Capítulo 08 | Surpresa
— Harry... Está tudo bem?– Louis perguntou de forma doce, acariciando o rosto do homem quando percebeu que a expressão dele mudou de repente.— Eu... Bem, entendo que pode ser um pouco caro, nem precisamos viajar se não quiser.
Ouvir a voz de Louis, fez Harry voltar a realidade e então encarou seus olhos azuis por um tempo, logo depois suspirou e levou uma das mãos aos cabelos de Louis.
— Podemos ir onde você quiser. Não se preocupe com dinheiro, você se casou com um bilionário, se isso o conforta.– sussurrou e sorriu de forma ladina tentando se distrair de suas lembranças obscuras.
Louis sorriu enquanto o ouvia, agora ele abraçava o pescoço de Harry.
— Oh, isso me deixa bastante confortável. Sabe, o meu pai estava devendo tanto dinheiro que eu precisei me casar para quitar sua dívida.– brincou.
Harry soltou uma leve risada e então inclinou o rosto para mais perto do garoto e deu uma cheirada em seu pescoço.
— Está me deixando ansioso...– Louis sussurrou já começando a ficar arrepiado com os cheiros do cacheado em sua pele.— Eu vou vestir algo especial essa noite pra você.
— Algo especial?
A voz de Harry saiu mais grave e ele parou o que estava fazendo apenas para encarar o rosto da sua esposa. Mordeu levemente seu próprio lábio apenas por imaginar o que seria. Especialmente quando se lembrou daquela camisola azul clara que Louis usou uma vez.
— É...Surpresa.– sorriu de lado enquanto olhava nos olhos de seu marido, Louis estava se esforçando para não se envergonhar, tentava se concentrar nos bons beijos que tiveram em seu quarto sempre que Harry o ia visitar.— Estou ansioso para que possamos.... Fazer.
Harry se sentiu sortudo por saber que seria o primeiro homem a tocá-la. Faria daquele momento o momento mais especial para Louis.
— Eu também estou...– murmurou torando uma das mechas de cabelo do garoto e deixando atrás de sua orelha.— Prometo que durante essa noite serei cuidadoso... Mas, quero que saiba que irei te preparar para fazermos do jeito que eu gosto.
Olhou no fundo daqueles olhos azuis, e sentiu o suspiro forte bater contra seu rosto, Louis havia ficado mexido com suas palavras.
A verdade era que Harry adorava uma boa noite de sexo. Fazer amor, só havia feito ao lado de Cora, mas depois dela, a luxúria e o prazer do sadomasoquismo o encantava, e o deixava duro feito pedra. Podia admitir que adorava boas palmadas na cara.
Louis fechou seus olhos quando sentiu os dedos do maior acariciarem sua coxa por cima do tecido do vestido, estava se sentindo quente.
— Está bem, podemos fazer como você quiser depois... Mas a sua mãe me explicou algumas coisas e eu quero mesmo que essa noite seja prazerosa, mas também gostaria que fosse calma.
O garoto ainda tinha receio, pois sabia que seria doloroso.
— Você só precisará confiar em mim...– Harry murmurou segurando o queixo de Louis e o obrigando a voltar a encarar seus olhos.
— Eu confio.
Sem ao menos pensar, Louis murmurou baixo, totalmente sincero e genuíno. O garoto realmente confiava em Harry, precisava confiar porque agora não tinha outra opção.
Tomado pela certeza das palavras do garoto, o maior inclinou-se levemente e deixou um último beijo nele, antes de ambos voltarem a festa e aproveitarem os poucos minutos antes de precisarem ir.
[...]
A ida até o aeroporto foi um tanto... Gostosa. Depois que Gemma havia levado Louis para dançar e apresentado alguns drinks para o garoto no bar, ele se encontrava pegando fogo, mais do que antes.
Foram os 30 minutos mais gostosos que Harry já teve dentro da sua limousine, se beijaram tanto que sentia seus lábios inchados.
Já durante o voo, o garoto apagou. Deitados naqueles bancos confortáveis da primeira classe, Louis apenas se aconchegou no marido e se permitiu descansar, eram poucas duas horas a Veneza.
Enquanto Louis descansava, a cabeça de Harry estava a mil, e lembranças o assolavam. Veneza, a cidade do amor... Não parecia tão fácil pisar no último lugar que gostaria de estar.
Acabou involuntariamente levando sua mão até a chave que deveria estar pendurada em seu pescoço, mas sentiu um aperto no peito quando não a encontrou ali. Havia se desfeito dela.
Precisava esquecer aquela mulher, precisava ser um bom marido a sua nova mulher, assim como prometeu ao pai e a prometeu no altar.
A primeira hora passou voando. Eu precisava de um trocadilho, não me culpem.
Louis finalmente acordou devagar e permaneceu aconchegado ao peito de Harry. Mas sorriu quando seu homem o beijou a testa.
— Eu nunca pensei que estaria em um desses antes... Isso tudo ainda é tão estranho, não sei se posso acreditar.– comentou realmente incrédulo, jamais havia pisado em um avião antes e talvez jamais pisaria se aquilo tudo não estivesse acontecendo. Sabia que nada daquilo foi de sua vontade, mas não podia reclamar, não daquele cenário.
Louis estava tentando encarar uma realidade totalmente diferente da que tinha antes. Um marido gostoso, rico e que agora faria de sua vida, uma vida luxuosa. Mas bem, a que preço?
— Harry... Por favor, pode me contar o porquê tem tanto dinheiro?– perguntou de repente, mesmo que soubesse o tamanho criminoso que aquele homem era, precisava ouvir de sua boca.— Eu sei que tem muito dinheiro, que faz empréstimos para pobres homens que não podem pagar.... Mas e o que mais?
O homem apenas suspirou, se arrumou melhor no banco e deu um gole nos dois dedos de uísque que uma das comissárias de bordo havia servido a quase meia hora atrás.
Coçou levemente a garganta.
— Digamos que a minha família é poderosa. Não emprestamos dinheiro, querida... Nossa moeda de troca são drogas.– falou simples e direto voltando a olhar os olhos do menor, e em seguida apontou com a cabeça dois pares de homens sentados em assentos estratégicos perto deles.— Sou tão poderoso e rico, que vai ser comum nos ver rodeados de seguranças.
Quando Louis ouviu aquilo tudo, sua expressão foi mudando aos poucos, ele não gostava de pensar que seu pai havia se envolvido com aquelas coisas.
— Meu pai... Bem, ele está limpo, já tem um bom tempo.... Ele sempre foi um ótimo pai, só se envolveu com coisas erradas porque não suportou a perda da minha mãe. Era o amor da vida dele.– começou sem conseguir olhar para Harry.— Por favor, não quero que dê mais nada a ele. Faça por mim, já que agora sou sua esposa, gostaria que o meu pai ficasse longe de todas essas coisas.
Suplicou sentindo suas mãos suadas. Jamais queria ver seu pai em apuros e esperava que tivesse garantido a segurança dele com aquele casamento. Harry precisava ser um homem de palavra.
— Claro, farei. Se for uma boa esposa, a melhor de todas elas...– o maior murmurou baixo, deixando uma cheirada no pescoço de Louis.
— Eu sei que começamos com o pé esquerdo, sei que não somos apaixonados um pelo outro e que você ficou com raiva pelo o que eu fiz para conseguir esse casamento... Mas espero que entenda os meus motivos.
O garoto murmurou, mesmo tendo dúvidas sobre seus sentimentos, ele com certeza não o amava, estava delirando aquela noite.
— Mas já que estamos casados, eu não pretendo ser uma má esposa para você, muito pelo contrário. Quero ser uma boa esposa como você deseja, para que você consiga ser bom pra mim também. Por mais que não quiséssemos esse casamento, infelizmente ele aconteceu e precisamos aprender a lidar. Eu só não quero que me machuque ou machuque o meu pai, então eu prometo agir como você quiser.– Louis foi sincero acariciando devagar a mão de Harry, precisavam mesmo conversar.
Harry suspirou, não esperava aquela sinceridade.
— Você é bonito, eu gostei dos seus beijos e sei que não vai ser ruim dividir uma cama ao seu lado... Então eu apenas vou fingir que queria esse casamento para que tudo acabe bem.
Harry acabou deixando escapar um sorriso um tanto presunçoso. Ele era mesmo muito bonito.
— Apenas quero ficar distante de toda a agressividade e coisas ilegais que vocês fazem, será que enquanto estivermos sozinhos, podemos tentar agir como um casal normal se conhecendo e tendo uma viagem juntos?
Criou á coragem que lhe faltava e concluiu. Louis não estava mentindo, Harry havia o tratado bem nesses últimos dias antes da cerimônia de casamento e ele também pôde se aproximar mais de Zayn, seu irmão.
Louis percebeu que mesmo sendo homens fora da lei, eles podiam cuidar dele e serem boas companhias. Como Anne explicou, eram mesmo uma grande família e protegiam os seus. Todas aquelas palavras, apenas fez Harry respirar fundo e em seguida, acariciar a bochecha do menor.
— Se for uma boa esposa, serei um bom marido e isso basta.– repetiu o que tinha dito aproveitando para segurar o queixo da esposa.— Mas se voltar a agir como espertinha como fez... Precisarei te educar.
Encarou os olhos de Louis, sua voz havia saído num tom tão grave, que o garoto se arrepiou inteiro.
— Eu fiz aquilo porque você não iria aceitar se casar comigo, eu estava desesperado... Por favor, não me julgue!– pediu olhando aqueles olhos verdes tão próximos a ele.
Percebeu que Harry não sustentou o olhar em seus olhos e começou a encarar os seus lábios. Na mesma hora o garoto sorriu ladino.
— Mas você sabe que não iria conseguir uma esposa melhor do que eu.
Falou com tanta certeza, que podia jurar que o tom dos olhos de Harry haviam ficado mais intensos.
— Ah é, e por que?– o mais alto questionou com um sorrisinho nos lábios.
— Porque eu sou maravilhosa.
Louis realmente se sentia confortável e seguro o suficiente.
— Posso não ter experiências na cama, mas sou uma boa pessoa e maravilhosa em todos os outros sentidos. Inclusive, sou a pessoa mais bonita que você vai conhecer na sua vida.
Harry gostava da maneira confiante que Louis falava. Mas também gostava de testar seus limites.
— Será mesmo?– provocou.— Talvez eu pegue uma segunda esposa caso você nao seja tão maravilhosa assim...
Até onde Louis iria? Observou o garoto revirar seus olhos azuis, o que o fez rir.
— A sua mãe me falou sobre isso de segunda esposa.... Quer mesmo saber o que eu penso?– Louis questionou com muita paciência e portando um sorriso fraco e forçado.
Harry se sentia curioso, especialmente quando sentiu sua noiva correr a mão pelo seu corpo.
— Sinceramente, eu não me importo. Até prefiro que pegue uma agora, antes que a gente crie laços.
Um belo balde de água congelada. Aquilo desconcertou Harry na hora. Louis realmente não estava se importando, afinal ainda não tinham sentimentos amorosos um pelo outro e não era como se fossem os seus planos ficar perdidamente louco de amor por um mafioso, mesmo que estivessem casados.
Percebendo que havia desconcertado seu marginalzinho, Louis levou sua mão devagar até as calças dele, parando a mão em cima e com coragem, apertou devagar.
Harry gemeu.
— Mas eu posso te garantir, você pode ter até cinco esposas... Mas nenhuma delas vai ser tão bela quanto eu.
Harry fechou os olhos e pôde se lembrar das palavras de Zayn. Ardilosa, igual ele gostava. Quando abriu os olhos teve certeza de que aquela mulher ia levar ele as alturas num simples abrir de pernas.
Observou Louis se aproximar de seu rosto, enquanto ainda o mantinha preso ali em sua mão esquerda.
— Beijo?
Harry se sentiu suplicar quando Louis apenas raspou seus lábios. O maior sabia o que o menor queria.
— Por favor...– implorou completamente rendido, havia sido pego de surpresa pois não esperava aquela coragem do garoto.
Harry imaginou como seria quando usassem seus brinquedos. Aquilo o deixou duro igual pedra. Quando Louis percebeu, acabou rindo achando divertido o quanto podia desconcertá-lo.
— Bom garoto.– sussurrou de seus lábios finos observando seu marido. E então o beijou com muita vontade, também se sentia quente e estava ansioso para pousarem.
Talvez toda aquela agressividade toda não fosse tão ruim, se Harry usasse na cama.
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