Projeto - Jotaro Kujo x Leitora

Prévio a parte 4, pós parte 3 



Prólogo


No dia 5 de Julho de 1998, o navio Saint Lucca Normandie, da fundação Speedwagon pediu permissão para zarpar do Cabo de San Luca na extremidade sul da península de Baja Califórnia no México com destino a ilha de Socorro, uma das quatro que compunham o arquipélago de Revillagigedo. Com um mar calmo e brisa suave, o Normandie avançava ao seu destino com uma velocidade considerável cortando aquele mar cintilante de maneira perfeita.

Às 10h17 da manhã o sol já estava intenso e o calor já bastante excessivo, haviam poucas nuvens no céu, mas nenhuma relevante o suficiente para prover alguma sombra.

O capitão Reyes dirigiu-se à tripulação com entorno de 15 tripulantes anunciando que chegariam à Ilha Socorro em cerca de trinta minutos, que deveriam se preparar para desembarcar os suprimentos rápidos a fim de voltarem antes da tempestade. Alguns instantes mais tarde ele mesmo se dirigiu a uma cabine separada a fim de entregar o mesmo recado para o único passageiro.

Sentado no canto com um boné de tom escuro fazendo sombra sobre seu rosto havia um homem, as pernas cruzadas ao lado de uma única mala de viagem, com algo que parecia um livro aberto com apenas umas das mãos. Claro que a viagem era para levar suprimentos aos pesquisadores, mas ainda mais importante transportar com segurança Jotaro Kujo.

Antes mesmo que Reyes abrisse a boca para falar ele mesmo interrompeu.

— Porque disse tempestades? Mal tem nuvens no céu.

— Por conta das altas temperaturas é comum tempestades no fim do dia Sr. Kujo. — respondeu o questionamento já assumindo que ele deveria ter ouvido a previsão de chegada. — Aportaremos em breve, a Ilha é pequena, mas creio que Guadalupe estará na base para te receber e guiar até as imediações.

Jotaro não respondeu, apenas deixou que o capitão retornasse aos seus afazeres, Guadalupe. Viu esse nome algumas vezes, tanto em documentos recentes quanto nas histórias de juventude do seu velho avô Joseph Joestar, aparentemente a fundação tinha um vínculo antigo com essa família.

Normandie continuou navegando até que a pequena mancha no horizonte se revelasse numa ilha, quando se aproximaram foi possível ver a cidadela que rompia a vegetação natural com casas de cor clara e telhados coloridos. Um ou outro prédio de dois andares, mas no geral eram apenas casas para turistas e pesquisadores.

O único local que a distância tinha algum destaque era um prédio no topo de um rochedo na parte leste da ilha. As pedras eram íngremes e a princípio pareciam impossíveis de escalar levando Jotaro a acreditar que o acesso devia ser por dentro da cidade, pegou a mala e acompanhou o capitão do navio para fora enquanto os marujos desciam as provisões.

No porto viu um homem parado andando de um lado para o outro, era alto, não tanto quanto ele, mas acima do comum. Tinha óculos no rosto, vestia uma camisa de estampa florida vermelha acompanhada de shorts cor caramelo, nos pés tinha chinelos de dedo marrons e segurava nos braços um jaleco de cor branco.

— Professor Sawyer — o capitão do navio cumprimentou — Achei que seria Guadalupe a nos encontrar no porto.

O homem chamado Sawyer levou as mãos à cabeça soltando um ganido — Realmente deveria ser, mas sumiu! Desapareceu, bastou piscar os olhos que tudo que encontrei foi o maldito jaleco!

— Capitão! Tem um corpo boiando na água próximo à praia!

— O quê? — Reyes correu até a borda se apoiando no parapeito, realmente era verdade havia um corpo boiando ali era possível ver apenas as costas — Rápido, joguem as boias!

Ele mesmo, o comandante do Saint Lucca Normandie, se lançou ao mar numa atitude heroica a fim de resgatar aquela alma. Aconteceu tudo tão rápido que Jotaro mal teve tempo de raciocinar escutou a água revoltas e as ondas quebrando na margem seguido dos gritos de uma mulher.

— Seu idiota! Porque não olha onde passa com essa banheira, mais um pouco teria espantado o grupo de Urobatis jamaicensis — a mulher esbravejou — Sabe o quão difícil é observar elas sem estarem enterradas na areia à espera de uma presa?

Houve um silêncio momentâneo antes de aparecer um par de cabeças subindo por uma escada lateral que Jotaro não percebeu. O capitão agora molhado da cabeça aos pés parecia se desculpar com uma mulher igualmente encharcada pela água do mar, as calças estavam dobradas até os joelhos e a camisa social clara ganhara uma transparência da qual ela parecia não se importar.

— Sawyer! — chamou o rapaz que se assustou — Me lembre de catalogar três indivíduos com tubérculos de baixa densidade na região médio dorsal entre 40 e 50 cm com um padrão de coloração reticulado verde-escuro com o lado ventral do disco acastanhado.

A mulher jogou os cabelos escuros para o lado torcendo o excesso de água antes de puxar um par de óculos de mergulho do pescoço e prender no topo da cabeça não parecendo reparar no homem gigantesco parado ao lado do seu colega de trabalho. Puxou o jaleco das mãos do rapaz o vestindo em seguida.

— Bom acredito que seja isso — concluiu e saiu andando ajustando as mangas — Vamos embora Sawyer, já fizemos nosso trabalho e precisamos instalar o Sr.Kujo apropriadamente não é?

Jotaro não havia se apresentado, e nem a mulher a ele.

— Como você sabe? — perguntou o capitão Reyes — Nem sequer deixou que eu os apresentasse.

Ela colocou a mão na testa de maneira teatral suspirando alto o suficiente para que eles ouvissem com clareza — Estamos esperando um visitante Reyes, diferente dos 15 marinheiros que sempre vem nas missões só tem uma pessoa nova entre nós.

Pela primeira vez Jotaro recebeu um olhar da mulher, olhos cor de obsidiana tão escuros que mal dava para separar a íris de pupila, mas mesmo assim pareciam cintilar com a luz do sol que refletiam neles.

— Sem contar que ele é a cara do velho Joseph — completou.

Jotaro não se lembrava do velho ter mencionado alguém como ela, tudo que havia comentado era sobre Guadalupe, a não ser que...

— Permita me apresentar — ela segurou o óculos com a mão direita mantendo a outra mão apoiada na cintura. No rosto abriu um sorriso largo e amistoso. — [Nome] Oceana Guadalupe, bem-vindo as Ilhas Revillagigedo.





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