Cortina de Aço | Parte 36

Erik era inusitado na maioria das vezes. De vez em quando pegava-a de surpresa, cheirando-a ou beijando seu pescoço. Fazia isso em ocasiões inesperadas como no elevador lotado, por exemplo. As vezes na sala de reuniões, antes de todos entrarem ele a agarrava beijando-a e tentando abrir o zíper do vestido ou desabotoando sua blusa. Pegava-a no colo e sobre a mesa dizia que fariam amor, ali mesmo. Djey ficava desconcertada porque não daria tempo, mas ele fazia de propósito para coloca-la em má situação. Um dia enquanto ela tentava escapar, ele sentou numa cadeira com rodinhas e começou a balançar-se nela, a cadeira deslizou e ele virou com ela para trás. Como um gato tentou levantar-se rapidamente disfarçando seu constrangimento. Djey não conteve o riso e ele acabou caindo na gargalhada. Depois Erik a prensou num canto dando-lhe um beijo tão carinhoso que sentiu perder as forças por completo. Nesse momento foram interrompidos pela secretária, anunciando que todos aguardavam para entrar. Djey ficava constrangida e Erik se divertia.

Agora Erik estava eufórico tentando entrar no apartamento. Assim que entrou foi logo tirando as roupas andando nu pelo apartamento.

- Meu banho, você prometeu.

- Vou encher a banheira e enquanto isso se quiser beber algo, sinta-se a vontade. Aproveite e peça para alguém da copa trazer um espumante no gelo para nós.

Enquanto Erik fazia o que ela havia pedido, Djey terminou de preparar o banho. Quando trouxeram o espumante, buscou e levou para perto da banheira, Acendeu algumas velas aromatizantes que comprou para ocasiões especiais e colocou os sais. Depois foi ver onde Erik estava. Na geladeira pegou um pratinho com morangos e convidou para que ele viesse até o banheiro. Ele sorriu ao ver tudo preparado e entrou na água.

- Vai ficar aí parada?- ele perguntou- Poderia me servir um pouco de espumante?

Ela fez isso e quando tentou entregar a ele, Erik a puxou com roupa e tudo para dentro da banheira.

- Você fica ainda mais deliciosa com essa camisa transparente. Quero tudo que me prometeu, beijos, abraços e massagens.

Não demorou a ficar nua também. Fez tudo o que havia prometido e muito mais.

Os morangos e o espumante foram uma boa combinação. Erik como sempre a satisfez por completo e ela não deixou por menos. Depois que a primeira parte foi cumprida, era hora do jantar. O pessoal da copa subiu para preparar a mesa, as velas, a música ela mesma escolheu. Slave To Love, Bryan Ferry. Tudo estava perfeito.

Algo inesperado aconteceu, o telefone tocou de repente. A ligação era de um hospital. Mylena estava em estado grave, sofrera um ataque cardíaco. Erik desesperado correu para lá e Djey o acompanhou.

Ao chegarem receberam a triste notícia de que Mylena não havia resistido. Erik estava inconsolável, saiu sem ouvir o apelos de Djey. 

Bob estava mais contido, afinal precisava tomar conta das coisas.

- Sinto muito por Mylena.- Djey estava triste pela morte de uma pessoa que ela conhecera em tão pouco tempo e que se afeiçoou tão fortemente- Se eu puder fazer algo Bob?

- Obrigado minha querida! Estou um pouco preocupado com Erik. Mylena era sua segunda mãe.

- Eu sei, vou tentar ajuda-lo.- falou isso pensando pra onde ele teria ido.

O funeral ocorreu sem que Erik aparecesse. Bob se encarregou de tudo. A tristeza pela morte de Mylena se estendeu  e Djey agora chorava não só pela morte dela, mas também por Erik não ter aparecido.

Os dias que se passaram foram muito ruins. Erik não falava com ninguém, parecia se sentir culpado de alguma forma. Não a procurou em seu apartamento e ficou sabendo por Bob que ele havia viajado, mas Djey não sabia para onde.

Estava se sentindo desamparada, ele não atendia suas ligações. A imprensa não divulgava nada.

Semanas se passaram e Djey já não tinha mais lágrimas para derramar.

Passou alguns dias com seu pai, mas o medo de que se Erik ligasse ou a procurasse no apartamento, e ela não estivesse, fazia com que voltasse para a solidão.

Os dias foram passando e todos voltaram para suas funções normais, inclusive ela e Clark também. 

Sentia vontade de sair correndo. Entrava nos e-mails e nada de notícias. Deixava recados, mas sem respostas. 

Dois meses e Djey já não era mais a mesma pessoa. Cansada e abandonada, era assim que se sentia.

Abriu mais uma vez a caixa de e-mails na esperança de saber noticias de Erik. Ficou surpresa ao ver o nome dele. Quando abriu pode ler "Não sou covarde, simplesmente minha vida virou do avesso. Não estava preparado para ver vovó morrer, precisei me isolar de todos. Mas você para mim ainda é especial, tinha que pensar nisso também. Preciso de você! Tenho um número novo de celular só para você. Me liga por favor. Beijos te amo".

Não sabia o que fazer, tinha medo de mais decepções. O amava, mas precisava saber o que realmente ele queria.

Passou três dias e Djey não ligou. Decidiu mandar um novo e-mail. "Você é especial para mim também, mas você me deixa confusa. Pensei que confiasse em mim, estive aqui o tempo todo para apoia-lo. A morte de Mylena também me deixou muito triste. Sofri porque gostava muito dela, desde a primeira vez que a vi. Quando você partiu, foi como se perdesse de uma só vez, duas pessoas que amava muito. Continuo com o mesmo número de celular e se realmente quiser falar comigo é só me ligar. Beijos, amo muito você".

Os dias passavam e os rumores na empresa não paravam. Alguns comentavam que Erik não voltaria mais e que alguém da família assumiria o lugar dele. Djey já não aguentava mais aquela situação.

Entrou no apartamento e desabou num choro compulsivo. Jogou-se no sofá escondendo o rosto entre as mãos. Estava assim a algum tempo e não ouvia a campainha tocar insistente. Bateram com força na porta e chamaram seu nome. Era a voz de Bob.

- Já estou indo Bob.- enxugou o rosto vermelho e inchado de tanto chorar. Ficou surpresa ao abrir a porta.

- Erik?- era Erik e não Bob que estava ali, com o rosto mais magro, a barba por fazer, estava diferente.

- Posso entrar Djey?- sua voz estava embargada.

Afastou-se para deixa-lo entrar. Os dois ficaram ali parados, se olhando por um tempo, sem nada dizerem.

- Por favor Erik, sente-se.- convidou.

Sentaram-se e Erik a olhou com tristeza.

 Sentia vontade de bater nele, fazer com que explicasse porque havia ido embora deixando-a naquele luto infindável. As palavras que ele proferiu a seguir eram carregadas de tristeza.

- Não sou covarde Djey e não pense que não confio em você. Foi um choque vovó ter morrido, não aguentei saber disso, foi como se o chão sumisse debaixo dos meus pés.

Parou para esperar que Djey falasse algo, depois continuou.

- Preciso de você Djey. Não posso perder você como perdi vovó.

Erik parecia desesperado. Djey levantou e foi até ele ajoelhando-se em sua frente.

- Você tem noção do quanto me fez sofrer todos esses meses Erik?

- Eu sei Djey, mas por favor, me perdoa?- pediu ele demostrando nos olhos todo seu arrependimento.

Mesmo assim , Djey precisava por para fora o que estava sentindo.

- Não é questão de perdoar Erik. Eu só quero que você pense um pouco mais em mim, antes de sair por aí se isolando de todos. Você não está mais sozinho. Agora faço parte da sua vida, amo você mais que tudo e o quero perto de mim.

Erik parecia mais aliviado. Abraçou-a com força e Djey retribui da mesma forma.

- Estão falando na empresa que você pretende se afastar. Isso é verdade?

- São só boatos. As pessoas só sabem especular. Aquela empresa era a vida da minha avó e não vou joga-la fora, jamais.

- Que bom que pensa assim. Quando pretende assumir novamente o controle?

- Depois que voltarmos de lua de mel.

Djey ficou surpresa ao ouvi-lo.

- Sério isso? Não posso acreditar! Quando Erik?- não sabia o que dizer, estava emocionada demais. 

Djey havia se posto de pé e Erik levantou abraçando-a enquanto respondia a pergunta que ela fizera.

- Daqui duas semanas. O que acha?

- Conseguiremos fazer isso em tão pouco tempo? Estou sonhando, só pode ser isso.- risos e lágrimas se misturavam.

- Se você não se importar em ter um casamento simples, numa ilha afastada, só eu e você, o tabelião e testemunhas locais...

- Não me importo mesmo. Acho isso formidável. 

- Então partiremos amanhã mesmo.

Erik a beijou de maneira terna e tudo o que Djey conseguiu pensar naquele  momento era o quanto amava aquele homem ali em sua frente.

- Amo você Erik Cooper.- Djey não cabia em si de tanta felicidade. Dependurada eu seu pescoço não parava de beija-lo.

- Também a amo muito Djey Walace. Muito mais do que possa imaginar.

Um beijo longo cheio de ternura marcava um recomeço, livre da angustia e tristeza dos últimos meses.

Para todos foi uma surpresa o casamento de Erik e Djey, principalmente para a grande maioria que aguardava um casamento suntuoso, mas para aqueles que os conheciam bem, tudo era possível.

Uma nota no jornal que em parte dizia: "A jovem e estonteante Djey Walace, como um corrosivo potente, acaba de corroer a impenetrável Cortina De Aço, Erik Cooper. É! Devagar a jovem Walace descortinou a personalidade de durão do empresário de sucesso Erik Copper. Os dois acabam de se unir, num casamento inusitado, sem expectadores, numa ilha nas Bahamas. Os dois apaixonados seguem viagem".

Depois que voltaram da lua de mel, Erik decidiu por fim ficar morando na casa que recebeu de Herança de sua avó. Djey colocou seu apartamento para venda. O chalé também ficou para Erik e ele decidiu que dali para frente Djey passaria ser a nova proprietária do imóvel. 

Durante os dias da semana permaneciam na casa grande, deixando o chalé para os fins de semana. 

Bob começou a vir mais vezes visita-los e agora sempre que vinha trazia sua atual esposa. Djey e ela se entendiam bem. Para Erik estava sendo muito bom, pai e filho estavam mais unidos.

Erik sempre estava sorrindo e Djey sentia vontade de abraça-lo e beija-lo nesses momentos.

Nos momentos que estavam sozinhos, o amor e a paixão se sobressaíam.

- Amor...- Djey o chamou carinhosamente- O que você acha de chamarmos Carol e o Greg para sairmos logo a noite? Ouvir umas músicas ao vivo...

Erik veio até ela e já foi puxando-a para si.

- Gostei da ideia. Sabe que por você amor, faço tudo que quiser.- falou isso enlaçando-a pela cintura e beijando-lhe o pescoço que estava exposto, pois ela havia deixado os cabelos presos num coque meio bagunçado- vou morder seu pescoço, estou com vontade.

- Só se for bem devagarzinho.- ofereceu o pescoço para ele se arrepiando inteira ao ser mordiscada.

- Que delicia...- Erik falava se deleitando com a pele macia.

Faziam amor em qualquer lugar e a qualquer hora, não importava. 

Para Erik e Djey, o mundo não importava , nada era mais importante que sua felicidade. 

Eles nunca se largavam. Nada e nem ninguém separava os dois. A propósito, Djey fez questão de continuar trabalhando com Erik, em seu escritório, assim estariam sempre juntos...

FIM



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