Cortina de Aço | Parte 35

Bob era um homem bonito, com sessenta anos, praticava esportes e sua saúde era muito boa. Muito bem vestido e elegante, ele e Erik se pareciam muito, até suas vozes eram iguais. Para surpresa de Erik, não estava acompanhado. Gentil, aproximou-se de Djey para cumprimenta-la com um beijo.

- Como está minha pequena? Estava curioso em saber quem seria a garota que fisgou o coração do meu Erik.

- Estou bem! E você Bob? Também estava ansiosa para conhece-lo. Fique a vontade. Quer beber algo?

- Sim, um duplo com gelo.

- Como estão as coisas papai?- Erik perguntou enquanto se acomodavam.

- Vão bem filho. Você é que tem trabalhado bastante pelo que fiquei sabendo.

- Sim, nem me fale. Está uma correria, mas, gosto disso, me sinto realizado.

- Djey trabalha com você?

- Trabalha.- Erik a olhou e sorriu.

- Amor e negócios?- Bob fez um trejeito torcendo o nariz.- Não é uma boa combinação.

- Você que pensa Bob! Não sabe o quanto pode ser prazeroso.- olhou para Erik dando uma piscadinha.

- Nossa! Pelo visto a coisa aí é quente mesmo.

Todos riram. Djey gostou muito de Bob e ele a deixou super a vontade. Os dois pareciam velhos amigos, o que contribuiu para que Erik relaxasse e aproveitasse bem a visita do pai.

Bob fez muitas perguntas sobre ela e não se importou em responder. Ele só queria conhece-la melhor. Harold se daria bem com Bob.

Foi exatamente o que aconteceu. Harold e Mylena se juntaram a eles mais tarde e todos se divertiram muito. O ambiente familiar e aconchegante deixou a todos satisfeitos.

Bob ficou na casa de Mylena por alguns dias e surpreendeu Djey com um convite no meio da semana para ir ao shopping. Apesar de argumentar com ele que precisava trabalhar, Bob não quis ouvi-la e entrou em contato com Erik, que na mesma hora a liberou para sair com seu pai.

Ela e Bob caminharam pelo centro da cidade olhando alguma vitrines e conversando. Pararam para tomar um café e fazer um lanche. Bob insistiu em leva-la ao museu.

- Djey, você é a primeira namorada do meu filho que perde tempo para me conhecer e sair com um velho como eu.

- Velho? Que exagero Bob. Você está super bem e não vou aceitar que diga o contrário.

- Você é um doce de pessoa Djey.- falou beijando a mão dela.

Passaram o dia fora. Bob comprou um par de brincos de brilhantes e deu para Djey de presente. Não quis que ele fizesse aquilo, mas ele insistiu e Djey aceitou. Eram lindos.

Bob levou-a para seu apartamento e depois foi para a casa de Mylena. Erik chegou por volta das vinte e uma horas, estava bastante cansado.

- Vou preparar seu banho Erik.

- Agradeço por isso, hoje estou em pedaços.

- Eu devia ter ficado para ajudar você.- falou sentindo sua consciência pesada.

- Não meu anjo, mas admito que senti sua falta, já me acostumei a ficar olhando você sentadinha lá no seu escritório.- Erik abraçou-a beijando seu lábios- Estava morto de saudade meu amor.

- Vem, vou fazer uma massagem em você embaixo do chuveiro. Para matar toda essa saudade que também estou de você.

- Estou cansado, mas não estou morto.

- Acha que não sei?- sorriu sedutora.

Depois que tomaram banho, jantaram e foram para a sala ouvir música. Erik estava preocupado com o aumento de pedidos, a produção estava num bom ritmo, mas as vendas estavam aumentando e era necessário mais contratações de mão de obra qualificada.

Erik estava com a cabeça sobre as pernas de Djey e ela afagava seus cabelos.

- Como foi seu dia com papai?- ele perguntou permanecendo de olhos fechados.

- Muito bom! Passeamos, conversamos e até recebi um presente dele.

Erik sorriu.

- Papai deve ter gostado muito de você, ele não é de dar presentes para qualquer pessoa. Você deve ter conquistado ele, assim como fez comigo.- ele puxou o rosto dela para beijar seus lábios.

- Amanhã vou com você para o trabalho.

- Ótimo! Amanhã é outro dia de correria, vamos ter que negociar com uma nova empresa.

- São confiáveis?- Djey perguntou.

- Sim. Estão no mercado um bom tempo.

- Melhor irmos deitar logo antes que adormeça aqui mesmo.

- Quem disse que vou adormecer?- Erik sentou no sofá e levantou pegando-a em seus braços- Vou leva- para nosso ninho de amor e fazer um amor gostoso de um Egito que ainda não fizemos...

A reunião com a Ramarim foi as dez da manhã, a nova empresa ajudaria na produção, mas houve um certo impasse em relação a porcentagem exigida. Não bastasse isso, ainda teve que aguentar o olhar furtivo do representante com o qual ela mesma teria que estar em constante contato. Ele não disfarçava o olhar de encanto sobre ela e num desses momentos Erik notou.

Quando a reunião acabou, Clark o representante, veio até Djey com um sorriso largo. Erik ficou olhando de soslaio, mas permaneceu se despedindo dos outros.

- Quer dizer que trabalharemos juntos?- ele deu uma piscadinha para ela.

Djey sorriu apenas.

- Seja bem vindo a empresa.- falou.

Clark era alto, grisalho, 36 anos, pele clara, olhos verdes, bonito, mas meio atrevido, pelo jeito não perdia a oportunidade de conquistar uma mulher.

Depois que se foram Erik não fez nenhum comentário e Djey achou melhor não tocar no assunto.

O dia continuou no mesmo ritmo. Em dado momento achou Erik meio pensativo, preocupado, mas sempre que estava para perguntar, surgia algo para fazer e acabava sem saber o que ele tinha.

A sexta-feira se iniciou ainda pior. Clark estava no saguão logo cedo e Djey acabou tendo que ser a Cicerone dele pela empresa. Ele fazia muitas perguntas sobre a empresa, sobre ela e tudo que lhe vinha a mente. Levou-o até a fábrica também. Felizmente não se comportava mais como um Don Juan, prestava atenção a tudo e era muito inteligente. Apesar do pouco tempo trabalhando ali, ela conseguiu passar total confiança para ele.

- Na Ramarim, nosso processo de produção parece muito com o de vocês, a diferença são os equipamentos que são bem mais modernos e a forma de agilizar a produção.

- E o que você pensa fazer?

- Vou remodelar a Ramarim. Com isso vou ganhar na produção sem afetar a qualidade.

- Isso é importante.

- Vou te passar alguns dados, cálculos que vão ajudar no controle do nosso trabalho.

- Então vamos para minha sala.

Estavam lá absortos em meio aos papéis quando Erik entrou.

- Vocês não almoçam?- perguntou sério.

Djey saltou ao ver que eram meio dia e trinta.

- Nossa!- exclamou Clark- Melhor irmos logo, não podemos perder tempo. Gostariam de me fazer companhia?

- Que pena Clark! Djey e eu temos reserva. Fica para outra vez.

Djey não sabia que Erik havia reservado almoço para os dois.

- Até depois Clark.- disse Djey.

- Até Djey. Erik.- Saiu fechando a porta.

- Onde vamos almoçar Erik?

- Você escolhe Djey.- disse ele.

- Como assim?- sorriu franzindo a testa- Você não fez a reserva, não é?

- Não.- ele riu- Ou você queria aquele carrapato grudado em você?

Os dois deram uma sonora gargalhada.

- Erik seu malvado. Ele está se esforçando bastante.

- Espero que não tente roubar você de mim.- abraçou-a.

- Fique tranquilo, sou todinha sua.

- Acho bom.

Almoçaram ali mesmo no escritório do Erik. A tarde o trabalho foi constante, Clark passou a tarde coletando dados. De vez em quando Erik passava para ver como estavam. O celular de Clark não parava de tocar, mas notou que nem sempre se tratava de negócios. Djey já conseguia fugir das investidas dele. Quando chegou o final do dia estava exausta. Isso era bom pois era sinal de que o fim de semana se aproximava.

Passou no escritório de Erik e ele ainda estava trabalhando, com ar cansado, com uma ruga entre as sobrancelhas. Estava tão concentrado que não percebeu que Djey entrara. Deu a volta atrás da cadeira dele e começou a massagear seus ombros tensos.

- Hum...- ele gemeu- Que delícia!

Djey continuou, depois beijou seu pescoço sussurrando em seu ouvido.

- Amo Você Erik Cooper...

- Também amo muito você minha linda.- falou dando um longo suspiro.

- Ainda pretende continuar trabalhando?

- Estou acabando. Você se incomoda em esperar?

- Não! Vou organizando algumas coisas para você.

- Você está cansada Djey, sente-se e descanse um pouco.

- Deixe-me ajuda-lo, por favor?

- Fique a vontade então.

Djey começou organizando os papéis que ele não precisaria mais, arrumou a mesa, ajeitou as canetas que estavam espalhadas e ficou surpresa ao reparar num canto da mesa um quadro com uma foto sua.

- Como conseguiu essa foto?

- Lembra da noite no coquetel? Um dos fotógrafos tirou e me enviou com uma notinha me parabenizando pela excelente escolha.

- Ficou linda Erik!

- Ainda prefiro a original.

- Que fofo!- ela sorriu carinhosa- Espere, vou buscar um café para você.

- Não se incomode Djey.

- Faço com prazer. Já volto.

Logo voltou com um café fresquinho que Erik saboreou.

Djey sentou na cadeira em frente a mesa dele, soltou os cabelos balançando-os. Esticou-se um pouco para se alongar. A camisa clara de botões ergueu-se deixando seu ventre exposto e a saia marinho acima do joelho deixava sua pernas bem torneadas a mostra.

- Assim não!- Erik resmungou assustando-a.

- O que houve Erik?- endireitou-se assustada.

- Com você me provocando desse jeito, não termino isso nunca.

Djey arregalou os olhos com vontade de rir, mas ele estava tão sério que não ousou.

- Quer que eu saia?- segurava a vontade de rir.

- Sim, quero. Espere na sala ali fora.- levantou e conduziu-a até a porta.

Antes de sair Djey não resistiu e na ponta dos pés puxou-o para beijar seus lábios de modo provocante. Erik parecia que ia explodir, seu rosto estava completamente vermelho e antes que as coisas fugissem do controle ele entrou fechando a porta.

Djey aproveitou para rir da situação. Esperou por quinze minutos e nada de ele aparecer. Trinta minutos e não resistiu. Ligou para o telefone na mesa dele.

- Sim?- ele atendeu.

- Por favor senhor Cooper?- falou com a voz extremamente sensual- Quanto tempo ainda pretende fugir dos carinhos de uma mulher ardente, apaixonada, louca por um beijo seu? Prontinha para relaxar cada músculo do seu corpo, levando você para um banho quentinho de banheira, com sais e espumante no gelo?  Depois fazemos um amor bem gostoso. O que acha?Vou pedir um jantar para nós dois no melhor restaurante. Pensei em vestir só uma gravata sua e calçar uma sandalia de salto bem alto e vou dançar para você...

Parece que ele desligou. Devo ter passado dos limites. "Inconveniente" isso que sou. Vou pedir desculpas e esperar no apartamento.

Quando entrou no escritório Erik estava atrás da porta e puxou-a com força para dentro.

- Nunca pensei encontrar alguém assim como você Djey. Ousada, cheia de surpresas, você me deixa confuso, maluco as vezes. Não imagino mais a minha vida, nem meu trabalho sem você.- beijou-a intensamente e Djey retribuiu- Melhor sairmos daqui logo. Estou louco para ver você cumprir todas as suas promessas.

- Prepare-se então querido, vai ser um prazer...

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