Capítulo 03 | Virgem
[...]
— Querido! Mas essa é a sua noiva?
A voz de Anne saiu um tanto entusiasmada, sua expressão facial era de surpresa ao ver Louis entrar na sala em que estava com o filho, o rapaz era muito bonito e sinceramente, Anne estava esperando que fosse mesmo uma qualquer mulher da noite. Harry nunca de fato a tinha apresentado alguém, mas tinha conhecimento de como o filho aproveitava suas noites livres.
A mulher parou de olhar a paleta de cores que iria ser o terno de Harry, levantou-se da cadeira e se aproximou para abraçar Louis.
— Que ótimo! Me deixa com mais gosto ainda em organizar tudo...– sorriu.
E então Louis pôde descobrir da onde havia surgido aquelas covinhas tão características de Harry. Com um sorriso sincero nos lábios pelo tratamento da mulher, Louis só conseguia pensar em uma coisa. Anne parecia ser diferente, mesmo sendo a mãe do capeta.
— Obrigado.... Eu e o seu filho vamos nos dar muito bem.
Com Anne de costas para Harry durante o abraço dos dois, Louis conseguiu ver o exato momento da revirada de olhos que o cacheado havia dado.
— Vamos, vamos sim... Não medirei esforços para tratá-la da forma que ela merece, mamãe.– Harry murmurou claramente ameaçando Louis com o olhar.
O mais novo suspirou, estava completamente receoso. Poderia não morrer, mas o homem parecia furioso, que talvez poderia machucá-lo de outras formas.
Anne enfim se afastou do abraço e levou o rapaz até o filho, o sentando ao lado de Harry no sofá. A mulher começou a listar os detalhes da cerimônia que já havia escolhido. E para falar a verdade, quanto menos Louis fizesse algo, melhor para ele. O garoto não estava se importando com nada daquilo, ele ao menos queria se casar por motivos óbvios, apenas foi confirmando com a cabeça para fingir que ouvia.
Quando a mulher por um momento precisou solicitar algumas coisas a governanta do casarão, Harry se aproveitou para por o garoto em seu colo. Rodou suas mãos pela cintura dele e aproximou seus lábios da orelha do rapaz, para sussurrar baixinho.
— Depois que ela se recolher, eu vou querer terminar o que começamos.– falou direto, sentindo os pêlos da nuca de Louis se arrepiarem.
Preso nos braços de Harry, Louis permaneceu sentado em seu colo, mas manteve os olhos fechados enquanto pensava.
— Eu prefiro esperar para que possamos fazer depois do nosso casamento... Eu sou uma... Uma moça de respeito. E porquê tanta pressa? Eu já sou sua e vou continuar sendo, depois do casamento vai me ter o tempo todo, como e onde desejar...
Sussurrou sentindo seus lábios secos enquanto sentia os dedos da mão direita de Harry acariciarem sua cintura.
— O que você quer dizer? Que eu sou algum tipo de puritano? Moça de respeito...– Harry debochou e forçou o aperto na cintura do menor com mais vontade. — Você já é minha, e por ser minha, eu vou tocar em você que horas eu bem entender... Não foi isso que você quis, mentindo a frente do meu pai?
O garoto estremeceu, sem ao menos ter ideia do que dizer a Harry. Só torcia para que a mãe do maior voltasse logo. Mas bem, Anne não voltou e então Harry começou a acariciar o corpo de Louis devagar.
- É que eu... Eu...– o de olhos azuis tentou falar enquanto sentia os beijos molhados de Harry pelo seu pescoço e suas mãos pelo seu corpo, o homem parecia um predador faminto.
— Eu sou virgem!
Na mesma hora Harry parou abruptamente, sentindo seu sangue ferver, a mandíbula travar e seus punhos se fecharem.
— Mas será possível que da sua boca só sai mentiras?– Harry murmurou virando o menor em seu colo e o segurando pelo maxilar, encarando seus olhos de forma fria.— Eu devia te foder forte para machucar! Mas que... Que inferno!
Exclamou nervoso, sentindo seu pênis e saco doloridos, Louis era tão bonito, que Harry não precisava de muito para se excitar. Mas mesmo coberto pelo tesão, as regras da família o impediam de continuar. Afinal, não dava para violar uma moça virgem antes do casamento. Regras idiotas!
— Vá para o quarto, anda!
Quando Louis ouviu aquilo, sentiu um alívio imenso, se fosse um artifício já estaria estourando no céu. Rapidamente se levantou do colo de Harry e correu de volta na direção do quarto que tinha ficado antes.
O único problema era que ele não se lembrava exatamente do caminho, afinal o casarão era antigo e as portas eram idênticas. Na correria ao quarto, em passagem pelo primeiro corredor, acabou num baque se batendo ao peito de alguém.
E Louis só não foi de cara no chão porque Zayn o segurou em seus braços. Aqueles braços tatuados de adolescente rebelde...
O azul se encontrou no castanho e... E nada, achou o que?
— Olha por onde anda... Não deveria estar correndo por aqui.– Zayn murmurou baixo, lembrando-se que se tratava da noiva do irmão. O garoto envergonhado pelo que tinha acabo de acontecer, suspirou. Mas, ele ainda precisava chegar ao quarto certo.
— Me desculpe, todos os corredores desse lugar são iguais, eu não consigo encontrar o meu quarto... Será que você pode me levar até lá?
Louis perguntou suave ainda olhando o rosto de Zayn. Observou o homem pensar por quase três segundos inteiros e então o viu confirmar com a cabeça. Foram caminhando em silêncio, um ao lado do outro.
Louis segurou a curiosidade por poucos dois minutos e então parou de abrupto e voltou seu olhar aos olhos do mais alto.
— Como você se chama?– perguntou leve, mas sem receio algum, diferente do chefe, o rapaz não despertava nenhuma sensação de medo em Louis.
— Zayn.
Murmurou passando o seu olhar pelo garoto de forma involuntária. Então antes mesmo de Louis abrir a boca para dizer o seu nome, sentiu uma mão em seu ombro.
— Te encontrei, querida! Venha, precisamos acertar alguns poucos detalhes!– Anne murmurou sorrindo e voltou a caminhar, agora levando consigo o garoto, já voltando com o seu falatório sobre casamento, dando a brecha perfeita para Zayn voltar ao seu caminho de antes.
Anne acompanhou Louis até o seu quarto e quando ele pensou que ela iria o deixar descansar, a mulher entrou no quarto logo atrás para continuar falando sobre o maldito casamento. Sobre o vestido, as camisolas e tudo o que Louis iria usar na lua de mel.
— Agora que já acertamos tudo... Quero te contar sobre a nossa família, sua futura família... Tem algo que esteja interessada em saber?– Anne se sentou e cruzou as pernas, ela sempre foi uma mulher extremamente elegante.
— Tudo.
O menor suspirou enquanto a olhava, então pegou um de seus muitos travesseiros e pôs em seu próprio colo.
— Como isso tudo começou? Quem são vocês?
Louis perguntou logo, observando a mulher abrir um dos seus agradáveis sorrisos.
— Nossos decendentes sempre foram homens poderosos, bem, Cosa Nostra é realmente a melhor família que se pode pertencer...– começou calma.— Meu... Meu querido marido era o chefe, até, bem até perder a memória por conta da saúde, e por isso meu filho irá assumir os negócios. Harry, Liam e Zayn são irmãos... Mas apenas de pai, meu marido teve outras duas esposas.
Anne finalizou calmamente, falando até demais. Observando o quanto o garoto parecia interessado em tudo o que ela estava dizendo.
Louis não havia ficado muito surpreso sobre a questão da traição, existem muitos homens ruins que fazem isso e pelo visto aquela família estava claramente envolvida em coisas erradas á muitos anos.
— Eu sinto muito por você, Anne.... Por seu marido perder a memória e por ele ter a traído. Não imaginei que aqueles três fossem irmãos.– murmurou com um olhar acolhedor.
— Oh, querido... Não. Meu marido ao todo teve três esposas, eu sou a primeira.– explicou devagar.— Quanto mais esposas um homem possuir, maior amor se tem em casa... Tenho certeza que meu filho também terá mais uma para que você tenha companhia.
Quando Anne terminou de explicar, Louis a encarou com uma expressão de indiferença, não dava mesmo para acreditar.
— Então vocês não se casam por amor, nunca? Não consigo imaginar mais de uma esposa em uma relação onde existe o amor...
Murmurou ainda um pouco confuso, mas talvez, não seria algo tão ruim. Se Harry arrumasse logo uma segunda esposa, ele ficaria apenas com ela e o deixaria em paz.
— Amor se constrói, meu querido... Sei que meu filho é um pouco rude nos negócios, mas quando se tornar esposa, ele só poderá o tocar com amor, todos os homens de nossa família são assim.– Anne volta a murmurar.— Precisa aprender a ser uma boa esposa, gostaria de falar um pouco sobre as núpcias? Bem, meu filho contou-me que é virgem, não pude ficar mais feliz do que ja estou... Meu filho será seu primeiro homem.
Louis se sentia um completo ateu, não estava acreditando no que ela dizia sobre Harry o tocar com amor, o homem o odiava completamente e sim, aquele sentimento era recíproco. Afinal, não era como se Louis quisesse fazer amor com um marginal.
— Eu... Eu gostaria Anne, eu não sei como ser uma esposa.
Louis suspirou se sentindo impotente.
— Te ensinarei a ser uma esposa exemplar, meu filho vai amá-la como se fosse a única coisa na vida. Vai se tornar cuidadosa, comportada... Obediente... E habilidosa quando estiverem a sós no quarto que irão dividir.– a mulher riu fraco ao ver as bochechas rosadas de Louis.— Na noite de núpcias, ele vai esperar que vista algo especial... Irão se beijar muito... Tenho certeza que já fazem muito isso, mas... Ele vai beijá-la por inteiro.
O rapaz sentiu na mesma hora, a espinha de suas costas arrepiar, só de imaginar a cena daquele marginal beijando seu corpo, ele sabia que não iria conseguir fugir, então o que lhe restava era aceitar e quem sabe... Tentar aproveitar o momento.
— Ah.... A senhora pode me ajudar com o que eu irei vestir pra ele?– Louis pediu depois de alguns minutos lembrando de Harry. Poderia ser pior, não é?
Pelo menos ele era bonito e, aqueles braços musculosos, o cabelo até os ombros e...
— Claro, meu querido... Já pedi que Gemma comprasse algumas peças, vocês dois possuem praticamente o mesmo corpo, ela saberá escolher pra você.
Anne cortou seus pensamentos libidinosos e então Louis voltou a olha-la com maior atenção do que antes.
— Então depois de beijá-lo... Ele vai tirar sua camisola... Vai deixá-la nua.
A essa altura, as bochechas de Louis com toda certeza estavam vermelhas pelas coisas que a mulher estava dizendo. Mas Louis precisava saber. Afinal, sua pobre mãe infelizmente não pôde ensiná-lo nada antes de partir.
— Será que.... Vai doer?
Murmurou o garoto ainda tomado pela vergonha, mas a curiosidade era maior e o sufocava até o último resquício de ar.
— Bem, a primeira sempre dói... Por isso peça para que ele vá devagarzinho... Mas depois fica muito gostoso e você vai querer que ele te toque por todas as noites.
Falou calma enquanto dobrava o tecido que havia sobrado em suas mãos depois do encontro com q governanta.
— Mas saiba que ser esposa não é apenas isso, seja uma mulher de princípios, cuide dele. Logo depois que casarem meu filho vai virar o chefe oficialmente, e você será poderosa, todos irão respeitá-la.
Anne murmurou por fim e levou uma das mãos até as bochechas do garoto.
— Tenho certeza que vai orgulhar a sua mãe, e me dará muitos netos.– finalizou deixando Louis sem palavras, o garoto nem mesmo sabia que Anne sabia daquilo. Sentiu seus olhos marejarem com aquele olhar sensível.
Mas mesmo assim sabia que o sentimento que sua mãe poderia estar sentindo poderia ser qualquer coisa, menos orgulho.
— Obrigado Anne.... Tenho certeza que tudo dará certo e eu vou me esforçar para ser uma boa esposa para o seu filho.– sorriu ladino disfarçado as milhares de coisas que passavam por sua cabeça, ele estava ferrado para o resto da vida.
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