Capítulo 09 | Apresse-se
Quando o avião pousou em Veneza, tudo já estava devidamente planejado e preparado. O carro de luxo que faria a viagem do aeroporto até o hotel cinco estrelas, já estava devidamente estacionado na porta de saída.
Os dois recém casados saíram do avião de mãos dadas, Louis estava com seus cabelos um pouco bagunçados, e Harry com a gravata já frouxa, ele foi o único dos dois que não quis por uma roupa confortável após a cerimônia.
Ambos com seus lábios inchados, mas abertos em sorrisos tímidos. Quando entraram enfim no carro, Louis ansioso questionou sobre o lugar, mas precisou apenas segurar sua ansiedade, quando seu marido apenas riu divertido.
Harry riu mais ainda quando chegaram no hotel e Louis descobriu que ficariam na cobertura. O garoto realmente não conseguia imaginar a dimensão do quão rico seu marido era.
Foram juntos no elevador, e quando entraram na cobertura, a expressão de Louis voltou a ficar espantada.
— Harry...
Sussurrou baixo ainda paralisado, e sentindo seus olhos um pouco molhados. Rosas e rosas brancas até onde a vista dele podia alcançar.
Harry era um criminoso, mas também um romântico. Aquela velha história de "ladrão que roubou meu coração".
— São pra você.– o mais velho sussurrou quando abraçou a cintura de Louis por trás com carinho.— Quero que lembre-se de hoje como o dia que te fiz minha mulher.
Louis suspirou, virou-se devagar para ele e o beijou com uma pressa e vontade absurdas. Nunca havia ganhado rosas antes de ninguém.
[...]
O garoto ainda estava ansioso, mas também nervoso. Pediu que Harry o desse alguns minutos antes, o que foi prontamente concedido, quando o mais velho apenas confirmou com a cabeça e foi até outro cômodo daquela imensa cobertura e se serviu uma dose de conhaque.
Harry também se sentia diferente, se sentia extremamente calmo, seu coração se sentia em paz como se estivesse fazendo a coisa certa.
Louis tinha seu babydoll na mala, estava depilado e tinha trago todos os perfumes que ganhou da sua sogra. Mas não conseguia ter coragem de tirar o moletom confortável que havia vestido após a cerimônia para o voo.
Se olhou naquele imenso espelho e suspirou, tentando criar coragem.
Acho que talvez, tenha demorado demais, pois Harry percebeu e voltou ao quarto. Observou sua esposa a frente do espelho e se aproximou devagar, se colocando por trás.
— Feche seus olhos.– pediu calmo depois de um último gole de conhaque, seu hálito batendo contra o pescoço de Louis, que se arrepiou.
O corpo de Louis parou de tremer na hora, e ele obedeceu. Seu sensorial era extremamente afiado.
Sentiu os dedos do cacheado começarem uma carícia em sua cintura por baixo do moletom. Logo beijos doces e molhados percorriam pelo seu pescoço e ele permitiu desgrudar seus lábios e gemer baixinho a cada contato gostoso que sentia.
Em poucos minutos, Harry se livrou daquele moletom de maneira gentil. E quando pediu que o menor abrisse seus olhos, o enxergasse nu, bem ali a frente do espelho.
— Você é lindo.– murmurou o cacheado encarando o reflexo e com as mãos na lateral do quadril de Louis. O garoto arfou, podia ver o desejo nos olhos verdes do marido.
Em todas as vezes que foi para a cama, Harry normalmente preferia que a companhia escolhida assumisse o controle. Seu maior prazer era ser dominado, mas havia algo naquele olhar virgem e inocente em Louis que o enlouquecia. As expressões, os gemidos, os pêlos arrepiados, tudo nele era arrepiante.
Devagar observou sua esposa se virar e com suas mãos pequenas, desabotoarem devagar os botões de sua camisa.
Acompanhou a reação do garoto com fervor. Especialmente quando as mesmas mãos foram parar em seu cinto.
Aquele olhar azul inocente ganhou uma intensidade excitante, e quando Louis levou os lábios até o peito tatuado de Harry e deixou um beijinho molhado, foi o fim. Ou melhor, o começo da sua primeira noite de amor.
Havia carinho, e Louis sentia o seu coração no chão. Era algo seguro, a maior beleza que ele poderia encontrar. Do jeito mais simples e bonito, sem entender bem o que vinha depois, Louis se livrou das calças de Harry o deixando como já estava, nu.
Louis deixou seu corpo escolher o caminho da sua vontade, e a vontade era ser tocado por Harry. Encarou os olhos verdes a sua frente e se sentiu corajoso.
Que viessem as surpresas, os atrasos, os abismos e intuições, tudo e mais um pouco.
— Beijo?– Harry sussurrou depois de percorrer com a ponta de seu nariz a bochecha esquerda do garoto. E sem nem mesmo esperar sua resposta, o beijou. Um beijo tranquilo que foi se encorpando o suficiente para caminharem durante ele, até a cama redonda e macia no centro do cômodo. Como se estivessem dançando valsa.
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As costas de Louis se encostaram no macio, e então ele sentiu o calor do corpo de Harry ser sustentado sobre o seu. Mesmo envolvidos naquele beijo, as mãos de Harry percorriam curiosas naquele corpo coberto de curvas.
Com delicadeza ele abriu as pernas de Louis e então partiram o beijo por busca de ar. Os olhos verdes tranquilos encontraram os azuis calorosos.
— Você confia em mim?– a voz do mais velho saiu num sussurro, observou Louis confirmar com a cabeça e então receber um beijo em sua testa pelos lábios de Harry.
Harry o preparou com calma e carinho, o tocou devagar com os dedos na intenção de lubrificá-lo o bastante para que ele não sentisse tanta dor. Não se preocupou nem mesmo um pouco consigo mesmo, já sentia prazer em apenas admirar as reações do garoto com cada toque seu.
Quando enfim o penetrou, Louis estava tão preparado e tranquilo que Harry teve total certeza de que o menor confiava nele de forma cega.
As testas coladas, os corpos começando a suar devagarinho, e as estocadas contínuas os fazendo gemer baixinho nos lábios um do outro.
— Ah... Harry...– Louis choramingou sentindo aquela sensação dolorida e gostosa entre suas pernas enquanto corria suas unhas pela pele das costas do seu marido. Em algum momento sentiu os olhos marejados, não conseguia explicar aquela sensação.
Já confortável o suficiente, Harry aumentou a intensidade das repetições, havia sintonia, havia submissão, e um pouco de amor.
Não foi nada agressivo como Louis no inicio imaginou, pelo contrário, se sentiu especial em cada toque do maior. Uma verdadeira noite de amor.
Mesmo depois de chegar ao seu limite pela primeira vez, Louis ainda continuou sentindo aquele prazer por mais algum tempo, até que Harry explodisse dentro de si, de forma quente e forte.
Ouviu seu marido arfar parando de se mexer, mas sentindo o peito dele batendo extremamente rápido. Dos seus lábios escapou um gemido sôfrego, e ele pensou em... Cora.
Puta que pariu, Harry!
Como todo fim de sexo, os corpos se envolveram em um abraço acolhedor. Enquanto Louis cochilava cansado e com uma expressão leve, Harry permanecia de olhos abertos encarando aquele teto branco sem vida, da cobertura em que estavam juntos.
Seu coração estava pequeno e aquele vazio no peito o incomodava. Aquela havia sido a melhor noite de amor que tinha tido desde os 17 anos. Desde Cora.
Se torturou por horas se lembrando de como tudo parecia fácil quando a tinha nos braços assim como tinha Louis agora. Mas diferente de antes, ainda se sentia perdido, como se ainda faltasse algo.
Era como se o chão precisasse tremer. Que coisa mais boba!
Seus olhos chegaram a marejar e ele não conseguia entender o porquê aquilo ainda o fazia ser tão frágil. Mas a verdade é que, não conseguiu tirar pra fora toda aquela mágoa que existia dentro de si todos estes anos.
Ficou ali até perceber que a noite já estava começando a clarear. Mesmo assim não se sentia melhor, e diante dessa adversidade, só tinha realmente uma forma de escape.
Sentiu a necessidade de tomar um longo banho frio. Harry sempre dormia mais tranquilo após um banho frio, era como se pudesse apagar a mente por alguns minutos e enfim descansar.
Convencido de que era disso que precisava, com bastante delicadeza colocou o garoto que dormia em seu peito, na cama, tomando o cuidado de cobrí-lo. Em seguida caminhou até o banheiro.
Em poucos segundos sentiu a água cair sobre sua cabeça, e assim soltou um suspiro aliviado.
Desejou não pensar mais em Cora. Mas quando fechou seus olhos, uma lembrança o espremeu o coração.
Londres, Inglaterra
15 anos antes
— Dolcezza!
A mulher ruiva exclamou se acabando de rir de forma melódica, enquanto sentia seu doce garoto de olhos verdes a segurar nos ombros.
Havia acabo de contá-lo que estava esperando um filho. O desejo de Harry sempre foi montar uma família, uma família tão grande quanto a que nasceu.
— Oh, bebê! Faz de mim o homem mais feliz do mundo... Eu te amo.
Harry murmurou a enchendo de beijos quando voltou a colocá-la na cama. Se sentia sortudo.
Cora havia mostrado a Harry que o amor era fácil, ele jamais havia visto a paz tão de perto. Sentiu a mulher rodar os braços em torno de seu pescoço e com sagacidade, encostar os lábios em seu ouvido.
— O amo, Vita Mia...
Oh como Harry se sentia corajoso. Amava. A amava. Harry queria estar com Cora, e nada mais.
Londres, Inglaterra
Tempos atuais
Horas atrás, Harry havia subido naquele altar e feito uma promessa a sua esposa. Era um homem de palavra e por isso se sentia agoniado. Como poderia ter entregado seu coração a Louis, quando ele já pertencia a Cora?
Queria transar e pensar na sua esposa e no quanto ela era perfeita. Tudo tinha sido bom, até enfim gozar e ser emanado naquela sensação de prazer. Mas foi fechar seus olhos que se lembrou daqueles cabelos ruivos sedosos jogados pelo travesseiro, e aquele olhar oblíquo de cigana.
Harry se sentiu ainda pior quando percebeu que enquanto se lembrava daquilo, já estava tocando a si mesmo. Sentiu-se chegar o ápice com certa raiva e ignorância.
Desligou o chuveiro e encostou sua testa no azulejo, ainda ali dentro. Era definitivamente o pior homem da face da terra.
Estava tão atordoado que não percebeu que no outro cômodo, Louis havia despertado.
O garoto tocou o outro lado da cama e sentiu uma falta absurda do corpo quente do marido. Não quis admitir, mas simplesmente se sentia um pequeno veado desprotegido em meio ao bosque. Irônico!
Levantou-se da cama já sentindo suas pernas bambas, e aquela dorzinha não tão gostosa entre as pernas. Franziu a testa com a sensação e foi caminhando de forma lenta até a porta aberta do banheiro, a luz estava apagada, mas se lembrava que aquela porta estava fechada antes de dormir.
Quando chegou até a porta do banheiro, observou as costas nuas de Harry. A testa encostada no azulejo como se estivesse exausto.
— H-harry?
Louis chamou com a voz tão baixa que Harry ao menos se assustou. Mas não respondeu, não se virou e nem mesmo abriu os olhos. Era como se quisesse continuar ali sozinho.
E ele realmente queria, estava com tanta raiva de si mesmo, que naquele momento sabia que qualquer coisa que falasse, seria grosseiro. E céus, ele não gostaria de ser grosseiro com sua esposa depois de tê-la tocado com carinho.
Louis não conseguiu entender aquele aviso. Bem, quem poderia julgá-lo? Harry havia sido tão gentil, carinhoso e romântico. Não poderia ter simplesmente mudado de uma hora para outra.
O coração de Louis se apertou quando se lembrou das ameaças, do ódio que Harry sentia antes de subirem ao altar. Se lembrou das cartas, se lembrou de Cora.
Suspirou sentindo sua garganta fechada e em seguida pousou sua mão nas costas dele. Sua pele estava bem gelada e ainda úmida, mas o chuveiro já havia sido desligado.
Harry contraiu as costas instantaneamente e de sua boca saiu um ruído.
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