobre isso não duvido — um longo suspiro foi ouvido — Sei que deixou clara suas intenções de se afastar das missões, mas não viria até você se não fosse meu último recurso.

Callia cruzou as mãos em cima da mesa — Estou ouvindo, mas não prometo uma resposta positiva.

Pelos próximos minutos, Comandante explicou a ex-espiã - sem muitos detalhes - a operação Strix e como seu melhor agente Twilight estava lidando com a situação. Embora ele nunca tenha falhado em suas missões dessa vez como envolvia toda uma nação e uma guerra, a agência simplesmente não poderia deixar de ter um segundo plano em andamento. No caso de um eminente conflito entre Westalia e Ostania precisariam estar preparados e isso significava juntar todas as informações que conseguissem.

— Se Twilight está cuidando disso não vejo porque me envolver.

— Não irá interferir na missão dele, mas sim atuará como um suporte enquanto faz seu próprio trabalho. Muitos dos apoiadores de Donovan tem filhos mais velhos matriculados na Eden, mas suas posições durante um possível conflito não está claro. Se conseguirmos a informação de quais deles poderiam se opor podemos usar a nosso favor.

Callia respirou fundo se encostando na cadeira — Estou vendo por onde está indo, mas ele não se envolveu em missões sérias desse jeito. Não sei se me sinto confortável.

Comandante resmungou — É seu filho não é? Tenho certeza que vai se sair bem, podemos arrumar a história sem problemas.

A mulher bateu a mão na mesa nervosamente — Não é como se eu tivesse escolha não é? Apenas me dê um dia para falar com Mace, e Arian.

— Entraremos em contato — a ruiva se levantou com um aceno deixando a outra para trás com seus próprios pensamentos. — Espero trabalhar diretamente com você novamente Callia, foi uma das minhas melhores.

Ela tinha certo jeito com as palavras, a mulher observou ela desaparecendo pelas câmeras e em seguida olhou para o retrato na sua própria mesa. Disposto numa moldura simples de cor preta havia uma foto de sua família.

Gravado numa medalha dourada havia os escritos "Karmichael's", que era o sobrenome de seu marido. Mace Karmichael, vestia um terno azul-escuro na fotografia — um que valorizava seus traços elegantes e ombros largos — os cabelos escuros estavam para trás num topete arrumado e no rosto havia um óculos de armadura redonda que lhe dava um ar gentil e inteligente.

Ela mesma estava sentada numa cadeira com bonito vestido azul-claro, destacado pelo corte da vestimenta tinha uma bonita joia adornando seu pescoço e colo. Os cabelos escuros caiam de um penteado pelos ombros. Do outro lado havia um jovem, a perfeita mistura dos dois. Arian herdara seus olhos verdes, mas a aparência naturalmente elegante viera do pai. Mesmo com seus recém dezessete anos feitos já estava tão alto quanto Mace.

Poderia se passar por mais uma família de elite, mas todos ali tinham uma história com organizações de inteligência. Mace foi sua própria missão, deveria ter o matado, o médico estava envolvido com os segredos do país trabalhando no submundo para manter os criminosos vivos. Mal sabia ela que ele mesmo já tinha seus desejos de encontrar uma saída e exercer sua profissão legalmente. Dizia ele que ela fora sua salvação ao mesmo tempo que sua ruína, já que entregou seu coração sem nem pensar duas vezes, assim como sua vida.

Ele já usava um nome falso, abandonar tudo e começar de novo foi provavelmente mais fácil do que esperado. Com a proteção da WISE, se tornou ainda mais vantajoso o ter trabalhando para Westalia.

Depois do casamento ela fez seu pedido de se retirar do campo, então acabou migrando para uma equipe especializada em galgar informações. Sendo uma família, era mais fácil de se infiltrar em certos círculos sociais. Também por conta de seu passado Arian não poderia apenas ser um jovem comum, precisava aprender a se proteger manter segredos manejar os negócios da família. Ele ajudou em algumas ocasiões, mas ser o principal a deixava preocupada enquanto orgulhosa.

Eram sentimentos conflitantes, nem mesmo sabia se ele gostaria de continuar nesse caminho ou não.

Resolveu finalizar o dia e trancar a sua sala. Deixou avisado para que as meninas do balcão fechassem a loja e passassem o alarme antes de irem embora. Agradeceu pelo trabalho e ela mesma partiu.

Andou até o estacionamento próximo a fim de pegar seu veículo e em seguida dirigir pelas ruas tranquilas banhadas pelo sol de fim de tarde. Em pouco tempo as ruas se tornariam mais caóticas e barulhentas.

Mace estava de plantão então apenas chegaria em casa tarde da noite, seria ela e Arian por algumas horas. Tempo o suficiente para perguntar ao filho o que ele queria.

Sua casa não era exatamente no centro da cidade, mas também não era afastada. Era um bairro tranquilo com grandes casas de descanso, mansões que geralmente eram mais usadas aos fins de semana. Os portões de ferro escuro se abriram e logo estacionou o carro na entrada.

O jardim estava vistoso como sempre, subiu os poucos degraus da frente rapidamente abrindo a porta de madeira vermelha logo em seguida. No hall de entrada reparou no espelho levemente virado, ignorando e seguindo para dentro.

No momento que passou pelas escadas, sofreu um ataque. Do alto mirado exatamente naquela posição, sorriu sabendo estar certa pela mudança do espelho na entrada. Arian queria ver quando chegasse, desviou com certa destreza da investida do filho e quando ele se virou para tentar lhe desferir um soco o segurou pelo punho o imobilizando em seguida.

— Ai — reclamou — Como sabia que eu estava esperando?

— Foi o espelho, seu pai arruma ele todo dia de manhã — riu e beijou seu rosto antes de o soltar — Mas foi uma boa tentativa.

Arian fez um bico girando o ombro — Não o suficiente pra ganhar de você.

— Continue treinando querido — respondeu caminhando para a sala de estar e colocando sua bolsa e casacos numa poltrona, levantou os braços no alto se alongando e voltou-se para o filho — O que quer para o jantar?

O jovem deu de ombros — Tanto faz.

Callia balançou a cabeça e o guiou em direção a cozinha — Então me ajude a fazer esse tanto faz.

A mulher puxou as mangas da blusa pegando alguns ingredientes na geladeira e iniciando o preparo. Arian ficara encarregado dos cortes, a faca em sua mão deslisava praticamente sem som realizando cortes precisos e iguais.

— Como está a escola?

O rapaz encarou a mãe por um segundo, ela estava de costas então não pode avaliar sua feição. Contudo, o movimento de mudança de peso de perna indicou que ela estava no mínimo nervosa.

— Normal eu suponho — respondeu ainda prestando atenção na mais velha — Terminamos a semana de provas.

— Arian, já chegou a pensar alguma vez o que quer do seu futuro?

— Hã? — não conseguiu conter a sua surpresa pela pergunta. Sua mãe se virou logo em seguida cruzando os braços e o fitando e com olhos sérios.

Claro que ele já havia pensado no futuro que lhe aguardava, ser um agente, assim como seus pais. Evitar uma guerra, prevenir que pessoas morram desnecessariamente e principalmente sofram pelos desejos egoístas de um governante incompetente.

— Mãe, eu treino para ser um agente.

— Eu sei, só queria confirmar. — Callia riu fraco — Parabéns, acabou de ganhar a sua primeira missão.

<font> Teste </font>